Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Judas traiu e acabou se enforcando.

Um monge, por protesto, se incendiou.

O Dezoito calcinou     e acabou se matando?!

Um bipolar não suportou e se suicidou.

 

 

 

 

Há motivações e formas para praticar suicídio.

Quem, contudo, autocídio realiza,

Por um lado, está cometendo um deicídio;

Por outro, também um genocídio1 concretiza.

 

 

 

 

Em uma dada medida, um assassino é um suicida,

Como um suicida, em um certo sentido, é um assassino.

Portanto, nada justifica a supressão de    vida.

 

 

 

 

Entretanto, para que isso possa ser atinado,

É necessário que se seja um Pequenino

— Iniciado, Binascido e Transmutado.

 

 

 

 

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Nota

1. O genocídio não se resume apenas à destruição ou ao massacre de populações, de povos e de grupos étnicos – como costuma acontecer em uma guerra. Sem precisar chegar ao assassínio em massa, o extermínio deliberado – parcial ou total – inclui outras formas de extermínio como por exemplo o suicídio coletivo comandado por um fanático, a prevenção política controlada de nascimentos, o seqüestro orquestrado e sistemático de crianças no seio de um determinado grupo étnico, a submissão a condições insuportáveis de vida, a transfusão arterial sistemática de recursos, a globalização desumana, desenfreada vertical e horizontal etc. Agora, se misticamente há o entendimento de que todos somos um, então o suicídio é uma forma de genocídio. A destruição da Natureza e o assassinato multissecular dos animais também são formas escabrosas de genocídio. Não posso, também, deixar de recordar que, smj, os três maiores genocídios praticados pelo ser humano ocorreram durante a Segunda Grande Guerra: pelo Terceiro Reich e pelos EUA — Hiroshima e Nagazaki. A Guerra do Paraguai também foi outro horror. Mas, a Globalização, se ainda não superou todos esses horrores, haverá de superá-los. Muitos países africanos poderão ser varridos do mapa. Que dizer da República do Haiti? Nós brasileiros, em um outro plano especulativo, precisamos ficar atentos, porque tanto a nossa política de segurança (interna e externa) quanto a nossa diplomacia não são tão boazinhas quanto proclamam e procuram se fazer passar. No Brasil ainda prevalece o preceito: Si vis pacem, para bellum (Se queres a paz, prepara-te para a guerra). Conclusão: não há bobo, só Canis lupus! Enfim, concluindo: um Místico Sincero e que Compreendeu é em seu íntimo, além de ateísta, um anarquista, ou seja, é um partidário do Anarquismo no sentido esotérico de que vive e atua independente do poder exercido pelo Estado, ou de qualquer tipo de poder que seja originário do lado de fora.

 

 

Música de fundo:
Suicide Is Painless – Theme from M*A*S*H (Mike Altman & Jonny Mandel)

Fonte:
http://www.geocities.com/SunsetStrip/Alley/1134/

 

 

O SUICÍDIO NÃO É INDOLOR