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Notas:
1. A
Síndrome de Tourette – termo concebido em 1885 pelo neurologista
francês Georges Albert Brutus Édouard Gilles de la Tourette
(1857 – 1904) – é uma desordem neurológica ou
neuroquímica caracterizada por tiques involuntários, reações
rápidas, movimentos repentinos (espasmos) ou vocalizações
que ocorrem repetidamente da mesma maneira. Estima-se que uma pessoa em
cada grupo de 100 sofra de uma forma moderada da Síndrome. Esses
tiques motores e vocais mudam constantemente de intensidade, e não
existem duas pessoas no mundo que apresentem os mesmos sintomas. A maioria
das pessoas afetadas é do sexo masculino. O início da Síndrome,
geralmente, se manifesta na infância ou na juventude, eventualmente
atingindo estágios classificados como crônicos. Entretanto,
no decorrer da vida adulta, freqüentemente, os sintomas vão
aos poucos se amenizando e diminuindo. Mesmo assim, até hoje, ainda
não foi encontrada uma cura para esta Síndrome. Há
tratamentos médicos para suavizar os sintomas da Síndrome,
porém o consenso entre os profissionais da área é que
os tratamentos precisam ser individualizados por causa das sempre presentes
conseqüências adversas e colaterais da aplicação
dos medicamentos. Os referidos tiques são movimentos bruscos involuntários
que podem se manifestar em qualquer parte ou conjunto de partes do corpo
(barriga, nádegas, pernas, braços etc.), mas tipicamente ocorrem
no rosto e na cabeça. No rosto, particularmente, em forma de caretas
repetidas; na cabeça como um todo, em forma de movimentos bruscos,
repetidos, de lado-a-lado etc. Um aspecto que merece ênfase ao se
tentar explicar ou compreender esta Síndrome é que os sintomas
ocorrem involuntariamente. Raramente uma pessoa que sofre da Síndrome
de Tourette consegue controlar um mínimo de seus tiques. Assim como
o ser humano não consegue viver por muito tempo com os olhos abertos,
pois seu corpo reage de forma natural, inconsciente, para que seus olhos
pisquem, desta mesma forma se manifestam os sintomas da Síndrome
de Tourette no indivíduo por ela afetado. Infelizmente, a reação
de muitas pessoas desinformadas perante manifestações da Síndrome
de Tourette é de fobia ao diferente ou de ridicularização
daquele que padece desta doença. Ainda mais, às vezes, a reação
é de repreensão. Isto ocorre especialmente quando a pessoa
afetada por esta Síndrome manifesta sintomas de coprolalia. A coprolalia
enquadra aqueles indivíduos que, além de outros sintomas de
Tourette, se vêem obrigados a repetir palavras obscenas e/ou insultos.
Como explica Ana Gabriela Hounie, há
sempre um som vocálico associado ao tique motor. Fungar ou fazer
barulho com a garganta são exemplos de tiques vocais simples. Os
complexos são mais elaborados. É a repetição
de sílabas ou palavras e, em 30% dos casos, a repetição
de palavrões.
Obviamente, as conseqüências deste tipo de comportamento geralmente
se traduzem em diferentes graus de desvantagens no âmbito social.
Algumas
vezes, estes comportamentos (particularmente os surtos vocais involuntários
repletos movimentos espasmódicos e de obscenidades) chegam a ser
tratados como obsessões demoníacas ou interferências
indesejáveis de espíritos encarnados ou desencarnados. O mais
triste de tudo isto é que alguns religiosos filhos-da-puta,
em latitude e em longitude, enchem a panturra de dinheiro com sessões
de exorcismos e de desobsessões, nas quais, no limite, os portadores
desta Síndrome podem até morrer. Entretanto, para o Espiritismo,
não há demônios, espíritos dedicados eternamente
ao mal, tendo todos sido criados em igual condição pelo próprio
homem, simples e ignorantes, e estando todos em graus diferentes de evolução.
Na concepção espírita, portanto, o tratamento espiritual
engloba o tratamento das duas partes envolvidas no processo: o obsedado
e o obsessor. Apesar de ter suas raízes históricas nos trabalhos
de exorcismo, no qual o procedimento religioso visa a pura expulsão
de demônios, na desobsessão não é objetivado
o afastamento puro e simples do obsessor, pois é admitido
que isto nenhum efeito duradouro possua, sendo necessário conscientizar
(esclarecer) tanto o encarnado obsedado como o espírito desencarnado
obsessor. Parte importante do tratamento de desobsessão consiste
da reforma íntima do obsedado e daqueles que lhe são próximos,
sendo todos instados a rever seus conceitos de vida, seus hábitos
e seus valores morais.
Nota
editada das fontes:
http://pt.wikipedia.org/
wiki/Desobsess%C3%A3o
http://drauziovarella.ig.com.br/
entrevistas/tiques2.asp
http://saude.hsw.uol.com.br/
tourette.htm
http://pt.wikipedia.org/
wiki/S%C3%ADndrome_de_Tourette
2. Ainda
dá para pensar em fi-lo
porque não qui-lo
e em não
fi-lo porque qui-lo.
Contudo, salvo melhor juízo, penso que não haja licença
poética que justifique qualquer uma destas esdrúxulas construções
lingüísticas ou literárias; estão todas quadraticamente
erradas. A partícula porque, no caso, funciona como uma conjunção
subordinativa causal, e, como tal, exerce força atrativa sobre o
pronome oblíquo. Desta forma o emprego da próclise é
obrigatório.
Sobre
a expressão fi-lo porque
qui-lo,
Washington Novaes relata: Jânio Quadros, quando presidente, era fascinado
pelo Otto Lara Resende e queria levá-lo a qualquer custo para Brasília.
Otto resistia sempre. Mas foi lá que ele testemunhou o episódio
que entrou para a história, quando Jânio, certo dia, perguntado
por que tomara determinada posição, teria respondido: —
Fi-lo porque qui-lo.*
Otto, que estava no gabinete presidencial, contava a versão correta.
Ele mesmo perguntara ao presidente por que fizera algo. Jânio, com
seu modo peculiar, começou a responder: — Fi-lo
porque…
Silêncio. — Fi-lo
porque...
E novo silêncio. Jânio, então, levantou-se da cadeira,
foi até a janela, mão no queixo, olhar perdido na Praça
dos Três Poderes, e completou: —
Fi-lo porque… Fi-lo… Fi-lo… Puta que o pariu! Que coisa
estranha é a língua portuguesa!
*
O jocoso episódio, segundo Sérgio Cruz Lima, deriva
do diálogo entre o então Ministro da Educação
e Cultura Brígido Tinoco e Jânio Quadros, sobre certas mudanças
que o Presidente determinara:
—
Presidente, permita-me dizer-lhe
que discordo dessa solução. A meu ver, é um ato equivocado.
Fê-lo por quê?
—
Ágil, Jânio responde-lhe: Fi-lo
por razões que me pareceram relevantes. Primeiro, fi-lo porque estou
convencido de que é a melhor solução. Segundo, porque
o Brasil tem pressa. Terceiro, fi-lo porque sou o Presidente. Por fim, Senhor
Ministro, fi-lo porque qui-lo.
Epílogo:
ou é fi-lo porque o quis, ou é fi-lo porque quis.
Melhor
e sem esnobação: fiz porque quis.
3. Aqui,
forcei um pouco a barra. Não há mais honesto ou menos honesto;
há apenas honestidade e honestos e desonestidade e desonestos. Nesta
matéria, meio-termo é sinônimo de desonestidade. Isto
é meio que mais ou menos como a Justiça. Não existe
essa coisa de Justiça isto, Justiça aquilo, Justiça
esta, Justiça aquela etc. Só há uma e uma só
Justiça. Justiça é Justiça. Como dizia Aristóteles,
Justiça denota, ao mesmo tempo, legalidade e eqüidade. Assim,
justo é tanto aquele que cumpre a lei (Justiça em sentido
universal) quanto aquele que realiza a eqüidade (Justiça em
sentido estrito). A Justiça implica, também, em alteridade,
isto é, situação, estado ou qualidade que se constitui
através de relações de contraste, de distinção
e de diferença. Uma vez que a Justiça equivale à eqüidade,
e que eqüidade é um conceito relacional, é impossível,
segundo Aristóteles e Santo Tomás de Aquino, praticar uma
injustiça contra si mesmo. Apenas em sentido metafórico poderíamos
falar em injustiça contra si, mas, neste caso, o termo injustiça
pode mais adequadamente ser substituído por um outro vício
do caráter, como, por exemplo, a filhodaputice mau-caratista
de exorcizar criminosamente pessoas portadoras da Síndrome de Tourette
como se estivessem cheias de demônios, porque tudo de mal ou de injusto
que se faz ao outro é feito – primeiro
– contra si. Precisamos compreender, repito mais uma vez, que não
há, propriamente, o ser singular e o outro; todos os seres singulares
e todos os outros são, desde sempre e para sempre, um no seio do
Todo-Sempre-Um. A Síndrome de Tourette do outro é
de todos nós! Se você, um dia, se defrontar com uma pessoa
que padeça deste mal e quiser fazer uma coisinha, olhe fixamente
para o centro da cabeça dela e emita, suavemente e em silêncio,
um pensamento harmonizador e curativo. Se souber fazer algo mais efetivo,
faça. Isto vale para qualquer coisa e para tudo. A redundância
foi enfaticamente consciente.
Páginas
da Internet consultadas:
http://www.diariopopular.com.br/
17_09_06/artigo.html
http://pt.wikipedia.org/
wiki/Desobsess%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/
wiki/Justi%C3%A7a
http://ogargantadefogo.org/
2008/01/04/saudade-dos-mineiros/
http://www.bergoiata.org/
gif/page65.htm
Fundo
musical:
Prism
Fonte:
http://br.geocities.com/mimifantasy01/midi.htm