O pensamento não pode conceber nem formular para si concertadamente a natureza do espaço. Tudo o que o pensamento formular estará encerrado entre seus próprios limites. Não é nesse espaço – pensado e limitado – que ingressa a Meditação. O pensamento tem sempre um horizonte. A mente que medita não tem horizonte algum. A mente não pode passar do limitado ao ilimitado nem pode transformar o limitado em ilimitado. Um tem de deixar de existir para que o outro possa existir. É com a Verdadeira Meditação que se abre a Porta para uma vastidão que não pode ser descoberta pelo imaginar e pelo especular, [pelo almejar e pelo delirar]. O pensamento é o centro em torno do qual existe o espaço da idéia, e esse espaço pode ser dilatado por ulteriores idéias. Mas, esta expansão provocada por qualquer forma de estímulo não é a Vastidão-na-qual-nenhum-centro-existe. A Meditação nos faz compreender a inexistência deste centro e, conseqüentemente, transcendê-lo. O Silêncio e a Vastidão se acompanham – [são Um]. A Imensidão do Silêncio é a imensidão da mente em que não existe centro algum. A percepção deste Espaço e deste Silêncio não é possível ao pensamento [que pensa]. O pensamento só pode perceber sua própria projeção, e o reconhecimento é o limite do pensamento. [In: A Outra Margem do Caminho, de autoria de Jiddu Krishnamurti.]
— Pensei... Imaginei... Especulei...
E só me confundi.
Um Dia, de tanto sonhar deixei...
E, aí, eu entendi.
— Entendi que não há outrora nem futuro
– o tempo é inexistente.
Entendi que eu era o edificador do muro
– o que me tornava doente.
— Entendi que não há em cima nem embaixo
– o espaço é uma irrealidade.
Entendi que não há o-que-é-meu e o-que-é-seu
– a coisa possuída é só idealidade.
— Entendi que não há dois nem muitos
– o Uni(multiverso) é UM.
Entendi que não pode haver fortuitos,
e que fora não há nenhum.
Uni(multi)verso
— Entendi que qualquer dogmaticidade
tem ressaibo de dominação.
Entendi que toda e qualquer crueldade
sempre é filha da miralusão.
— Entendi que uma desgraça humana
é a imitação antiética.
Entendi que outra desgraça humana
é a ajoelhação hipotética.
— Entendi que uma perdição humana
é a bocetinha da Dona Baratinha.
Entendi que outra perdição humana
é dar uma cafungada na farinha.
Cafungada na Farinha
— Entendi que uma podridão humana
é fabricar bomba e foguete.
Entendi que outra podridão humana
é de um déspota ser joguete.
— Entendi que uma covardia humana
é optar pela neutralidade.
Entendi que outra covardia humana
é não dominar a vontade.
— Entendi que somos os causadores
dos flagelos e das pandemias.
Entendi que somos os construtores
das desditas e das desalegrias.
— Entendi que somos os fazedores
das causas e das compensações.
Entendi que somos os motivadores
dos emperros e das retardações.
Retardação
— Entendi que os quadros dos museus
não manifestam a Beleza.
Entendi que todos os egos e todos os Eus
são a própria Natureza.
— Entendi que toda e qualquer tese
tem a sua antítese.
Entendi que toda e qualquer síntese
acaba virando uma tese.
— Entendi que nas palavras de um autor
só há verdades relativas.
Entendi que o Bem, o Belo, a Paz e o Amor
são categorias primitivas.
— Entendi que o Amor é inatingível
pelo tateio e pela visão.
Entendi que a Liberdade é inacessível
pela ausência de Compreensão.
— Entendi que celibato e voto de pobreza
são inúteis e voláteis.
Entendi que a hipocondria e a tristeza
são doenças umbráteis.
— Entendi que Austeridade é a integração
da nossa inteligência.
Entendi que qualquer tipo de volição
só conduz à decadência.
— Entendi que todas as ofensividades
só carreiam conflito e dolor.
Entendi que todas as separatividades
só geram feiúme e desamor.
— Entendi que tudo é condicionamento
e que dele somos prisioneiros.
Entendi que só pelo ego-abandonamento
reconheceremos os alvissareiros.
— Entendi que não leva a bulhufas
ficar esperando e fumando.
Entendi que também não leva a lhufas
ficar na burrica delirando.
— Entendi que somos Deuses 'in potentìa',
mas, seremos Deuses 'in actu'.
Entendi que o que hoje ainda é 'absentìa'
se tornará totalmente prontu.
Música de fundo:
Fumando Espero
Composição: Juan Viladomat Masanas (música) & Félix Garzo (letra)
Interpretação: Carlos di SarliFonte:
https://mp3oops.icu/download/
carlos-di-sarli-fumando-espero.html
Páginas da Internet consultadas:
https://giphy.com/explore/dog-cocaine
https://www.mercadolivre.com.br
https://pt.wikipedia.org/wiki/Disco_de_Newton
https://giphy.com/explore/too-late
https://giphy.com/gifs/house-yzpMIrPpE7Fks
https://gifer.com/en/gifs/thinking
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