SUMIÇO NA AMAZÔNIA

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – dados de 2020 – publicado anualmente pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), apresenta o retrato de um ano trágico para os povos originários no Brasil. A grave crise sanitária mundial, provocada pela PanCOVIDmia, ao contrário do que se poderia esperar, não impediu que grileiros, garimpeiros, madeireiros e outros invasores, descaradamente, intensificassem ainda mais suas investidas sobre as terras indígenas.

 

 

Povos Indígenas do Brasil

 

Os últimos anos têm representado, para os povos originários, a continuidade e o aprofundamento de um cenário extremamente preocupante em relação aos seus direitos, territórios e vidas, particularmente afetadas pela PanCOVIDmia e pela sistemática omissão do Governo Federal em estabelecer um plano coordenado de proteção para as comunidades indígenas.

A PanCOVIDmia, de fato, representou uma verdadeira tragédia para os povos indígenas. Em muitos casos, o vírus, que chegou às aldeias e provocou mortes, foi levado para dentro dos territórios indígenas por invasores, que seguiram atuando ilegalmente nestas áreas em plena Pandemia, livres das ações de fiscalização e de proteção, que são atribuições constitucionais e que deveriam ter sido efetivadas pelo Poder Executivo. Segundo dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), mais de 43 mil indígenas foram contaminados pela COVID-19 e, pelo menos, 900 morreram por complicações da doença no ano de 2020.

O Relatório do CIMI identificou que, em 2020, os casos de invasões possessórias, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio aumentaram, em relação ao já alarmante número que havia sido registrado em 2020. Foram 263 casos do tipo registrados em 2020 – um aumento em relação a 2019, quando foram contabilizados 256 casos, e um acréscimo de 137% em relação a 2018, quando haviam sido identificados 111 casos. Este foi o quinto aumento consecutivo registrado nos casos do tipo, que em 2020 atingiram, pelo menos, por causa das subnotificações, 201 terras indígenas, de 145 povos, em 19 estados.

As invasões e os casos de exploração de recursos naturais e de danos ao patrimônio registrados em 2020 repetem o padrão identificado no ano anterior. Os invasores, em geral, são madeireiros, garimpeiros, caçadores e pescadores ilegais, fazendeiros e grileiros, que invadem as terras indígenas para se apropriar ilegalmente da madeira, devastar rios inteiros em busca de ouro e outros minérios, além de desmatar e de queimar largas áreas para a abertura de pastagens. Em muitos casos, os invasores dividem a terra em “lotes”, que são comercializados ilegalmente, inclusive em terras indígenas habitadas por povos isolados.

Esses grupos e indivíduos atuam com a certeza do descaso e da conivência – muitas vezes explícita – do Governo, cuja atuação na área ambiental foi sintetizada pela célebre frase desregulamentatória do então ministro do Meio Ambiente (de 1º de janeiro de 2019 até 23 de junho de 2021), Ricardo Salles: Precisa ter um esforço nosso aqui, enquanto estamos nesse momento de tranqüilidade no aspecto de cobertura da imprensa, porque só se fala de COVID, e ir passando a boiada, mudando todo o regramento e simplificando as normas. Chama atenção o considerável aumento dos assassinatos de indígenas no Brasil. Em 2020, 182 indígenas foram assassinados – um número 61% maior do que o registrado em 2019, quando foram contabilizados 113 assassinatos.

 

E a boizama mugiu, bostou e passou...
E o meu Brasil querido se amesquinhou!
E a boizama mugiu, bostou e passou...
E o meu Brasil querido se minimizou!
E a boizama mugiu, bostou e passou...
E o meu Brasil querido se avacalhou!
E a boizama mugiu, bostou e passou...
E o meu Brasil querido se esbandalhou!
E a boizama mugiu, bostou e passou...
E o meu Brasil querido se depauperou!
E a boizama mugiu, bostou e passou...
E o meu Brasil querido se debilitou!
E a boizama mugiu, bostou e passou...
E o meu Brasil querido se estigmatizou!
E a boizama mugiu, bostou e passou...
E o meu Brasil querido se hipotecou!
E a boizama mugiu, bostou e passou...
E o meu Brasil querido se desconceituou!
E a boizama mugiu, bostou e passou...
E o meu Brasil querido se desacreditou!
E a boizama mugiu, bostou e passou...
E o meu Brasil querido se envergonhou!
E a boizama mugiu, bostou e passou...
E o meu Brasil querido, enfim, lacrimejou!

 

 

 

 

Em relação aos três tipos de “Violência contra o Patrimônio”, que formam o primeiro capítulo do Relatório do CIMI, foram registrados os seguintes dados: omissão e morosidade na regularização de terras (832 casos); conflitos relativos a direitos territoriais (96 casos); e invasões possessórias, exploração ilegal de recursos naturais e danos diversos ao patrimônio (263 casos registrados). Os registros somam, assim, em 2020, um total de 1.191 casos de violências contra o patrimônio dos povos indígenas.

A paralisação das demarcações de terras indígenas continua sendo uma diretriz do Governo Federal. Das 1.299 terras indígenas no Brasil, 832 (64%) seguem com pendências para sua regularização. Destas, 536 são áreas reivindicadas pelos povos indígenas, mas, sem nenhuma providência do Estado para dar início ao processo administrativo de identificação e delimitação.

 

Nenhuma Providência = Desrespeito

 

Em 2020, os dados de “Violência Contra a Pessoa”, sistematizados no segundo capítulo do Relatório do CIMI, foram os seguintes: abuso de poder (14); ameaça de morte (17); ameaças várias (34); assassinatos (182); homicídio culposo (16); lesões corporais dolosas (8); racismo e discriminação étnico-cultural (15); tentativa de assassinato (13); e violência sexual (5). Os registros totalizam 304 casos de violência praticadas contra as pessoas indígenas em 2020. Este total é maior do que o registrado em 2019, quando foram identificados 277 casos.

 

Violência Contra os Indígenas = Covardia

 

Cabe ressaltar que muitos dos casos de abuso de poder, ameaças várias e racismo e discriminação étnico cultural ocorreram quando os indígenas buscavam atendimento ou assistência em meio à PanCOVIDmia. Além das mortes e da fome, que atingiu muitas comunidades em situação de vulnerabilidade extrema, o preconceito e o racismo foram agravantes do sofrimento vivenciado pelos povos indígenas durante a crise sanitária.

 

Preconceito = Grande Heresia da Separatividade

Racismo = Grande Heresia da Separatividade

 

Tudo isso leva às seguintes perguntas:

• Por que mataram Chico Mendes?

• Por que mataram Aluísio Sampaio dos Santos?

• Por que mataram Carlos Antônio da Silva?

• Por que mataram Edemar Rodrigues da Silva?

• Por que mataram Paulo Sérgio Almeida Nascimento?

• Por que mataram Valdemir Resplandes?

• Por que mataram Gazimiro Sena Pacheco?

• Por que mataram Gilson Maria Temponi?

• Por que mataram Haroldo Betcel?

• Por que mataram Ismauro Fatimo dos Santos?

• Por que mataram Joacir Fran Alves da Mota?

• Por que mataram Jorginho Guajajara?

• Por que mataram José Bernardo da Silva e Rodrigo Celestino?

• Por que mataram Juvenil Martins?

• Por que mataram Katison de Souza?

• Por que mataram Leoci Resplandes de Souza?

• Por que mataram Lucas Lima Batista?

• Por que mataram Márcio Matos Oliveira?

• Por que mataram Nazildo dos Santos Brito?

• Por que mataram Eduardo Pereira dos Santos?

• Por que mataram tantos outros que nós nem ficamos sabendo?

• Por que, no Brasil, a cada oito dias, é morto um defensor de direitos humanos, um ambientalista ou um líder comunitário?

• Por que o Brasil é responsável por mais de 10% de todos os assassinatos desses líderes no mundo?

• Por que, no Brasil, devido à prevalência de sistemas patriarcais e heteronormativos, os seres humanos diferentes(?) são tão desrespeitdos, aviltados, excluídos e, não raro, assassinados?

• Por que, no Brasil, os ambientalistas, que, entre outras coisas, se preocupam com a pobreza, com os direitos dos povos indígenas, com os afrodescendentes e com outras minorias, são particularmente vulneráveis a ataques?

• Por que o Governo Federal não oferece proteção e não garante a segurança dos defensores dos direitos humanos, dos ambientalistas e dos líderes comunitários? Afinal, de uma certa forma muito especial e particular, todos eles são funcionários públicos sem concurso, sem cargo e sem salário.

• Por que, no Brasil, está em curso um acirramento dos ataques e dos assassinatos de defensores de direitos humanos e um aumento sem precedentes da violência contra ativistas, atingindo, especialmente, negros, indígenas e quilombolas?

• Por que, no Brasil, durante a PanCOVIDmia, houve um aumento de invasões de grileiros em terras indígenas?

• Por que, no Brasil, as mulheres negras defensoras de direitos humanos, que foram eleitas nas votações no final de 2020, foram alvo de ataques, caso assumissem os cargos?

• Por que, desapareceram, desde a manhã do último domingo (5/6/2022), no Vale do Javari, na Amazônia (Amazonas), Brasil, o indigenista Bruno Araújo Pereira, servidor licenciado da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), e o jornalista britânico Dom Phillips, correspondente do jornal britânico The Guardian?

 

 

 

 

• Por que o Brasil está concorrendo ao título mundial desonroso e degradante de fabricador-mor da infame e detestável Grande Heresia da Separatividade?

• Por que o Brasil está concorrendo ao título mundial desonroso e degradante de desrespeitador-mor do Estado Democrático de Direito?

• Por que o Brasil está concorrendo ao título mundial desonroso e degradante de desdenhador-mor da fraternidade, da misericórdia e da solidariedade?

• Por que o Brasil está concorrendo ao título mundial desonroso e degradante de menosprezador-mor da justiça, da eqüidade e da igualdade sociais?

• Por que o Brasil está concorrendo ao título mundial desonroso e degradante de contemptor-mor da dignidade, da nobreza e dos direitos humanos?

• Por que o Brasil está concorrendo ao título mundial desonroso e degradante de desprezador-mor da vida planetária, do meio ambiente e do equilíbrio biológico?

• Até quando, nós, brasileiros, iremos permitir que a nossa pátria seja, cada vez mais, desconsiderada, desprezada, desvalorizada, desacreditada e desconceituada pelos outros países civilizados do mundo?

• Até quando, nós, brasileiros, iremos permitir que os nossos karmas individuais e o karma coletivo nacional aumentem, avultem, se exacerbem, se ampliem e se tornem mais ativos, mais céleres, mais infames e mais doloridos?

• Até quando, nós, brasileiros – como surdos, cegos, mudos e paralíticos – iremos deixar-pra-lá e fingir que não estamos vendo o que, criminosamente, está acontecendo com o meio ambiente e com os povos originários em nosso País, no que diz respeito não só ao território, mas, também, no direito a expressar e vivenciar suas culturas? (A animação abaixo nada tem a ver com os Três Macacos Sábios (ou Místicos), que ilustram a porta do Estábulo Sagrado de um Templo do século XVII, localizado no Santuário Toshougu, na Cidade de Nikko, Japão. Sua origem é baseada em um provérbio japonês, e os nomes dos Três Macacos Sábios são: Kikazaru (o que tapa os ouvidos), Mizaru (o que cobre os olhos) e Iwazaru (o que fecha a boca), o que deve ser interpretado como não ouça o mal, não veja o mal e não pronuncie o mal, e o que nos ensina uma Regra de Ouro (provavelmente, derivada dos ensinamentos de Confúcio (± 551 a.C. – 479 a.C.), ou seja, que, se não ouvirmos o mal, se não olharmos o mal e se não falarmos o mal, viveremos em paz e harmonia conosco e com todos, e seremos Illuminados pela LLuz do nosso Sol Interior. Em inglês, este provérbio é conhecido como: See no evil, hear no evil, speak no evil. Não devemos nos esquecer jamais de que a nossa mente (através das formas-pensamento ou tulpa) cria o mundo (tanto para o bem, quanto para o mal) em que vivemos! Ao contrário, na animação educativa abaixo que eu bolei, esses macacos tropicais sacanocratíssimos, dos quais, infelizmente, eu ainda sou um deles, não têm um pingo de vergonha na fuça, pois, desrespeitam a vida, os outros seres-aí, a harmonia planetária e os sistemas ecológicos, e são os campeões da Grande Heresia da Separatividade.) Quando o condor e a águia iniciarem juntos o seu vôo, aí, então, terá chegado o novo Pachakuti – [O que Muda a Terra ou o Reformador da Terra] e ocorrerá uma reviravolta no espaço-tempo, e será o início de uma Era de Belezas. (Autor desconhecido). Sinceramente, eu não sei se, propriamente, haverá ou ocorrerá uma reviravolta no espaço-tempo ou no Espaço-Tempo, mas, certamente, a mudança unimultiversal é permanente, ininterrupta e ascensional, ocorrendo, sem exceção, em todos os sistemas cósmicos, e os que não estiverem aptos não poderão participar da próxima Onda Evolutiva Terrena, que ocorrerá com o advento da 6ª Raça-raiz.

 

 

 

 

 

 

Distorção do Espaço-tempo sob Estresse
(Haverá maior deformação do que a
Grande Heresia da Separatividade?)

 

 

 

 

 

 

Música de fundo:

País Tropical
Composição: Jorge Ben Jor
Intérprete: Wilson Simonal

Fonte:

http://www.charles50tao.com.br/
active_as_mais_tocadas_1969.php

 

Páginas da Internet consultadas:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Povos_ind%C3%ADgenas_do_Brasil

http://theperihelioneffect.com/the-distortion
-of-perceptual-space-time-under-stress/2/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pachacuti

https://iela.ufsc.br/povos-origin%C3%A1rios

https://www.pensarcontemporaneo.com/
o-ensinamento-dos-tres-macacos/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%C3
%AAs_Macacos_S%C3%A1bios

https://www.prank-monkey-jokes.com/

https://extra.globo.com/noticias/brasil/

https://racismoambiental.net.br/

https://operamundi.uol.com.br/

https://www.seekpng.com/

https://gifmania.com.br/

https://www1.folha.uol.com.br/

https://g1.globo.com/politica/noticia/

https://giphy.com/

https://www.bbc.com/

https://toppng.com/

https://wifflegif.com/

https://tenor.com/

https://br.pinterest.com/pin/62698619795711746/

https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil

https://cimi.org.br/2021/10/relatorioviolencia2020/#

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.