Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Não resolve absolutamente nada ficar

sentado tirando meleca,1

como também adianta pouco se enfurnar

em qualquer biblioteca.2

 

Muito menos tentar abreviar

possibilitará qualquer tipo de Illuminação.

É preciso Orar e Palmilhar

com muita calma e muita determinação.

 

O segredo é o meio-termo

para não se acabar enfermo

acreditando no impossível.

 

Há tempo de concretizar

e há tempo de esperar.3

Entretanto, tudo é possível!

 

 

 

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Notas:

1. Nariz não é melecódromo; e ninguém avança sentado tirando muco ressecado do nariz e fazendo bolinhas de meleca em série, uma atrás da outra... uma atrás da outra... uma atrás da outra... uma atrás da outra... uma atrás da outra... uma atrás da outra... uma atrás da outra...

2. Poderemos ler todos os livros do mundo, mas se o Coração estiver empedernido, o conhecimento adquirido só servirá para estimular a vaidade e inflar o ego.

3. Todas as coisas têm o seu tempo, e todas elas passam debaixo do céu segundo o tempo que a cada uma foi prescrito. Há tempo de nascer, e tempo de morrer. Há tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou. Há tempo de matar, e tempo de sarar. Há tempo de destruir, e tempo de edificar. Há tempo de chorar, e tempo de rir. Há tempo de se afligir, e tempo de dançar. Há tempo de espalhar pedras, e tempo de as ajuntar. Há tempo de dar abraços, e tempo de se afastar deles. Há tempo de adquirir, e tempo de perder. Há tempo de guardar, e tempo de lançar fora. Há tempo de rasgar, e tempo de coser. Há tempo de calar, e tempo de falar. Há tempo de amor, e tempo de ódio. Há tempo de guerra, e tempo de paz. (Livro do Eclesiastes, III, 1 a 8).

Uma curiosidade:

Hoje, 23 de janeiro de 2007, ao meio-dia e cinco, entrou um passarinho pela janela da sala onde está o meu computador, indo se empoleirar na estante de livros à minha esquerda. Conversei com ele, e ele, muito calmo e sem dar um pio, ficou um bom tempo me observando digitar. De repente, quando voltei a olhar para ele, ele havia desaparecido sem que eu percebesse. Eu gostaria que ele tivesse ficado um pouco mais. Nos doze anos em que moro neste apartamento, essa foi a primeira vez que entrou um passarinho pela janela. Mas como a janela fica sempre aberta...

Música de fundo:

Requiem in D minor: Kyrie Eleison (Wolfgang Amadeus Mozart)

Fonte:

http://www.angelfire.com/il2/sjsquared/classical.html