Fernando
Pessoa e
Rodolfo Domenico Pizzinga
Triste
de quem por si mesmo
precisa
ser enganado.
Triste,
vive só; só vive a esmo.
Vive mesmo
abolorentado.
Dona
Rosa, Dona Rosa,
quando
eras inda botão,
eu era
um parvo, um prosa
–
mouco para o Coração.
Onda
que vens e que vais,
mar
que vais e depois vens,
já
não sei se tu me atrais,
e,
se me atrais, se me tens.
Acabei
por me convencer
de que
antes fui não sendo.
Meu triste
passado a rever...
Oh!, irresoluto
subtraendo!
Hoje,
sim, consigo perceber,
sem dúvida
nem hesitação:
para subir
é preciso descer.
Um
dia, Santa Illuminação!
invade
corpo e alma,
vem a
estranha sensação
de que
a calma não é calma.
E
parece que o tempo não dá
para tudo
aprender e dizer;
parece
que o tempo só dá
para ser
um com cada ser.