OH!, SOMÁLIA!

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Somália

 

 

A Somália é o País mais oriental da África, e ocupa uma área de 637.657 km² (aproximadamente igual à soma da área dos estados brasileiros de Minas Gerais e Espírito Santo). A região ocupada pelo País é comumente chamada Chifre da África – pela semelhança entre o desenho de seu mapa com o chifre de um rinoceronte. A região do Chifre da África (ou Corno de África, como é conhecida em Portugal) também inclui os vizinhos Etiópia e Djibuti.

 

O País está situado na costa leste africana ao norte da linha do Equador, entre o Golfo de Aden, a norte, e o Oceano Índico a leste. Seu território consiste de muitos platôs, planícies e montanhas. O norte do País é montanhoso, com altitudes entre 900 e 2.100 metros. No noroeste do País, na região autônoma de Somalilândia (auto-declarada independente), segue a cadeia montanhosa de Cal Madow (Surud) desde a fronteira noroeste com a Etiópia até a região de Sanaag, onde se localiza o ponto mais elevado do País no pico Shimbiris com 2.450 metros. As áreas do centro e do sul são planas, com altitudes inferiores a 180 metros. Os rios Juba e Shabele nascem na vizinha Etiópia e atravessam o País em direção ao Oceano Índico. O Shebele, entretanto, não alcança o mar, exceto em períodos de chuva mais intensa.

 

A ONU declarou nesta quarta-feira (20 de julho de 2.011) oficialmente o estado de crise de fome em duas regiões do sul da Somália, Bakool e Lower Shabelle, algo inédito neste País durante os últimos 20 anos, e pediu à comunidade internacional US$ 300 milhões para salvar vidas.

 

Cada dia que demoramos a mais a prestar assistência é, literalmente, questão de vida ou morte para as crianças e suas famílias nas áreas afetadas pela crise de fome, afirmou nesta quarta-feira o coordenador de Assuntos Humanitários da ONU para a Somália, Mark Bowden, em uma movimentada entrevista coletiva em Nairóbi.

 

Se não atuamos agora – advertiu – a crise de fome se estenderá às oito regiões do sul da Somália nos próximos dois meses, devido às pobres colheitas e aos surtos de doenças infecciosas.

 

Quase a metade da população somali – 3,7 milhões de pessoas – está em uma situação de crise humanitária, das quais 2,8 milhões vivem no sul, indicam os dados das Nações Unidas.

 

A ONU esclareceu nesta quarta-feira que uma crise de fome é declarada tecnicamente quando existe a combinação das seguintes variáveis: o índice de desnutrição aguda entre as crianças supera 30%, mais de duas pessoas – para cada 10 mil habitantes – morrem ao dia e as pessoas precisam de acesso a alimentos e outras necessidades básicas.

 

Bowden ressaltou que na Somália os índices de desnutrição são atualmente os mais altos do mundo, e precisou que em algumas zonas de Bakool e Lawer Shabelle se registram mais de seis mortes diárias, para cada 10 mil habitantes, de crianças menores de cinco anos.

 

Além disso, as áreas mais afetadas do sul da Somália abrigam cerca de 310 mil crianças que sofrem desnutrição aguda, na pior crise alimentar da África desde a crise de fome que bateu neste País entre 1991 e 1992.

 

A Somália – insistiu o coordenador – enfrenta sua pior crise alimentícia dos últimos 20 anos. Os próximos dois meses são cruciais. É o momento de realizar uma ação excepcional.

 

A falta de recursos é nossa maior limitação e preocupação, ressaltou o responsável da ONU, que especificou que faltam US$ 300 milhões para enfrentar a situação nos próximos dois meses. Com esta ajuda, ressaltou Bowden, há vidas que podem ser salvar de maneira imediata.

O sul da Somália se acha, praticamente em sua totalidade, sob o controle da milícia fundamentalista islâmica Al Shabab – vinculada à rede terrorista Al Qaeda – que no último dia 5 de julho levantou o veto imposto em 2010 às organizações humanitárias para operar em seus domínios.

 

O coordenador humanitário admitiu que o sul somali está amplamente controlado por Al Shabab, mas garantiu que os funcionários das Nações Unidas contam com garantias de segurança no terreno e com o apoio das comunidades locais.

 

Tão grande é o desespero de muitos somalis que 166 mil escaparam neste ano da fome e da miséria para buscar refúgio em países vizinhos, como o Quênia e a Etiópia, dos quais 100 mil empreenderam a fuga a partir do maio passado, segundo a ONU. Muitas dessas famílias somalis buscam ajuda no campo de refugiados de Dadaab (leste do Quênia), considerado o maior do mundo e desenhado para 90 mil pessoas, mas que atualmente recebe cerca de 400 mil refugiados.

 

A seca que castiga o Chifre da África e seus devastadores efeitos acirram as dificuldades para cerca de 11 milhões de pessoas da região, assinalam as Nações Unidas e as ONGs de ajuda humanitária.

 

No entanto, a ONU indicou que não prevê que a crise de fome se estenda além da Somália na região, apesar da situação de grave crise alimentícia que padecem o sul da Etiópia e o norte do Quênia.

 

E o Brasil? O que faz? Só para citar dois exemplinhos, está gastando e gastará milhões + milhões de dólares para promover uma Copa do Mundo e uma Olimpíada! Tenho alguma coisa contra Copas do Mundo e Olimpíadas? Não; nenhuma. Mas tenho tudo contra o descaso, e nisto o Brasil é igualzinho aos países ricos e poderosos: está cagando e andando. Caga tanto e anda tanto que desvia e rouba até os recursos destinados à reconstrução da Região Serrana do Rio de Janeiro, cuja infra-estrutura foi recentemente desmontada por uma severidade de proporções cataclísmicas jamais registrada na história de Teresópolis, de Petrópolis e de Friburgo. Os sem-nada continuam sem nada! Já no Ministério dos Transportes, é escândalo, é corrupção, é roubalheira é et cetera e tal. Eu, que pouco posso fazer – mas faço tudo que posso – choro e oro, oro e choro. E morro de vergonha! Enquanto pensarmos ou dissermos foda-se... Enquanto formos indiferentes ao amor e insensíveis à dor do outro... Enquanto não aprendermos que somos todos um... Bolas! Enquanto não arrumarmos um pouco de vergonha na cara...

 

 

 

 

Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Som%C3%A1lia

http://odia.terra.com.br/


 

 

 

Irresponsabilidade?

É; muitíssima. Mas também

absoluta falta de solidariedade.

Que se dane?

É. Mas ai do autocentrado

que se enroupa com papel celofane!

 

 

Quem é que ainda

lembra das ecocatástrofes?

Somália?

Tão longe! Quem é que está

dando bola para a Somália?

 

Insuficiências?

Fodam-se os somalis

e suas carências!

Subalimentação?

Foda-se o emagrecimento;

eu não sou abegão!

 

E a ajuda?

Faz-se necessaríssima,

mas nada ou pouco muda!1

E então?

Entender que todos

são só um e um só Coração!

 

E o existir?

A Humanidade se arrasta

E o vir-a-ser?

É uma incógnita!

Ainda freme o não-ser.

 

Oh, Somália!

Enquanto pensarmos

foda-se a Somália...

Decacanto...

Retardio... Ordália...

Desencanto... Pranto!

 

Desencantamento!

Esta é a minha dor,

meu pranto-lamento:

eu deploro,

enfureço-me... Mas,

 

Por que? Porque sei

que compensarão duramente

o tributário e o rei.2

E os pecados? Também sei

que não serão cancelados

pelo Agnus Dei!

 

O que fazer?

Desdormir, trabalhar e começar

a ter domínio sobre o não-ser.

Por tudo,

cada qual é responsável

– mormente pelo próprio vir-a-ser.3

 

 

Quousque tandem ida e volta?

 

 

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Notas:

1. Ajuda? Que ajuda? Ajuda quando o pau canta? Bem, faz-se necessaríssima, reconheço. Claro. Mas, e depois? Estruturalmente? A longo prazo? Bolas! Essa coisa de ajudar quando o pau canta só pra sair na televisão é fazer de conta; é mistura de bom-mocismo hipócrita com hipocrisia acrobática. Uma espécie de hipocricismo mocibático fedorentérrimo. Depois da morte... Ah!, eu não quero nem pensar! Mas, se eu puder auxiliar, eu auxiliarei; sem questionamentos e sem exceção.

2. Para todos, é uma e a mesma Lei.

3. Sim, cada um é responsável pelo seu vir-a-ser. Acho que, quanto a isto, não há qualquer dúvida. Mas, o que muitos desconhecem, é que, se somos todos um, também somos responsáveis pelo vir-a-ser de todos os seres; não só da Terra, mas de todo o Universo – o que dói aqui dói lá, e o que dói lá dói aqui, mesmo que não percebamos conscientemente. Ninguém prega prego sem martelo. Então, ou transmutamos a metástase ou a metástase continuará a formar novas colônias neoplásicas. Esperançar que o Agnus Dei faça por nós o que nos cabe fazer é... Bem, à esta altura, acho que todos sabem bem o que é.

 

 

Metástase Sacanocrática

 

 

Hino de fundo:

Hino Nacional da Somália

Fonte:

http://www.eadcentral.com/go/1/1/0/
http://www.lengua.com/hymnen.htm