TARCÍSIO MEIRA

 

 

 

Tarcísio Meira

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Aparição do Apóstolo Pedro a Pedro Nolasco
[Obra de Francisco de Zubarán (1598 – 1664)]

 

 

Uns, como São Pedro Apóstolo,

morrem crucificados com a cabeça para baixo e os pés para o alto.

 

Outros, como Tiradentes,

independentistas, morrem enforcados e esquartejados.

 

Uns, como Giordano Bruno,

sem ser hereges, incoerentemente, morrem acusados de heresia.

 

Outros, como o Mahatma Gandhi,

morrem por defender uma resistência não violenta.

 

Umas, como Maria Mandel,

a Besta de Auschwitz, morrem sentenciadas à morte.

 

Outras, como Jeanne d'Arc,

morrem queimadas vivas e depois são canonizadas.

 

 

Gravura de Jeanne d'Arc (1903)

 

 

Umas, como Marielle Franco,

morrem, cruelmente e sem porquê, assassinadas a tiros.

 

Outras, como Mary Ann Cotton,

a Viúva Negra, morrem esperando clemência de Sua Majestade.

 

 

Mary Ann Cotton
(A primeira assassina em série da História da Europa)

 

 

Uns, como o Santo Cura d'Ars,

morrem, serenamente, consumidos pela fadiga.

 

Outros, como Josef Stalin,

morrem desesperados de uma morte difícil e terrível.

 

Uns, como Adolf Hitler,

covardemente, morrem suicidados na própria maldade.

 

Outros, como Oscar Niemeyer,

laboriosos, morrem trabalhando e criando até o fim.

 

Uns, como Yitzhak Rabin,

pacificadores, morrem por tentar realizar a paz.

 

Outros, como o Papa João Paulo I,

dignos, morrem por querer por um fim nas negociatas.

 

Uns, como Antoine-Marie-Roger de Saint-Exupéry,

morrem, desaparecem e deixam saudades.

 

Outros, como Charles Milles Maddox,

morrem, não desaparecem e não deixam saudades.

 

 

Charles Milles Maddox

 

 

Poucos, como Tarcísio Meira,

corajosamente, morrem em paz de simpatia e talento.