SUBLIMAÇÃO

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Ontem, as bombas nucleares;

ontem, surpresa e sublimação.1

Surpresa de novo. Devastação

que veio dos gomos irregulares.

 

Oh!, Anel de Fogo! Até quando?

Não adianta; nós não desistiremos.

Nós persistiremos, caminharemos,

até depois, até sempre, até quando...

 

Estamos cientes das implicações;

sermos japoneses foi nossa opção.

O povo japonês é um só Coração

e agüentará as duras rearrumações.

 

Avante seguiremos; reedificaremos!

Se, antes, não fomos exterminados,

não é agora que seremos derrotados.

Trabalharemos; não esmoreceremos!

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. A sublimação é a mudança imediata, instantânea, vapt vupt, do estado sólido para o estado gasoso, sem passar pelo estado líquido. Harry S. Truman — (Lamar, Missouri, 8 de maio de 1884 – Kansas City, Missouri, 26 de dezembro de 1972), 33º Presidente dos Estados Unidos, governando de 1945 a 1953 — em agosto de 1945, autorizou o bombardeio com armas de destruição em massa (bombas nucleares) das cidades japonesas de Hiroshima (arrasada em 6 de agosto de 1945 pelo Little Boy) e Nagazaki (devastada em 9 de agosto de 1945 pelo Fat Man), matando, por sublimação, quase 200 mil civis inocentes. Se matar já é uma barbaridade, matar civis inocentes é inqualificável. O maldito argumento utilizado para o lançamento das bombas foi que o Japão não queria conceder rendição incondicional, considerada uma condição necessária para o fim da guerra, evitando, assim, a repetição do que ocorrera após o fim da Primeira Guerra. Além disso, o outro argumento maldito foi o de que, baseado nas estimativas de possíveis baixas, poderia haver de 500 mil a 1 milhão de mortes de soldados, caso a guerra se prolongasse, e com as bombas nucleares – Little Boy e Fat Man – o número de baixas seria menor. Mas existe também um terceiro argumento, o mais maldito de todos: a intenção de consolidar o poderio americano frente à ameaça soviética de Josef Vissarionovitch Stalin (Gori, 18 de dezembro de 1878 – Moscou, 5 de março de 1953), que já apresentava sinais de discórdia com os EUA desde a Conferência de Potsdam — que reuniu a União Soviética, representada por Josef Stalin, o Reino Unido, representado por Winston Churchill e posteriormente por Clement Attlee, e pelos Estados Unidos da América, representados por Harry Truman, e que ocorreu em Potsdam, Alemanha (perto de Berlim), entre 17 de julho e 2 de agosto de 1945, para decidir como administrar a Alemanha, que havia se rendido incondicionalmente nove semanas antes, no dia 8 de maio — a respeito da questão da Polônia, prenunciando o início da Guerra Fria (que acabou acontecendo, e durou do final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, até a extinção da União Soviética, em 1991). A hipotética racionalidade desses argumentos, se houver racionalidade em um treco destes, porém, não retira o caráter trágico, desumano e misticamente inaceitável do bombardeio nuclear daquelas cidades. Bem, o senhor Harry S. Truman conseguiu realizar a proeza nunca dantes realizada na História da Humanidade: sublimar seres humanos. Nem Ehrich 'Harry Houdini' Weiss (Budapeste, 24 de março de 1874 – Detroit, 31 de outubro de 1926), de David 'Copperfield' Seth Kotkin (Metuchen, 16 de setembro de 1956) ou Christopher 'Criss Angel' Nicholas Sarantakos (19 de dezembro de 1967) fizeram, até hoje, algo tão macabramente espetacular! Por outro lado, nos filmes de terror de Bela 'Lugosi' Ferenc Dezsõ Blaskó (Lugoj, 20 de outubro de 1882 – Los Angeles, 16 de agosto de 1956), de William 'Boris Karloff' Henry Pratt (Dulwich, Londres, 23 de novembro de 1887 – Sussex, 2 de fevereiro de 1969), de László 'Peter Lorre' Löwenstein (Ružomberok, 26 de junho de 1904 – Hollywood, 23 de março de 1964), de Vincent Leonard Price Jr. (St. Louis, 27 de maio de 1911 – Los Angeles, 25 de outubro de 1993), de Peter Cushing (Surrey, 26 de maio de 1913 – Canterbury, 11 de agosto de 1994), de Christopher Frank Carandini Lee (Londres, 27 de maio de 1922) ou de José 'Zé do Caixão' Mojica Marins (São Paulo, 13 de março de 1936) se viu um terror tão terrificante, tão terebrante, tão acaçapante, tão infamante e bota ante nisto. Quando me lembro de coisas como estas, até tenho ou pouco de vergonha de estar encarnado entre os meus irmãos humanos! Mas, como eu topei, não tenho o direito de reclamar; mas ninguém pode me censurar que eu me entristeça, que eu me indigne e que eu fique pejado. No caso em tela, considerando a brutalidade da coisa, enfim, quase não vejo diferença entre o 1–8 e o 8–19–20. Seja como for, pergunto: qual é a diferença entre matar uma Drosophila melanogaster ou matar uma Balaenoptera musculus? Qual é a diferença entre matar alguns mil ou matar milhões? Qual é a diferença entre o crucificador de Spartacus e o crucificador de Jesus? Qual é a diferença entre um Cláudio de Souza – conhecido como Maníaco da Lanterna – acusado de matar nove pessoas além de três mulheres que continuam desaparecidas e um Pedro Rodrigues Filho – conhecido como Pedrinho Matador – que acumula na sua lista de atrocidades mais de 100 homicídios? E qual é a diferença entre e ?

Nota editada das fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Assassino_em_s%C3%A9rie

http://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%
AAncia_de_Potsdam#Participantes

http://pt.wikipedia.org/wiki/Harry_Truman

 

Música de fundo:

Eu e a Brisa 
Composição: Johnny Alf
Intérprete: Tim Maia

Fonte:

http://mp3skull.com/mp3/eu_e_a_brisa_tim_maia.html

 

 

 

O Pintinho Tsunami