Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

edos, medos, muitos medos...

É o que eles tentam sobrepor.

Medos, medos, muitos medos...

Eles querem dominar pelo temor.

 

Medos, medos, muitos medos...

Tentam impingir os donos do poder.

Medos, medos, muitos medos...

A meta é arquear e submeter.

 

É assustador e caliginoso

privar alguém da vida e da liberdade

via argumento de autoridade.1

 

Nosso privilégio mais precioso

é a nossa independência

sobrevinda com a autoconsciência.

 

 

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Nota:

1. Argumento de autoridade (argumentum ad auctoritatem) é o argumento cujo sustentáculo encontra-se na opinião ou na teoria dos mestres antigos ou de um especialista. É aquele, enfim, que se utiliza dos conhecimentos de pessoa conhecida e reconhecida em determinada área do saber para corroborar a tese de quem argumenta. O argumento de autoridade é também denominado de argumentum magister dixit ou argumentum ad verecundiam. Alfredo Gaspar define o argumento de autoridade como sendo ... um argumento psicológico de grande peso (e tanto que alguns autores o tratam como argumento quase-lógico ou mesmo lógico) em que o orador abona sua opinião no ensinamento de um autor renomado, ou de um texto consagrado, fora de qualquer suspeição. Víctor Gabriel Rodríguez admite que quando o argumento de autoridade se desvirtua de sua função de presunção razoável de razão da opinião de um verdadeiro 'expert' para que se dê maior crédito a uma tese, passa a constituir a falácia da autoridade. Portanto, dentre os perigos do argumento de autoridade, um deles, por exemplo, é citar as liturgias religiosas para apoiar raciocínios hipotéticos e matanças. Eu pergunto: por que não se poderá conhecer o Pai se não for por intermédio de Jesus? Quem meteu essa afirmação na Bíblia sabia muito bem o que queria e sabia muito bem o que estava fazendo. O fato tenebroso e dangeroso é que o argumento de autoridade autoriza que a conclusão a que se chega – se ou quando apoiada no depoimento de um especialista – seja considerada verídica e inquestionável. Então, em que passagem bíblica se apoiou Tomás de Torquemada (1420-1498) – nomeado pelo papa Sixto IV como primeiro inquisidor geral de Castilla em 1483, e depois nomeado grande inquisidor para toda a España pelo papa Inocêncio VIII – para mandar queimar na fogueira 2.000 pessoas durante o seu sanguinário mandato? E por que o papado ficou calado? Em outra direção, tive a oportunidade de estudar diligentemente o sagrado Alcorão e não encontrei nenhuma afirmação do Profeta Mohamed que possa justificar os atos de terror a que todos estamos assistindo estarrecidos. Então, só posso concluir que a autoridade dos Homens Santos e dos Mestres do passado pode, algumas vezes, servir para propósitos que eles jamais imaginaram ou recomendaram. (Des)propósitos absurdos! E como a incultura é fácil de ser manobrada, a massa de inocentes úteis (pessoas que, por ingenuidade e ignorância, são usadas no serviço de uma causa ou de uma idéia política) cresce geometricamente. Depois, agüentem todos, pois a coisa, mutatis mutandis, acaba ficando mais ou menos assim: Roma locuta, causa finita est. Roma falou, está decidido. (Santo Agostinho, Sermones 131, 10). Depois que a ordem é dada não há retorno.

 

 


Websites consultados:

http://www.oabsp.org.br/escola/main1.asp?pg=1.2.3&pgv=a&id_noticias=31

http://www.geocities.com/capitolhill/lobby/2679/torquema.htm

http://www.geocities.com/capitolhill/lobby/2679/torquemada_el_terrible.htm

Fundo musical:

Fear

Fonte:

http://www.geocities.com/rosilencer/ff8midis.html

 

 

 

 

 

Roma locuta, causa finita non est.