Jean-Paul Sartre
Estou condenado a ser livre.

Simone de Beauvoir
Sem fracasso, não há moral!

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga


 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo teve por objetivo colecionar algumas das mais expressivas reflexões de Jean-Paul Sartre e de Simone de Beauvoir.

 

 

 

 

Breve Biografia de Jean-Paul Sartre

 

 

 

Jean-Paul Charles Aymard Sartre (Paris, 21 de junho de 1905 – Paris, 15 de abril de 1980) foi um filósofo francês, escritor e crítico, conhecido representante do Existencialismo, corrente filosófica e literária que destaca a liberdade individual, a responsabilidade e a subjetividade do ser humano, considerando cada homem como um ser único que é mestre dos seus atos e responsável pelo seu destino. Sartre acreditava que os intelectuais têm de desempenhar um papel ativo na sociedade. Era um artista militante e apoiou causas políticas de esquerda com a sua vida e a sua obra.

 

Repeliu as distinções e as funções oficiais e, por estes motivos, se recusou a receber o Prêmio Nobel de Literatura, de 1964, pois, segundo ele, nenhum escritor pode ser transformado em instituição. Sua Filosofia dizia que, no caso humano (e só no caso humano), a existência precede a essência, pois o homem primeiro existe, depois se define, enquanto todas as outras coisas são o que são, sem se definir, e por isso sem ter uma essência posterior à existência. Em 1928, conhece Simone de Beauvoir, que, mais tarde, se tornaria sua companheira e colaboradora até o fim da vida. Sartre e Simone nunca formaram um casal monogâmico. Não se casaram e mantinham uma relação aberta. Sua correspondência é repleta de confidências sobre suas relações com outros parceiros. Além da relação amorosa, eles tinham uma grande afinidade intelectual. Simone colaborou com a obra filosófica de Sartre, revisava seus livros e também se tornou uma das principais filósofas do movimento existencialista. Sua obra literária também inclui diversos volumes autobiográficos, que freqüentemente relatam o processo criativo de Sartre e dela mesma.

 

Em 1943, Sartre publica seu mais famoso livro filosófico, L'Être et le Néant (O Ser e o Nada: Ensaio de Ontologia Fenomenológica), que condensa todos os conceitos importantes da primeira fase de seu sistema filosófico. No período mais prolífico de sua carreira, escreve ainda várias peças de teatro e ensaios. Na década de 1950, assume um posicionamento político mais atuante, e abraça o Comunismo. Torna-se ativista e se posiciona publicamente em defesa da libertação da Argélia do colonialismo francês. Sua aproximação com o Marxismo inaugura a segunda parte da sua carreira filosófica em que tenta conciliar as idéias existencialistas de autodeterminação aos princípios marxistas.

 

Sartre morreu em 15 de abril de 1980, no Hospital Broussais (em Paris). Seu funeral foi acompanhado por mais de 50.000 pessoas. Está enterrado no Cemitério de Montparnasse, em Paris.

 

Enfim, disse Simone de Beauvoir: A obra de arte, a obra literária, era, para Sartre, fim absoluto: levava em si a sua razão de ser, a de seu criador e, talvez, também a de todo o Universo.

 

 

 

 

Breve Biografia de Simone de Beauvoir

 

 

 

Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, mais conhecida como Simone de Beauvoir (Paris, 9 de janeiro de 1908 – Paris, 14 de abril de 1986), foi uma escritora, filósofa existencialista e feminista francesa. Escreveu romances, monografias sobre filosofia, política, sociedade, ensaios, biografias e uma autobiografia.

 

A mais velha de duas filhas de Georges de Beauvoir, um advogado, e Françoise Brasseur, Simone, mais tarde, optou por se livrar de suas origens burguesas. Sua primeira moradia em Paris foi no Boulevar Raspail. Filha exemplar e aluna brilhante no Curso Désir, teve uma infância tranqüila e marcada pela dedicação aos estudos. Na escola, estava sempre em primeiro lugar, junto com a amiga Elizabeth Mabille (Zaza), com quem teve uma relação de muitos anos que foi abruptamente rompida com a morte precoce de Zaza. Simone narrou esse episódio de sua vida, posteriormente, em seu primeiro livro autobiográfico, Memórias de Uma Moça Bem-comportada, em que critica os valores burgueses.

 

Conheceu Jean-Paul Sartre na Sorbonne, no ano de 1929, e logo se uniu estreitamente ao filósofo e a seu círculo, criando entre eles uma relação polêmica (foi uma relação 'aberta', pois o casal tinha experiências amorosas com terceiros) e fecunda, que lhes permitiu compatibilizar suas liberdades individuais com sua vida em conjunto. Seja como for, como afirma Sylvie le Bon, não foi porque ela escolheu Sartre que ela se tornou Simone de Beauvoir, foi por se ter tornado Simone de Beauvoir que ela escolheu Sartre. Simone foi professora de Filosofia até 1943 em escolas de diferentes localidades francesas, como Ruão e Marselha.

 

Depois da morte de Sartre, a saúde física e mental de Simone começou a se deteriorar, sobretudo por causa de sua dependência do álcool e de anfetaminas. Simone dá entrada no hospital Cochin, em março de 1986, com dores de estômago, supostamente devidas a uma apendicite. Um edema pulmonar é diagnosticado. A cirurgia revela que seu fígado estava debilitado. Depois da operação, Simone contrai pneumonia e permanece em um serviço de reanimação, mas seu estado se agrava subitamente. Ela morreu na tarde de 14 de abril de 1986, aos 78 anos. Curiosamente, as causas de sua morte são praticamente as mesmas da de Sartre, falecido seis anos antes, em 15 de abril de 1980.

 

Entre seus ensaios críticos, cabe destacar O Segundo Sexo (1949) – uma profunda análise sobre o papel das mulheres na sociedade; A Velhice (1970) – sobre o processo de envelhecimento, obra na qual teceu críticas apaixonadas sobre a atitude da sociedade para com os anciãos; e A Cerimônia do Adeus (1981) – em que evocou a figura de seu companheiro de tantos anos, Sartre.

 

 

 

 

Algumas Reflexões de Sartre

 

 

 

Quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem.

 

O primeiro passo que a Filosofia tem a dar é precisamente o de expelir as coisas da consciência e restabelecer a verdadeira relação dela com o mundo.

 

O conflito é o sentido original do ser-para-os-outros.

 

O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.

 

Monsieur... Eu não acredito em Deus; sua existência tem sido refutada pela Ciência. Mas, no campo de concentração, eu aprendi a acreditar no homem.

 

Eu existo, isso é tudo. E acho isto enjoativo.

 

Alguma coisa me aconteceu, já não posso mais duvidar.... Não foram necessários mais de três segundos para que todas as minhas esperanças fossem varridas.

 

A existência precede e comanda a essência.

 

Eu estou condenado a ser livre.

 

Todas as ações humanas são equivalentes, e, todas, no princípio, são condenadas a falhar.

 

Somos separados das coisas por nada, apenas por nossa liberdade. É ela que faz que haja coisas com toda a sua indiferença, em toda a sua imprevisibilidade e em toda a sua adversidade, e que nós sejamos inelutavelmente separados delas, pois é sobre um fundo de nadificação que elas aparecem e que se revelam como ligadas umas às outras.

 

A natureza do passado é dada ao passado pela escolha original de um futuro.

 

A única força do passado advém do futuro.

 

A liberdade – que é minha liberdade permanece total e infinita.

 

Em certo sentido, eu escolho ter nascido.1

 

Eu sou responsável por tudo, salvo por minha própria responsabilidade, porque eu não sou o fundamento de meu ser.

 

A liberdade é o único fundamento dos valores, e nada, absolutamente nada, me justifica ao adotar tal ou tal valor, tal ou tal escala de valores. Enquanto ser, pelo qual os valores existem, eu sou injustificável. E minha liberdade se angustia de ser o fundamento sem fundamento dos valores.

 

O olhar é, antes de tudo, um intermediário que remete de mim a mim mesmo.

 

Só sou, para mim, como pura devolução ao outro.

 

A vergonha é vergonha de si. Ela é reconhecimento de que eu realmente sou esse objeto que o outro olha e julga. Só posso ter vergonha de minha liberdade enquanto ela me escapa para se tornar um objeto dado.

 

O em-si é pleno de si-mesmo e não se poderia imaginar plenitude mais total, adequação mais perfeita do conteúdo ao continente: não existe o menor vazio no ser, a menor fissura por onde se pudesse introduzir o nada.

 

A consciência nada tem de substancial. É uma pura 'aparência', no sentido de que só existe na medida em que se aparece.2

 

O ser da consciência não coincide consigo mesmo em uma adequação plena... A característica da consciência é que ela é uma decompressão do ser. É impossível, com efeito, defini-la como coincidência consigo própria. Desta mesa, posso dizer que ela é pura e simplesmente é esta mesa. Mas de minha crença, por exemplo, não posso me limitar a dizer que é uma crença: minha crença é consciência (de) crença.

 

O para-si é responsável, em seu ser, por sua relação com o em-si ou, se se preferir, ela se produz originariamente sobre o fundamento de uma relação com o em-si... A consciência é um ser para o qual se trata, em seu ser, do problema de seu ser, enquanto esse ser implica um outro ser que não ele.

 

Tu és metade vítima, metade cúmplice; como todos os outros.

 

Quanto aos homens, não é o que eles são que me interessa, mas o que eles podem se tornar.

 

A dúvida é o preço da pureza.

 

O inferno são os outros.3

 

Nossa liberdade, hoje, não é nada mais do que a livre escolha de lutar para nos tornarmos livres. E o aspecto paradoxal desta fórmula exprime simplesmente o paradoxo de nossa condição histórica. Não se trata de enjaular meus contemporâneos: eles já estão na jaula.4

 

Há uma história humana, com uma verdade e uma inteligibilidade.

 

O Marxismo parou precisamente porque esta Filosofia quer mudar o mundo, porque ela visa se tornar o mundo da Filosofia, porque ela é e quer ser prática. Por isto, operou-se no Marxismo uma verdadeira cisão que lançou a teoria para um lado e a práxis para o outro.

 

Nós censuramos o Marxismo contemporâneo por relegar ao azar todas as determinações concretas da vida humana... O resultado é que ele perdeu inteiramente o sentido do que seja um homem: ele não dispõe, para preencher as suas lacunas, senão da absurda psicologia de Pavlov.5

 

O Marxismo degenerará em uma antropologia inumana se não reintegrar, em si o próprio, homem como seu fundamento.6

 

No momento em que a pesquisa marxista assumir a dimensão humana (isto é, o projeto existencial) como o fundamento do saber antropológico, o Existencialismo não terá mais razão de ser: absorvido, excedido e conservado pelo movimento totalizante da Filosofia, ele cessará de ser uma pesquisa particular para se tornar o fundamento de toda pesquisa.

 

 

 

 

O Existencialismo ateu, que eu represento, declara que se Deus não existe, há, ao menos, um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido por algum conceito, e que esse ser é o homem ou, como diz Heidegger7, a realidade humana. O que significa a existência preceder a essência? Isto significa que, primeiramente, existe o homem, ele se deixa encontrar, surge no mundo, e que ele só se define depois. O homem, tal como o concebe o existencialista, não é definível porque, inicialmente, ele nada é. Ele só será depois, e ele será tal como ele se fizer. Assim, não existe natureza humana, já que não há um Deus para concebê-la. O homem é apenas não somente tal como ele se concebe, mas tal como ele se quer, e como ele se concebe após existir, como ele se quer depois desta vontade de existir, ou seja: o homem é apenas aquilo que ele faz de si mesmo. Tal é o primeiro princípio do Existencialismo.

 

Será que, no fundo, o que amedronta no Existencialismo ateu não é fato de que ele deixa uma possibilidade de escolha para o homem?

 

O existencialista declara freqüentemente que o homem é angústia. Tal afirmação significa o seguinte: o homem que se engaja e que se dá conta de que não é apenas aquele que escolheu ser, mas, também, um legislador que escolhe simultaneamente a si-mesmo e a Humanidade inteira, não consegue escapar ao sentimento de sua total e profunda responsabilidade.

 

Se uma voz se dirige a mim, sou sempre eu-mesmo que terei de decidir se essa voz é a voz do anjo; se considero que determinada ação é boa, sou eu-mesmo que escolho afirmar que ela é boa e não má.

 

Não existe determinismo. O homem é livre. O homem é liberdade.

 

O desespero é um conceito extremamente simples. Ele significa que só podemos contar com o que depende da nossa vontade ou com o conjunto de probabilidades que tornam a nossa ação possível.

 

Não é preciso ter esperança para empreender.

 

Farei o melhor que puder.

 

Morremos no exato momento em que deixamos de ser úteis.

 

No amor somos injustos porque supomos que o outro é perfeito.

 

No amor, um mais um é igual a um.

 

 

 

 

Para o existencialista, não existe amor senão aquele que se constrói. Não há possibilidade de amor senão a possibilidade que se manifesta em um amor.

 

O que o existencialista afirma é que o covarde se faz covarde e que o herói se faz herói. Existe sempre, para o covarde, uma possibilidade de não mais ser covarde, e, para o herói, de deixar de o ser. O que conta é o engajamento total, e não é com um caso particular, com uma ação particular, que alguém se engaja totalmente.

 

A escolha é possível, em certo sentido; porém, o que não é possível é não escolher. Eu posso sempre escolher, mas devo estar ciente de que, se não escolher, assim mesmo estarei escolhendo.

 

A única coisa que importa é saber se a invenção que se faz é feita em nome da liberdade.

 

Todo homem que inventa um determinismo é um homem de má-fé.

 

Nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, porque ela engaja a Humanidade inteira.

 

Sou responsável por mim mesmo e por todos, e crio uma certa imagem do homem que eu escolho: escolhendo a mim, escolho o homem.

 

Cada vez que o homem escolhe seu compromisso e seu projeto com toda sinceridade e com toda lucidez, torna-se-lhe impossível preferir um outro.

 

Enquanto o Capitalismo existir, o Marxismo será a melhor teoria.

 

A violência, seja qual for a maneira como se manifesta, é sempre uma derrota.

 

Quanto mais areia escorreu no relógio de nossa vida, mais claramente deveríamos ver através do vidro.

 

Um amor, uma carreira, uma revolução: outras tantas coisas que se começam sem saber como acabarão.

 

Quando a liberdade irrompe em uma alma humana, os deuses deixam de poder seja lá o que for contra esse homem.

 

Detesto as vítimas quando elas respeitam os seus carrascos.

 

Se você sente solidão quando está a sós, está em má companhia.

 

O homem está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si mesmo, e como, no entanto, é livre, uma vez que foi lançado no mundo, é responsável por tudo o que faz.

 

Ainda que fôssemos surdos e mudos como uma pedra, a nossa própria passividade seria uma forma de ação.

 

 

 

 

O homem não é senão o seu projeto, e só existe na medida em que se realiza.

 

O silêncio é reacionário.

 

Eu era uma criança, esse monstro que os adultos fabricam com as suas mágoas.

 

Nunca seremos homens enquanto não encontrarmos alguma coisa pela qual estejamos dispostos a morrer.

 

O homem não é a soma do que tem; mas a totalidade do que ainda não tem, do que poderia ter.

 

Ser homem é tender a ser Deus; ou, se preferirmos, o homem é fundamentalmente o desejo de ser Deus.

 

A verdade é subjetividade.8

 

A imagem não é uma coisa; é um ato de consciência.

 

O ato revolucionário é um ato livre por excelência.

 

O escritor sempre pode ajudar a evitar que o pior aconteça.

 

É melhor vencermos a nós mesmos do que ao mundo.

 

Um homem não pode ser mais homem do que os outros homens porque a liberdade é igualmente ilimitada em todos.

 

A espécie de felicidade de que preciso não é fazer o que quero, mas não fazer o que não quero.

 

A cultura não salva nada nem ninguém, não justifica. Mas é um produto do homem: nela, ele se projeta e se reconhece; esse espelho crítico é o único a oferecer-lhe a sua imagem.

 

Para mim, o que vicia as relações entre as pessoas é que cada um conserva, na relação com o outro, alguma coisa de oculto, de secreto. Penso que a transparência deve sempre substituir o segredo. E penso muito no dia em que duas pessoas não terão mais segredos entre si porque não mais os terão para ninguém, porque a vida subjetiva, assim como a objetiva, estará totalmente aberta.

 

 

 

 

 

 

Algumas Reflexões de Simone

 

 

 

O único bem coletivo é aquele que assegura o bem individual dos cidadãos.

 

As mulheres, mais do que os homens, têm necessidade de ter um céu sobre as suas cabeças.

 

Ninguém nasce um gênio; a pessoa se torna um.

 

O homem é livre; mas ele encontra a lei na sua própria liberdade.

 

Todas as vitórias ocultam uma abdicação.

 

O presente não é um passado em potencial; ele é o momento da escolha e da ação.

 

O mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles.

 

É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem. Somente o trabalho poderá lhe garantir uma independência concreta.

 

Não se nasce mulher; torna-se...

 

A morte parece menos terrível quando se está cansado.

 

Querer-se livre é também querer o outro livre.

 

Eu passava muito bem sem Deus. Se utilizava o seu Nome, era para designar um vazio que havia em meus olhos: o clarão da plenitude.

 

Por vezes, a palavra representa um modo mais acertado de se calar do que o próprio silêncio.

 

O escritor original, enquanto não está morto, é sempre escandaloso.

 

Não se pode escrever nada com indiferença.

 

O homem sério é muito perigoso; pode se transformar em um tirano.

 

Era-me mais fácil imaginar um mundo sem um criador do que um criador carregado com todas as contradições do mundo.

 

Quando se respeita alguém, não se força a sua alma sem o seu consentimento.

 

O compromisso multiplica por dois as obrigações familiares e todos os compromissos sociais.

 

É o desejo que cria o desejável e o projeto que lhe põe fim.

 

É horrível assistir à agonia de uma esperança.

 

Renunciar ao amor parecia-me tão insensato como desinteressarmo-nos da saúde porque acreditamos na eternidade.

 

A minha liberdade não deve procurar captar o ser, mas desvendá-lo.

 

As oportunidades do indivíduo não as definiremos em termos de felicidade, mas em termos de liberdade.

 

Seja qual for o país – capitalista ou socialista o homem foi, em todo o lado, arrasado pela tecnologia, alienado do seu próprio trabalho, feito prisioneiro e forçado a um estado de estupidez.

 

É na arte que o homem se ultrapassa definitivamente.

 

Não são as pessoas que são responsáveis pelo falhanço do casamento; é a própria instituição que, desde a origem, é pervertida.

 

Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância.

 

Toda a busca do ser está fadada ao fracasso; este mesmo fracasso, porém, pode ser assumido. Renunciando ao sonho vão de nos tornarmos deus, podemos satisfazer-nos simplesmente em existir.9

 

Não se deve acreditar que todas as dificuldades se atenuem nas mulheres de temperamento ardente. Ao contrário, podem exasperar-se. A perturbação feminina pode atingir uma intensidade que o homem não conhece.

 

Hoje cedo desejei ardentemente ser a garota que comunga na missa da manhã e tem uma certeza serena... No entanto, não quero acreditar: um ato de fé é o ato mais desesperado que existe, e quero que o meu desespero, pelo menos, conserve sua lucidez. Não quero mentir para mim mesma.

 

Não há uma pegada do meu caminho que não passe pelo caminho do outro.

 

À minha volta, reprovava-se a mentira, mas se fugia cuidadosamente da verdade.

 

Antes de tudo, exige-se deles [dos idosos] a serenidade; afirma-se que possuem essa serenidade, o que autoriza o desinteresse por sua infelicidade.

 

O indivíduo idoso sente-se velho através do outro, sem ter experimentado sérias mutações; interiormente não adere à etiqueta que se cola a ele: não sabe mais quem é.

 

A velhice é a paródia da vida.

 

A velhice não é um fato estático; é o resultado e o prolongamento de um processo, uma idéia ligada à noção de mudança.

 

O erotismo implica uma reivindicação do instante contra o tempo, do indivíduo contra a coletividade.

 

Em todas as lágrimas há uma esperança.

 

Nós, para os outros, apenas criamos pontos de partida.

 

Diante de um obstáculo que é impossível de ser superado, obstinação é estupidez.

 

Sem fracasso, não há moral.10

 

Parecia-me que a Terra não seria habitável se não houvesse alguém que eu pudesse admirar.

 

A mulher é dividida contra si mesma, muito mais profundamente do que o homem. A mulher se conhece e se escolhe, não tal como existe para si, mas tal qual o homem a define. O que o homem ama e detesta, antes de tudo, na mulher, amante ou mãe, é a imagem remota de seu destino animal, é a vida necessária à sua existência, mas que o condena à finitude e à morte. Nenhum destino biológico, psíquico ou econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade: é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado e que qualificam de feminino.

 

 

 

Trechos dos Relatos
de Simone de Beauvoir
Sobre sua viagem ao Brasil

 

 

Desembarque

Eles não estão conseguindo descer o trem de pouso, disse-me Sartre. Pensei: Conseguirão?. Nada de mal podia acontecer àquela hora, sob aquele céu, no limiar de um continente novo.

 

Sabores

Bebi a minha primeira batida: uma mistura de cachaça e suco de limão... Conheci também o sabor do maracujá – a fruta da paixão – cujo suco de uma rica tonalidade amarela enchia as garrafas. Amado encheu meu copo de suco de caju: pensava, como eu, que é pela boca que, em grande parte, se conhece um país...

 

As Brasileiras

Falei sobre mulheres em uma grande sala diante de damas paramentadas, que pensam exatamente o contrário do que eu dizia. Uma jovem advogada, porém, agradeceu-me em nome das mulheres que trabalham.

 

Machismo

A condição das mulheres brasileiras é difícil de definir: varia segundo as regiões. As grandes cidades industriais do Sul são mais liberais… No Nordeste uma moça, mesmo que viva numa favela, não tem nenhuma possibilidade de se casar, se não é virgem.

 

Injustiça

No Brasil, quando um homem morre, só a primeira esposa é legatária: a companheira que compartilhou de sua vida, sem contrato oficial, nada herda.

 

Fome

No Recife, há um mendigo sob cada palmeira, mas naquele ano chovera e os camponeses dos arredores tinham raízes para roer. Nos períodos de seca, eles se abatem sobre a cidade. São 20 milhões de homens que agonizam de fome crônica, em árido polígono de extensão da França.

 

Filosofia Baiana

Amado mostrou-nos as ruas comerciais da Cidade Alta. Na porta da Universidade, lia-se: Filosofia em greve.

 

Mercado Moreno

Os eflúvios do óleo de coco misturavam-se com o cheiro de salmoura; nos barcos ou em terra firme, ia e vinha uma multidão de homens e mulheres, cujas peles, do chocolate ao branco, passavam por todos os matizes do moreno.

 

Mãe-de-santo

Aqui a religião serve aos pobres e não aos ricos... Advertida de nossa visita, a mãe-de-santo apresentou-se em sua mais bela vestimenta: saias, anáguas, xales, colares e jóias. Era viva, tagarela e maliciosa. Consultou os búzios para saber de que espírito dependíamos: Sartre era Oxalá e eu, Oxum.

 

Filhas-de-santo

O automóvel nos levou, à noite, através dessas montanhas russas que são os subúrbios da Bahia, até as casas longínquas, onde rufavam tambores... Uma jovem negra terminava o ciclo de sua iniciação. Cabeça raspada, vestida de branco, permaneceu deitada no chão durante toda a primeira parte da noite. Gemia, ligeiramente, o olhar fixado no invisível, presente e ao mesmo tempo longe, como meu pai em sua agonia. Por fim, entrou em transe, retirou-se e voltou transfigurada por uma alegria misteriosa.

 

Redenção

Fiz a pergunta clássica: — Como se explicam esses transes? Esses fatos nada têm de patológico, são de ordem cultural; encontram-se, análogos, em toda parte em que os indivíduos estão divididos entre duas civilizações. Constrangidos a se curvar ao mundo ocidental, os negros da Bahia, outrora escravos, hoje explorados, sofrem uma opressão que vai até a desapossá-los de si mesmos. Como defesa, não lhes basta preservar seus costumes, suas tradições, suas crenças. Então, cultivam as técnicas que os ajudam a se arrancar, pelo êxtase, da personalidade falsa em que os aprisionaram. Exatamente no momento em que parecem se perder é que se reencontram: possuídos sim, mas por sua própria verdade.

 

Inferno em Itabuna

Gastamos três horas para chegar ao fim da estrada, cheia de barrancos… Entramos em um recinto pouco iluminado, onde mulheres extenuadas amassavam, com seus pés nus, folhas de fumo; ao odor ocre juntava o cheiro das latrinas, onde amontoados de imundícies se decompunham ao Sol. Tive a impressão de um inferno, com mulheres condenadas a patinar sobre os próprios excrementos.

 

Rio de Janeiro

Toda a cidade se convulsiona em morros e pães de açúcar, atravessados, subterraneamente por avenidas. Esses montes são cobertos de verde; a floresta invade a cidade que o oceano também sitia: nenhuma outra grande cidade pertence tão inteiramente à Natureza.

 

Mulatas

Um domingo, subindo uma nova avenida, cortada por um canal, notamos homens de camisa cor-de-rosa, amarelas, verdes (que é a cor favorita dos brasileiros) conversando e rindo com mulheres, debruçadas aos cachos nas janelas de grandes casas baixas. Pelas portas entreabertas, vimos sentadas, em escadas, belas mulatas em roupa de banho. Nada de clandestino, às claras.

 

Morro da Babilônia, Leme

Miséria, sujeira, doença, a mesma coisa que em todas as outras; porém. com uma particularidade: lá morava uma religiosa, irmã Renata, filha de um cônsul francês. Surpreendeu-nos por sua inteligência, sua cultura e seu bom senso materialista. Falaremos de Deus a essa gente, quando tiverem água... Primeiro o esgoto; a moral depois. São acusados por uma porção de crimes, mas acho que, nas condições em que vivem, até os cometem pouco.

 

Drogas

Na mesa de irmã Renata, havia um grande livro sobre a maconha: homens e mulheres intoxicavam-se na favela. Aos sábados à noite, celebravam macumbas muito diferentes da Bahia... O transe era uma aventura individual e não coletiva, os iniciados queimavam-se e feriam-se... No domingo de manhã, Renata os medicava.

 

Zélia Gattai

Tinha personalidade e calor, observação aguda e conversa viva; achei sua presença tônica e era uma das raras mulheres com quem eu ria.

 

Oscar Niemeyer

Niemeyer morava nas alturas, em uma mansão, obra sua, que mais parecia uma escultura abstrata do que uma casa: um telhado cobria o terraço e o estúdio abria-se inteiramente, sob o céu. Ofereceu-nos gim-tônica e conversamos como se nos conhecêssemos há muito tempo. Construir, em todos os seus detalhes, uma cidade é, para um arquiteto, uma extraordinária oportunidade; ele estava satisfeito com JK por lhe ter oferecido essa oportunidade e tê-la sustentado contra todos e contra tudo.

 

Bossa Nova

Encontramos (na casa de Cacá Diegues) um bando de moças e rapazes da bossa nova… Sartre disse-me, ao sair, que diante das moças sentia constrangimento. Olhava, com encanto, o rosto agradável e as formas generosas e verificara que estava olhando uma menina de 13 anos!

 

Neuroses Masculinas

Passamos a noite na fazenda do diretor do Estado de São Paulo. É um jornal da direita, mas bem diferente dos do nosso país… Durante o jantar, M. (Júlio Mesquita) atacou as mulheres que fumam: o fumo exaspera, segundo ele, as neuroses do nosso sexo. Sua mulher, que parecia ter os nervos bem no lugar, conduziu-nos aos grandes quartos antigos preparados para nós.

 

Ciúmes?

Sartre tornou-se muito popular entre os jovens... Em todas as esquinas nos abordavam. — Que pensa a seu respeito, Monsieur Sartre? — perguntou-lhe uma jovem no fim de uma conferência. Não sei — respondeu ele, rindo. — Nunca me encontrei.Que pena para o senhor — disse ela.

 

A Caminho da Capital

Niemeyer prometera enviar-nos de Brasília uma perua e um motorista – ninguém apareceu, a viagem começava mal... Enfim, o carro surgiu, conduzido por um homem de bigodes… No caminho, compreendemos a razão de seus atrasos. A mala do carro estava cheia de relógios e jóias. Acumulava as funções de motorista e de polícia, o que facultava frutuosos contatos com um tipo de trabalho muito importante no Brasil: os contrabando. Confiscava-lhes ou comprava-lhes a preço baixo suas mercadorias, que os habitantes de Brasília, isolados do mundo, adquiriam a preços caríssimos...

 

Brasília

À noite, enfim, chegamos a Brasília. Uma maquete em tamanho natural. Essa falta de humanidade salta logo aos olhos… Só se pode circular de automóvel… A rua, esse lugar de encontro entre moradores e turistas, lojas e residências, sempre imprevista – a rua, tão cativante em Chicago como no Rio, por vezes deserta e sonhadora, mas cujo silêncio é vivo. A rua, em Brasília, não existe nem existirá.

 

Palácio da Alvorada

Muito longe, no mínimo a 10 km, ergue-se o Palácio da Alvorada, onde reside o presidente... Em um lago, duas ninfas de bronze ocupam-se em se pentear: dizem que elas representam as duas filhas de JK arrancando os cabelos porque foram relegadas por Brasília.

 

JK

Tivemos com ele, em seu gabinete, uma breve conversa, bastante formal. Ele encara Brasília como obra sua, pessoal. Na Praça dos Três Poderes, há um museu consagrado à história da nova Cidade. Dir-se-ia uma escultura abstrata; simples, inesperado e muito belo; infelizmente, de uma das paredes, surge, em tamanho maior que o natural e verde, a cabeça de Juscelino.

 

Cidade Livre

A impressão é de uma cidade do faroeste... A calçada é uma confusão; pisam-nos os pés, a poeira avermelha nossos sapatos, entra em nossos ouvidos, irrita nossas narinas, arranha nossos olhos, o Sol nos castiga. No entanto, nos sentimos felizes, porque nos reencontramos na terra dos homens.

 

Risos

Freqüentemente, acontecem incêndios; a madeira, naquela secura, inflama-se com rapidez; pouco antes de nossa chegada um quarteirão pegara fogo; não houve vítimas, mas viam-se, por toda parte, escombros, destroços, móveis enegrecidos, sucata, colchões rasgados. Esquecíamos, porém, essa tristeza, vendo pelas ruas da Cidade Livre os candangos abraçando-se e rindo. Eles não riam em Brasília.

 

Mito ou Monstro

Jorge Amado reconhecia que Brasília era um mito... Guardo a impressão de ter visto nascer um monstro, cujo coração e pulmão funcionam artificialmente, graças a processos de um custo mirabolante.

 

Sozinhos na Amazônia

Sartre não tinha vontade de ir à Amazônia, onde ninguém nos convidara, aliás. Sobrevoei o Amazonas ao mesmo tempo arrebatada e despeitada, pois sabia que não voltaria a ver nenhuma daquelas coisas.

 

Pressa de Voltar

Eu já não mais podia sustentar-me em pé; a terra parecia ter febre, Deitei-me. — Vamos partir mesmo assim? — perguntou-me Sartre. Sim! Ah, sim! Eu tinha pressa de chegar a Recife e a Paris.

 

Miséria

Durante dois meses, amei o Brasil. Amo-o ainda. Naquele momento, porém, quase cheguei a ponto de gritar contra a seca, contra a fome, contra toda aquela angústia, contra toda aquela miséria. Ardi em febre. Pela manhã, cometi a imprudência de chamar um médico. Diagnosticou tifo... Mandou me remover para o hospital de doenças tropicais.

 

À Moda Antiga

A eternidade durou sete dias. Disse ao médico que queria partir.. . As irmãs T. (Cristina e Lúcia Tavares) ofereceram-me sua casa em Recife. Passei três dias em um quarto mobiliado à antiga. O calor me sitiava. Uma noite, o médico viria me visitar. Disse a Sartre e às irmãs T. que fossem jantar. Elas se recusaram: não se deve deixar um homem sozinho com uma mulher, mesmo da minha idade, em uma casa.

 

Adeus

Na noite de nossa partida, um vendaval varria o aeroporto. Durante horas, embotados, sonolentos, esperamos que acalmasse. E, enfim, embarcamos.


 

 

 

 

Palavras Finais

 

 

 

Encerrarei este estudo com estas reflexões:

 

 

Eu sou uma espécie de imperfeição

que derivou da Suma Perfeição.

Eu sou um projeto de vida

que procedeu da Santa Vida.

Eu sou uma espécie de não-sei-não-sou

que, um dia, dirá: — Eu-sei-eu-sou!

Então, neste dia, eu serei Luz;

Luz com e na Santa LLuz!

 

 

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Mística e praticamente, há duas formas de nascimento: os que nascem conscientemente (uma minoria) e os que nascem meio que forçados, inconscientemente (a maioria).

2. Recentemente, escrevi um texto – 63 – em que afirmo: A Lei é sempre a Lei – a mesma Lei – quer para a esquerda, quer para a direita; quer para cima, quer para baixo; quer do lado de dentro, quer do lado de fora, quer para a GLB, quer para a GLN.

3. O inferno não são os outros; o inferno somos nós. Basicamente, com a nossa ignorância e com o nosso egoísmo, nós o produzimos, nós o alimentamos, nós o avultamos. Imputar aos outros o que é nossa responsabilidade é, no mínimo, uma covardia.

4. Sim. As pessoas vivem enjauladas porque a liberdade implica em muitas coisas, mas, principalmente em responsabilidade; e são poucos os que querem ser responsáveis ou que têm a necessária força-coragem de e para ser responsáveis. Somos responsáveis por tudo! Como disse o próprio Sartre, o desamparo implica que somos nós mesmos que escolhemos o nosso ser. Desamparo e angústia caminham juntos.

 

 

 

 

5. Ivan Petrovich Pavlov (14 de setembro de 1849 – 27 de fevereiro de 1936) foi um fisiólogo russo premiado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1904 por suas descobertas sobre os processos digestivos de animais. Pavlov veio, no entanto, a entrar para a história por sua pesquisa em um campo que se apresentou a ele quase que por acaso: o papel do condicionamento na Psicologia do Comportamento (reflexo condicionado).

6. Este parece ser exatamente o caso da República Democrática Popular da Coréia, que tem como lema: Cada um tem a certeza de ganhar se acreditar e depender do povo. Com uma população aproximada de 22.665.345 pessoas, a ditadura proletária lá estabelecida por Kim Il-sung, desde o final da década de 1940, a República Democrática Popular da Coréia é o último país stalinista do Planeta. Mas, de seu lema e de sua herança budista e confucionista praticamente nada se observa, pois o Estado, em seu totalitarismo démodé, promove repressões políticas aos opositores, prendendo-os, torturando-os, executando-os ou enviando-os aos campos de trabalho forçado. Mísseis? Oh!, sim! O povo? Que coma arroz, se houver arroz para comer! O acordo Coréia do Norte–EUA, assinado em 1999, pelo qual os norte-coreanos abriam mão do seu programa nuclear em troca de combustível, mas inadimplido pela administração de George W. Bush, não justifica o crescimento das hostilidades da potência norte-coreana e a aceleração do seu programa nuclear. Os problemas e as dissensões entre as nações só poderão ser solucionados por duas vias: humor aquoso-viscoso segregado pelas glândulas salivares e negociação.

7. Martin Heidegger (Meßkirch, 26 de setembro de 1889 – Friburgo, 26 de maio de 1976) foi um filósofo alemão. É, seguramente, um dos pensadores fundamentais século XX – ao lado de Bertrand Russell, Wittgenstein, Adorno e Foucault – quer pela recolocação do problema do ser e pela refundação da Ontologia, quer pela importância que atribuiu ao conhecimento da tradição filosófica e cultural. Influenciou muitos filósofos, dentre os quais Jean-Paul Sartre.

8. Não pretendo corrigir Sartre, mas, se por um lado a verdade é subjetividade, por outro, é relatividade.

9. Não pretendo corrigir nem polemizar com Simone; mas, se não formos entropizados por nossas extravagâncias, estamos, sim, destinados a nos tornarmos Deus – o Deus de nossos Corações.

 

 

 

 

10. Mais uma vez, cito Raymond Bernard (19 de maio de 1923 – 10 de janeiro de 2006): Na Via Iniciática prestigiosa que seguimos, as tentações são numerosas, as quedas ocasionais e a dúvida periódica.

 

Bibliografia:

REALE, Giovanni e ANTISERI, Dario. História da Filosofia (do Romantismo até nossos dias). Volume III. São Paulo: Paulinas, 1991.

MORA, José Ferrater. Diccionário de Filosofía. Madrid: Alianza Editorial, 1990.

LOGOS - ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE FILOSOFIA. Lisboa/São Paulo: Editorial Verbo, 1992.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.himalayanacademy.com/
resources/books/dws/dws_r5_truth-atheism.html

http://neliaf.multiply.com/
journal/item/1050/1050

http://www.truca.pt/fofo_material_janeiro
_08/semana_03/txt_simone.html

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Existencialismo

http://www.simonebeauvoir.kit.net/
cronologia.htm

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Simone_de_Beauvoir

http://wapedia.mobi/pt/Simone_de_Beauvoir

http://www.revista.agulha.nom.br/
yschmaltz1.html

http://www.ostibr.org.br/Sobre%20RB.htm

http://www.pensador.info/
autor/Simone_de_Beauvoir/2/

http://www.pensador.info/
autor/Simone_de_Beauvoir/

http://pt.wikiquote.org/
wiki/Simone_de_Beauvoir

http://www.pensador.info/
p/jean_paul_sartre_frases/3/

http://www.pensador.info/
p/jean_paul_sartre_frases/2/

http://www.pensador.info/
p/jean_paul_sartre_frases/1/

http://www.arthursclipart.org/
children/boyscol1.htm

http://smacaitis.googlepages.com/

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Martin_Heidegger

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Coreia_do_Norte

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Ivan_Petrovich_Pavlov

http://pt.wikiquote.org/
wiki/Jean-Paul_Sartre

 

Fundo musical:

La Mer (Charles Trenet)

Fonte:

http://www.puxaki.com.br/procurar.php?
tipobusca=contenha&palavras=lamer