Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Não é um desastre natural; é um desastre construído e planejado pelas políticas desumanas de Israel. (John Ging, diretor da Agência da ONU para Auxílio Humanitário em Gaza).

 

A não-violência enlouquece os israelenses. (Sameh Habeeb).

 

O estatuto legal de Gaza é 'território ocupado'. O bloqueio é um instrumento da mesma agressão. Por isto, os ataques à Gaza, por Israel, configuram crime de guerra. De fato, por mais que precisemos de ajuda humanitária, a solução não virá daí. Precisamos pôr fim à ocupação. (Amjad Shawa, diretor da Rede Palestinense de ONGs).

 

Meu pai acabou de ligar informando que está bem depois que aviões israelenses bombardearam a Universidade Islâmica. Um pouco depois chamei a minha mãe, somente para ouvi-la chorar no telefone: — 'Os aviões estão voando' — gritava. Tratei de acalmá-la: — 'Aviões voando são um sinal de que os alvos estão distantes’. Mas, em tais momentos de intenso medo, não há lugar para a razão nem para a lógica. (Laila El-Haddad).

 

Desde o dia 9 de dezembro, os caminhões da agência das Nações Unidas, carregados de alimentos, aguardam que o exército israelita lhes permita a entrada na Faixa de Gaza, uma autorização uma vez mais negada ou que será retardada até ao último desespero e à última exasperação dos palestinos famintos. Nações Unidas? Unidas? Contando com a cumplicidade ou a covardia internacional, Israel ri-se de recomendações, das decisões e dos protestos, faz o que entende, quando o entende e como o entende. Vai ao ponto de impedir a entrada de livros e de instrumentos musicais como se se tratasse de produtos que iriam pôr em risco a segurança de Israel. (José Saramago).

 

E que nas suas vozes, nas vozes da multidão que sem dúvida estará presente, irrompa a indignação pelo genocídio, lento mas sistemático, que Israel tem exercido sobre o martirizado povo palestino. (José Saramago).

 

Aproveitem com sabedoria as aberturas criadas para o restabelecimento da trégua e, assim, se encaminhem em direção a soluções pacíficas e duradouras... O diálogo é o único caminho que pode efetivamente trazer um futuro de paz à região. (Papa Bento XVI ).

 

Ora, se o Universo é, desde sempre, uma unidade inconvertível, insubstituível e imutável, sem possibilidade de ser minimizável ou maximizável, mas em perpétuo movimento e em perpétua transformação, quem assassina e genocida comete suicídio. O suicídio derivado do assassinato e do genocídio poderá até ser inconsciente, mas não deixará jamais de ser suicídio – na verdade, dois monstruosos delitos em um. (Rodolfo Domenico Pizzinga).

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

nilateralmente,

nos comprometemos

a não bombardestruir mais.

Unilateralmente,

nos comprometemos

a não causar mais dores nem ais.

 

 

nilateralmente,

nos comprometemos

a pôr um fim neste teatro geenal.

Unilateralmente,

nos comprometemos

a, meio de fininho, sair pela lateral.

 

 

nilateralmente,

nos comprometemos

a não genocidar mais os gazeus.

Unilateralmente,

nos comprometemos

a viver como bons e dignos judeus.

 

 

nilateralmente,

limparemos as botarras

da sanguinolência e da lama.

Unilateralmente,

esperaremos a posse

do Nosso Senhor Barack Obama.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

nilateralmente?

Nada poderá ser disposto

de um só lado.

Consensualmente?

Sim, talvez assim cicatrize

o tumor supurado.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fundo musical:

We Will Not Go Down – Song for Gaza
Compositor e intérprete: Michael Heart

Fonte:

http://www.michaelheart.com/Song_for_Gaza.html

 

 

 

A blinding flash of white light,
lit up the sky over Gaza tonight.
People running for cover,
not knowing whether
they’re dead or alive.

 

They came
with their tanks and their planes
with ravaging fiery flames;
and nothing remains...
Just a voice rising up
in the smoky haze.

 

We will not go down,
in the night, without a fight!
You can burn up our mosques
and our homes and our schools,
but our spirit will never die.
We will not go down,
in Gaza tonight!

 

Women and children alike
murdered and massacred
night after night.
While the so-called leaders
of countries afar
debated on who’s wrong or right.

 

But their powerless words were in vain,
and the bombs fell down like acid rain.
But through the tears
and the blood and the pain,
you can still hear that voice
through the smoky haze.

 

We will not go down,
in the night, without a fight!
You can burn up our mosques
and our homes and our schools,
but our spirit will never die.
We will not go down,
in Gaza tonight!