T ENTAÇÕES

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria, onde já não terei que me curvar ante os pequenos? [Entenda, aqui, pequenos como sendo todas as chamadas tentações, às quais, normalmente, não resistimos, nos curvamos e cedemos.] [In: Also Sprach Zarathustra: Ein Buch für Alle und Keinen (Assim Falou Zaratustra: um Livro Para Todos e Para Ninguém), escrito por Friedrich Wilhelm Nietzsche.]

 

 

Desejos Cobiças Paixões Preconceitos

 

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha covardia?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha neutralidade?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha desfaçatez?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha cumplicidade?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante o meu tamanduá?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha tirania?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha meia-noite?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha Magia Negra?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante as minhas cobiças?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante os meus desejos?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante as minhas paixões?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante as minhas prenoções?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha falta de caráter?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha xenofobia?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha homofobia?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha res extensa?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante as minhas conspiratas?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante as minhas traições?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha sonolência?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha anestesia?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha escravidão?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante os meus fingimentos?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha insinceridade?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha crueldade?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha vivissecção?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha pedofilia?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha separatividade?

 

 

 

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha ofensividade?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante o meu fanatismo?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante o meu nacionalismo?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante os meus muros e os meus foguetes?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha má vontade?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha intemperança?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha indolência?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha intolerância?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha avareza?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha mais-valia?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante o meu compadrio?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante a minha vanidade?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante todos os mais ou menos?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante todos os de qualquer jeito?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante todo o deixa-pra-lá?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante o carpe mortem?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante o fiat voluntas mea?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante o meu Manipura?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante o demônio que engendrei?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante o inferno que criei?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante as pontes que derribei?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante as misérias que gerei?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante as pobrezas que planejei?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante as ilicitudes que maquinei?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante os venenos que fabriquei?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante todas as dores que premeditei?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante as causas que arquitetei?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante os jacarés que inventei?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante o caput mortuum que não transmutei?

 

 

Símbolo Alquímico do Caput Mortuum

 

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante os seres que matei?

 

Oh! Quando tornarei para a minha Pátria,

onde não terei mais que me curvar

ante o eu-monstro-não-eu-não-sou-não-sei?

 

 

The Picture of Dorian Gray
(Eu-monstro-não-eu-não-sou-não-sei)

 

 

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Nota:

1. O Retrato de Dorian Gray (em inglês: The Picture of Dorian Gray) é um romance filosófico de autoria do escritor, poeta e dramaturgo irlandês Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde, ou, simplesmente, Oscar Wilde (Dublin, Irlanda, 16 de outubro de 1854 – Paris, 30 de novembro de 1900). Publicado pela primeira vez como uma história periódica em julho de 1890 na revista mensal Lippincott's Monthly Magazine, os editores temiam que a história fosse indecente, e sem o conhecimento de Wilde, suprimiram cinco centenas de palavras antes da publicação. Apesar da censura, O Retrato de Dorian Gray ofendeu a sensibilidade moral dos críticos literários britânicos, alguns dos quais disseram que Oscar Wilde merecia ser acusado de violar as leis que protegiam a moralidade pública. Em resposta, Wilde defendeu agressivamente seu romance em correspondência com a imprensa britânica. Wilde revisou e ampliou a edição de revista de O Retrato de Dorian Gray (1890) para uma publicação como um romance; a edição do livro (1891) que contou com um prefácio aforístico — uma apologia sobre a arte do romance e do leitor. O conteúdo, estilo e apresentação do prefácio se tornaram famosos em seu próprio direito literário, como crítica social e cultural. Em abril de 1891, a Casa Editorial Ward, Lock and Company publicou a versão revisada de O Retrato de Dorian Gray. O único romance escrito por Wilde, O Retrato de Dorian Gray existe em duas versões: a edição de revista de 1890 e a edição do livro de 1891, da história que ele havia submetido para a publicação periódica na revista mensal Lippincott's Monthly Magazine. Conforme a literatura do século XIX, O Retrato de Dorian Gray é um exemplo de literatura gótica, com fortes temas interpretados a partir do lendário Fausto [o protagonista de uma popular lenda alemã de um pacto com o demônio, baseada no médico, mago e alquimista alemão Dr. Johannes Georg Faust (1480 – 1540)]. Enfim, O Retrato de Dorian Gray é o tema de um retrato de corpo inteiro de Basil Hallward, um artista que está impressionado e encantado com a beleza de Dorian; ele acredita que a beleza de Dorian é responsável pela nova modalidade em sua arte como pintor. Através de Basil, Dorian conhece Lord Henry Wotton, e ele logo se encanta com a visão de mundo hedonista do aristocrata: que a beleza e a satisfação sensual são as únicas coisas que valem a pena perseguir na vida. Entendendo que sua beleza irá um dia desaparecer, Dorian expressa o desejo de vender sua alma, para garantir que o retrato, em vez dele, envelheça e desapareça. O desejo é concedido, e Dorian persegue uma vida libertina de experiências variadas e amorais, enquanto isso seu retrato vai envelhecendo e registrando todas as coisas ruins que corrompem a personalidade-alma de Dorian Gray. Para concluir, sei lá, mas, vai ver que os críticos literários britânicos da época – conservadores, caretas, presos a convenções, quadrados, tradicionais e muquiranas – sentiram suas sensibilidades e suas morais marca roscofe ofendidas, porque viram nesta obra, tremendamente moral e educativa, os seus próprios retratos dorianos, e ninguém gosta de ver seu ratrato doriano apodrecido como ele é exatamente.

 

 

A salvação está no PJLPartido do Jacaré Liberal!

 

 

 

 

Oscar Wilde, em Nova Iorque, em 1882
– Repositório: Metropolitan Museum of Art, Nova York, NY
(Foto de Napoleon Sarony)

 

 

Música de fundo:

Der Krieg Ist Aus
Compositor: Stephan Zacharias

Fonte:

https://useraudio.net/search/%D1%83%
D0%BD%D1%82%D0%B5%D1%80

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.wikiwand.com/es/Caput_Mortuum

https://www.pngwing.com/pt/free-png-bshsq

https://www.alamy.com/

https://republicanos10.org.br/

https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Retrato_de_Dorian_Gray

http://lbaird.mtaspiring.edutronic.net/
wide-reading-2-the-picture-of-dorian-gray/

https://giphy.com/explore/walk-cycle

 

Direitos autorais:

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