TRATADO SOBRE O FOGO CÓSMICO

(5ª Parte)

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Este trabalho se constitui da 5ª parte de um conjunto de fragmentos da Sabedoria Eterna garimpados na obra Tratado Sobre o Fogo Cósmico, de autoria da pesquisadora e escritora teosófica inglesa Alice Ann Bailey (Manchester, 16 de junho de 1880 – 15 de dezembro de 1949), tema esotérico recebido telepaticamente pela autora do Mestre Djwhal Khul (DK), também conhecido como O Tibetano – auxiliar dos Mestres Moria e Kut Hu Mi e um Transmissor da LLuz a qualquer preço, que sempre insistiu que a devoção emocional deve ser transmutada em desinteressado serviço à Humanidade – e publicado originalmente em inglês em 1925. Neste sentido, pode-se dizer que Alice Bailey foi um instrumento consciente e desinteressado de decodificação das Leis Universais. Enfim, o que eu disse quando publiquei o conjunto de fragmentos da obra Astrologia Esotérica vale para este estudo também: acredito que este texto baileyriano irá aclarar diversos pontos que não foram abordados por mim em estudos anteriores. Aprendi muito com ele. Espero que ele também possa ser útil para você, pois, troquei em miúdos o que pude captar.

 

 

 

Fragmentos da Obra

 

 

 

Efetivamente, há Dez Esquemas e, na verdade, Dez Planetas (Sete Sagrados e Três Ocultos). Oportunamente, os Sete Planetas Sagrados se fundirão com os Três Planetas Ocultos, e, finalmente, o Três se tornarão Um. Este processo ocorrerá dentro de zilhões de anos; se desenvolve durante o inevitável período de obscurecimento gradual do nosso Sistema.

 

 

Tetractys

 

 

O Terceiro Raio Maior – o Aspecto Inteligência está representado em nossa Hierarquia planetária pelo Maha-Chohan.1

 

Deus geometriza. Lei e medida regem o Universo. O Um existe por meio dos muitos.

 

O problema da dualidade é o problema da existência em si, e não poderá resolvê-lo quem se recusar a reconhecer a possibilidade destes dois fatos esotéricos: 1º) o Sistema Solar personifica a Consciência de uma Entidade cuja origem está fora do "Anel Não Passarás" solar; e 2º) a manifestação é periódica e a Lei do Renascimento é o método evolutivo dos seres-humanos-aí-no-mundo, do Logos Planetário e do Logos Solar. Daí a ênfase apresentada na introdução de A Doutrina Secreta em relação aos três princípios seguintes: a) imutabilidade e ilimitabilidade do Universo; b) periodicidade do Universo; e c) identificação de todas as [personalidades-]alma com a Superalma.

 

A Illuminação é simplesmente a Luz da Intuição.

 

A dualidade do Sistema Solar depende dos seguintes fatores: 1º) da própria existência do Sistema Solar; 2º) do tempo e do espaço; 3º) do desejo ou da necessidade; e 4º) da faculdade aquisitiva inerente à própria Vida.2

 

A admissibilidade de uma inteligência poderosa que age de acordo com um plano ordenado é apenas a base estrutural sobre a qual pode ser construído o Templo da Verdade.

 

De modo algum o Logos Solar (soma de todas as evoluções no âmbito do Sistema Solar, e que se encontra no ponto médio relativamente às outras evoluções) é o mesmo Deus do Catolicismo [e das outras religiões].

 

 

 

 

O sem-número de evoluções subumanas, em kalpas futuros, alcançará o estágio da Humanidade atual.

 

Helena Petrovna Blavatsky: A Inteligência Ativa unificada à Vontade (ou Poder) produz o Filho da Necessidade... que resultará em Amor-Sabedoria, quando tiver se aperfeiçoado através da evolução.

 

O Fogo Elétrico ou Espírito unido ao Fogo por Fricção ou Calor produz o Fogo Solar ou a Luz Solar.

 

A Mente ou Inteligência não é uma abstração, mas, Algo-que-é.

 

A Consciência (semente cósmica da Onisciência Supercósmica) expressa o ponto médio da manifestação.

 

Durante a objetividade [mânvântâra], o propósito evolutivo é levar o Filho do Pai e da Mãe (o Sistema Solar) a um ponto de plena realização, de total autoconsciência e de completo conhecimento ativo.

 

Interdependência: as Três Pessoas (manifestadas) da Trindade Logóica procuram obter pleno e integral desenvolvimento, e, neste sentido, dependem uma da outra.

 

Universo —› Conjunto de estados de consciência.

 

O nosso Sistema Solar, atualmente, se encontra no ponto médio do processo evolutivo de uma seqüência de três Sistemas Solares. O Primeiro Sistema Solar personificou o princípio "Eu-sou" [AHIH]. O Segundo Sistema Solar personifica o princípio "Eu-sou-o-que" [ASheR]. O Terceiro Sistema Solar personificará o princípio "Eu-sou-o-que-eu-sou" [AHIH ASheR AHIH].3

 

As analogias, ainda que haja pontos de semelhança, nunca são exatas nos pormenores; apenas oferecem certas correspondências gerais e fundamentais.4

 

A Inteligência Absoluta [Consciência Cósmica Universal] vibra através de todos os átomos. Em potência, cada átomo do Universo contém autoconsciência. A Deidade reside em todos os átomos. Todos os átomos respondem a estímulos elétricos – que afetam sua forma objetiva a estímulos magnéticos que agem em suas vidas subjetivas e o efeito combinado de ambos produz o conseqüente crescimento e desenvolvimento interno.

 

 

 

 

Vida Persistente vontade de ser.

 

No ser-humano-aí-no-mundo, apenas Quatro Princípios estão plenamente ativos; todavia, o Quinto – Princípio Manásico está em processo de desenvolvimento. Aqui, há uma perfeita analogia entre o homem, visto como quaternário inferior a desenvolver o Princípio da Mente, e o átomo, com as suas Quatro Espirilas ativas e a Quinta em processo de ser estimulada.

 

 

 

 

O ser-humano-aí-no-mundo é regido pela Lei da Atração; evolui por meio da Lei da Economia; e está entrando no domínio da Lei da Síntese. A Lei da Atração rege a sua relação com outras unidades ou outros grupos; a Lei da Economia governa o processo material; e a Lei da Síntese regula o seu Eu Interior, a vida dentro da forma.

 

O estímulo elétrico afeta a forma externa ou a resposta prânica. O estímulo magnético age na vida subjetiva. O resultado combinado destes dois estímulos induz o crescimento e o desenvolvimento constantes dos seres-humanos-aí-no-mundo.

 

Síntese Final (unificação dos 7 Princípios): 7 se resolvem em 3, e 3 se resolvem em 1. 7 —› 3 —› 1.

 

 

 

 

Grande parte das dificuldades que prevalecem hoje na Terra é devida ao fato que está entrando em atividade a Quinta Vibração, a mais elevada, a qual se completará e transcenderá no próximo Quinto Ciclo.

 

O Fogo é a base de toda a vida.

 

O Sol é o Corpo Físico do Logos Solar – Seu Corpo de manifestação.

 

Matrimônio Cósmico do Logos Solar: fusão dos pólos opostos.5

 

A existência esferoidal manifestada pelo Logos Solar exerce influência ou atração magnética sobre outros corpos menores, os quais, por sua vez, se mantêm em movimento circulatório em torno Dele.

 

 

 

 

O Mistério mais profundo [ignoto] do todo o Sistema Solar é o Mistério da Eletricidade – que está intimamente relacionado com a vida dos Sete Homens Celestiais, os Divinos Manasaputras.

 

No Universo, tudo tem como objetivo ou finalidade o desenvolvimento de uma autoconsciência perfeita.6

 

Em essência, a tríplice natureza inferior é um quaternário: veículo etérico, vida animante ou prana, kama-manas e mente inferior. Manas ou Quinto Princípio é o elo entre o inferior e superior. [A animação abaixo é meramente pictórica.]

 

 

 

 

 

Alguns livros de Ocultismo têm feito várias insinuações a respeito da Oitava Esfera. O maior desastre que pode acontecer com um ser-humano-aí-no-mundo é o desenvolvimento indevido da mente. Isto acontece quando o superior e o inferior deixam de se unir concertada e harmonicamente, formando uma esfera própria.7

 

 

 

Trindade Monádica: primeiro aspecto —› Atma ou Vontade Espiritual; segundo aspecto —› Buddhi ou Princípio Crístico; terceiro aspecto —› Manas ou Mente Superior (elo de ligação entre os Princípios Inferiores e os Princípios Superiores).

 

O microcosmo é a reprodução miniaturizada do Sistema Solar.

 

Os Quatro Princípios Inferiores do ser-humano-aí-no-mundo: 1º Princípio: Corpo Físico Denso (Sthula Sharira); 2º Princípio: Corpo Etérico (Linga Sharira); 3º Princípio: Prana (Energia Vital) – Corpo Astral; 4º Princípio Kama Rupa (Energia do Desejo) Corpo Mental.

 

Os Três Princípios Superiores do ser-humano-aí-no-mundo: 1º Princípio: Manas (Energia do Pensamento) Corpo Causal ou Egóico; 2º Princípio: Buddhi (Energia do Amor) Veículo Búdico; e 3º Princípio: Atma (Princípio Sintético) Envoltura Átmica.

 

 

Sete Princípios
( Na verdade, existem 6, não 7 Princípios!)

 

 

Planeta Sintetizador Final: o Sol —› 7 + 2 + 1 = 10.

 

O Grande Homem Celestial possui 10 Centros. Um Logos Planetário possui 10 Centros.

 

No ser-humano-aí-no-mundo, o Centro Coronário constitui o sintetizador final.

 

Como um todo, os Sete Homens Celestiais constituem o Logos, o Grande Homem Celestial.

 

A evolução subjetiva é a principal empresa do Logos, de um Logos Planetário e do ser-humano-aí-no-mundo. O Amor será o resultado do processo evolutivo.

 

 

Resultado do Proceso Evolutivo

 

 

Assim como a objetividade é dual vida-forma – da mesma maneira o é a subjetividade mente-amor e a fusão de ambos produz a consciência.

 

 

 

Continua...


 

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Notas:

1. A palavra Chohan significa Senhor. Maha-Chohan = Grande Senhor, Grande Mestre. Em certa ocasião, um dos Instrutores de Helena Petrovna Blavatsky qualificou-O como A Rocha das Idades. Em outro momento, referiu-se ao Chohan como Aquele Para Quem o Futuro é Como uma Página aberta. Em uma carta-profecia, o Maha-Chohan deixou registrado: A doutrina que promulgamos, por ser a única verdadeira, apoiada em provas como as que estamos a oferecer, deverá triunfar, afinal, como qualquer outra verdade. Contudo, é absolutamente necessário incuti-la gradualmente, colocando em prática suas teorias, fatos inquestionáveis para aqueles que sabem, com inferências diretas deduzidas das — e corroboradas pelas — evidências fornecidas pelas modernas Ciências Exatas. Esta é a razão pela qual o Coronel H.S.O. [Henry Steel Olcott (Orange, Nova Jersey, Estados Unidos, 2 de agosto de 1832 – Adyar, Madras, Índia, 17 de fevereiro de 1907)], que trabalha apenas para reviver o Buddhismo, pode ser visto como alguém que se esforça na verdadeira Senda da Teosofia, muito mais do que qualquer outra pessoa que escolha como meta a gratificação de suas próprias e ardentes aspirações ao conhecimento oculto. Despojado de suas superstições, o Buddhismo é Verdade Eterna, e aquele que se esforça por encontrar esta última está buscando a Theo-Sophia, Sabedoria Divina, que é um sinônimo da Verdade. Para que nossas doutrinas ajam de forma prática sobre o assim chamado código moral ou as idéias de retidão, pureza, auto-esquecimento, caridade etc., temos de popularizar o conhecimento da Teosofia. O que caracteriza o verdadeiro teosofista não é o objetivo individual e determinado de obter para si mesmo o Nirvana (culminação de todo Conhecimento e Sabedoria Absoluta) — o que, afinal, é apenas um sublime e glorioso egoísmo — mas, a dedicação à busca com auto-sacrifício do melhor meio para levar nosso próximo ao caminho correto, beneficiando o maior número possível de nossos semelhantes. Os setores intelectualizados da Humanidade parecem estar se dividindo rapidamente em dois grupos. Um se prepara inconscientemente para longos períodos de aniquilação temporária, ou estados de não-consciência, devido ao abandono deliberado de seu intelecto, e aprisionamento nas estreitas trilhas do fanatismo religioso e da superstição, processo que inevitavelmente conduz à total deformação do princípio intelectual; o outro se entrega desenfreadamente a seus impulsos animais, com a intenção deliberada de se submeter à aniquilação pura e simples em caso de fracasso, e a milênios de degradação após a dissolução física. Estas “classes intelectuais”, agindo sobre as massas ignorantes que elas atraem, e que as vêem como nobres e dignos exemplos a seguir, rebaixam e degradam moralmente aqueles que deveriam proteger e orientar. Entre a superstição degradante e o ainda mais degradante e brutal materialismo, a pomba branca da verdade dificilmente encontra um lugar onde possa descansar seus pés desprezados e exaustos. Já é tempo de a Teosofia entrar em cena; os filhos dos teosofistas serão mais provavelmente teosofistas, em seu tempo, do que qualquer outra coisa. Nenhum mensageiro da verdade e nenhum profeta jamais conquistaram, durante seu tempo de vida, um completo triunfo, nem mesmo Buddha. A Sociedade Teosófica foi escolhida como a pedra fundamental, o alicerce da religião futura da Humanidade. Para alcançar o objetivo proposto, foi determinado que houvesse uma convivência maior, mais sábia e, especialmente, mais benevolente do superior com o inferior, do Alfa e do Ômega da sociedade. A raça branca deve ser a primeira a estender a mão da fraternidade aos povos de cor escura e a chamar de irmão o pobre negro desprezado. Esta perspectiva pode não agradar a todos, mas, não é teosofista aquele que se opõe a este princípio. Em vista do sempre crescente triunfo e, ao mesmo tempo, do mau uso do livre-pensamento e da liberdade (o reino universal de Satã, como o chamaria Éliphas Lèvi), como poderia o instinto combativo natural do homem ser impedido de infligir crueldades e atrocidades, tirania, injustiça etc., até hoje inimagináveis, se não através da tranqüilizadora influência de uma fraternidade e da aplicação prática das doutrinas esotéricas de Buddha? Pois, como todos sabem, a libertação total da autoridade do poder único ou lei que a tudo impregna, chamada de Deus pelos padres — Buddha, Sabedoria Divina e Illuminação ou Teosofia pelos filósofos de todas as épocas — significa também a emancipação, no mesmo sentido, da lei humana. As doutrinas fundamentais de todas as religiões se comprovarão idênticas em seu significado esotérico, uma vez que sejam desagrilhoadas e libertadas do peso morto representado pelas interpretações dogmáticas, dos nomes pessoais, das concepções antropomórficas e dos sacerdotes assalariados. Osíris, Krishna, Buddha e Cristo serão apresentados como nomes diferentes de uma mesma Estrada Real para a Bem-aventurança final, o Nirvana. O Cristianismo místico, isto é, aquele Cristianismo que ensina a autolibertação através do nosso próprio Sétimo Princípio — o Para-Atma (Augoeides) libertado, chamado por alguns de Cristo, por outros, de Buddha, e equivalente à regeneração ou renascimento em espírito — será visto como exatamente a mesma verdade do Nirvana do Buddhismo. Todos nós temos de nos livrar de nosso próprio Ego, o ser ilusório e aparente, a fim de reconhecer nosso verdadeiro ser em uma vida divina transcendental. Mas, se não formos egoístas, deveremos nos esforçar e fazer com que outras pessoas vejam esta verdade, e reconheçam a realidade deste Ser Transcendental, o Buddha, o Cristo ou o Deus de cada pregador. Esta é a razão por que mesmo o Buddhismo Exotérico é o caminho mais seguro para conduzir os homens em direção à única verdade esotérica. Do modo como se encontra o mundo agora, seja cristão, seja muçulmano, seja pagão, a justiça é desconsiderada, enquanto a honra e a piedade são atiradas ao vento. Em uma palavra, vendo que os objetivos principais da Sociedade Teosófica são mal interpretados por aqueles mais interessados em nos ajudar pessoalmente, como iremos lidar com o restante da Humanidade, em meio à maldição conhecida como “luta pela vida”, que é a real e mais prolífica causa da maioria das desgraças, das tristezas e de todos os crimes? Por que esta luta teve que se tornar o esquema quase universal do Universo? Nós respondemos: porque nenhuma religião, com exceção do Buddhismo, ensinou até agora um desapego prático por essa vida mundana, enquanto cada uma delas — sempre com aquela única e solitária exceção — através de seus infernos e danações, inculcou o maior pavor em relação à morte. Por isto, nós encontramos, de fato, esta luta pela vida imperando mais violentamente nos países cristãos, prevalecendo especialmente na Europa e na América. Ela é mais fraca nas terras pagãs, e, praticamente, desconhecida entre as populações Buddhistas. (Na China, durante um período de fome, onde as massas são mais ignorantes em relação a sua própria religião ou a qualquer outra, foi notável o fato de que aquelas mães que devoraram seus filhos pertencessem às localidades onde se encontrava a maior quantidade de missionários cristãos; onde não havia nenhum deles e apenas os bonzos possuíam a terra, a população morria com o máximo de indiferença). Ensine-se ao povo a ver que a vida nesta Terra, mesmo a mais feliz, é apenas um fardo e uma ilusão, que apenas o nosso próprio karma, a causa que produz um efeito, é nosso próprio juiz — nosso salvador em vidas futuras — e, em breve, a grande luta pela vida perderá sua intensidade. Não há penitenciárias nas terras Buddhistas, e o crime é praticamente desconhecido entre os Buddhistas no Tibete. (O que foi dito acima não é dirigido a você, ou seja, A.P.S. [Alfred Percy Sinnett (18 de janeiro de 1840 – 26 de junho de 1921)], e nada tem a ver com o trabalho da Sociedade Eclética de Simla; pretende, apenas, dar uma resposta à impressão equivocada do Sr. Hume [David Hume (Edimburgo, 26 de abril de 1711 – Edimburgo, 25 de agosto de 1776)] a respeito do “Trabalho do Ceilão” como não sendo Teosofia). O mundo em geral, e especialmente a cristandade, abandonado por dois mil anos ao regime de um Deus pessoal, bem como a seus sistemas políticos e sociais baseados nesta idéia, provou agora ser um fracasso. Se os teosofistas dizem “nada temos com tudo isso; as classes mais baixas e as raças inferiores (aquelas da Índia, por exemplo, na concepção dos britânicos) não são motivo de preocupação para nós e devem se arranjar como podem”, o que acontece com nossas belas declarações sobre benevolência, filantropia, reforma etc.? Serão tais declarações falsas? E se forem falsas, poderá a nossa senda ser a verdadeira? Não deveríamos nos dedicar a ensinar a alguns poucos europeus, que vivem na abundância — muitos deles carregados com as dádivas de uma fortuna imerecida — a explicação racional dos fenômenos de campainhas soando no ar, da materialização de xícaras, do telefone espiritual e da formação do corpo astral, e deixar os numerosos milhões de ignorantes, de pobres e desprezados, humildes e oprimidos, tomar conta de si mesmos e de sua vida futura da melhor forma que puderem? Nunca! Antes, pereça a Sociedade Teosófica, com os seus dois infelizes fundadores, do que permitirmos que ela se transforme em mera academia de magia, um centro de ocultismo. Que nós, os devotados seguidores daquele espírito encarnado do absoluto auto-sacrifício, da filantropia, da divina benevolência, assim como de todas as mais elevadas virtudes que se pode alcançar nesta terra de tristeza — o homem dos homens, Gautama Buddha — permitíssemos, em algum momento, à Sociedade Teosófica representar a corporificação do egoísmo, o refúgio dos poucos que jamais pensam nos muitos, é uma estranha idéia, meus irmãos. Entre os poucos vislumbres obtidos pelos europeus acerca do Tibete e da sua hierarquia mística de “Lamas Perfeitos”, há um que foi corretamente compreendido e descrito. “A encarnação do Bodhisattva, Padma Pani ou Avalokitesvara e Tsong-ka-pa e a de Amitabha, que renunciavam, na sua morte, à obtenção do Budado — ou seja, o Summum Bonum da Bem-aventurança e da felicidade pessoal individual — de forma a nascerem mais e mais vezes em benefício da Humanidade”. Em outras palavras, que deveriam ser submetidos reiteradamente à miséria, ao aprisionamento da carne e a todas as tristezas da vida, para que, através deste auto-sacrifício, repetido através de longos e monótonos séculos, pudessem se tornar os meios de assegurar a salvação e a bem-aventurança futura para um punhado de homens escolhidos entre uma das muitas raças da Humanidade. E é de nós, os humildes discípulos destes Lamas Perfeitos, que se espera aprovação para que a Sociedade Teosófica abandone seu nobre título de Fraternidade da Humanidade e se torne uma simples escola de Psicologia. Não, não, bons irmãos, vocês já estão equivocados há demasiado tempo. Vamos nos entender bem. Aquele que não se sente competente o bastante para compreender suficientemente a Nobre Idéia, para trabalhar por ela, não necessita assumir uma tarefa que é muito pesada para ele. Mas, dificilmente haverá um teosofista em toda a Sociedade que não possa auxiliá-la eficientemente através da correção das impressões errôneas dos de fora, quando não ajudar realmente através da propagação desta Idéia. Ah!, o homem nobre e altruísta que nos auxiliar efetivamente, na Índia, nesta divina tarefa! Todo o nosso conhecimento, passado e presente, não seria suficiente para recompensá-lo. Tendo explicado nossos pontos de vista e aspirações, tenho apenas mais umas poucas palavras a acrescentar. Para serem verdadeiras, a religião e a filosofia têm de oferecer a solução de todos os problemas. Que o mundo esteja moralmente em tão má condição é uma evidência conclusiva de que nenhuma de suas religiões e filosofias, aquelas das raças civilizadas menos do que quaisquer outras, jamais possuíram a verdade. As explanações corretas e lógicas sobre os problemas dos grandes princípios duais — certo e errado, bem e mal, liberdade e despotismo, dor e prazer, egoísmo e altruísmo — são tão impossíveis para elas agora como eram há 1881 anos atrás. Elas estão tão longe da solução quanto sempre estiveram; mas, deve haver, em algum lugar, uma solução consistente para estes problemas e, se nossas doutrinas provarem sua competência em oferecê-la, então, o mundo será o primeiro a confessar que esta deve ser a verdadeira filosofia, a verdadeira religião, a verdadeira luz, a qual dá a verdade e nada mais do que a verdade.

2. Como explica o físico teórico e cosmólogo britânico Stephen William Hawking (Oxford, 8 de janeiro de 1942), para que o Universo exista, três condições devem existir e concorrer: matéria (massa), energia e espaço, muito espaço. Mas, segundo o físico teórico alemão Albert Einstein (Ulm, 14 de março de 1879 – Princeton, 18 de abril de 1955), matéria é massa, e massa e energia são equivalentes, apresentando a justificativa da coisa na sua famosa Equação da Relatividade Especial –› E = mc2. O problema da dualidade pode ser visto de duas maneiras: 1ª) massa/energia; e 2ª) esta energia universal, que caracteriza a manifestação das coisas, é positiva, de tal forma que é necessário que haja uma energia negativa que, digamos assim, a contrabalance, e permita que a soma das duas seja igual a zero (equilíbrio universal), e esta energia negativa é o espaço ilimitado. Isto é fácil de se compreender. Imagine um deserto cheio de areia. Se cavarmos um buraco na areia do deserto, e se fizermos um monte com a areia retirada do buraco, o monte de areia representará a energia positiva e o buraco a energia negativa, e não poderá haver mais areia no monte do que a que foi retirada do buraco, e vice-versa. Monte = Positivo. Buraco = Negativo. Energia Positiva + Energia Negativa = Zero (Equilíbrio). Monte + Buraco = Zero (Equilíbrio). Simples assim. Talvez, a única coisa incompatível no entendimento de Stephen Hawking e dos físicos contemporâneos seja a admissibilidade de que o surgimento inicial do Universo tenha se dado a partir de uma singularidade infinitesimal – o Big Bang (Grande Explosão) – de tal sorte que este evento extraordinário e irrepetível, que teria presumidamente acontecido entre 13,3 e 13,9 bilhões de anos, permitiu que a coisa toda tenha surgido do nada (que boiava em um inexistente espaço-tempo), e que, hoje, seja do jeito que é, e que, amanhã, virá a ser de um jeito tal, que nem sequer sonhando pode(re)mos conjecturar. Valha-nos São Huge Bang! Já comentei tanto esta quimera grotesca, que, nesta oportunidade, apresentarei apenas uma nova refutação ao Bang Big: aceitando-se hipoteticamente a existência do nada – para os cientistas contemporâneos, pai-mãe ou meio de cultura do tudo – o que teria criado o nada? Quem pariu o nada? O Mago Merlin? A Bruxa Alcéia em um conciliábulo com a Bruxa Meméia? Por outro lado, justificar religiosamente isto pela vontade de um deus solitário, criado à imagem e semelhança do ser-humano-aí-no-mundo, é o primarismo que precisa ser ultrapassado; mas, admitir que a coisa resultou de um Big Bang é a fantasia científica que precisa ser desfantasiada. O princípio regularizador que admite que toda causa produz um efeito, que todo efeito deriva de uma causa e que não há efeito sem causa é uma Lei Universal, e nada tem a ver com quaisquer dos zilhões de deuses criados pelos seres-humanos-aí-no-mundo.

 

 

 



 

3. Os valores arqueométricos externos das letras da Frase Místico–Gnóstica AHIH ASheR AHIH (Eu–Sou-o-que-Eu–Sou) são:

A (ALeF) = 1

H (HE) = 5

I (IOD) = 10

Sh (ShIN) = 300

R (RESh) = 200.

Numericamente, isto significa:

AHIH = (1 + 5 + 10 + 5) e ASheR = (1 + 300 + 200).

Logo, AHIH ASheR AHIH, numericamente, vale:

(1 + 5 + 10 + 5) + (1 + 300 + 200) + (1 + 5 + 10 + 5).

(21) + (501) + (21) = 543.

543 = Verso [Face].

345 = Reverso.

Verso + Reverso = 543 + 345 = 888 (Valor Gnóstico do Nome do Cristo em grego).

IESOUS = 888 + [(Iota = 10) + (Eta = 8) + (Sigma = 200) + (Omicron = 70) + (Upsilon = 400) + (Sigma = 200)].

Entretanto, por adição teosófica, 888 = 8 + 8 + 8 = 24; e por redução, 24 = 2 + 4 = 6. Logo, 888 6.

Agora, considerando que o número 6 é o Valor Secreto de 3 (1 + 2 + 3), aproximadamente, pode ser inferido que Três está em Um (ALeF*) e que Um (ALeF) está em Três. Aproximadamente porque, em realidade, não–panteisticamente, tanto quanto os Treze são Um, tudo é Um. As partes ou os fragmentos são ilusões dos sentidos.

* Os componentes da letra ALeF são: A (ALeF) = 1, L (LaMeD) = 30 e F (PhE) = 80. Assim, esta letra arqueométrica, tomando-se por base o seu Valor Externo, tem os seguintes valores numéricos:

Valor Externo = 1;

Valor Pleno = 1 + 30 + 80 = 111 [que por adição é igual a 3 (1 + 1 + 1)];

Valor Oculto = Valor Pleno – Valor Externo = 111 – 1 = 110;

Valor AThBaSh = 400 [que é exatamente o Valor Externo da letra arqueométrica Th (TaV)].

E assim, não erraremos se dissermos ou escrevermos que ALeF está em ALeF, ALeF está em tudo e tudo está em ALeF. Ou seja, tudo está em tudo. Não–panteisticamente.

Uma curiosidade teosófica é que o Valor Secreto de 6 é 21, que se reduz a 3.

(1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6) = 21.

Em termos teosóficos, 21 = 2 + 1 = 3.

Então, também não erraremos se dissermos ou escrevermos que:

888 6 3 1

É interessante observar, ainda, que 543 ( 345) nada mais é do que um Triângulo Retângulo!

 

 

 

4. Em certos casos, poder-se-ia pensar até em algo do tipo antianalógico. Um exemplo disto é o fato de que, objetivamente, tudo em nosso sistema costuma ter começo, meio e fim. Fundamentar e comparar isto com o Universo é um erro (antianalogia); daí o absurdo do Big Bang. O Universo, ainda que se manifeste em ciclos manvantáricos e praláycos, de atividade e de inatividade, de vigilância e de dormência, de expiração e de inspiração, nunca foi bigbangueado nem poderá ser bigcrunchado. Para o Ser nunca houve começo – explica o Mestre Alden (Dr. Harvey Spencer Lewis, Ph. D., FRC) – porque o Nada não pode dar origem a alguma coisa, tanto quanto, por ser inexistente, o Nada não pode ser o sepulcro de coisa nenhuma.

5. Na realidade, em qualquer Nível, Plano, Dimensão, Universo-ilha etc., o processo evolutivo (reintegrador) acontece por fusões sucessivas de polaridades distintas (menor Compreensão + maior Compreensão). De fusão em fusão, de síntese em síntese, de Iniciação em Iniciação, progressiva e ascensionalmente, vai aumentando a Compreensibilidade Libertadora. E este processo é ilimitado.

 

 

 

 

6. Por isto, considero o vocábulo reintegração mais acordemente harmonioso com os fatos observados do que evolução, ainda que uma autoconsciência perfeita, referida por Alice Bailey, jamais possa ser alcançada (a autoconsciência sempre será relativa). Evolução pressupõe que algo vá ou que evolua de A para B, e, no Universo não há nem A nem B. Já reintegração presume a possibilidade de expansão-ampliamento consciente de algo que era em Aquilo que sempre foi, é e será. Mais uma vez volto à questão da Teoria absurda Big Bang, que conjectura que o Universo nasceu de uma singularidade infinitesimal e está caminhando catastroficamente para um incongruente Big Crunch. Ora, se o Universo não evolui de coisa alguma para nenhuma coisa, como poderia ter havido um começo? Como poderá haver um fim apocalíptico? O Ser sempre foi o que é, e será o que é e o que sempre foi. Meter uma criação-epílogo a partir de um nada-retorno-ao-nada e um deus onipotente no meio disto é uma puerilidade. Quer brincar? Brinque direito! É por isto – e só por isto – que todas as religiões e todos os milhares de deuses criados pelos seres-humanos-aí-no-mundo tendem a se dissolver no tempo (que não é Tempo). Só por isto significa que a ascensão da consciência é incompatível com qualquer tipo de status quo per se. Status quo per se coisificação.

 

 

Universo Ilimitado Autoconsciência Ilimitada

 

 

7. Mas, por favor, não se preocupem nem se atarantem: isto é incomum. Geralmente, só acontece quando o binômio egoísmo-vaidade não foi definitivamente superado e dominado. Seja como for, só deixaremos de ser gente –› para nos tornarmos Gente, se e quando o egoísmo e a vaidade forem integralmente abolidos da nossa consciência. Um parêntesis excrementício: você já reparou que todos os egoístas-avarentos e todos os vaidosos metidos a besta fedem à merda podre? Onde eles estão, o ambiente é merda pútrida pura. Dá engulhos e até vontade de vomitar, porque não dá para parar de respirar! Arre!

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.f-lohmueller.de/

http://bennettes.schools.pwcs.edu/

http://jcrnoticiasonline.wordpress.com/2011/11/
08/deus-criou-o-universo/comment-page-1/

http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=745

http://www.sanctusgermanus.net/
ebooks/tratado_sobre_fuego_cosmico.pdf

 

 

Música de fundo:

Love Is a Many-Splendored Thing
Composição: Sammy Fain (música) & Paul Francis Webster (letra)

 

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