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Notas:
1.
PESSOA, Fernando. Liberdade.
In: Obra poética e em prosa; volume I. Introduções,
organização, bibliografia e notas de António Quadros
e Dalila Pereira da Costa. Porto: Lello & Irmão Editores, 1986,
pp. 412-3. (Poema originariamente publicado in Seara Nova, nº
526, 11/9/1937).
LIBERDADE
(Fernando
Pessoa)
Ai
que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O
rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...
Livros
são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto
é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande
é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
O
mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...
2.
Libação é o ato de derramar água,
vinho, sangue ou outros líquidos, com finalidade religiosa ou ritual,
em honra a um deus ou divindade. Podemos observar essa prática da
libação na antiga Roma ou na antiga Grécia, quando
os descendentes ofereciam aos seus deuses, que eram os familiares mortos,
a libação do vinho, do leite e do mel para que estes pudessem
sorver o alimento de que precisavam, ainda que debaixo da Terra.
Fonte
desta nota:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liba%C3%A7%C3%A3o
Música
de fundo:
Cuando
Calienta el Sol
Composição: Carlos Rigual & Mario Rigual
Intérprete: Vikki Carr
Fonte:
http://www.eadcentral.com/