SEXTO EMPÍRICO
(Pensamentos Céticos)

 

 

 

Séxtos Empeirikós

Sexto Empírico

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução
e Objetivo do Texto

 

 

 

Efetivamente, indubitavelmente, uma das maiores desgraças do homem é (ter que) fazer escolhas. Muitas vezes, escolhemos fazer ou aceitar algo porque admitimos que é bom ou porque nos disseram que é bom, mas, depois, verificamos que foi uma má escolha; outras vezes, decidimos pelo não, quando nossa ecsolha deveria ter sido diferente (isto, se tivéssemos ouvido ou pudéssemos ouvir a Voz Silente em nosso Coração). Sim, eu sei; há coisas que são verdadeiramente desarmônicas, ultrajantes e desonrosas. Outras são mesmo inaceitáveis, como, por exemplo, matar o que quer que seja, pelo motivo que for. Portanto, escolher não matar está fora de questão: não se mata, e ponto final. Mas, o que estou querendo dizer é que, presos a conceitos que não passaram pelo crivo nem da razão dianóica nem da razão noética – vale dizer, conceitos hipotéticos, písticos e eikásicos – nós, infelizmente, caminhamos pela vida, em muitos casos, por assim dizer, sapatados em ardilosos e toldadores preconceitos. Esta é a nossa caverna – e ela precisa e deve ser Illuminada! Primeiro pelos dois níveis de razão acima citados (inicialmente, dianóico; em seguida, noético); depois, se e quando for o caso, pela transnoesis ou razão transnoética. Permanecer imudável e inalterado é estar – tipo múmia – fossilizadamente morto em vida. Uma vida sem busca não é digna de ser vivida, como disse Sócrates (469 – 399 a.C.). Não há cético que discorde disto.

 

Enfim, pelo menos, na dúvida, concordo que o melhor é suspender o juízo, ainda que isto, em um certo sentido, seja também uma espécie de morte. Mas, como ensinou Sexto, não podemos ser totalmente inativos. Pense nisto, por enquanto: não escolher (ou se abster) é, sim, uma espécie de morte, mas é também uma forma de escolha, o que parece contrariar a abertura do primeiro parágrafo! Mas a FiloSOPhIa é assim: quando parece que vai destoldar, escurece; quando tudo parece estar em trevas, a LLuz se faz. Mas a FiloSOPhIa longe está de ser semelhante à uma concertina. E quando a SOPhIa acontece, não há o que escolher: o que é não pode não ser, e o que não é não pode ser; simplesmente, como dois e dois são quatro, a coisa ou é ou não é. Assim, a Primeira Palavra, o incriado Som do Sanctum Verbum Dimissum et Inenarrabile, desde sempre, é, foi e será; não pode não ser e jamais não será.

 

Portanto, hoje, para nós, preparei este estudinho sobre diversos pensamentos (alguns editados por mim, para facilitar a compreensão) de Sexto Empírico, um médico e filósofo grego que viveu entre os séculos II e III. Leia devagar, verifique até que ponto seu pensamento é coerente e qual a utilidade que ele terá para você. Estou convencido, porém, de que alguma coisa você aproveitará.

 

Devagarzinho, com segurança, podemos e precisamos ir Illuminando nossa caverna, e, sempre que for possível e conveniente, devemos auxiliar a Illuminar as cavernas de todos os nossos irmãos. Afinal, somos ou não somos todos um? Quem sabe e guarda só para si é o pior dos egoístas. Se for para o céu, irá sentir calor; se for para o inferno, sentirá frio. Se não for nem para o céu nem para o inferno, eu não sei o que sentirá. Mas isto tem lá suas implicações místico-filosóficas. Pense no que disse Fernando Pessoa (1888 – 1935) sobre este assunto: Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao Coração dos homens. Caímos no seguinte: saber e guardar ou saber e divulgar? Eis a pergunta! Saber e divulgar tudo (sem exceção) que possa ser divulgado. Eis a resposta! Por isto eu disse: sempre que for possível e conveniente, devemos auxiliar a Illuminar as cavernas de todos os nossos irmãos. Divulgar o que não pode ser divulgado é uma irresponsabilidade, mas guardar só para si o que pode e deve ser divulgado, mais do que egoísmo, é ignominioso. Benedictus qui venit in nomine Domini. Abençoado seja quem vem em nome do Senhor. Podemos não ter vindo em nome do Senhor, mas, se quisermos, poderemos nos transformar nisto. A Grande Loja Branca está de braços abertos para receber soldados do Bem, da Beleza e da Paz, tanto quanto Sua congênere às avessas adora receber em seus quadros quem esteja disposto a estimular e promover a perversidade, a indignidade e a destrutividade.

 

 

 

 

 

 

 

Breve Biografia de Sexto

 

 

 

Sexto Empírico (em grego: Séxtos Empeirikós) foi um médico e filósofo grego que viveu entre os séculos II e III. Seus trabalhos filosóficos são um dos melhores exemplos do Ceticismo Pirrônico e fonte da maioria dos dados referentes a esta corrente filosófica, opondo-se à astrologia e outras magias. Seus escritos foram publicados em latim pela primeira vez em 1562, por Henricus Stephanus (1528 ou 1531 – 1598). Seus conceitos influenciaram Michel Eyquem de Montaigne (1533 1592) e David Hume (1711 1776).

 

Recebeu o apelido de Empírico por suas concepções filosóficas, porém, especialmente, por sua prática médica. Seus escritos, muito influenciados pelos de Pirro de Élis (c. 360 a.C. – c. 270 a.C.) e Enesidemo (século I a.C)., estão dirigidos contra a defesa dogmática da pretensão de conhecer a verdade absoluta, tanto na moral como nas ciências. Mas uma leitura, mesmo superficial, da obra de Sexto Empírico, como argumenta Oswaldo Porchat Pereira em seu trabalho Resposta a Hilan Bensusan e Paulo A. G. de Sousa, torna imediatamente claro que a crítica cética ao discurso dogmático se exerce não pelo recurso aos fenômenos – o que seria, aliás, totalmente ineficaz – porém mediante o uso 'dialético' do próprio discurso dogmático. Aproveito a deixa para, talvez, exagerar um pouquinho, dizendo: com dialética, tudo; sem dialética, nada. Isto é equivalente a: com fideísmo e crendice, trevas e caos; pela experiência interna intransferível, Compreensão e Liberdade.

 

Sexto defendia uma posição relativista e fenomenalista a partir uma posição cética antimetafísica e empirista. Segundo ele, as coisas existem, porém só o que podemos saber e dizer delas é de que maneira nos afetam, não o que são em si mesmas. Não obstante, sua epokhé não é tão radical como a de Pirro. Defende também uma ética do sentido comum e, ainda como pirrônico, aceita a indiferença (adiaphora) com respeito a todas as soluções morais. Reivindica também a importância do empírico, razão por a qual defende que a vida prática deve se reger por quatro guias: a experiência da vida, as indicações que a natureza nos dá através dos sentidos, as necessidades do corpo e as regras das artes. Faz uma crítica do silogismo, que considera um círculo vicioso, e coloca sob suspeita a noção de signo, especialmente tal como o entendiam os estóicos. Critica a Teologia Estóica assinalando as contradições da noção estóica de Divindade. Para os estóicos, tudo quanto existe é corpóreo, portanto, assinala Sexto, também o há de ser a Divindade. Todavia, um corpo pode ser simples ou composto. Se é composto, pode se decompor, e, por tanto, é mortal. Se for simples, é um dos elementos Fogo, Ar, Água e Terra e, então, é inerte e inanimado. Daí se segue que a Divindade ou bem é mortal, ou bem é inanimada, o que é, em ambos casos, absurdo. Além deste argumento, Sexto atacava a noção de Divindade apelando a outros raciocínios. Em todos eles reforçava a idéia cética da necessidade da epokhé ou da suspensão do julgamento. Ademais, atacou também a noção de causa.

 

Em geral, sua obra é importante porquanto é uma das fontes do conhecimento do pensamento antigo. Concretamente, sua Adversus Mathematicus aporta dados importantes para o conhecimento da história da Astronomia, da Gramática e da Ciência antiga, assim como da Teologia Estóica. Outras obras a destacar são: Esboços Pirrônicos e Contra os Dogmáticos.

 

 

 

Pensamentos Sestianos

 

 

 

Os cinco tropos (descritos na obra Esboços Pirrônicos): 1º) Dissensão: a incerteza das regras sociais e das opiniões dos filósofos; 2º) Progressão 'ad infinitum': toda prova deve ser demonstrada e assim em diante, até o infinito; 3º) Relação: todas as coisas mudam quando as relações entre elas mudam ou quando são observadas de pontos de vista distintos; 4º) Suposição: a afirmação da verdade é uma mera hipótese; e 5º) Circularidade: a verdade afirmada supõe um círculo vicioso.

 

 

Quando dizemos que o cético não dogmatiza, não usamos ‘dogma’ no sentido mais geral no qual alguns dizem que é dogma aceitar qualquer coisa. Assim, quando dizemos que ele não dogmatiza, dizemos ‘dogma’ no sentido o qual alguns dizem que é dogma assentir a quaisquer questões sobre coisas não-evidentes investigadas pelos cientistas, porque os Pirrônicos não assentem ao que não é não-evidente.

 

O cético, tendo começado a filosofar com o objetivo de decidir acerca da verdade ou falsidade das impressões sensíveis – de modo a alcançar com isso a tranqüilidade encontrou-se diante da eqüipolência1 nas controvérsias, e sem poder decidir sobre isto, adotou a suspensão, e, em conseqüência da suspensão, seguiu-se, como que fortuitamente, a tranqüilidade em relação às questões de opinião. Pois aqueles que mantêm uma opinião sobre se algo é por natureza bom ou mau estão sempre perturbados. Quando se encontram privados daquilo que consideram bom, sentem-se afligidos por algo naturalmente mau, e passam a buscar aquilo que pensam ser bom. E, ao obter isto, sentem-se ainda mais perturbados, já que ficam contentes de forma irracional e imoderada, e passam a recear que as coisas mudem e percam aquilo que pensam ser bom. Mas, ao contrário, aqueles que não determinam serem as coisas naturalmente boas ou más, não as evitam nem as buscam avidamente, e, por isto, não se perturbam.

 

Nunca aceitar alguma coisa como verdadeira a menos que seja.

 

O máximo que o cético pode dizer acerca das proposições dogmáticas é que até tal momento foi sempre levado à suspensão de juízo com relação àquelas proposições sobre as quais se debruçou, devido à equipotência das razões que se podiam aduzir a seu favor e contra elas.

 

A Filosofia Cética é denominada também de indagativa ou ‘zetética’ devido à sua atividade de investigar e indagar; ‘efética’ ou suspensiva devido ao estado produzido naquele que investiga após a sua busca; e ‘aporética’ ou dubitativa, qual seja, segundo alguns, devido a seu hábito de duvidar e de buscar ou devido à sua indecisão quanto à afirmação ou negação.

 

O Ceticismo é uma Filosofia investigativa. É uma Filosofia que não duvida dos fenômenos, daquilo que aparece, mas apenas daquilo que se afirma dogmaticamente para além dos fenômenos. Neste sentido, perfeitamente compatível com o espírito científico, o Ceticismo é uma Filosofia que não impede o estudo dos fenômenos e a teorização sobre os fenômenos. Enfim, o Ceticismo é uma Filosofia que deixa inteiramente de lado a ciência dogmática, a busca de verdades absolutas – reconhecida impossível mas que, em compensação, atribui um valor à experiência e à vida, não desejando ir de encontro ao senso comum nem transtornar a vida.

 

O Ceticismo é a faculdade de opor de todas as maneiras possíveis os fenômenos e os noumenos2; e daí chegarmos, pelo equilíbrio das coisas e das razões opostas (isostenía), primeiro à suspensão do julgamento ou do juízo (epokhé) e, depois, à indiferença (ataraxia).

 

Deveríamos desprezar os que pensam que o cético está condenado à inação porque o Ceticismo, ao privar-lhe de uma base para escolha, deixa-o negando a vida e suspendendo o juízo como algum vegetal. E os que dizem que os céticos rejeitam o que é aparente não ouviram, penso, o que dizemos.

 

O fenômeno abrange sensações e pensamentos que nascem nos contatos entre o sujeito e o objeto exterior, cuja natureza essencial subsiste além do conhecimento humano.

 

O pirrônico3 não concorda com o que não é evidente.

 

 

 

O cético suspende seu juízo só em relação aos assuntos não-evidentes, mas mantém suas crenças no sentido comum.

 

O cético não determina nada, nem mesmo a expressão cética (não determino nada).

 

O cético argumenta sempre contra a posição dos outros. Se o oponente rejeita a premissa ou a estrutura argumentativa, o cético substitui por uma premissa ou uma estrutura que possam ser aceitas, e trabalha a partir destas.

 

O cético dá seu assentimento para as experiências que não pode evitar ter em virtude das suas impressões ('phantasiai').

 

Não podemos simplesmente afirmar uma coisa; mas conjugar sua não-evidência com sua evidência.

 

Quando o cético diz 'eu não digo nada determinado', ele quer dizer o seguinte: 'encontro-me na situação de não afirmar nem negar dogmaticamente nada daquilo que agora está sendo investigado'.

 

Quando nos questionamos que crenças um cético pode ter, a resposta depende sempre do que queremos dizer com a palavra 'crença'.

 

Há uma diferença inconciliável entre 'como as coisas são' e 'como as coisas aparecem para nós'. E mais: devido às diferenças, as mesmas impressões não são produzidas pelos mesmos objetos.

 

A pessoa ordinária torna-se aberta à infelicidade porque pensa que algumas coisas são mais valiosas ou importantes do que outras. (Sublinhado meu).

 

 

O que é mais valioso e importante:
um diamante ou uma Iridomyrmex humilis?

 

Diferentes animais têm diferentes formas de origem. Alguns nascem de reprodução sexuada, outros de reprodução assexuada; alguns, como a mula, têm parentes heterogêneos, outros homogêneos; alguns nascem vivos, outros em forma de ovos etc. Destas diferentes formas de origem, devem surgir diferentes formas de ser afetado pelos sentidos.

 

Precisaríamos de uma prova para escolher as nossas impressões sobre as dos animais; mas esta prova deve ser ou aparente ou não-aparente. Se for não-aparente (como, por exemplo, uma teoria qualquer inventada por um dogmático) não deve ser confiável simplesmente pelo fato de que ela não aparece para nós. Se for aparente (um aparelho de medida, por exemplo), ela, então, deve aparecer também para os animais. Mas, se aparece também para os animais, ela também está sob questão e, por isto, não pode ser a resposta para esta mesma questão.

 

Um animal – por hipótese, o cachorro pode ter uma impressão muito superior à nossa como, por exemplo, em relação ao faro e à audição, e, por isto, é errado considerar o homem como tendo as impressões mais confiáveis.

 

Cada ser humano é afetado de maneira diferente pelos objetos externos. Muitos são os exemplos que demonstram isso. Demofon, mordomo de Alexandre, sentia frio quando estava no Sol ou em um banho quente, mas sentia calor na sombra; Tibério César podia ver no escuro; Ândron de Argos podia viajar através dos áridos desertos da Líbia sem beber água etc.

 

Para poder fazer um julgamento real sobre as coisas teríamos que confiar ou em todos os homens ou em alguns. Confiar em todos seria absurdo, pois muitas seriam as impressões contraditórias. Confiar em alguns levanta o problema de em quais confiar. Confiar na maioria é uma proposta infantil, pois não há como visitar todos os homens para saber como eles são afetados. Confiar em algum homem específico levanta a questão de em qual confiar.

 

Uma prova sempre exige um critério que a confirme, e o critério também necessita de uma prova para demonstrar a sua validade. Assim, tanto as provas como os critérios estão envolvidos no mesmo circular processo de raciocínio.

 

 

Não podemos captar a integridade dos objetos independentemente das circunstâncias de suas disposições.

 

Nenhum de nós é capaz de afirmar qual característica pertence efetivamente a um objeto, no que diz respeito à sua essência real, mas apenas o que lhe pertence em relação à uma regra de conduta, à uma lei, a um hábito e assim por diante.

 

Dependendo das condições anteriores, o mesmo vinho parece azedo para aqueles que acabaram de comer tâmaras ou figos, mas parece ser doce para aqueles que consumiram nozes ou grão-de-bico. E o vestíbulo da casa de banhos esquenta os que entram, mas esfria os que saem, se ficam esperando nele. Dependendo de se estar com medo ou confiante, o mesmo objeto parece temível ou terrível ao covarde, mas de forma alguma a alguém mais corajoso. Dependendo de se estar em sofrimento ou em situação agradável, as mesmas coisas são irritantes para os que sofrem e agradáveis para os que estão bem.

 

Se, então, não se pode preferir uma aparência à outra, com ou sem uma demonstração ou um critério, as diferentes aparências que ocorrerem, em diferentes condições, serão indecidíveis. De modo que, a suspensão do juízo com relação à natureza dos existentes externos é introduzida também deste modo.

 

Um corpo pode ser simples ou composto. Se é composto, pode se decompor, e, portanto, é mortal. Se for simples, é um dos Quatro Elementos – Fogo, Ar, Água e Terra e, então, é inerte e inanimado. Daí se segue que a Divindade ou é mortal ou é inanimada, o que, em ambos casos, é um absurdo.

 

 

 

 

As coisas existem; porém, só o que podemos saber e dizer delas é de que maneira nos afetam, não o que são em si mesmas.

 

A vida prática deve reger-se por quatro guias: a experiência da vida, as indicações que a Natureza nos dá através dos sentidos, as necessidades do corpo e as regras das artes.

 

O Silogismo4 é um círculo vicioso.

 

Há, na verdade, duas Gramáticas: uma geral e outra particular.A Gramática geral se refere ao conhecimento das letras – sejam gregas ou bárbaras. Esta Gramática se compromete a ensinar o alfabeto e suas combinações, sendo, assim, uma especialidade relativa à leitura e à escrita (esta Gramática está entre as coisas mais úteis: ela cura a indolente doença do esquecimento). Já no sentido particular, a Gramática não se limita ao mero conhecimento das letras, mas quer ser uma especialidade mais profunda, pretendendo investigar a origem e a natureza da linguagem, além das partes das orações (chegando às palavras, sílabas etc.).

 

A Gramática está dividida em três partes: técnica, histórica e especializada ou própria. A parte técnica concerne à própria linguagem e seus componentes, debruçando-se sobre seus elementos, sílabas, expressão e partes da oração, distribuição, ortografia e helenismo. A parte histórica da Gramática é aquela que se encarrega da explicação no que concerne a pessoas, lugares, ficções e mitos. Finalmente, na parte especializada ou própria é examinada a linguagem dos poetas e prosadores – expondo-se, criticando-se e catalogando-se suas obras; investigando-se a obscuridade de sua linguagem; e distinguindo-se o que é genuíno do que é espúrio... A Gramática, sob a concepção dos gramáticos, é não-existente.

 

O discurso divide-se em palavras e substâncias que as fundamentam. As palavras são tanto as expressões como seus significados; as substâncias que as fundamentam, por seu turno, são os objetos no mundo referidos pelas palavras.

 

Os estóicos aceitavam que três coisas estavam ligadas: o significado, o que significa e o objeto. O que significa é a palavra, por exemplo, o termo 'Dion'; o significado é o que exprime o que compreendemos e pensamos, e que o estrangeiro não compreende, ainda que seja capaz de ouvir o termo. Finalmente, encontramos o objeto exterior: Dion em pessoa. Duas dessas coisas são corpos: a palavra e o objeto; a terceira é incorporal; é o que pode ser verdadeiro ou falso.

 

Os gramáticos são incompetentes, pois toda composição de prosa e poesia consiste de palavras que significam e de coisas que são significadas. Seria, portanto, necessário ao gramático entender as palavras, ou apenas as coisas que as fundamentam, ou ambas. Os gramáticos não entendem as coisas que fundamentam as palavras, uma vez que algumas destas coisas pertencem à ciência natural, outras são matemáticas, outras, ainda, são médicas, musicais etc. Então, no fim das contas, para se entender estes escritos é preciso ser um especialista da área de que a composição estiver tratando. Isto significa dizer que, como os gramáticos não podem ser especialistas em todas estas ciências, eles interpretariam erroneamente estes textos... Como os gramáticos conheceriam algumas palavras científicas, tais como realidade e essência, em Aristóteles? Em suma, se os gramáticos não sabem nem as coisas nem as palavras, e o poema ou a obra em prosa não é nada além disso, os gramáticos não vão possuir uma especialidade capaz de explicar o que é dito por poetas e prosadores.

 

Em relação a qualquer assunto, tem surgido não só entre as pessoas comuns, mas também entre os filósofos, um conflito interminável, em virtude do qual somos incapazes tanto de escolher uma coisa como de a rejeitar, acabando assim por suspender o juízo.

 

O fogo, que por essência queima, causa a cada um a representação de ser quente.

 

O fenômeno prevalece sobre tudo, por toda parte onde ele se encontra.

 

 

 

 

A parte é algo diferente do todo, mas é também o mesmo que o todo é; a substância é o todo e a parte.

 

Pode ser e pode não ser.

 

Sobre as coisas que se investigam, do ponto de vista da Filosofia, uns afirmam haver encontrado a verdade, outros declaram que não é possível que isto se cumpra e outros continuam investigando. Os que acreditam ter encontrado a verdade são os chamados propriamente dogmáticos, como, por exemplo, os seguidores de Aristóteles e Epicuro, os Estóicos e alguns outros. Da mesma maneira que se manifestaram pela inapreensibilidade da verdade, são os seguidores de Clitômaco, Carnéades e outros acadêmicos. E os que continuam investigando são os céticos. De onde, com muita razão, se considera que os sistemas filosóficos são, em linhas gerais, três: dogmáticos, acadêmicos e céticos.

 

Qualquer um que sustenta crenças mesmo num assunto... ou faz afirmações sobre qualquer assunto não-evidente tem, por isso mesmo, o caráter distintivo de um dogmático.

 

Diante de tais questões insolúveis, levantadas por Górgias, desaparece, pelo que concerne, o critério da verdade: do inexistente e do incognoscível não há possibilidade de juízo.

 

Os argumentos do Ceticismo contra os dogmáticos são: 1º - o caráter relativo das opiniões; 2º - a necessidade de uma regressão ao infinito para se encontrar o Primeiro Princípio, no qual todos os outros se sustentam; 3º - o caráter relativo das percepções; 4º - toda demonstração se funda em princípios que não se demonstram, mas se admitem por convenção; e 5º - demonstrar algo supõe no homem a faculdade de demonstrar e a validade da demonstração.

 

Existem três questões que organizam toda e qualquer investigação filosófica, que, ao serem respondidas, proporcionam uma vida feliz. São elas: 1ª) qual a verdadeira natureza das coisas? 2ª) em que situação nos colocamos em relação à estas coisas? e 3ª) o que se pode esperar que se siga desta situação?

 

Deste Logos, os homens se tornam descompassados, quer antes de O ouvir, quer logo O tenham ouvido; pois, tornando-se todas (as coisas) segundo este Logos, a inexperientes se assemelham, embora sendo experimentado em palavras e ações, tais quais eu discorro segundo a natureza, distinguindo cada (coisa) e explicando como se comporta. Aos outros homens, escapa quando estão despertos, tal como esquecem como quando estão dormindo.

 

Os homens vivem como se tivessem uma inteligência privilegiada e particular.

 

Não sou ateu. Vocês não podem afirmar isso, porque, para admitir que Deus não existe, eu estaria estabelecendo um critério dogmático, um método teológico para provar que Deus não existe.

 

Se se disser que uma escola ('hairésis') é uma adesão a numerosas verdades ou dogmas ('dogmata') coerentes entre si, diremos que o cético não tem escola. Em contrapartida, se se disser que uma escola ('hairésis') é um modo de vida que segue um certo princípio racional em conformidade ao que nos aparece, diremos que o cético tem uma escola.

 

O Pirronismo conduz à crença de que as sensações, opiniões e valores não se contradizem por causa do desvio da razão em sua relação com o sujeito, o meio e o objeto do conhecimento, mas porque o mundo em si não tem uma natureza estável a ser apreendida ou não na busca da verdade.

 

O homem é naturalmente um amante da verdade.

 

A Verdade é inacessível.

 

Isto não é desta maneira mais do que daquela outra ou do que nenhuma das duas.

 

 

 

Ponho em questão qualquer crença dogmática na realidade essencial das coisas, mas não recuso a adesão à forma como as coisas aparecem na representação passiva que leva ao assentimento involuntário sob a exigência da necessidade de viver.

 

A representação é uma impressão na alma. Cleanto entendeu a impressão como depressão e relevo, tal qual a marca feita pelos timbres na cera. Crisipo reteve como absurda essa interpretação. Em primeiro lugar, de fato, diz ele, quando a mente representa ao mesmo tempo um triângulo e um quadrado, será preciso que o mesmo corpo, ao mesmo tempo tenha em si diferentes figuras e se torne, simultaneamente, triângulo e quadrado, e também círculo, o que é absurdo. Ademais, dado que em nós estão presentes, juntas, muitas representações, a alma deverá ter inúmeras figuras, o que é ainda pior. Crisipo supunha, então, que Zenão tivesse usado o termo 'impressão' em lugar de 'alteração', de modo que a definição seria a seguinte: representação é uma alteração da alma, pois não é absurdo que o mesmo corpo, ao mesmo tempo, existindo em nós muitas representações, receba várias alterações. De fato, como o ar, quando muitos falam simultaneamente, recebendo ao mesmo tempo numerosas e diferentes percussões, sofre muitas alterações, assim também a parte regente da alma, recebendo numerosas representações, sofrerá algo análogo.

 

A representação é uma modificação da alma... A representação compreensiva é aquela impressa e bem assimilada de uma coisa que realmente subsiste e no modo como subsiste, e é de tal modo que não poderia surgir de uma coisa que não subsiste.

 

Pelo Ceticismo chegamos primeiro à suspensão do julgamento e depois à liberdade de inquietação.

 

Más testemunhas para os homens são olhos e ouvidos, se almas bárbaras eles têm.

 

Todo inteiro vê, todo inteiro pensa, todo inteiro ouve.

 

O moinho dos deuses mói lento! Mas mói muito fino.

 

Homero e Hesíodo imputaram aos deuses tudo quanto entre os homens é indecoroso e censurável: roubos, adultérios, enganos recíprocos.

 

É impossível conseguir que o Ser não seja.

 

Pois todos nascemos da Terra e da Água.

 

A Verdade e a Sabedoria – pelo menos com relação às coisas não-evidentes – nenhum ser humano conhece porque, mesmo, se por sorte ele as encontrar, ainda assim ele não saberá que as encontrou, mas tão-só imaginará e opinará.

 

Não há homem algum que jamais claramente tivesse visto e saiba dos deuses e de tudo; pois, ainda que alguém viesse a pronunciar o melhor possível a lavra definitiva, nem esse saberia. Sobre tudo recai a opinião.

 

É possível viver segundo a experiência comum e segundo o 'costume' se nos conformarmos a estas quatro regras elementares: 1ª) seguir as indicações da Natureza; 2ª) seguir os impulsos de nossos sentidos, que nos levam por exemplo, a comer quando temos fome e a beber quando temos sede; 3ª) respeitar as leis e os costumes do seu próprio país e, portanto, do ponto de vista prático, aceitar as relativas avaliações de piedade como um bem e da impiedade como um mal; e 4ª) não permanecer inerte, mas exercer uma arte.

 

Os céticos esperam atingir a imperturbabilidade, dirimindo a desigualdade que há entre os dados dos sentidos e os dados da razão; mas, quando não conseguem, suspendem o juízo, e com esta suspensão vem a imperturbabilidade, como a sombra sobrevém ao corpo.

 

O fenômeno – que é sentido – embora e sempre relativo, não implica erro. Tal não acontece com o que é construído, pois qualquer teorização fundada no noumeno, quer na suposição do seu correlato fora do espírito, quer na inferência de causas e relações necessárias, não passa de pretensão ilegítima.

 

Ninguém jamais soube algo claro nem jamais o saberá, pois a tudo se cola a opinião.

 

É próprio das almas bárbaras confiar em sensações sem razão (Logos).

 

Enquanto intuído, o tempo é o puro devir. O tempo é puro transformar-se, é o puro conceito, o simples, que é harmônico a partir de absolutamente opostos. Sua essência é ser e não-ser, sem outra determinação — ser puro e abstrato não-ser, postos imediatamente em uma unidade e ao mesmo tempo separados. Não como se o tempo fosse e não fosse, mas o tempo é isto: no ser imediatamente não-ser e no não-ser imediatamente ser – esta mudança de ser para não-ser, este conceito abstrato, é, porém, visto de maneira objetiva, enquanto é para nós. No tempo não há o passado e o futuro, somente há o agora; e este é, para não-ser, está logo destruído, passado – e este não-ser passa, do mesmo modo, para o ser, pois ele é. É a abstrata contemplação desta mudança.

 

Tudo que nos cerca é lógico e compreensível por si.

 

Somente a consciência como Consciência do Universal é Consciência da Verdade.5 O engano, portanto, consiste na particularização do pensamento – o mal e o engano residem no fato da separação do Universal.

 

 

 

Empolguei-me com o que estudei;
então, epilogarei assim:

 

 

 

O que será a Verdade?

O que não é a Verdade?

Continuarei auscultando;

e, por aí, vou jornadeando.

 

A noite vem depois do dia

ou ela vem antes do dia?6

e, por aí, vou caminhando.

 

A ordem será nascer–›morrer

ou a ordem é morrer–›nascer?

Continuarei escoldrinhando;

e, por aí, vou seqüenciando.

 

O início ALeF? O fim TaV?

Ou são um o ALeF e o TaV?

Continuarei esmerilhando;

e, por aí, vou me esforçando.

 

O bulcão é falta de LLuz

ou nele não se a LLuz?7

Continuarei perscrutando;

e, por aí, vou peregrinando.

 

Será subtração ou adição?

Amontoação ou repartição?

Continuarei investigando.

Um dia saberei? Quando?

 

Mas, uma coisa eu bem sei:

como Sócrates, eu nada sei.

Mas, sei mais do que sabia;

 

Este é o fado de todos nós:

navegar em uma casca de noz.

Na encarnação, com casca;

na desencarnação, sem casca.

 

Mas, sempre haverá casca

a nos amofinar como borrasca.

Todavia, bendita amofinação

que nos livrará da crucifixão.8

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. Eqüipolência é a qualidade ou condição de eqüipolente, isto é, que tem igual valor, referência ou relação de identidade; que tem o mesmo efeito ou a mesma significação. Em Geometria, diz-se de um segmento orientado em relação a outro, quando se pode fazê-los coincidir por movimentos de translação. Já em Matemática, eqüipolente é que tem a mesma potência ou a mesma cardinalidade. Enfim, equipolência é a relação de equivalência sob a qual um conjunto de segmentos orientados de reta possuem mesmo módulo, mesma direção e mesmo sentido. Esta só acontece se um dos seguintes casos ocorrerem: 1º) quando ambos segmentos forem nulos; e 2º) quando nenhum é nulo e tem o mesmo comprimento, mesma direção e mesmo sentido. Por exemplo, na figura abaixo, para que AB seja equipolente a CD é necessário que AB//CD e AC//BD, isto é, (A,B)~(C,D) – implicando que ABCD seja um paralelogramo. Enfim: (A,B)~(C,D) –› (A,C)~(B,D).

 

 

2. Explica Walmir Monteiro: Kant diz que o sujeito pode conhecer 'a priori' unicamente os fenômenos, mas não as coisas-em-si, ou seja, em linguagem kantiana, os noumenos [do grego noúmenon – a realidade tal como existe em si mesma, de forma independente da perspectiva necessariamente parcial em que se dá todo o conhecimento humano]. O centro da argumentação é o seguinte: uma coisa é a realidade tal como ela é, e outra coisa é a maneira como essa mesma realidade aparece diante de mim enquanto sujeito do conhecimento. A realidade, tal como ela é, em sua essência (noumeno) é incognoscível, ou seja, não podemos conhecê-la. Contudo, eu posso conhecer o modo como ela me aparece (fenômeno), posto que o modo de seu aparecimento não dependerá só dela, mas de mim também. Portanto, [segundo Kant] jamais conhecemos coisas-em-si (noumeno), mas somente tal como elas nos aparecem (fenômenos).

3. O Pirronismo, também conhecido como Ceticismo Pirrônico, foi uma tradição da corrente filosófica do Ceticismo fundada por Enesidemo de Cnossos no século I d.C., e registrada por Sexto Empírico no século III. Toma o seu nome do filósofo grego e considerado o primeiro filósofo cético Pirro de Élis (c. 360 a.C. – c. 270 a.C.), embora a relação entre a Filosofia da Escola e essa figura histórica seja pouco clara. O Pirronismo tornou-se influente há alguns séculos desde o surgimento da moderna visão científica do mundo. Nada pode ser conhecido, nem mesmo isto. Os céticos pirrônicos negam assentimento a proposições não imediatamente evidentes e permanecem em um estado de inquirição perpétua. Por exemplo, os pirrônicos afirmam que uma falta de provas não constitui prova do oposto, e que essa falta de crença é profundamente diferente de uma descrença ativa. Ao invés de descrer em Deus, poderes psíquicos etc., baseados na falta de evidências de tais coisas, os pirrônicos reconhecem que não podemos estar certos de que evidências novas não possam aparecer no futuro, de modo que eles se mantêm abertos em suas pesquisas. Também questionam o saber estabelecido, e vêem o dogmatismo como uma doença da mente.

4. Um silogismo é um termo filosófico com o qual Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) designou a argumentação lógica perfeita, argumentação esta constituída de três proposições declarativas que se conectam de tal modo que a partir das duas primeiras, chamadas premissas, é possível deduzir uma conclusão. A teoria do silogismo foi exposta por Aristóteles em Analíticos Anteriores. Em um silogismo, as premissas são um ou dois juízos que precedem a conclusão e dos quais ela decorre como conseqüente necessário dos antecedentes, dos quais se infere a conseqüência. Nas premissas, o termo maior (predicado da conclusão) e o termo menor (sujeito da conclusão) são comparados com o termo médio, e assim temos a premissa maior e a premissa menor segundo a extensão dos seus termos. Um exemplo clássico de silogismo é o seguinte:

Todo homem é mortal.
       Sócrates é homem.
              Logo, Sócrates é mortal.

5. Sim, mas sempre será uma verdade relativa.

6. Se alguém disser (admitir) que a noite vem depois do dia, é porque considera o dia mais importante do que a noite, ou, pelo menos, que o dia começa com o dia e termina com a noite. O contrário disto é igualmente verdade.

7. Como poderá haver falta (ausência) de LLuz? Como? Isto é impossível! A LLuz jamais esteve, está ou estará faltante ou ausente, pois Ela é inerente ao Ser e vice-versa. LLumen Vitæ! A LLuz é Vida e é a LLuz da Vida; e a Vida não intermite ou morre – é eterna! Quando se diz que as trevas são a ausência da LLuz, isto é meramente uma figura de linguagem (ou de retórica) aplicada, disseminada, para que um efeito determinado possa ser alcançado, querendo, misticamente, significar que em estado de ignorância não poderá haver Compreensão. E não havendo Compreensão não poderá haver Liberdade. Por isto, não se pode pegar o touro à unha; é necessário, sempre, aplicar a Dialética e ler (n)as entrelinhas.

8. Não é a casca que nos livrará da crucifixão, mas, possivelmente, as sucessivas encarnações. Mas, para encarnarmos, precisamos de uma casca, pois, sem casca não poderá haver encarnação. Pelo menos nesta Terceira Dimensão. Aqui carbono é vida; carbono = vida.

 

 

Átomo de Carbono/DNA Topoisomerase Tipo II

 

 

Bibliografia:

REALE, Giovanni & ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Antigüidade e Idade Média. Volume I. São Paulo: Paulinas, 1990.

LOGOS – ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE FILOSOFIA. Lisboa/São Paulo: Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa, 1992.

 

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inicio-sexto-empirico-e-o-ceticismo-pirronico/

 

Música de fundo:

Tenho Ciúmes de Tudo
Composição: Valdir Rocha
Intérprete: Orlando Dias

Fonte:

http://www.4shared.com/