Tales de Mileto e
Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Aparente Multiplicidade
Intrínseca Dualidade
Indecomponível Unidade

 

 

 

Todas as coisas

estão empapadas de deuses.1

Todas as coisas,

potencialmente, são deuses.

 

O Kosmos é ação;

a matéria é vivente e é Vida.

Tão-só um Coração

 

Não há dois. O Um

– desde sempre o mesmo –

 

O Kosmos-premium

é Unidade não-fragmentável,

inamputável, inacrescentável.3

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Afirmação de Tales de Mileto (624 – 548 a.C.) – o primeiro Filósofo ocidental de que se tem notícia, sendo apontado como um dos Sete Sábios da Grécia Antiga.

2. Mesmo + Outro = Um.

3. O apocalipse? Os sete selos e os quatro cavaleiros? Os quatro anjos e os 144 mil eleitos? As sete pragas? A besta? 666? O falso profeta? O juízo final? O armagedom? O fim do mundo? Como? Quando? Por quê? Ora bolas! Da forma abstrusíssima como as pessoas interpolam e interpretam todo este Simbolismo Místico-iniciático, a coisa só pode ter [dis]curso nas histórias da dona carocha, que tem a Bruxa Alcéia no papel principal. Por isto, que se acalmem os Corações! Misticamente, o que sempre houve e sempre haverá – in perpetuum Tempus – é o fim (conclusão) de uma era (ciclo) e o começo (estréia) de outra era (ciclo), semelhantemente às dualidades ir/vir, vida/transição, dia/noite, vigília/sono, saúde/doença etc. In perpetuum Tempus, a Natureza se renova(rá), se multiplica(rá), se transforma(rá), se adapta(rá), se reproduz(irá) e, ad semper, recomeça(rá) – inaugurando, por assim dizer, uma nova fase de desenvolvimento, em princípio, mais concertada (do que a anterior). O processo é simplesmente uma perpétua transmutação; o que sempre dói são as atrições. Antes de acreditarem em cataclismos produzidos por rancores divinos e de anunciarem catastrofismos sobrenaturais, há uma pergunta elementar que os religiosos deveriam pôr em questão: se Deus existe e criou todas as coisas – Natura Naturans (Deus) —› natura naturata (o mundo, as coisas criadas), segundo Baruch de Spinoza (1632 – 1677) – por que Ele haveria de as destruir? Se as destruísse a seu bel-prazer, fosse lá pelo motivo que fosse, Deus não seria menos do que um covardíssimo serial killer universal. Ora, o que nós, seres humanos, mais abominamos? Não é o assassinato? Caramba! Como é possível que alguns (ou muitos) religiosos podem admitir que Deus possa ser um assassino? Mesmo de aqueles que são considerados maus? Para mim, isto é tão absurdo quanto a existência de uma minholeta ou de uma borbonhoca. Por outro lado, não devemos esperar esperançando porque ninguém (ou alguém) aparecerá para nos salvar ou arrebatar em uma tarde ensolarada de primavera. Se salvação existe, ela depende(rá) só de nós, e só poderá prevalecer pelo nosso Trabalho e por nosso Mérito. Esperar por algum tipo de salvação operada por um intercessor é uma mistura de preguiça ilusória com ilusão preguiçosa. Quanto a mim, já disse e repito: eu não quero e não aceito ser salvo de nada por ninguém. Ou eu me (re)conciliarei comigo, com todos os seres e com o Universo ou nada feito. Ponto final; sem aminguamentos e sem acréscimos. Enfim, se todas as coisas estão empapadas de deuses e se são potencialmente deuses...

 

 

 

 

 

Música de fundo:

The Alamo - Green Leaves Of Summer
Composição: Dmitri Tiomkin
Interpretação: The Brothers Four

Fonte:

http://www.4shared.com/get/gfjSpCwd/
Brothers_Four_-_The_Alamo_-_Gr.html

 

Páginas da Internet consultadas:

http://benjaminboey.blogspot.com/

http://hxseven.deviantart.com/art/
Fractal-004-Color-circles-36625401