Observação:
O
conceito de Anamnesis
significa reminiscência, rememoração. Na Filosofia Platônica,
a Anamnesis
é uma rememoração
gradativa através da qual o filósofo vai lentamente redescobrindo
(recordando) dentro de si as verdades essenciais e latentes que remontam
a um tempo anterior ao de sua existência empírica. Em termos
litúrgicos, na missa (celebração da Eucaristia), é
a oração pronunciada após a Elevação,
e que celebra a Paixão, a Ressurreição e a Ascensão
do Redentor. Em Medicina, é o histórico que vai desde os sintomas
iniciais até o momento da observação clínica,
realizado com base nas lembranças do paciente.
Já
o conceito de Noesis,
como já tive ocasião de explicar em textos anteriores, tem
origem no pensamento filosófico de Arístocles, que ficou conhecido
como Platão (Atenas, 428/427 – Atenas, 348/347 a.C.), o discípulo
dileto de Sócrates (469 – 399), provavelmente em razão
de algum traço físico característico, tal como o porte
atlético com ombros largos, ou, paralelamente, em virtude de sua
reconhecida capacidade intelectual de tratar de diferentes temas, como a
Ética, a Política, a Metafísica, a Teoria do Conhecimento
entre outros.
No
diagrama abaixo, conforme explica Maria Helena da Rocha Pereira na Introdução
à República, de Platão, o Mundo Visível
(Doxasta)
tem, em primeiro lugar, uma zona de Eikones
(imagens), conhecidos pela Eikasia
(suposição ou ilusão). Em um nível mais elevado,
estão todos os seres vivos (Zoa)
e os objetos do mundo, conhecidos através da fé (Pistis).
O Mundo Inteligível (Noeta
– objetos da faculdade da alma chamada Logistikon,
ou seja, o aspecto racional da alma, isto é, a parte cognitiva da
psyche)
tem também dois setores proporcionais aos anteriores – o inferior
e o superior – situados acima da Doxasta.
O primeiro (inferior) é apreendido através da razão
discursiva (Dianoia);
já o segundo (superior) só pode ser abarcado com profundidade
pela razão intuitiva (Noesis).
Em resumo: abaixo, Doxa
(opinião); acima SOPhIa
(Sabedoria). Pela Iniciação: TransNoesis.
Na
verdade, salvo melhor juízo, a Pistis
não deixa de ser uma forma de Eikasia.
E, em certos casos caliginosos, uma Eikasia
doentia, preconceituosa, fundamentalista e fratricida.
Se
você voltar a observar a animação que abre estas reflexões,
perceberá que tudo deriva do OM
e ao OM
retornará, seja melhorado, seja piorado, seja reciclado, seja entropizado,
seja sei-lá-o-quê; mas que não poderá
ir para outro sítio que não seja o OM,
isto não poderá. Todavia, não confunda este conceito
com Panteísmo, Pandeísmo, Pantiteísmo, Panenteísmo,
Pampsiquismo et cetera. Ismos que só ilusionam... Ismos
que só intrincam... Ismos que só causam adiamento... Para
podermos ascensionar precisamos nos livrar de todos os ismos e dos seus
rituais carcomidos e agrilhoantes!
Esta
observação foi editada da obra A República,
5ª edição, 1987, com tradução e notas de
Maria Helena da Rocha Pereira e edição da Fundação
Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal, e das páginas da Internet:
http://pt.wikilingue.com/
es/Anamnesis
http://www.filoinfo.bem-vindo.net/
plotinus/taxonomy/term/147
http://pt.wikipedia.org/
wiki/Plat%C3%A3o
Mantra
de fundo:
OM
MANI PADME HUM