SIDNEY POITIER

Este despretensioso rascunho é uma homenagem a um dos mais ilustres representantes da raça Humana: Sidney Poitier. O que eu fiz foi garimpar aqui e ali algumas falas e alguns pensamentos de Sidney, que, agora, estou compartilhando com vocês. Vocês verão que eu discordo de alguns pensamentos de Sidney, o que não quer dizer que eu não o admire profundamente. Admiro, sim. Muito. Então, ao Mestre: com carinho.

Breve Biografia

Sidney Poitier

Sir (porque era Cavaleiro da Ordem do Império Britânico) Sidney Poitier (Miami, 20 de fevereiro de 1927 – Bahamas, 6 de janeiro de 2022) foi um ator, diretor, autor e diplomata bahamense estadunidense.

Sidney cresceu em Cat Island, nas Bahamas. Em 1964, foi agraciado tanto com o Oscar quanto com o Globo de Ouro de melhor ator pelo seu desempenho em Lilies of the Field. Em 1982, recebeu o Prêmio Cecil B. DeMille. Em 2002 se tornou o primeiro artista negro a receber um Oscar honorário pelo conjunto da obra. É pai da também atriz Sydney Tamiia Poitier.

Sidney morreu em 6 de janeiro de 2022, aos 94 anos de idade, nas Bahamas.

Falas e Pensamentos Poitierianos

Grande parte da vida, parece-me, é determinada pela pura aleatoriedade. [Agora que Sidney está no céu, acho que ele está começando a constatar que não existem indeterminação, incerteza ou casualidade no Unimultiverso.]

Por que a 1ª Guerra Mundial?
Porque nós a criamos.
Por que a Gripe Espanhola?
Porque nós a criamos.
Por que a 2ª Guerra Mundial?
Porque nós a criamos.
Por que o Terremoto de Sumatra-Andaman?
Porque nós o criamos.
Por que The September 11 Attacks?
Porque nós a criamos.
Por que esta PanCOVIDmia mortal?
Porque nós a criamos.
Por que o atual surto de Influenza H3N2?
Porque nós o criamos.
Não há indeterminação,
incerteza ou casualidade no Unimultiverso.

Levante-se todas as manhãs procurando ser uma pessoa melhor do que quando foi para a cama. Eu sempre quis ser alguém melhor no dia seguinte do que eu era no dia anterior.

A única arma que eu tinha era dizer não. [Mas, há uma arma mais poderosa: ]

Eu sempre me senti como se estivesse representando 15, 18 milhões de pessoas com cada movimento que eu fazia.

Atuar não é um jogo de faz-de-conta. É um exercício de ser real.

Eu era um ator muito bom e acreditava na irmandade. Eu odiava o racismo e a segregação. E eu era um símbolo contra essas coisas.

Ao se tornar o primeiro ator negro a ganhar um Oscar, em 1964: Fiquei feliz por mim, mas, também, fiquei feliz pelo ‘gente’. Nós, negros, havíamos feito isso. Fomos capazes. Às vezes, esquecemos, tendo que perseverar contra probabilidades indescritíveis, que somos capazes de infinitamente mais do que a cultura ainda está disposta a creditar em nossa conta.

A percepção estereotipada dos negros contagiou toda a consciência do país [EUA].

Fui parte de uma influência que poderia ser chamada de pavimentar o caminho. Mas, eu era apenas uma parte desta influência. Fui selecionado quase pela própria história. A maior parte da minha carreira se desenrolou na década de 1960, que foi um dos períodos da história americana com certas atitudes em relação às minorias que ficaram em voga. Eu não entendia os elementos girando ao redor. Eu era um jovem ator com algum talento, uma curiosidade enorme, um certo tipo de apelo. Você junta tudo isso e tem uma mistura potente.

Sejam fiéis a si mesmos e sejam úteis à jornada.

Eu nunca tive a oportunidade de questionar a minha cor, portanto, eu só me via como o que eu era: um ser humano.

Minha vida tem sido uma longa estrada, mas, tem sido uma viagem totalmente boa.

Uma boa ação aqui, uma boa ação ali, um bom pensamento aqui, um bom comentário ali, de uma forma ou de outra, somei tudo isto à minha carreira.

Eu ainda tenho a maioria dos meus cabelos, minha barriga ainda não está pendurada no meu cinto e eu ainda tenho todos os meus dentes.

As lições que aprendi e os sentimentos de firmeza e de pertencimento que foram tecidos em meu caráter são os meus companheiros na jornada.

Eu sei como é fácil para alguém ficar dentro dos limites morais, éticos e legais através do hábil uso das palavras e, portanto, desviar, contornar ou desviar totalmente uma verdade. Nessa medida, em numerosas ocasiões, somos todos mentirosos. [Muitas vezes, por outro lado, sem qualquer plausibilidade ou razoabilidade, mentimos mesmo. Descaradamente. Absurdamente. Cloroquinicamente!]

Eu aprendi a ouvir o silêncio. [Quem aprender a ouvir a Voz do Silêncio nunca se sentirá sozinho.]

Eu não sou uma pessoa muito religiosa, mas, acho que há uma unidade em tudo.

Eu nunca vi o racismo como uma grande questão. O racismo é horrível, sim, mas, há outros aspectos na vida.

A presença, no cinema, de pessoas como Denzel Washington, Morgan Freeman, Samuel Jackson, Wesley Jackson e James Earl Jones é uma evidência de que algo está mudando.

Você se considera um homem de cor. E eu me considero um homem.

Viver com consciência implica ser genuíno, ouvir e responder aos outros com honestidade e sinceridade, mas, também, aproveitar o momento.

Não sou responsável pelo que acontece, mas, pelas lições que tiro disso.

Somos imperfeitos, e a vida é a luta perpétua e constante contra as nossas imperfeições. [De imperfeição em imperfeição, alcançaremos uma Perfeição (relativa).]

O casamento não é adequado para os fracos, os egoístas e os inseguros.

Cada nova moda é uma forma de rebelião.

Você não precisa se tornar o que não é para ser melhor do que o que foi.

Sempre fui um aprendiz porque não sabia de nada.

Se eu for lembrado por ter feito algumas coisas boas e se minha presença aqui despertou algumas boas energias, isto é o suficiente.

Decidi usar meu trabalho como um reflexo de meus valores.

Geralmente, eu tendo a desprezar o comportamento humano, em vez de desprezar as criaturas humanas. [Sinceramente, acho isto muito difícil, porque é preciso dissociar o ser humano dos seus atos, e isto é impossível. Como é possível dissociar Adolf Hitler das barbaridades por ele orquestradas e por ele ordenadas? Como é possível dissociar Adolf Hitler do Terceiro Reich? Como é possível dissociar Adolf Hitler dos campos de concentração nazistas? Como é possível dissociar Adolf Hitler do genocídio ou do assassinato em massa de cerca de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial?]

Sinto, internamente, que sou uma pessoa comum que teve uma vida extraordinária.

Todos nós sofremos… Com o ser amado... Com a perfeição...

Perdoar deveria ser um processo sagrado.

Eu mato
Tu condenas
Ele perdoa
Nós morremos
Vós ides ao funeral
Eles nos enterram

— Estou mortinho da silva, mas, não perdôo!

Eu penso da maneira que quero pensar. Eu vivo da maneira que quero viver.

As pessoas têm que se perdoar.

Se a imagem que temos de nós mesmos contém elementos que não se enquadram na realidade, é melhor abandoná-los, por mais difícil que seja.

Eu sou quem eu escolhi ser.

Eu decidi na minha vida que eu não faria nada que não refletisse positivamente a vida do meu pai.

Viver conscientemente envolve ser genuíno. Envolve ouvir e responder aos outros honestamente e abertamente. Envolve estar no momento.

Aprendi que devo encontrar saídas positivas para a raiva ou ela me destruirá. Tenho que tentar encontrar uma maneira de canalizar esta raiva para o lado positivo, e o lado mais positivo é o perdão.

Os psicólogos infantis demonstraram que nossas mentes são construídas por milhares de minúsculas interações durante os primeiros anos de vida. Não somos apenas o que somos ensinados. É o que vivenciamos durante aqueles primeiros anos – um sorriso aqui, um som estridente ali – que cria os caminhos e as conexões do cérebro. Se deixarmos nossos filhos assistindo passivamente televisão e jogando videogames sádicos o dia inteiro, como poderemos esperar ver surgir uma nova geração de seres humanos calmos, compassivos e engajados?

Neste momento da minha vida, eu me encontro não menos desafiado, não menos atormentado e não menos intrigado com o que ainda não sei.

David Pinheiro – Armando Volta

Quando você anda ao lado de uma pessoa, algo não dito acontece: ou você acompanha o ritmo dela ou ela acompanhará o seu.

A verdadeira alegria é a diferença entre apenas nos divertirmos até a morte e criar um prazer significativo. [Portanto, isto se resume a fora ou dentro.]

Eu nasci com uma necessidade de entender os mistérios da vida.

Eu acho que sorte é semelhante ao acaso. Isto implica que, do nada, o acaso desce e nos beija na bochecha. E essas forças do acaso são influentes em nossas vidas. Elas ajudam a nos moldar. Acredito que temos livre-arbítrio. Acredito, também, que o livre-arbítrio opera dentro da estrutura da Natureza e de Deus, se você quiser.

Fiz filmes quando o único outro personagem negro era o garoto engraxate.

Precisamos ficar de olho em todas as experiências humanas, para que nos dêem a plenitude e a amplitude de nossa própria humanidade. Se não olharmos para o quadro maior, nossa visão se limitará àquilo que é constantemente alimentado por nós.

Precisamos alcançar, não apenas uns aos outros, mas, o Uni[multi]verso.

Tenho a sensação de que a vida é criada de maneira tão mágica que, se eu a respeitar, este respeito retornará para mim de tantas maneiras, que eu nem sei.

O instinto é uma força que vive dentro de nós, e nós o invocamos quando precisamos.

Todos nós temos três eus diferentes: existe um eu público, um eu privado e um eu fundamental. Todos nós conhecemos o nosso eu público – é como colocamos nosso melhor pé para a frente, sorrindo e nos comportando. Mas, é no eu privado que encontramos nossas fragilidades e nossos medos. É como uma câmara de compensação onde nossos demônios estão seguros. Depois, há o eu fundamental, que é o nosso puro instinto. É aí que vive toda a nossa bondade e a nossa capacidade para a misericórdia. O eu fundamental é quem somos de fato.

Quanto mais velhos ficamos, menos medo temos. Eu tinha mais medo de morrer quando tinha 33 anos, porque vim de uma família católica.

Se você tem medo de morrer, é porque você não tem uma percepção da unidade das coisas, e, por isto, pensa e sente que depois da morte não haverá mais nada.

Eu me defendo melhorando a mim mesmo.