Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

Somos responsáveis

pelo Universo

porque nós somos

o Universo.1

Somos responsáveis

por estoutro e por aqueloutro

porque somos

seres-no-mundo2 e cada outro.

 

 

Somos responsáveis

porque somos

Somos responsáveis

pelos Deuses e pelos Demônios

porque parimos e somos

nossos Deuses e nossos Demônios.

 

 

Somos os vírus

e também somos as vacinas.

Somos a terra e somos o ar;

e todas as bocas e todas narinas.

Somos a paz e somos a guerra;

e somos a alegria e a dor que emperra.

Somos o progresso e o retardo;

e a LLuz da Senda e o peso do fardo.

 

 

Somos responsáveis por tudo;

sem apelamentos, privilégios ou exceções.

Sim! Somos responsáveis

por toda as boas e belas concertações

e por todos os constrangimentos

por toda magnanimidade

e pela egoística mais-valia.

 

 

O que fizermos

será nossa responsabilidade;

o que foi feito pelo outro

também é parte de nossa ferocidade.

Inelutavelmente, somos todos

responsáveis pelo Universo

porque cada um de nós e nós todos

somos um com, no e por meio do Universo.

 

 

E como, no Universo

não há plural – tudo é Um.

um com e no Todo-Sempre-Um.

Quem quiser se separar

não haverá de conseguir;

ad sæcula saeculorum, a Lei é:

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Paulo Coelho, Brida.

2. Ser-no-mundo (Dasein) é uma concepção heideggeriana. Das Wesen des Daseins liegt in seiner Existenz. A essência do Dasein consiste em sua existência. Segundo Julián Marías, a melhor tradução seria: a essência do existir consiste em sua existência. Como explica Acylene Maria Cabral Ferreira, o homem é um ente que se distingue dos demais pelo fato de compreender e significar o mundo. A expressão ser-no-mundo refere-se ao ente que nós mesmos somos, e implica que estamos sempre junto ao mundo e existimos sempre em um mundo. Isto quer dizer que o homem é um ser-em e um ser-junto ao mundo. Com o conceito de ser-no-mundo, Heidegger pretendeu caracterizar a simultaneidade de mundo e homem, mostrando que a existência do homem recebe seu sentido da sua relação com o mundo, e que este obtém sua significação através do homem. Nesta relação de simultaneidade, ser-no-mundo diz sempre já-ser-junto-ao-mundo, ocupar-se com as coisas do mundo, deter-se ou demorar-se junto ao mundo. Enquanto ocupação, o ser-no-mundo é tomado pelo mundo de que se ocupa. Enfim, penso que – e é isto que é – ser-no-mundo é estar-no-mundo-com; é perceber que somos um-no-outro e que o outro é um-em-nós.

 

 



 

Música de fundo:

My Way (Claude François/Jacques Revaux/Paul Anka)
Intérprete: Frank Sinatra

Fonte:

http://www.charles50tao.com.br/
diversas_internacionais_III.htm

 

Páginas da Internet consultadas:

http://docs.google.com/

http://www.hottopos.com/
harvard4/jmshdg.htm

http://libn.com/liliving/2008/09/
10/suffolk-parties-for-unity/