UM HOMEM, UM VOTO

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Um boletim de voto tem mais força que um tiro de espingarda.

Abraham Lincoln

 

A Democracia não corre, mas chega segura ao objetivo.

Johann Wolfgang von Goethe

 

Antigamente, dizia-se que fora da Igreja não havia salvação; agora, parece que, politicamente, fora dos partidos também não há.

José Saramago

 

Os verdadeiros democratas não são aqueles histéricos que exigem isto e reivindicam aquilo, que dizem que precisamos de não sei quê e que vamos todos morrer estúpidos se não fizermos não sei o quê mais. São os que vivem e deixam viver. São os que respeitam as opiniões, as excentricidades e as manias dos outros, sem ceder à tentação de os desconvencer à força.

Miguel Esteves Cardoso

 

Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um.

Fernando Sabino

 

Democracia é quando eu mando em você; ditadura é quando você manda em mim.

Millôr Fernandes

 

O meu ideal político é a Democracia, para que todo o homem seja respeitado como indivíduo, e nenhum seja venerado.

Albert Einstein

 

Democracia sem educação é anarquia.

Ivone Boechat

 

Ninguém pretende que a Democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem-se dito que a Democracia é a pior forma de Governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos.

Winston Churchill

 

A Democracia é um sistema que faz com que nunca tenhamos um Governo melhor do que merecemos.

George Bernard Shaw

 

A Democracia não é coisa feita. Ela é sempre uma coisa que se está fazendo. Daí porque ela é um processo em ascensão. É a experiência de cada dia que dita o melhor caminho para ela ir atendendo às necessidades coletivas. O que há de belo nela é isto. É que ela tem condições de crescer, segundo a boa prática que fizermos dela.

Teotônio Vilela

 

A melhor contribuição social de um democrata é se tornar um bom exemplo para ser substituído por pessoas melhores do que ele.

Domitila Belém

 

Contra a Democracia invoca-se, em primeiro lugar, o argumento da ignorância das classes cujo voto predomina, porque seja maior o seu número. Mas, como os sábios divergem tanto como essas classes, não parece haver vantagens na ciência para elucidação dos problemas. Onde há, sem dúvida, vantagens para a ciência é na escolha dos homens que devem governar; ora, é precisamente isso que o voto escolhe. O povo não é apto a saber qual a direção que a política pátria deve tomar em tal período; mas, os homens cultos também não o sabem, pois que divergem em tal ponto. Mas, o que os homens cultos sabem, e o povo não sabe, é avaliar de competências para certos cargos. Propriamente, só financeiros é que sabem avaliar qual o indivíduo que melhor geriria as finanças de um povo; só militares, qual o melhor indivíduo para ministro da Guerra. Cumpre distinguir entre a vontade da maioria e a vontade nacional. A vontade da maioria é consciente; a vontade nacional é inconsciente. Em determinada altura, determinada nação segue certo rumo; não o sabem os políticos, em geral, nem o sabe o povo. Ora, o único sentido de "vontade nacional" será o sentido desse rumo. Quem é que o sente? Como esse rumo é inconsciente, fruto de não sabemos que leis sociais, só pode existir ou nas camadas inconscientes do país ou nas camadas conscientes que sejam representativas intelectualmente dessa inconsciência. (Vence sempre aquele partido que representa a força em dado momento; e se esse partido, e não outro, representa a força, é porque as camadas inconscientes da nação delegaram a ele misteriosamente executar a sua inconsciente vontade.) Uma nação, em qualquer período, é três coisas: (1) uma relação com o passado; (2) uma relação com o presente, nacional e estrangeiro; e (3) uma direção para o futuro. Assim, em todos os períodos, há forças que tendem a manter o que está, forças que tendem a adaptar o que existe às condições presentes e forças que tendem a dirigir o presente para um norte previsto, visionado no futuro. Não se trata aqui de partidos políticos, mas, de íntimas forças nacionais.

Fernando Pessoa

 

Sinceramente? Eu prefiro dez milhões de vezes uma Democracia corrompida a uma tirania bem-sucedida. Na verdade, nem posso imaginar o triunfo de qualquer tirania. Para mim, todas as tiranias, na origem, são malsucedidas e fedorentas.

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

Uma dessas mãos aí é minha.

 

 

 

 

Um Homem, Um Voto

 

 

 

Um homem, um voto:

caladão ou boquirroto.

Onde isto é diferente,

 

Uma pessoa, um voto:

manidestro ou canhoto.

Onde isto está ausente,

 

Na caveira, um capelo...

Tirania como modelo...

Dolor e futuro incerto...

O Coração vira deserto.

 

Só um filho-da-puta

– cuja alma é minguta –

se apodera do poder

sem pagar o aluguer.

 

Mas, isto está no fim.

Não-sei-quando, enfim,

opressor e arbitrarista

 

Todo protesto é divino,

desde que louve o Hino!

Mas, não meter no lugar

um altar sacrificial similar!

 

Trocar porco por rabão

é recantar o velho refrão;

é pôr meia pelo avesso

ou cueca pelo revesso.

 

Um homem, um voto;

uma pessoa, um voto.

Isto rege a Democracia,

a Cidadania e a Alforria.

 

Ou apre(e)ndemos isto

ou não mudará o quisto.

Ou isto compreendemos

 

Basta olhar para a Síria

– cada herói uma Valquíria2

e para outros despotismos,

verdadeiros anacronismos.

 

E assim, chego ao fim

deste açoutador estafim.

Oh!, Humanidade querida!

Mude a lida, mude a vida!

 

 

 

Mude a lida, mude a vida!

 

 

 

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Notas:

1. Nação – do latim, natio, de natus (nascido) – é a reunião de pessoas, geralmente do mesmo grupo étnico, falando o mesmo idioma e tendo os mesmos costumes, formando assim, um povo, cujos elementos componentes trazem consigo as mesmas características étnicas, e se mantêm unidos pelos hábitos, tradições, religião, língua e consciência nacional. Mas, a rigor, os elementos território, língua, religião, costumes e tradição, por si sós, não constituem o caráter da nação. São requisitos secundários, que se integram na sua formação. O elemento dominante, que se mostra condição subjetiva para a evidência de uma nação, assenta no vínculo que une estes indivíduos, determinando entre eles a convicção de um querer viver coletivo. É, assim, a consciência de sua nacionalidade, em virtude da qual se sentem constituindo um organismo ou um agrupamento, distinto de qualquer outro, com vida própria, interesses especiais e necessidades peculiares. Nesta razão, o sentido de nação não se anula porque seja fracionada entre vários Estados, ou porque várias nações se unam para a formação de um Estado. O Estado é uma forma política, adotada por um povo com vontade política, que constitui uma nação ou por vários povos de nacionalidades distintas, para que se submetam a um poder público soberano, emanado da sua própria vontade, que lhes vem dar unidade política. A nação preexiste sem qualquer espécie de organização legal. E mesmo que, habitualmente, seja utilizada em sinonímia de Estado, em realidade significa a substância humana que o forma, atuando aquele em seu nome e no seu próprio interesse, isto é, pelo seu bem-estar, por sua honra, por sua independência e por sua prosperidade.

Estado (do latim, status, modo de estar, situação, condição), segundo o Dicionário Houaiss, designa conjunto das instituições (Governo, forças armadas, funcionalismo público etc.) que controlam e administram uma nação. Segundo o filósofo político, historiador do pensamento político e senador vitalício italiano Norberto Bobbio (Turim, 18 de outubro de 1909 – Turim, 9 de janeiro de 2004), a primeira vez que a palavra Estado foi utilizada, com o seu sentido contemporâneo, foi no livro Arte da Guerra, tratado militar escrito durante o século IV a.C. pelo estrategista conhecido como Sun Tzu (544 a.C. – 496 a.C.), e, posteriormente, no livro denominado O Príncipe, de autoria do historiador, poeta, diplomata e músico italiano do Renascimento Niccolò di Bernardo dei Machiavelli (Florença, 3 de maio de 1469 – Florença, 21 de junho de 1527). É organizado política, social e juridicamente, ocupando um território definido, normalmente onde a lei máxima é uma constituição escrita, e dirigida por um Governo que possui soberania reconhecida tanto interna como externamente. Um Estado soberano é sintetizado pela máxima Um Governo, um povo, um território. O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém, segundo o intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia Maximilian Karl Emil Weber (Erfurt, 21 de abril de 1864 – Munique, 14 de junho de 1920), o monopólio da violência legítima (coerção, especialmente a legal). Normalmente, grafa-se o vocábulo com letra maiúscula, a fim de diferenciá-lo de seus homônimos. Há, entretanto, uma corrente de filólogos que defende sua escrita com minúscula, como em cidadania ou civil, não com o objetivo de ferir a definição tradicional de Estado, mas, a fim de equiparar a grafia a outros termos não menos importantes. O reconhecimento da independência de um Estado em relação aos outros, permitindo ao primeiro firmar acordos internacionais, é uma condição fundamental para estabelecimento da soberania. O Estado pode também ser definido em termos de condições internas, especificamente (conforme descreveu Max Weber, entre outros) no que diz respeito à instituição do monopólio do uso da violência. O conceito parece ter origem nas antigas cidades-estados que se desenvolveram na Antigüidade, em várias regiões do mundo, como a Suméria, a América Central e no Extremo Oriente. Em muitos casos, estas cidades-estados foram, a certa altura da história, colocadas sob a tutela do Governo de um reino ou império, seja por interesses econômicos mútuos, seja por dominação pela força. O Estado, como unidade política básica no mundo, tem, em parte, vindo a evoluir no sentido de um supranacionalismo, na forma de organizações regionais, como é o caso da União Européia. Os agrupamentos sucessivos e cada vez maiores de seres humanos procedem de tal forma a chegar à idéia de Estado, cujas bases foram determinadas na História mundial com a Ordem de Westsfalia (Paz de Westfália), em 1648, uma série de tratados que encerrou a Guerra dos Trinta Anos (1618 a 1648) – guerras que diversas nações européias travaram entre si, a partir de 1618, especialmente na Alemanha, por motivos variados (rivalidades religiosas, dinásticas, territoriais e comerciais) – e também reconheceu oficialmente as Províncias Unidas e a Confederação Suíça. A instituição estatal, que possui uma base de prescrições jurídicas e sociais a serem seguidas, evidencia-se como casa-forte das leis que devem regimentar e regulamentar a vida em sociedade. Deste modo, o Estado representa a forma máxima de organização humana, somente transcendendo a ele a concepção de Comunidade Internacional.

O Governo é a organização, que é a autoridade governante de uma unidade política, o poder de regrar uma sociedade política e o aparato pelo qual o corpo governante funciona e exerce autoridade. O Governo é usualmente utilizado para designar a instância máxima de administração executiva, geralmente reconhecida como a liderança de um Estado ou de uma nação. Os Estados que possuem tamanhos variados podem ter vários níveis de Governo, conforme a organização política daquele país, como, por exemplo, o Governo local, regional e nacional. No Direito Administrativo contemporâneo, Governo é a expressão que define o núcleo diretivo do Estado, alterável por eleições e responsável pela gerência dos interesses estatais e pelo exercício do poder político. As formas de Governo mais utilizadas no mundo atual são a monarquia e a república. Existem outras além dessas, porém, pouco utilizadas ou nunca utilizadas. Na monarquia, existe uma família real liderada pelo rei (ou rainha) que governa o país. Até o século XVIII, na Europa, predominou a monarquia, utilizando o sistema absolutista, quando o monarca tem poderes ilimitados. Na república, um governante assume o poder durante um período. A inexistência de Governo é denominada Anarquismo – Filosofia Política que engloba teorias, métodos e ações que objetivam a eliminação total de todas as formas de Governo compulsório e de Estado.

2. Na Mitologia Nórdica, as Valquírias eram deidades menores, servas de Odin. O termo deriva do nórdico antigo valkyrja (em tradução literal significa as que escolhem os que vão morrer). Nos séculos VIII e IX, o termo usado era Wælcyrge. As Valquírias eram belas jovens que, montadas em cavalos alados e armadas com elmos e lanças, sobrevoavam os campos de batalha escolhendo quais guerreiros, os mais bravos, recém-abatidos entrariam no Valhala (Salão dos Mortos – um majestoso e enorme salão situado em Asgard, dominado pelo deus Odin). Elas o faziam por ordem e em benefício de Odin, que precisava de muitos guerreiros corajosos para a batalha vindoura do Ragnarok (destino final dos deuses). As Valquírias escoltavam esses heróis, que eram conhecidos como Einherjar. Lá, no Palácio de Valhala, os escolhidos lutariam todos os dias e festejariam todas as noites em preparação para o Ragnarok, quando ajudariam a defender Asgard (reino dos deuses) na batalha final, em que os deuses morreriam. As Valquírias cavalgavam nos céus com armaduras brilhantes, que faiscavam causando o fenômeno atmosférico chamado de Aurora Boreal.

 

Música de fundo:

Apesar de Você
Composição: Chico Buarque
Interpretação: Clara Nunes

Fonte:

http://mp3skull.com/mp3/
apesar_de_voc_clara_nunes.html

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.eiu.com/public/topical_
report.aspx?campaignid=demo2010

http://arquivopessoa.net/textos/3597

http://pensador.uol.com.br/democracia/4/

http://pensador.uol.com.br/democracia/3/

http://pensador.uol.com.br/democracia/

http://www.citador.pt/frases/citacoes/t/democracia/30

http://www.citador.pt/frases/citacoes/t/democracia/20

http://www.citador.pt/frases/citacoes/t/democracia/10

http://www.citador.pt/frases/citacoes/t/democracia

http://pt.depositphotos.com/2148163/
stock-illustration-Cartoon-smiling-Sun.html

http://gimpchat.com/viewtopic.php?
f=9&t=195&start=20

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Valqu%C3%ADrias

http://pt.wikipedia.org/wiki/Valhala

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Guerra_dos_Trinta_Anos

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Governo#Formas_de_governo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3
%A9dia:P%C3%A1gina_principal

http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado

 

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