Orgulho pela manhã... Submissão à tarde... [Desespero à noite...] Por isto, para muitos, a vida é uma carga pesada. [In: Assim Falou Zaratustra: um Livro para Todos e para Ninguém (em alemão: Also Sprach Zarathustra: Ein Buch für Alle und Keinen), escrito entre 1883 e 1885 pelo filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta e compositor prussiano do século XIX Friedrich Wilhelm Nietzsche.]

 

Há sempre o seu quê de Loucura no Amor, mas, também, há sempre o seu quê de Razão na Loucura. [Ibidem.]

 

Muitos não têm confiança em si mesmos, e, por isto, não querem [nem sabem como] subir Às Alturas. [Ibidem.]

 

 

Os Himalaias, o Gato, o Abominável
e, sem mudar, tudinho como dantes,
aqui, nestas montanhas congelantes!

 

 

 

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, não desgrudam do passado.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, têm verdadeiro pavor do futuro.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, quanto mais terra-a-terra melhor.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, quanto mais prosaísmo melhor.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, tudo é um imutável deixa-pra-lá.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, não abrem a porta da prisão.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, se escondem da luz do Sol.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, todas as mentiras são verdades.

 

 

Por que mentes tanto assim, senhora?
Chega! Já foi demais!
V. Exª. deve ter uma alma abominadora,
que detesta edelvais!

Por que espetacularizar a monstruosidade?
Oh! Isto é degradante!
Por que alardear essa falaz deformidade?
Oh! Isto é infamante!

Mas, o povão brasileiro está atento,
e não chupa essas patranhas.
Não há como V. Exª. marcar tento,
com essas vis artimanhas.

O tempo esdrúxulo do falou tá falado
está já nos estertores.
A esdruxulice do mandou tá mandado
está trocando as cores.

 

 

 

 

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, desprezam quem se eleva.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, odeiam aqueles que voam.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, invejam sem saber o porquê.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, o hoje contradiz o ontem.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, repetecam, sem tentar mudar.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, imitam sem nunca encontrar.

 

 

Os imitadores que nunca encontram bulhufas!

 

 

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, têm medo do Silêncio.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, a Liberdade é um sonho irrealizável.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, o movimento é sempre horário.

 

 

O Manipura manda no corpo.
O corpo manda na alma.
A alma é escrava do corpo.
Sempre conflito sem calma.

E a vida escorre pelo ralo.
A ventura é só desventura.
Mas, um dia, canta o galo,
e começa a Grande Aventura.

Milênios haverão de passar...
Então... Nova oportunidade.
E a Roda... Começa a girar...
Quando terminará a Saudade?

E eu fico me perguntando:
por que tanto repeteco?
Sempre à espera do quando
e do Libertador Peteleco.

 

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, seguem os falsos profetas.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, crêem em demônios inexistentes.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, crêem em deuses inventados.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, nunca conheceram a

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, nunca conheceram a

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, nunca conheceram o

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, vivem sem aprender a

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, morrem sem ter aprendido a

 

 

 

— Oh, dia! Oh, céus! Oh, azar!
Eu não deveria ter me vacinado!
Eu sabia que não iria dar certo!
Ele estava com a razão! Não deu!