Este estudo tem por objetivo apresentar para reflexão a 2ª e última parte de alguns pensamentos de Sri Yukteswar Giri divulgados na sua obra A Ciência Sagrada.
Breve Biografia
Sri Yukteswar Giri (também conhecido como Sriyukteswar Giri e Sriyukteshvar Giri) (Serampore, 10 de maio de 1855 – Puri, 9 de março de 1936) é o nome monástico de Priyanath Karar (também Preonath Karar), o guru de Paramahansa Yogananda. Sri Yukteswar foi um Jyotisha (astrólogo tradicional), um yogi e um grande conhecedor do Bhagavad Gita e da Bíblia. Ele foi um discípulo de Lahiri Mahasaya de Varanasi e membro do ramo Giri da ordem Swami. Yogananda refería-se a Sri Yukteswar como Jnanavatar ou Encarnação da Sabedoria.
Sri Yukteswar é um sábio indiano que vivenciou a verdade para depois pregá-la. Ele não tinha apenas o conhecimento teórico do que ensinava aos seus discípulos, mas, antes, ele realizou e assimilou toda a verdade que possuía em sua consciência, fazendo-a sua, para depois transmiti-la aos seus discípulos.
Ele é um dos seis Mestres que tiveram como missão divina disseminar ensinamentos sagrados e técnicas espirituais científicas através da Self-Realization Fellowship (também conhecida como Yogoda Satsanga Society of India (YSS), é uma organização religiosa que divulga os ensinamentos de seu fundador, o guru indiano Paramahansa Yogananda). A parte de Sri Yukteswar, em relação a essa missão, foi preparar seu principal discípulo, Paramahansa Yogananda, para a fundação de tal instituição.
Sri Yukteswar Giri e Paramahansa Yogananda
Pensamentos de
O Amor natural [e congênito] do nosso Coração [Espiritual] é o principal requisito para se atingir uma Vida Santa. [Isto não significa que deveremos nos afastar do mundo e, por penitência ou sei lá o quê, passar a viver escondidos, como eremitas abestalhados, em uma caverna, em um deserto, sem televisão, sem ar condicionado e sem jujubas. Não. O eremitismo é uma forma subliminar e sombria de egoísmo, e, se é uma forma de egoísmo do aparelho psíquico, não deixa de ser uma forma mais ou menos inconsciente de magia negra. Tentar atingir uma Vida Santa significa, sim, por outro lado, estar e continuar no mundo, sem ser escravo ou dependente do mundo. O mundo sempre foi-é-será o Grande Cadinho da Mudança. Necessariamente e insubstituivelmente, tem sido no mundo, pelas nossas sucessivas encarnações, que, educativamente, temos compensado nossos defeitos e nossos malfeitos, que temos aprendido a ser unimultifraternos, unimultimisericordiosos e unimultiuniversais, e que, por esforço e mérito, seremos, enfim, no mundo, um DIA, Illuminados e nos tornaremos DEUSES CONSCIENTES.] Quando este Amor natural [e congênito] do nosso Coração [Espiritual], Dom Celestial da Natureza, se manifesta conscientemente, Ele elimina todas as causas de excitação do sistema e o acalma, induzindo-o ao estado perfeito e normal, e tonificando os poderes vitais, expele todas as matérias estranhas – os germes das doenças e das desarmonias – por meios naturais (transpiração, excreção etc.). Deste modo, torna o homem perfeitamente saudável de corpo e de mente, e o habilita a compreender corretamente as Leis da Natureza. Quando este Amor Cósmico se desenvolve no homem, permite a ele compreender não só a real posição de seu próprio Ser no Unimultiverso, mas, também, a dos outros seres irmãos que o cercam. Com a ajuda deste Amor manifestado, o homem tem a felicidade de conseguir a sublime companhia de Personagens Divinos, e é Salvo [Illuminado] ad æternum. Sem este Amor, ele não poderá viver de modo natural, nem poderá viver na companhia de uma pessoa conveniente à seu próprio bem-estar. Torna-se, muitas vezes, excitado pelas matérias estranhas introduzidas em seu sistema, através dos equívocos [miragens + ilusões = desejos + cobiças + paixões] que o impedem e impossibilitam de compreender a orientação da Natureza, e, como conseqüência, sofrer tanto no corpo quanto na mente. Uma vez que não pode, de modo algum, encontrar a paz, sua vida se torna um fardo desesperador. Por conseguinte, o cultivo deste Amor, o Dom Celestial, é o principal requisito para se obter a salvação [Illuminação]. Sem Ele, é impossível para o homem avançar um passo neste sentido.
Todas as coisas da criação não são outra substância senão o próprio Pai Supremo, percebido na pluralidade nos múltiplos aspectos manifestados em a Natureza.
O Iogue realiza Deus no Santuário Interior de seu próprio Ser.
A água, quando administrada adequadamente, tende a eliminar as doenças. Todavia, eleger água como uma Divindade é um ato de ignorância.
O Verdadeiro Adepto, tendo pleno controle sobre o mundo material, encontra sua Divindade ou Salvador internamente, e não no mundo externo. [Mundo Externo = Miragens + Ilusões.]
Poderemos atingir a firmeza da coragem moral pela abstenção da crueldade, da desonestidade, da cobiça, da vida antinatural e das posses desnecessárias, e pela pureza do corpo e da mente, limpando o corpo, externa e internamente, de todas as matérias estranhas, que ao fermentarem, criam diversos tipos de doenças no sistema, e limpando a mente de todos os preconceitos e dogmas que tornam o homem mesquinho. Devemos aprender a cultivar contentamento em todas as circunstâncias e obediêncer aos sagrados preceitos dos personagens divinos. [O personagem divino e nosso melhor amigo é o nosso Deus Interior. Quando aprendermos a ouvi-Lo e seguir suas dicas, teremos acertado na loteria!]
Se observarmos a formação dos dentes no homem, veremos que eles não se parecem com os dentes dos carnívoros, nem com os dos herbívoros, nem com os dos onívoros. Eles se parecem exatamente como os dos animais frugívoros. A dedução razoável, portanto, é de que o homem é um frugívoro ou um animal comedor de frutas.
Ao se medir o corpo do homem da boca ao ânus, podemos novamente inferir que o homem é com toda probabilidade um animal frugívoro.
Nos homens de todas as raças verificamos que os seus sentidos do olfato, da audição e da visão nunca os levam à matança de animais. Ao contrário: eles não podem sequer suportar a visão dessas chacinas.
Chacina de 540 Animais na Herdade da Torre Bela,
em Azambuja, Jacinto Amaro, da Federação Portuguesa de Caça.
A carne não é um alimento natural do homem, pois, seus olhos e seu nariz positivamente a rejeitam, a menos que venha disfarçada com o sabor de temperos, de sal e de açúcar. O homem tende à ser um animal frugívoro.
Os vários cereais, as frutas, as raízes, e, como bebida, leite e água pura exposta ao ar e ao Sol, são de modo indiscutível o melhor alimento natural para o homem.
Os alimentos que não são naturais para o homem e que são incompatíveis com o seu sistema, serão, necessariamente, misturados com o sangue, e se acumularão nos órgãos excretórios e em órgãos não adaptados adequadamente à eles. Se não forem totalmente eliminados, pela lei da gravidade, se depositarão nas fendas dos tecidos, e, ao fermentarem, produzirão doenças mentais e físicas, levando à uma morte prematura.
A dieta natural não irritante do vegetarianismo é quase, sem exceções, admiravelmente apropriada para o desenvolvimento das crianças, tanto no sentido físico como mental. Suas principais faculdades – mente, discernimento, vontade, temperamento e disposição geral – serão também harmoniosamente desenvolvidas.
Quando se empregam meios incomuns, tais como jejum excessivo, flagelação ou clausura monástica, com a finalidade de suprimir as paixões sexuais, raras vezes se consegue o efeito desejado. O homem pode facilmente dominar seus desejos, suas cobiças e suas tas paixões – os arquiinimigos da moralidade – pela vida natural baseada em uma dieta não irritante, que proporciona uma compreensão lúcida, bem como à uma judiciosa maneira de pensar.
Boçalidade Alimentar
O desejo sexual, em seu estado normal, deixa o homem completamente livre de todas as perturbações lascivas, e só atua no organismo (despertando um desejo de saciedade) raramente. Aqui, outra vez, a experiência demonstra que este desejo, como todos os outros, é sempre normal em indivíduos que vivem uma vida natural. O homem bem instruído no uso adequado do sexo pode manter seu corpo e sua mente saudáveis e viver uma vida inteiramente agradável.
A Natureza é sempre imaculada, e que tudo o que existe de impuro e indecoroso está na mente do homem e não em a Natureza.
A atmosfera revigorante do alto de uma montanha, de um campo, de um jardim ou de um lugar seco e arborizado situado num espaçoso terreno, bem ventilado com ar fresco é a moradia apropriada para o homem em harmonia com a Natureza.
Devemos estar na companhia de Sat, e devemos evitar a companhia de Asat, que prejudica a saúde e encurta a vida.
As oito servidões ou armadilhas são: o ódio, a desonra, o medo, o pesar, a censura, o preconceito racial, o orgulho de família (orgulho da genealogia) e a presunção (percepção limitada da respeitabilidade). A extinção destas oito servidões leva à Magnanimidade do Coração.
O homem atado à vida e à morte [renascendo e morrendo sem e sem ] deixa de alcançar a Salvação Final [Illuminação].
Precisamos aprender a esgotar o nosso Karma e satisfazer todos os Desejos Superiores do nosso Coração.
Até esgotar todos os anseios terrenos e se libertar de todos os desejos, o homem terá que reencarnar muitas vezes. [Mas, muitas vezes não significa ilimitadamente, eternamente. As Leis Educativas do Renascimento e da Causa e do Efeito existem para aprendermos a ter vergonha na tromba, mas, isto não significa que temos a eternidade para mudar e nos tornar Deuses.]
A Verdadeira Compreensão levará ao conhecimento de toda a criação. Precisamos aprender a abandonar a individualidade egocêntrica (eliminação da nossa natureza individual) e atingir a uni[multi]universalidade.
Quando conseguirmos entrar no nosso Mundo Interior, receberemos, enfim, o nosso Segundo Nascimento. Neste estado, nos tornaremos Seres Divinos.
Há cinco estados do Coração Humano: sombrio, evolutivo, estável, devocional e puro. No estado sombrio do Coração, o homem nutre falsos conceitos (a respeito de tudo). Este estado decorre de Avidya, Ignorância, e produz um Sudra (homem de casta inferior). Ele só pode entender as idéias do mundo físico, acreditando que a parte densa e material da criação é a única substância real da existência, e que nada mais existe além dela. Este estado mental prevalece no Kali Yuga, a Era Negra de um ciclo.
O Amor mútuo, que surge no Coração, é a principal necessidade para alcançar a Salvação [Illuminação.]
Ao ouvir o Som Sagrado (AMeN, A.'. U.'. M.'.), o homem será Nele Batizado, e começará, então, a retornar à sua Divindade [Consciente], através das Sete Esferas da Criação – Bhuloka, a Esfera das matérias densas; Bhuvarloka, a Esfera das matérias sutis ou dos atributos elétricos; Swarloka, a Esfera dos pólos magnéticos, das auras e das eletricidades; Maharloka, a Esfera dos imãs e dos átomos; Janaloka, a Esfera dos Reflexos Espirituais; Tapoloka, a Esfera do Espírito Santo – o Espírito Universal; e Satyaloka, a Esfera da Substância Eterna – Sat.
No estado de Dwapara, o Coração se torna constante.
Depois do Batismo Iniciático, já imerso na Torrente Sagrada, o homem chega, gradualmente, a um agradável estado em que o seu Coração abandona totalmente as idéias do mundo externo, se dedicando apenas ao Mundo Interno.
Pelo arrependimento sincero, o homem chega a Maharloka (o Grande Mundo), e já não está mais sujeito à influência da ignorância, pois, seu Coração está puro.
Eliminados todos os produtos da ignorância, o Coração do homem atinge um estado de pureza isento de todas as idéias externas. Assim, o homem se torna capaz de compreender a LLuz Espiritual, [que sempre esteve em seu interior].
Ao abandonar a vã idéia de sua existência isolada, o homem entra em Satyaloka, onde atinge o estado de libertação final ou Kaivalya – a união com o Espírito – e se torna um Cristo, Morrendo e se Dissolvendo no Espírito Santo Universal. [Bem-aventurados os Mortos que Morrem no Senhor... Apocalipse, XIV: 13.]
A Purificação ocorre através da Natureza, da Purgação do Corpo Sutil e dos Mantras, que purificam a mente.
Quando o A.'. U.'. M.'. se manifesta, a respiração se regulariza e impede a decadência do corpo material.
Aquele que cultiva o Amor Natural do Coração se torna um Iniciado apto à alcançar a Salvação [Illuminação].
Precisamos – [pela Compreensão] – vencer Avidya, a Ignorância, que produz a idéia de uma existência isolada do Ser, e que é a origem do ego.
Precisamos vencer a servidão das Trevas, Maya, e passar a possuir todos os Aiswaryas, as majestades ascéticas:
Anima – o poder de fazer com que o corpo ou qualquer outra coisa fique tão pequeno quanto se queira, até mesmo tão minúsculo como um átomo.
Mahima – o poder de aumentar ou de fazer o corpo ou qualquer outra coisa tão grande quanto se queira.
Laghima – o poder de fazer o corpo ou qualquer outra coisa tão leve quanto se queira.
Garima – o poder de fazer o corpo ou qualquer outra coisa tão pesada quanto se queira.
Prapti – o poder de se obter tudo o que se queira.
Vasitwa – o poder de ter tudo sob controle.
Prakamya – o poder de satisfazer todos os desejos pela irresistível força da vontade.
Isitwa – o poder de se tornar Senhor de todas as coisas.
Devemos fazer todas as tentativas e todos os esforços [Lutar o Bom Combate] para atingir a Pureza Interior.
O Amor é o Céu e o Céu é o Amor. [Sir Walter Scott (Edimburgo, 15 de agosto de 1771 – 21 de setembro de 1832)].
Mantra de fundo:
AUM
Fonte:
Páginas da Internet consultadas:
https://www.shutterstock.com/cs/
https://forum.quartertothree.com/
https://medium.muz.li/blm-inspired-animations-ad1dc2081fb9
https://br.freepik.com/fotos-vetores-gratis/simbolo-sexual
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sri_Yukteswar_Giri
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