Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 


 


Desde a mais remota Antigüidade, a guerra vem sendo usada como instrumento do imperialismo, consolidando a opressão das elites sobre a imensa maioria desfavorecida. Sun Tzu, na China Imperial, a justifica como instrumento de Governo, e George W. Bush, no Terceiro Milênio Cristão, a exerce para garantir a Democracia. No Brasil, Dom Helder Câmara foi exatamente a antítese dessa linha-dura que gera a violência e dela se nutre, em um macabro círculo vicioso com todos os seus horrores vistos como meros números pelos Senhores da Guerra.

 

Introdução

 

Dom Helder Câmara, entre os brasileiros, tem fama no exterior só comparável ao rei Pelé. Durante a ditadura militar de 64, a polícia federal se viu obrigada a lhe oferecer segurança, pois Brasília temia que o 'Bispo Vermelho' pudesse sofrer um atentado. Mas Dom Helder recusou e disse aos policiais: — Não preciso dos senhores. Já tenho quem cuide da minha segurança. Os agentes pediram os nomes. Precisavam registrá-los nos órgãos oficiais. O Bispo não se fez de rogado. — São o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Esta é não só a doutrina dos místicos, como a maneira de ser, pensar e agir que se harmoniza com a evolução da Consciência Cósmica. A tão almejada evolução espiritual consiste exatamente em entender melhor, gradualmente, o significado do Cosmos, aplicando essa compreensão à vida prática, para que todos os seres possam viver melhor e mais felizes. Como vivemos em uma sociedade intrinsecamente injusta e potencialmente cerceadora, ver a segurança com visão espiritual é ser lunático ou subversivo – ou as duas coisas juntas.

Apesar de os registros discordarem sobre a existência e a vida de Sun Tzu, ele foi um general que viveu no Estado de Wu antes do colapso da China Imperial e para quem a vitória era o principal objetivo de uma guerra, mas que acreditava que o ideal é vencer sem combater. Ensinou Sun Tzu em A Arte da Guerra: É preferível capturar o exército inimigo a destruí-lo. Obter a vitória em uma centena de batalhas não é o cúmulo da habilidade. Dominar o inimigo sem combater, isso sim é o cúmulo da habilidade. Curiosamente Sun Tzu acreditava que o principal objetivo da guerra é a paz. Eu subscrevo o pensamento de Marcus Tullius Cicero (106 a. C - 43 a.C.): Uma paz injusta é preferível a uma guerra justa. E como diz Baltazar Gracian (1601-1658): A defesa de uma má causa é sempre pior do que a própria causa.

Mais de 2500 anos separam Sun Tzu (século IV a. C.) de Dom Helder Câmara (1909-1999). Ao contrário de Sun Tzu, Dom Helder não se notabilizou por pregar, defender ou estimular dissenções ou guerras. Uma de suas esperanças era que os homens pudessem entrar no Terceiro Milênio sentados à mesa, comendo, saudáveis, fraternos e abrigados do frio, da chuva e do vento. Se Sun Tzu, segundo é relatado, empregava as concubinas do palácio para demonstrar ao rei exemplos de manobras de combate e deslocamentos de tropas, Dom Helder tinha uma superlativa preocupação com os pobres e famintos. Pilheriou, certa vez, Dom Helder: Se eu dou comida aos pobres, eles me chamam de santo. Se eu pergunto porque os pobres não têm comida, eles me chamam de comunista. Para Dom Helder, não poderia haver paz sem justiça; e se não há justiça em escala mundial, não haverá paz em escala mundial. E uma das maiores injustiças é a própria guerra, que acaba segando a vida de civis indefesos e comprometendo o harmonium planetário

Se, por outro lado, o presidente George W. Bush tivesse se inspirado em uma doutrina mística como a professada por Dom Helder para governar os Estados Unidos da América, talvez este Terceiro Milênio fosse menos violento. Mas, encurralado por seus falcões, acabou cedendo e esparramou sangue e medo por todo o Planeta. Não fossem os próprios militares norte-americanos e o Pentágono, que não concordam com as propostas belicistas ultraconservadoras dos falcões neoconservadores, provavelmente o Irã, a Coréia do Norte e a Síria já teriam sido invadidos e estariam em guerra com os Estados Unidos.

Não sei se Bush conhece ou leu a Arte da Guerra de Sun Tzu, mas engendrou o conceito de eixo do mal (axis of evil), usado pela primeira vez em seu discurso anual sobre o estado da União proferido no Congresso norte-americano em 29 de janeiro de 2002, que acabou se tornando a base de sustentação da cruzada americana contra o terror e definiu a orientação da política externa dos Estados Unidos após o 11 de setembro, em contraposição ao eixo do bem no qual os Estados Unidos e seus aliados estão inseridos. Na ocasião, disse o presidente George W. Bush:


Our second goal is to prevent regimes that sponsor terror from threatening America or our friends and allies with weapons of mass destruction. Some of these regimes have been pretty quiet since September the 11th. But we know their true nature. North Korea is a regime arming with missiles and weapons of mass destruction, while starving its citizens.

Iran aggressively pursues these weapons and exports terror, while an unelected few repress the Iranian people's hope for freedom.

Iraq continues to flaunt its hostility toward America and to support terror. The Iraqi regime has plotted to develop anthrax, and nerve gas, and nuclear weapons for over a decade. This is a regime that has already used poison gas to murder thousands of its own citizens – leaving the bodies of mothers huddled over their dead children. This is a regime that agreed to international inspections – then kicked out the inspectors. This is a regime that has something to hide from the civilized world.

States like these, and their terrorist allies, constitute an axis of evil, arming to threaten the peace of the world. By seeking weapons of mass destruction, these regimes pose a grave and growing danger. They could provide these arms to terrorists, giving them the means to match their hatred. They could attack our allies or attempt to blackmail the United States. In any of these cases, the price of indifference would be catastrophic.


Para quem não sabe, os Estados Unidos destinaram em 2006 US$ 419 bilhões para uso em seu orçamento militar, inclusive para alimentar as suas bases militares espalhadas em 62 países mundo afora. Ficam as perguntas: 419 bilhões de dólares para fabricar bombas? Por que Iraque, Irã e Coréia do Norte constituem o eixo do mal? Por que esse eixo foi ampliado para incluir Cuba, Líbia e Síria? Qual a finalidade de tudo isso? Daqui a pouco vão acabar metendo a Venezuela e a Bolívia nesse saco do mal. E se o Governo brasileiro continuar a adular o Hugo Chavez, acabará também na lista negra americana. Eu não entendo essas coisas, como também não entendo por que o Irã sempre se referiu aos Estados Unidos da América como o Grande Satã. Armas de destruição em massa? Patrocínio do terrorismo regional e mundial? Eixos? Axis of Evil? Eixo da direita? Eixo da esquerda? Eixo do norte? Eixo do sul? Eixo do Capitalismo? Eixo do Comunismo? Eixo da Democracia? Eixo da Monarquia? Eixo do autoritarismo? Eixo do totalitarismo? Eixo do militarismo? Eixo do ultramontanismo? Eixo da cristandade? Eixo do Islamismo? Eixo do Judaísmo? Eixo do Budismo? Eixo do salvacionismo? Eixo do Oriente? Eixo do Ocidente? Eixo de Deus? Eixo do demônio? Desentendimento? Incompreensão? Intolerância? Repito: eu não entendo nada disso.

Em 1982, Ronald Reagan definiu a então União Soviética como império do mal. Hoje, a Rússia e os Estados Unidos da América são, em certo sentido, aliados. Ainda bem, mas quem entende isso? No fundo, eu acho que nem eles sabem lá muito bem o que estão fazendo. De ataque epiléptico em ataque epiléptico, de surto esquizofrênico em surto esquizofrênico vão abalando a harmonia da Terra e a paz entre os povos. Ora, os países espoliados e transfundidos do Terceiro e do Quarto Mundos poderiam muito bem também inventar o seu conceito de eixo do mal, nele colocando o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Banco Mundial (BM). A miséria mundial muito deve a esses três organismos a sua própria miséria e as suas desesperanças de progredir. Quem pode entender um treco desses? Eu reconheço (maneira de dizer) minha incapacidade de compreender todas essas loucuras.

Também, em outro sentido, são perversas e ambíguas as teologias e as religiões que admitem uma salvação apenas para os seus confrades, pois isso gera um clima de desconfiança, de crítica infundada e de criminalização daqueles que não professam a mesma fé. Já admitir a própria categoria salvação é uma tremenda ambigüidade. Salvação de quê? De quem? Para onde? Por quê? Estou cansado de dizer, mas vou dizer de novo de maneira um pouco diferente: ou aprendemos pacificamente que somos todos um ou aprenderemos dolorosamente que somos todos um. Não há uma terceira possibilidade. Todas as guerras têm demonstrado isso.

Mas, voltando a Sun Tzu, a Arte da Guerra é um livro, de treze capítulos, que se acredita que tenha sido usado por diversos estrategistas através da História, como Napoleão, Adolf Hitler e Mao Tse Tung. Ele começa recomendando: A guerra é de vital importância para o Estado. É o domínio da vida ou da morte, o caminho para a sobrevivência ou a perda do império: é preciso manejá-la bem. Não refletir seriamente sobre tudo o que lhe concerne é dar prova de uma culpável indiferença no que diz respeito à conservação ou à perda do que nos é mais querido. Para que a guerra possa ser feita e o sucesso possa ser viável, cinco são os fatores, segundo Sun Tzu, que devem ser rigorosamente analisados pelo estrategista militar: a doutrina, o tempo, o terreno, o mando e a disciplina.

A doutrina significa aquilo que faz com que o povo esteja em harmonia com seu governante, de modo que o siga onde esse for, sem temer por suas vidas, nem de correr qualquer perigo.

O tempo significa o Ying e o Yang, a noite e o dia, o frio e o calor, dias ensolarados ou chuvosos e a mudança das estações.

O terreno implica as distâncias e faz referência onde é fácil ou difícil deslocar-se, se é em campo aberto ou em lugares estreitos, e isto influencia as possibilidades de sobrevivência.

O mando há de ter como qualidades: sabedoria, sinceridade, benevolência, coragem e disciplina.

A disciplina há de ser compreendida como a organização do exército, as graduações e classes entre os oficiais, a regulação das rotas de mantimentos e a provisão de material militar ao exército.

Penso que tenha faltado um sexto fator: as conseqüências da guerra. Hoje, pela televisão, pode-se acompanhar em tempo real a sangueira no mundo, e não há quem não fique horrorizado com o que está acontecendo no Líbano e no Iraque. Onde se inserem a sabedoria, a sinceridade e a benevolência nessas calamidades? Quantos anos e quantos dólares serão necessários para reconstruir Beirute e Bagdad? E as vidas que foram ceifadas? E a desarmonização planetária? E os lares? E o medo? E a fome? Feliz de quem atravessa a vida inteira tendo mil razões para viver, disse Dom Helder Câmara. Infeliz de quem atravessa a vida inteira encontrando mil razões para fazer a guerra, para dominar, para matar, para morrer e para não-ser, digo eu.

Este modesto e despretensioso trabalho é uma fusão de três trabalhos anteriores que divulguei no Website Pax Profundis, e, em seqüência, a partir dessas reflexões anteriores, confrontarei as recomendações de Sun Tzu – para quem a guerra é de vital importância para o Estado – com o pensamento de Dom Helder Câmara – o ‘Bispo Vermelho’ de Paulo VI – que, segundo Ana Maria Tahan e Débora Crivellaro, morreu [em 1999] convencido de que fizera o suficiente para passar à eternidade sentado à esquerda do Pai. Para cada confrontação apresentarei minha opinião pessoal sob a égide de A Arte da Paz. Não citarei o pensamento do presidente Bush porque ele é por demais conhecido e é divulgado diariamente na imprensa falada e escrita. Mas, antes que me esqueça: se Dom Helder hoje está sentado à esquerda do Pai, fez muito bem por merecer, pois tudo fez em prol dos sem-vez e dos sem-voz, como ele mesmo declarou, notadamente em uma época em que quem discutia esses temas era tachado de melancia – verde por fora, mas vermelho por dentro. Por causa disso, por muito pouco a Revolução de 64 não fez dele um mártir!

 

Confrontações


Arte da Guerra (Sun Tzu): Se você quiser matar o inimigo, você terá que despertar o ódio de seus soldados.

Dom Helder: Preciso levar aos homens o ramo de oliveira que o Senhor Deus me confiou!

Arte da Paz: Estimulando o amor, a compreensão e a tolerância não haverá necessidade de exércitos. Quem assassina um ser humano comete suicídio. A arte da paz é a arte da vida e da fraternidade e não da morte e do aniquilamento. Se eu tivesse os poderes do Mandrake transformaria os canhões em ramos de oliveira.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): O chefe militar que está versado na arte de guerra torna-se o senhor para determinar o destino das pessoas e controlar a segurança da nação.

Dom Helder: Mesmo que a maior angústia te visite e te acompanhe, não deixes que ela se reflita em teu rosto. O mundo agitado e triste precisa que leves contigo tua paz e tua alegria.

Arte da Paz: A segurança de uma nação não repousa em qualquer tipo de dominação, e ninguém pode arbitrar o destino de quem quer que seja. Em um outro sentido, muito mais profundo, a Lei de Thelema – , encravada no Livro da Lei, ensina: Do what thou wilt shall be the whole of the Law (Faze o que tu queres, há de ser toda a Lei).

 


Todo ser humano tem o direito de exercer sua Verdadeira Vontade; nada justifica que alguém possa determinar o destino das pessoas, como propôs Sun Tzu. Nada justifica o que hoje está a ocorrer no Líbano, no Iraque e no Estado Islâmico do Afeganistão.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): Excelência mais alta está em se obter uma vitória e subjugar o inimigo sem, no entanto, lutar.

Dom Helder: Só as grandes humilhações nos levam ao recesso último de nós mesmos, lá onde as fontes interiores nos banham de luz, de alegria e de paz.

Arte da Paz: A mais alta excelência está em não se procurar obter qualquer vitória, e em jamais se tentar subjugar nada nem ninguém. Somos todos um. O que é mais importante: o coração ou a víscera integrante do tubo digestivo que se estende do estômago ao ânus? Qual glândula endócrina é mais importante: a pineal ou a tireóide? Qual etnia é mais importante: a negra, a vermelha, a branca ou a amarela? Qual Poder é mais importante: o Executivo, o Legislativo ou o Judiciário? Qual hora é mais importante: a meia-noite ou o meio-dia? Não posso deixar de recordar o registro histórico do Sermão da Montanha reproduzido em Mateus V, 1-12:

Bem-aventurados os humildes porque deles é o Reino.
Bem-aventurados os que choram porque serão consolados.
Bem-aventurados os mansos porque herdarão a Terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão fartos.
Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia.

Bem-aventurados os limpos de coração porque verão a Deus.
Bem-aventurados os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que têm sido perseguidos por causa da justiça porque deles é o Reino.
Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por Minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque grande é o vosso galardão nos Céus; pois assim perseguiram os profetas que existiram antes de vós.

Mas, mais bem-aventurados ainda são aqueles que agem categoricamente sem se preocuparem com o Reino e sem se preocuparem em ser chamados de filhos de Deus. Esses compreenderam a unidade da vida e não vivem esperando as perfeições evangélicas exaltadas por Cristo no Sermão da Montanha. Fazem o que fazem porque sabem que deve ser feito.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): A melhor política para as operações militares é obter a vitória.

Dom Helder: Nenhum de nós pode programar a vida como linha reta imutável, inflexível... A cada instante as surpresas rebentam e temos que ter humildade e imaginação criadora para ir salvando o essencial através do inesperado de cada instante...

Arte da Paz: A maior vitória que um homem poderá alcançar é sobre si mesmo.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): Se o comandante não puder controlar sua própria impaciência e der ordens a seus soldados para avançar contra o muro da cidade como formigas, o resultado será que 1/3 deles será sacrificado, enquanto que a cidade permanecerá intocada. De fato, aí está a calamidade em atacar cidades muradas.

Dom Helder: Diante do colar belo como um sonho admirei, sobretudo, o fio que unia as pedras e se imolava anônimo para que todos fossem um. (Grifo meu).

Arte da Paz: A busca da perfeição interior requer paciência e trabalho. Os únicos muros que devem ser derribados são o muro da vaidade, o muro da intolerância, o muro do preconceito e outros muros similares que impedem o ser-no-mundo de alcançar a Illuminação interior. Realmente, a paz perpétua só acontecerá se e quando todos os seres da Terra estiverem no mesmo patamar de compreensão. Como isso é utópico, a entropia cíclica é necessária. Mas a entropia não ocorre apenas por causa do ser humano; é uma Lei Cósmica inerente ao Universo. Contudo, ainda que a paz perpétua seja utópica e que a entropia seja um evento irredutível, isso não significa que não devamos perseguir a paz com todas as nossas forças e com todo empenho. Sobre a utopia, disse Dom Helder: Nunca se deve temer a utopia. A utopia partilhada é a mola da História.

 

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): O prêmio maior de uma vitória é triunfar por meio de estratagemas, sem usar as tropas.

Dom Helder: Temos de entrar no Terceiro Milênio sentados à mesa, comendo, saudáveis, fraternos e abrigados do frio, da chuva e do vento.

Arte da Paz: O prêmio maior da vida é vencer a morte pela Morte. Pela Morte consciente será conquistada a Eterna Vida. Em Mateus VII, 14 está escrito: Estreita, porém, é a Porta e apertado é o Caminho que conduz à Vida. O invencível fato é que poucos são os que encontram essa Porta. O pior é que muitos quando A encontram não têm a coragem de abri-La! E não haverá paz (pessoal ou coletiva) enquanto essa Porta não for aberta.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): Se o mais fraco combater... ele será, seguramente, conquistado pelo mais forte.

Dom Helder: Mais que no comum dos dias olhei o mais que pude os rostos dos pobres, gastos pela fome, esmagados pelas humilhações, e neles descobri Teu rosto Cristo Ressuscitado!

Arte da Paz: Se alguém, em qualquer âmbito considerado, considera-se capaz, hábil ou proficiente, deverá usar essa capacidade, essa habilidade ou essa proficiência para auxiliar a promover a utópica paz. Auferir qualquer tipo de vantagem – particularmente se ela decorre de uma presumida fraqueza do outro – é uma abominável covardia e implicará em pesadíssima e proporcional compensação educativa. O mais forte não conquista o mais fraco pela força; mas se conquista houver ela deverá ser primeiro pelo exemplo, depois pelo resto. Mesmo e outro são um.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): Lançar a desordem e a confusão em suas próprias fileiras é oferecer um modo seguro para a vitória do inimigo.

Dom Helder: Se eu pudesse sairia silenciosamente derramando dinheiro nos bolsos dos pobres caídos de cansaço e de fome em bancos de jardins abandonados. Se eu pudesse sairia povoando de sono e de sonhos as noites indormidas dos desesperados. Se eu pudesse – ah! se eu pudesse – afugentaria da Terra a desconfiança que embacia os olhares mais claros e torna turvos os horizontes mais limpos...

Arte da Paz: A ordem e a harmonia começam pelo e no próprio ser-no-mundo. O primeiro e único inimigo a ser derrotado é o demônio interior e pessoal que construímos com a nossa ignorância. Ensinou Éliphas Lèvy no seu Dogma e Ritual da Alta Magia: O Iniciado é aquele que possui a Lâmpada de Trismegisto, o Manto de Apolônio e o Bastão dos Patriarcas. Com a Lâmpada ele Illumina; com o Manto ele se invisibiliza; com o Bastão promove a Paz.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): Se conheces os demais e te conheces a ti mesmo, nem em cem batalhas correrás perigo; se não conheces os demais, porém se te conheces a ti mesmo, perderás uma batalha e ganharás outra. Se não conheces os demais nem te conheces a ti mesmo correrás perigo em cada batalha.

Dom Helder: Para te livrares de ti mesmo lança uma ponte por cima do abismo de solidão que o teu egoísmo criou.

Arte da Paz: Aquele que se conhece a si próprio e que reconhece seu demônio interior – e o domina – vencerá a batalha final sem perigo de derrota. Aquele que não se conhece a si próprio e que não reconhece e domina seu demônio interior perderá a batalha final, será derrotado e morrerá. A utópica paz perpétua, inclusive, é dependente da paz pessoal, individual. Não se poderá almejar a sonhada paz perpétua na Terra enquanto um único ser-no-mundo estiver em guerra consigo próprio. A Lâmpada... O Manto... O Bastão...

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): Fazer-te invencível significa conhecer-te a ti mesmo... A invencibilidade está em ti mesmo.

Dom Helder: As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no Coração.

Arte da Paz: Sem comentário.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): A invencibilidade é uma questão de defesa; a vulnerabilidade é uma questão de ataque.

Dom Helder: Quando as ilhas souberam que para a imaginação humana representam isolamento e egoísmo, pensaram em se ligar aos continentes. Raras não vacilaram em continuar ilhas preferindo o juízo de Deus, que as cercou de água por todos os lados ao mutável e caprichoso juízo humano...

Arte da Paz: A invencibilidade é uma questão de autoconhecimento; a vulnerabilidade é uma questão de desconhecimento de si próprio. Quem se conhece nada teme; quem não se conhece tem medo da própria sombra.

 

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): Assim como o levantar de um fio de cabelo não é sinal de força e ver o Sol e a Lua não é sinal de visão aguçada, tampouco escutar um trovão não é dom de audição aguda.

Dom Helder: A fome dos outros condena a civilização dos que não têm fome.

Arte da Paz: Sem comentário.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): Um verdadeiro mestre das artes marciais vence outras forças inimigas sem batalha, conquista outras cidades sem assediá-las e destrói outros exércitos sem empregar muito tempo.

Dom Helder: Gostaria de ser uma simples poça d’água para refletir o céu.

 

 

Arte da Paz: Um verdadeiro Mestre venceu o desejo de dominação, pois conquistou pelo trabalho místico seu Templo Interior – seu SANCTUM CORDIS.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): É imprescindível lutar contra todas as facções inimigas para obter uma vitória completa, de maneira que seu exército não fique aquartelado e o benefício seja total. Esta é a lei do assédio estratégico.

Dom Helder: A única guerra legítima é aquela que se declara contra o subdesenvolvimento e a miséria.

Arte da Paz: Só há uma vitória efetiva e completa que promove a paz e a Illuminação: a vitória contra nossas ilusões. Isto é simbolicamente equivalente a dominar o demônio interior.

 

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): Triunfam aqueles que: sabem quando lutar e quando não; sabem discernir quando utilizar muitas ou poucas tropas; possuem tropas cujas categorias superiores e inferiores têm o mesmo objetivo; enfrentam com preparativos os inimigos desprevenidos; e têm generais competentes e não limitados por seus governos civis.

Dom Helder: Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante... Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor para a construção do Mundo.

Arte da Paz: Só triunfarão aqueles que construírem e aprimorarem diuturnamente seus Mestres-Deuses Interiores e não mais ficarem limitados pelas oferendas ilusórias e brilhantes do mundo, sejam seculares, sejam religiosas.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): O que todo mundo conhece não se chama sabedoria... A grande sabedoria não é algo óbvio e o mérito não se anuncia. Quando és capaz de ver o sutil, é fácil ganhar; que tem isto que ver com a inteligência ou com a bravura? Quando se resolvem os problemas antes que surjam, quem chama isto de inteligência? Quando há vitória sem batalha, quem fala de bravura?

Dom Helder: Pobreza é suportável, mas miséria é um acinte à natureza humana. Na pobreza, existe apenas o indispensável, mas existe. Na miséria, nem o indispensável existe. [E na guerra não existe nada.]

Arte da Paz: Sem comentário. Apenas, mais uma vez, recordo uma máxima de Raymond Bernard: Na Via Iniciática prestigiosa que seguimos, as tentações são numerosas, as quedas ocasionais e a dúvida periódica.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): Os que utilizam boas armas cultivam o Caminho e observam as Leis.

Dom Helder: É bom que ninguém se iluda, que ninguém aja de maneira ingênua: quem escuta a voz de Deus e faz sua opção interior, e arranca-se, e parte para lutar pacificamente por um mundo mais justo e mais humano, não pense que vai encontrar caminho fácil, pétalas de rosas debaixo dos pés, multidões à escuta, aplausos por toda a parte e, permanentemente, como proteção decisiva, a Mão de Deus. Quem se arranca de si mesmo e parte como peregrino da justiça e da paz, prepare-se para enfrentar desertos.

Arte da Paz: Se a recomendação de Sun Tzu for entendida e praticada de forma Iniciática está rigorosamente correta. Mas como disse Dom Helder, quem se arranca de si mesmo e parte como peregrino da justiça e da paz, prepare-se para enfrentar desertos [traições e humilhações].

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): Servir-se da harmonia para desvanecer a oposição, não atacar um exército inocente, não fazer prisioneiros ou tomar saques por onde passa o exército, não cortar as árvores nem contaminar os poços, limpar e purificar os templos das cidades e montanhas do caminho que atravessas e não repetir os erros de uma civilização decadente, a tudo isto se chama o Caminho e suas Leis.

Dom Helder: Não creias na arrogância. Não te impressiona saber que o mais anônimo dos átomos tem poder capaz de arrasar cidades? No entanto, repara como se apagam e se escondem, como se nada fossem, nada valessem, nada pudessem...

Arte da Paz: Da mesma forma, se a recomendação de Sun Tzu for entendida e praticada de forma Iniciática está rigorosamente correta, desde que se considere como 'forças militares' a Beleza e o Bem.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): Um exército vitorioso é como um quilograma comparado a um grama; um exército derrotado é como um grama comparado a um quilograma.

Dom Helder: Melhor do que o pão é a sua partilha, sua divisão!

Arte da Paz: Um Místico vitorioso é como o Universo comparado a um grão de areia. Um místico derrotado é como um grão de areia comparado ao Universo, ainda que em todos os grãos de areia estejam contidas todas as Leis Universais. Porém, um Místico poderá cair em tentação, poderá também claudicar e até, ocasionalmente, duvidar, mas jamais será derrotado, pois Ele sabe que tudo é um.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): A ortodoxia [conformidade absoluta com um certo padrão, norma ou dogma] e a heterodoxia [caráter daquilo que não está de acordo com a doutrina oficialmente recebida ou que, por extensão, não se conforma às opiniões e às idéias tradicionalmente ou em geral admitidas] não são elementos fixos.

Dom Helder: Ter ao próprio lado quem só sabe dizer amém, quem concorda sempre, de antemão e incondicionalmente, não é ter um companheiro, mas sim uma sombra de si mesmo.

Arte da Paz: Isto é correto. O que é ortodoxo para uns, é heterodoxo para outros. Daí as dissensões e as guerras. Heterodoxo, portanto, é fazer a guerra; ortodoxo é lutar pela paz perpétua. Lavrou Ralph Maxwell Lewis em seu Credo da Paz:

Sou responsável pela guerra...

Quando orgulhosamente faço uso da minha inteligência para prejudicar o meu semelhante.
Quando menosprezo as opiniões alheias que diferem das minhas próprias.
Quando desrespeito os direitos alheios.
Quando cobiço aquilo que uma outra pessoa conseguiu honestamente.
Quando abuso da minha superioridade de posição privando os outros de sua oportunidade para progredir.
Se considero apenas a mim próprio e a meus parentes como pessoas privilegiadas.
Quando me concedo direitos para monopolizar os recursos naturais.
Se acredito que outras pessoas devem pensar e viver da mesma maneira que eu.
Quando penso que o sucesso na vida depende exclusivamente do poder, da fama e da riqueza.
Quando penso que a mente das pessoas deve ser dominada pela força e não educada pela razão.
Se acredito que o deus de minha concepção é aquele em que os outros devem acreditar.
Quando penso que o país em que nasce o indivíduo deva ser necessariamente o lugar onde ele tem de viver.
Se estou em paz, eu promovo a paz dos que me cercam. Por sua vez, eles promovem a paz daqueles que estão à sua volta e que também farão o mesmo. Então, a paz começa por mim! E sem ela não pode haver a necessária transformação social.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): A desordem chega da ordem, a covardia surge do valor, a debilidade brota da força.

Dom Helder: Mais importante do que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério e escutar o silêncio.

Arte da Paz: Misticamente, não. A desordem provém da desarmonia e a harmonia gera ordem. A covardia surge do temor e a coragem advém da confiança. A debilidade brota da tibieza de caráter e a força provém da Força.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): Sê extremadamente sutil e discreto até o ponto de não teres forma. Sê completamente misterioso e confidencial até o ponto de seres silencioso.

Dom Helder: Durante o Concílio [Concílio Vaticano II, 1962-5], acreditei ter compreendido bem o que era realmente a Igreja dos pobres. Depois dele, quando as circunstâncias me fizeram perder a palavra, a reputação e até quase meu próprio nome, foi que percebi ser a pobreza uma coisa bem distinta de uma cruz de madeira ou de uma casinha modesta. Jamais chegaremos a nos converter completamente ao Cristo, que está presente entre os pobres, ou a compreender o que São João Crisóstomo quis dizer quando escreveu esta frase: ‘Os pobres são nossos mestres’.

Arte da Paz: Quem aprendeu a viver misticamente – em Santo Silêncio – é sutil, discreto, misterioso, confidencial e não é percebido.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): Faz com que os adversários vejam como extraordinário o que é ordinário para ti; faz que vejam como ordinário o que é extraordinário para ti. Isto é induzir ao inimigo a efetuar uma formação. Uma vez vista a formação do adversário, concentra tuas tropas contra ele. Como tua formação não está à vista, o adversário dividirá seguramente suas forças.

Dom Helder: Não sei de onde partem os gestos insensatos, absurdos e contraproducentes de terrorismo... Tenho horror a qualquer tipo de guerra. Tenho mais que horror às guerrilhas, que me parecem essencialmente traiçoeiras e anticristãs.

Arte da Paz: Um místico não se preocupa com o extraordinário pois sabe que em seu Coração tudo é ordinário, isto é: todos os fenômenos podem se reproduzir e se repetir se mantido o mesmo sistema segundo uma mesma e harmônica ordem.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): Quantas mais defesas induzes teu inimigo a adotar, mais debilitado ele ficará.

Dom Helder: Desde que a discordância não seja sistemática e proposital, que seja fruto de visão diferente, a partir de ângulos novos, importa de fato em enriquecimento.

Arte da Paz: Um místico sabe que sua fortaleza só deve ser empregada em prol do outro. A desejada paz perpétua depende da fortaleza de todos; para que alguém ganhe, alguém terá que perder. Não há lucro sem desgraça.

 

Arte da Guerra (Sun Tzu): A vitória pode ser criada.

Dom Helder: Se é verdade que a criatura média não tem vocação para o heroísmo – no sentido de afrontar riscos e desafiar martírios – é também verdade que ela vive heroísmos anônimos, sacrifícios de todo dia e de cada instante.

Arte da Paz: A vitória interior deve ser criada.

Arte da Guerra (Sun Tzu): Lutar com outros cara a cara para conseguir vantagens é o que há de mais árduo do mundo.

Dom Helder: Não há paz sem justiça; e se não há justiça em escala mundial, não haverá paz em escala mundial.

Arte da Paz: Nenhuma atitude de um místico deverá ser orientada no sentido de levar qualquer vantagem. Repito: para que alguém ganhe, alguém terá que perder. Não há lucro sem desgraça e sem miséria. Por exemplo: as leis que regulam o comércio exterior precisam ser urgentemente mudadas sob pena de se chegar ao impasse de alguns países terem o que vender e não haver nenhum país que possa comprar. Ou se olha para a miséria do Terceiro Mundo e do Quarto Mundo (de acordo com a Teoria dos Mundos, o Quarto Mundo é formado pelas nações internacionalmente reconhecidas, mas não independentes, como por exemplo a Palestina e o Tibete) ou alguns países poderão seletivamente ser extintos. Logo, comerciar para exclusivamente auferir vantagens é o que há de mais execrável nas inter-relações mundiais, e o Estado que assim age é diretamente responsável pela guerra e pela morte. Conseguir vantagens pode ser lá um pouco árduo, mas é abominável em latitude e longitude.

 

Considerações Finais

 

Apesar de, em pequeno, eu ter sido educado na fé católica, há mais ou menos quarenta anos me desvinculei da Igreja Católica (e de qualquer religião) para Peregrinar por outros Caminhos. Em 1969, desiludido com todas as religiões, fui admitido como neófito da Ordem Rosacruz AMORC e ali encontrei o que estava buscando. Contudo, não renego meus anos verdes no seio do Catolicismo, mas, muito sinceramente, discordo quase que integralmente de seus dogmas, de sua doutrina e de suas artimanhas. Para mim, o Catolicismo contemporâneo tornou-se um triste arremedo do Cristianismo primitivo e jogou no lixo as doutrinas esotérico-gnósticas do Crucificado. Jesus, por exemplo, nunca disse que era Deus ou que era o Filho dileto de Deus. E o limbo, o purgatório, o céu, o inferno, o celibato, os escapulários, as indulgências vendidas, a confissão auricular e outras mumunhas mais são invencionices seculares que só interessam à poderosa Cúria, para que o poder temporal seja mantido a qualquer preço e para que não haja esvaziamento dos cofres do Vaticano. Em duas palavras: cabresto hipotético. Quanto mais, melhor. Ou será que alguém pensa que, por exemplo, o celibato tem outra finalidade que não seja econômico-financeira? Se os padres pudessem casar teriam que dividir seus bens com a família que constituíram, e com isso, a Igreja acabaria falida. Quanto ao resto, o medo se incumbe de abarrotar o Banco do Vaticano. Um outro grande negócio são as religiões eletrônicas. Em menos de um ano um analfabeto é convertido em pastor, e só precisa de mais um ano para nunca mais na vida ter problemas de dinheiro. Os negócios com Deus rendem dividendos estratosféricos. Mas como afirmei acima, não renego meus anos verdes no seio do Catolicismo, porque, inclusive, quando pequeno, fabriquei um Catolicismo pessoal e heterodoxo, contudo extremamente moral e elevado. E também sei que essas religiões que hoje abundam a telinha cumprem um certo papel. Mas o mundo e os que pensam – e não são poucos – não estão mais aceitando nada disso, e o fim irredutível de todas essas enganações é serem recicladas pela Lei da Entropia. Como não há bem que dure para sempre, porque precisa ser atualizado em um nível de bem mais elevado, não há ato praticado de má-fé que objetive lesar ou ludibriar outrem que não acabe desmascarado.

Mas não posso deixar de admitir que a religião Católica teve seus efeitos sobre mim e que, randomicamente, produziu homens extraordinários e verdadeiros Santos. Um desses homens extraordinários foi, sem dúvida, Dom Helder Câmara – ordenado sacerdote aos 22 anos de idade, no dia 15 de agosto de 1931 – que muito contribuiu para melhorar as condições de vida do ser humano, nomeadamente no Brasil. E lá, à esquerda de seu Pai, deve estar pensando: Quando sonhamos sozinhos é só um sonho; mas quando sonhamos juntos é o início de uma nova realidade.

 

Rio de Janeiro, 29 de julho de 2006.

 

 

 

Páginas Web e Websites consultados:


http://www.domhelder.com.br/
http://www.domhelder.org.br/Default.htm
http://www.tvcultura.com.br/aloescola/historia
/cenasdoseculo/nacionais/heldercamara.htm
http://www.dhnet.org.br/direitos/
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http://www.rainhadapaz.g12.br/
projetos/religiao/projeto_da_paz/paz.htm
http://www.torturanuncamais.org.br/mtnm_mil/
mil_eventos/mil_eve_domhelder/mil_epoca/
mil_home_domhelder_epoca.htm
http://www.espacoacademico.com.br/034/34epiletti_praxedes.htm
http://destaquein.sacrahome.net/node/406
http://www.aeso.br/oxente/trinta_dom_helder.php
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http://www.est.com.br/publicacoes/estudos
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http://www.ideariumperpetuo.com/dhelder.htm
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http://archivo.greenpeace.org/desarme/hirosima.htm
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http://pt.wikiquote.org/wiki/A_Arte_da_Guerra
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http://www.culturabrasil.pro.br/artedaguerra.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conf%C3%BAcio
http://www.suntzu.hpg.ig.com.br/cap0a.htm

Música de fundo:

Tema do filme 'Guerra nas Estrelas'

Fonte:

http://www.geocities.com/Nashville/8653/index2.htm