De
acordo com a Escola Samkhya
de Filosofia, na Índia, os Tattwas
são os métodos para se entender os Cinco Elementos Alquímicos
e a forma pela qual interagem, criando-se uma progressão lógica
para cada grau elemental.
O
Sistema Tattwa
original foi desenvolvido pelo indiano Maharshi Kapila como parte de sua
Filosofia Samkhya.
Isto foi mais ou menos em 700 a.C., mas as raízes da Filosofia Tattáwica
encontram-se, no mínimo, em 2.000 a.C. A Filosofia Samkhya
de Kapila divide o Universo em cinco formas Tattáwicas
básicas, que interagiram formando vinte e cinco Tattwas.
A
palavra Tattwa
é a junção de duas outras: Tat
(que significa Aquilo) e Twam
(que significa tu). Tattwa,
basicamente, significa tudo, aquilo que tu és, a verdadeira forma
de tudo. Tattwa
geralmente é traduzida como qualidade. Mas, Tat
representa Deus e Twam
o indivíduo, significando: Isto (que é o Universo) és
tu. Similar ao axioma Hermético O
que está em cima é como o que está embaixo,
se relaciona diretamente com o conceito de Macrocosmo (Tat,
Deus) e Microcosmo (Twam,
indivíduo).
As
escolas de Hatha
Yoga de Filosofia Tattáwica
ligam a energia da respiração (Prana)
com o ciclo dos cinco Tattwas.
O oitavo capítulo do Shivagama
é A Ciência
da Respiração e a Filosofia dos Tattwas, descrevendo
o Universo como criado nos Tattwas,
sendo instrumentalizado pelos Tattwas
e desaparecendo nos Tattwas.
Conhecendo os Tattwas,
se conhece a natureza do Universo.
Os
Tattwas
são as cinco modificações da Respiração
– Prana
– o Principio Vital do Universo (Macrocosmo) e do homem (microcosmo).
O Prana
é comum aos cinco Tattwas.
Este
estudo tem por finalidade apresentar para reflexão alguns fragmentos
da obra El Tatwametro
o las Vibraciones del Eter (em muitos casos editados, pois o
texto que consultei está em espanhol) de autoria de Henrich Arnold
Krumm-Heller (1876 – 1949), médico, ocultista e rosacruz de
origem alemã, mas que viveu muitos anos no México. Krumm-Heller
fundou a Fraternitas
Rosicruciana Antiqua (FRA) – uma tradicional Ordem Iniciática
Rosacruz que atua particularmente nos países de fala hispânica
e no Brasil.
Como
este estudo é superficialíssimo e se destina particularmente
a divulgar, para os que não conhecem, certos aspectos da Filosofia
Tattáwica,
se você estiver interessado em ler a obra integral de Krumm-Heller,
poderá lê-la ou baixá-la AQUI.
Fragmentos
Escolhidos
Os
Tattwas, segundo
os
hindus, são forças tanto misteriosas quanto potentes.
Tattwa
é vibração
do Éter – o grande suporte da Divindade.
O
que não se move não existe. A condição primordial
da matéria é, pois, o movimento vibratório. E assim,
tudo o que existe se move, e tudo o que se move vibra.
No
átomo reside a intimidade da Vida. Como disse o cientista mexicano
Alfonso Luis Herrera López (1868 – 1942), 'os átomos
viverão sempre,
com as suas vidas ardentes, flutuando de forma em forma, de congregação
em congregação, de mundo em mundo, de um centro de Luz a outro.'
Reencarnação
—›
eterno ciclo, in sæcula sæculorum, através da Vida Universal.
Cada
átomo é provido de uma alma, e o Éter Cósmico
está constituído de átomos. Para Alfonso
Luis Herrera López (1868 – 1942), 'o
Éter é a substância fundamental do Universo.'
O
éter é apenas o efeito; por trás dele há uma
força mais sutil.
Prana
é a força modeladora do Universo. Prana é movimento,
vibração, sensação de peso, luz, calor, eletricidade,
magnetismo etc., especialmente em sua forma primordial. Prana é a
vida do éter. Tomada do sânscrito, esta palavra pode ser traduzida
por energia absoluta. Sem Prana não poderia haver nada vivo em a
Natureza.
Prana
—›
Akasha —›
Éter —›
Tattwas.
Pirita
(FeS2)
Akasha
é uma modificação do Prana. Tudo o tem forma e aspecto
deve sua evolução ao Akasha, que, por influência do
Prana,
se converte em matéria.
Para
todas
as coisas do mundo,
é o invisível que
produz o
visível.
No
Universo, tudo é harmonia, e todas as formas são
moldes de sons ou de outras vibrações musicais. O éter
é, então, o meio eterno em que ressoa o coral maravilhoso
e solene
do Illimitatus (Ilimitado).
Em
a Natureza, persiste um constante e eterno se desfazer e se produzir.
Todo
homem que, em
absoluto, conseguir
dominar o Prana e, com ele, os Tattwas, será senhor de seu destino.
Para ele, não haverá doença, velhice, dor ou preocupação;
para
ele, todo
o sofrimento terreno já não mais existirá. Nenhum inimigo
terá poder sobre ele, e não haverá nada que ele ignore.1
Ele, que reconheceu o
Prana
e sabe lidar com
os Tattwas, sabe manejar todos os segredos mais íntimos
da Natureza. Só aquele que dominou os Tattwas
abriu seu Olho Interno e despertou aquele sentido, através do qual,
são entendidas as
relações íntimas do Universo. E assim, este homem renascido
poderá curar as doenças, desinfeccionar as feridas e aliviar
as dores do corpo e da alma. Estando a sua própria alma saudável
e em harmonia com o Universo, seu poder será uma bênção
para ele e para os outros. Todavia, infelizes aqueles que ainda estiverem
emaranhados nas redes de 'mâyâ' e, de uma forma ou de outra,
se apoderarem destas Forças. A Tocha da LLuz Eterna da Verdade será,
em
suas mãos, um fogo destruidor, e este fogo prejudicará
não apenas a eles, mas a todos os que se aproximarem deles. Neste
campo, a Lei é: Altruísmo. E o Verdadeiro
Altruísmo
só se manifestará se e quando a Rosa florescer na Cruz!
Os
magos negros, que invadem as Leis Harmônicas do Universo, perturbando
a harmonia cósmica e causando dor e sofrimento, inexoravelmente sucumbirão
em sua própria obra
fatal.2
Devemos
ter todo cuidado para não nos tornarmos discípulos-escravos-involuntários
e instrumentos-inocentes-cegos dos Irmãos das Sombras.
As
Forças Prânico-Tattáwicas são uma faca de dois
gumes que só podem ser concertadamente manuseadas pelos puros, pelos
pacíficos, pelos
livres, pelos
fortes e pelos
virtuosos. Uma metralhadora
na mão de uma criança...
A
expectativa de recompensa é uma forma de egoísmo.
Tudo
o que ultrapassa os limites da Ética é Magia Negra.
Seqüência dos Tattwas
(essência de todo o Universo):
•
Akasha – Princípio Etéreo.
•
Tejas
– Princípio do Fogo.
•
Wayu –
Princípio do Ar.
•
Apas –
Princípio da Água.
•
Prithvi
– Princípio da Terra.
Durante
duas horas, cada Tattwa vibra necessariamente vinte e quatro minutos no
seu tom principal, e tudo começa com o nascer do Sol, com a vibração
de Akasha.
Método
simples para conhecer [a
cor d]o Tattwa que vibra em um dado momento: 1º) virado
para o leste (oriente), sente-se em um lugar confortável e tranqüilo;
2º) sem fazer muita pressão, tape as orelhas com os dois dedos
polegares; 3º) tape as olhos com os dois dedos indicadores; 4º)
tape as narinas com os dois dedos médios; 5º) tape a boca com
os dois dedos anelares e mindinhos. Tudo assim devidamente obstruído,
retenha a respiração por alguns segundos. Gradualmente, depois
de alguns momentos, será possível ver a cor do Tattwa que
vibra. Ao longo do dia, a cor percebida variará de acordo com o Tattwa
que estiver vibrando naquele momento: Akasha = coloração negra
ou incolor; Tejas = coloração vermelha; Wayu = da coloração
azul à verde; Apas = coloração branco-cinzenta (só
os altamente desenvolvidos vêem uma cor branco-diáfana); e
Prithvi
= coloração amarela.
As
nossas narinas são a porta principal para a Vida Universal, e cada
cavidade nasal é sempre mais ativa por duas horas, alternando entre
a positividade (mais ativa) e a negatividade (menos ativa).
Os
Iniciados, que conhecem estas forças, têm designado a respiração
pela cavidade direita de 'suria' ou 'pingala' (respiração
solar), e pela cavidade esquerda de 'chandra' ou 'ida' (respiração
lunar). A respiração paralela, na mudança das duas
horas, é denominada de 'susshuma'. Então, é fácil
compreender que nossas atividades diárias deverão, sempre
que possível, estar harmonizadas com estes princípios.
Quando
sentimos fome, sede ou sono, por exemplo, é porque as vibrações
Tattáwicas em nós reclamam por alimento, bebida e
descanso.
Os
Tattwas têm uma influência determinativa em todas as ações
da nossa vida. Tudo o que é feito na vida humana dependerá
em qual Tattwa se comece. O domínio dos Tattwas exige pureza de Coração
e desejo sincero e categórico de fazer o Bem. Só um Mestre
de sua natureza interna poderá efetivamente dominar e fazer bom uso
dos Tattwas.
Quem
alcançou um desenvolvimento mais avançado, no momento em que
Tejas (Princípio do Fogo) começa a vibrar, sente uma confiança
absoluta em si mesmo, pois as vibrações de Tejas estão
relacionadas com as vibrações do Sol e de Marte. No
intervalo vibratório de Tejas, serão mais intensas as aspirações
de Liberdade, de Luz e de Verdade.
Prithvi
é o Tattwa da alegria, da vida, do prazer, de gozo pela beleza da
Natureza, mas, também, está vinculado à justiça,
ao humanitarismo e ao amor universal. O amor à vida se traduz como
caridade, compaixão, bondade e em todos os sentimentos nobres. Prithvi
representa a coesão, e, assim, leva à
solidariedade, pois está também ligado à veneração,
à
devoção e à
oração. Prithvi,
por simbolizar o otimismo são e o idealismo prático, pode
ser resumido da seguinte forma: a cada um o que é seu; viva e deixe
viver. Todos nós devemos vibrar o máximo
possível neste Tattwa para que a Rosa possa
florescer na Cruz.
O
Tattwa Apas é o contrário do Tattwa
Tejas. Todas as condições da vida que
correspondem a Apas
têm em Tejas
sua oposição. Apas é o Tattwa da acomodação,
da riqueza e da opulência. Apas opera em dois sentidos: nos seres
de baixo nível moral,
produz
o egoísmo e a cobiça, e os levam à paixão
e à gula, pois governa todos os prazeres materiais; aos indivíduos
mais elevados, conduz a uma maior concentração e à
assimilação dos seus estudos. Nos artistas, Apas estimula
a intuição e desperta
a percepção
artística no mais alto grau.
Apas, por ser o Tattwa de Vênus, é, particularmente, o Tattwa
do amor sexual. De maneira geral, Apas carreia alegria, paz, gozo, brincadeira,
dança e prazeres de todos os tipos.
Para o princípio orgânico,
o
Tattwa Akasha é um elemento
de destruição e de abolição. Este Tattwa não
é influenciado por Mercúrio, mas, sim, por Saturno –
a espada da justiça, e, assim, é o realizador do destino cármico.
Do Akasha partem os outros Princípios Tattáwicos, que proporcionam
vida e movimento, e no Akasha
deverão se dissolver. Enquanto vibra
o Akasha, não devemos fazer nada; devemos nos isolar, ficar tranqüilos
em meditação e nos entregar ao pensamento sobre o Princípio
de todo o Ser. É isto o que aconselha a Filosofia Indiana. Akasha
é também o Tattwa da morte. A maioria dos que fazem a transição
dá o último suspiro em Akasha.
Tudo
o que corresponda à velocidade e ao movimento está sob o domínio
do Tattwa Wayu, pois ele está sob a influência de Mercúrio.
Em Wayu, são produzidas as maledicências, as desfigurações,
as difamações e as calúnias. Em Wayu as mentiras e
os enganos comemoram, então, seus triunfos.
Para
tudo, deveremos sempre dar mais atenção ao Tattwa pessoal
(individual), que, como é sabido, é muito mais ativo do que
o do Macrocosmo. Todavia, tudo depende de um nível moral superior,
pois o manejo dos Tattwas só é efetivo (para o Bem) nas mãos
de um homem puro, e a Chave radica na perfectibilidade do Eu Interno. Desgraçada
seria a Humanidade, se pudesse desenvolver os poderes mais sublimes, sem
cuidar do desenvolvimento do Homem Interior, pois, ao invés de ser
senhora dos Tattwas, deles seria escrava!
Para
se aprender a reconhecer os Tattwas, deveremos praticar o que se se segue,
o mais freqüentemente possível. Em dias claros, bonitos e sem
nuvens, deveremos procurar um cantinho em uma floresta ou em um bosque,
e, longe da agitação do mundo, deveremos descontraída
e confortavelmente deitar na grama. Respiremos um pouquinho ritmicamente,
removendo todos os pensamentos e eliminando a tensão de todos os
músculos. Ponhamos de lado as tristezas e as frivolidades da vida
diária, e deixemos que a nossa alma seja invadida por uma harmonia
pacífica e manifestamente espiritual. O domínio dos sentidos
deve ser reduzido, isto é, não se deve tentar ouvir nem ver
nada. Tendo conseguido isto por algum tempo, deveremos olhar para o céu
azul, sem expor os olhos diretamente aos raios do Sol, e, em seguida, expressarmos
a vontade de que se manifeste do alto – do Macrocosmo – o Tattwa
dominante. Os olhos devem permanecer abertos e devemos evitar piscar. Quem
pisca muito não realiza nada. Aos poucos, se verá que,
no céu, se produzem ou se fazem ver seres brancos que descem e sobem,
e este fenômeno aumentará e permitirá que até
se veja as coisas mais maravilhosas do mundo astral. Se você tiver
paciência, a cada dia, verá aumentar esta sensação,
e observará seres sempre mais densos. Este é o método
mais simples para se desenvolver a clarividência, mas não se
deve abusar deste exercício.
A
apresentação (representação) dos Tattwas é
individual, de modo que um padrão de manifestação que
serve para uma pessoa, em princípio, não poderá servir
para outra; como tudo, é uma experiência puramente pessoal.3
Sistema
e Ordem
Só
sistema e ordem
poderão
organizar a balbordem.4
Só
amor e compaixão
poderão
fazer falar o Coração.
Só
ternura e humildade
poderão
amenizar a Saudade.5
Só
irmandade e justiça
poderão
desmantelar a chiça.
Só
a compreensão
poderá
gerar a manumissão.
Persistindo
parolos,
arre,
só faremos autogolos!