Gottfried Wilhelm Leibniz e
Rodolfo Domenico Pizzinga


 

 

 

 

 

 

 

 

 

Haverá sempre de mudar alguma coisa;

haverá sempre de se conservar alguma coisa.1

E sempre alguma coisa que ainda não é,

eventualmente, poderá vir-a-ser;

e, do mesmo modo, alguma coisa que já é,

ocasionalmente, poderá vir a não ser.

O que não é, o que foi, o que é e o que será

estão akashiacamente registrados.

Mas, desde sempre, o incriado Universo

é o mesmo que foi e que sempre foi,

e, ad æternum, sempre será o que é.

Ora, como o Tempo poderá se extraviar?

Como o Espaço poderá se arruinar?

E a Coisa? Como poderá se dissipar?

Todavia, ainda que o incriado Universo

ora sendo,2 ora sendo-não-sendo3

seja o mesmo que foi e que sempre foi,

as naturezas universais não são, agora,

e não poderão ser, no futuro,

exatissimamente as mesmas,

apesar de, pela Inconsciente Vontade,

continuarem sempre sendo,

e nunca poderem, de uma forma ou de outra,

deixar de ser (unificadas entre si)!

 

 

 

 

 

E a morte – não existindo (como morte) –

é tão-só parte do ciclo da Eterna Vida.

A morte só existe (como morte)

ao invés de Morrer para Viver!

Levemus Corda Nostra!4

Sursum Corda!5

 

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. Monadologia, Gottfried Wilhelm Leibniz (Leipzig, 1646 – Hanôver, 1716).

2. Mânvântarizando-se.

3. Prâlâyando-se.

4. Levemus Corda Nostra. Elevemos nossos Corações. [Vulgata, Lamentações, III, 41].

5. Sursum Corda. Corações ao alto. [Da liturgia católica].

 

Página da Internet consultada:

http://media.photobucket.com/image/%252522
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Música de fundo:

Que Sera Sera (Whatever Will Be, Will Be)
Compositores: Jay Livingston & Ray Evans

Fonte:

http://4pkruger.com/quesera.html