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Nota:
1.
Carl Gustav Jung (1875 - 1961) define os complexos como psiques fragmentárias
que foram separadas do todo. Já os complexos se comportam
como demônios e parecem se deliciar em pregar peças de mau
gosto. São como atores em nossos sonhos, a quem confrontamos de forma
tão impotente. Como se poderia esperar, em termos teóricos,
esses complexos de mau gosto são incapazes de ser educados. (Citado
por Alfred Ribi, Demons of the Inner World: Understanding Our Hidden
Complexes, apud Richard Smoley; In: O Homem como Deus
Criador). Enfim, Richard Smoley conclui seu trabalho especulando: ...
nossos pensamentos, por mais efêmeros que possam se parecer, possuem
alguma substância no mundo da psique. Alguns desaparecem como as fagulhas
do martelo do ferreiro, outros permanecem por mais tempo, aparecendo como
complexos, neuroses ou, em casos extremos, como personalidades quase independentes
[secundárias]. Mas, se podemos obter um vislumbre de como
essas entidades são criadas, poderemos também compreender
como manter os nossos espaços psíquicos limpos. Como nos lembra
o 'Livro Tibetano dos Mortos', de colocar um olhar crítico e frio
sobre as entidades que encontramos, seja na vida como talvez depois da morte,
e sermos capazes de 'conhecer essas coisas como nossas próprias formas-pensamentos'.
Tudo isso pode ser resumido em um conceito que venho repetindo sistematicamente:
nós fabricamos tudo e somos responsáveis por tudo. Ao colocarmos
a culpa – qualquer culpa – no outro, no mínimo estamos
agindo com desinteligência.
Observação:
A
imagem – levam-nos, às vezes, a agir como animais –
que conclui o primeiro terceto, em certo sentido, é injusta para
com os animais. Melhor teria sido se eu tivesse escrito levam-nos, às
vezes, a agir como boçais.