Rodolfo Domenico Pizzinga
Música de fundo: Pater Noster
(Written by Arkadi Dubenski (1875-1941) and sung by a tenor
with baritone soloists. From the Grande Liturgie Orthodoxe Slave)
Fonte: www.nicholasleaonscreen.com/CafeRetro/retro.htm
Este
ensaio pretende elucidar parcialmente o significado oculto do
Pai Nosso – a ORAÇÃO
SUPREMA da Era de Pisces, encerrada em 5 de
Fevereiro de 1962. Reconheço, entretanto, que há
outras interpretações para esta Oração.
INTRODUÇÃO
Universalmente,
para o religioso, Deus é onividente, onipotente, oniparente,
onissapiente, ubíquo, incriado, eviterno, misericordioso
e próvido. Mas, ao orar, normalmente o peticionário
(implorante) supõe que esse mesmo Deus desconheça
suas privações e carências, chegando, na maioria
das vezes, a tentar instá-Lo, a conceder o que Lhe é
suplicado. Este é um dos erros mais comuns no processo
da oração. Terá o homem o direito de pleitear,
querer ou mesmo exigir isto, aquilo e aquilo outro, apenas porque
decidiu que esta ou aquela bendição é melhor
para si? A oração, como ensinou Harvey
Spencer Lewis (Sâr Alden),
não é momento para petições
pessoais, mas para comunhão espiritual. E
Louis-Claude de Saint-Martin – o Filósofo Desconhecido
– deixou escrito: A verdadeira oração
é filha do Amor. Quantos se lembram de agradecer
pelo Dom da vida e pela consciência (consciente) que os
anima? É fundamentalmente isto que distingue (diferencia)
o homem dos outros reinos, pois, embora exista um eu incipiente
nos animais, eles não têm consciência deste
eu. O fato inconteste é que, considerando-se exclusivamente
o planeta Terra, apenas no homem manifesta-se a autoconsciência
no nível em que esta autoconsciência se manifesta.
Não considerarei neste ensaio os seres de níveis
mais elevados que o homem e que habitam nosso Planeta. São
raros e, por isso, é como se fossem pontos fora de uma
curva. Mas, o homem sabe que existe e que pensa. Sum,
ergo cogito. Sem embargo, sabe o ocultista que tudo
no Universo
é consciente. Para meditar sobre Deus Revisitado
(God Revisited) e ler o texto The
Supreme Experience clique na palavra abaixo:
DEUS.
Há,
todavia e obviamente, diferença entre consciência
e autoconsciência. O pensamento fundamental que o verdadeiro
místico transmite em suas orações é:
Seja feita a Tua vontade, e não a minha. Os místicos
evoluídos de todos os tempos sempre reconheceram e agradeceram
pelo alento da vida e pelo retorno da consciência consciente
ao despertar, pelos momentos de disponibilidade e de compreensão,
pela harmonia e pela paz
interior
que desfrutaram. As vicissitudes da vida sempre por eles foram
compreendidas como necessárias e inerentes à experiência
humana (individual e coletiva), já que inexoravelmente
estão conformes com alguma Lei ou Princípio cósmico.
Enfim, quantos corações amam seu próximo
mais do que a si mesmos? Quantos conseguem reconhecer e perceber
a necessidade e a importância da vida e da encarnação?
Quantos têm a coragem e a determinação de
proclamar: Pai, todas as coisas Te são possíveis,
afasta de mim este cálice; porém, não o que
eu quero, mas o que Tu queres (Evangelho de
São Marcos, XIV, 36)?
A
cada passo, em todos os instantes, a chave de tudo é o
próprio neófito. Verdadeiramente, as amarguras,
as dores, as doenças, as discórdias e as misérias
em geral decorrem do apego, da ignorância e da ilusão
próprias e inerentes às revivescências no
Mundo (impermanente) da Concretização – MaLKhUTh.
Entretanto, por mais paradoxal que possa parecer, benditas são.
Bendita seja a amargura que propiciará a compaixão,
a temperança, a serenidade e a paz. Benfazeja a dor que
acalmará e fará espertar o eu. Bondosa a doença
que curará a quaternidade inferior do homem e advertirá
para os excessos. Caridosa a discórdia que gerará
o entendimento, a tolerância e a justiça. Abençoada
seja a miséria que proporcionará a fraternidade,
fortalecerá a misericórdia e induzirá a caridade,
a humildade e a solidariedade. Tão-só pela meditação
sincera e desinteressada serão despertadas as faculdades
superiores latentes no âmago do ser. E, a Oração
das Sete Súplicas, originalmente, não era senão
parte de um processo místico meditativo de união
interior com a Divindade. Talvez o que precise ser realizado,
é que a comunhão com Deus ou a harmonização
com as supremas hierarquias espirituais seriam impossíveis,
se o ser humano não fosse, em essência, uma emanação
dessas elevadíssimas freqüências vibratórias.
Esta especulação ontognosiológica está
acorde com o lema antropo-teosófico: Todo anímico
provém do anímico.
Portanto,
exclusivamente pela meditação (ou pela oração,
que é uma forma sentimental de meditação)
pode o homem reconhecer e compartilhar do aspecto mais refinado
de sua dupla natureza (3 + 4), outrora oculta
na Década Mística de Pitágoras (TETRACTYS).
Por isso, o número 17 (dezessete) foi
e continuará sendo um dos números mais misteriosos
e secretos do Alto Simbolismo. Cabalisticamente está vinculado
ao número 153 (cento e cinqüenta
e três), pois este representa o valor secreto daquele.
HÁ MUITOS CAMINHOS
PARA A VERDADE,
MAS, NO FINAL,
TODOS SE ENCONTRAM.
NÃO HÁ RELIGIÃO
SUPERIOR À VERDADE.
|
MÍSTICOS
EM ORAÇÃO
A
dupla natureza humana, que, em certo sentido, recorda as Colunas
do Templo (Jachin e Boaz),
é formada de sete entidades: as três disposições
para o futuro (três membros superiores) – Manas,
Buddhi e Athma
– e os quatro níveis (freqüenciais) inferiores
– corpo físico, corpo etérico,
corpo astral e o eu –
todos integrando uma unidade harmônica e indissolúvel
ao longo da vida. Segundo os teósofos e antroposofistas,
foi em meados da era lemúrica (Terceira Raça Raiz)
que a Trindade Superior do homem uniu-se ao conjunto denominado
quatro membros inferiores da natureza humana. Na escola pitagórica
de Crotona, esse conhecimento era simbolizado por um triângulo
eqüilátero sobreposto a um quadrado.
Assim,
conforme ensinou Rudolf Steiner (1861-1925), o que presentemente
habita no quádruplo vaso humano representa uma
gota individualizada e autônoma da Divindade.
Entretanto, sublinha-se: a sobreposição aludida
deve, realmente, ser compreendida como interpenetração,
vale dizer, como Unidade. Não existem camadas superpostas
no Universo (macro ou micro); a multiplicidade é ilusória
e, como manifestações, as coisas apenas representam
estados freqüenciais específicos do Ilimitado Teclado
Cósmico. A própria autonomia humana estratifica
um estágio a ser superado em favor do Todo (UM). A vida
e a existência são afins com toda e qualquer vida
e toda e qualquer existência. É esta Unidade que
deve ser compreendida para poder ser assintoticamente realizada.
Contudo, nada do que foi discutido até o presente ou o
que se seguirá, objetiva fazer reviver os conceitos preconizados
pela inexplicável e insustentável doutrina teleológica.
O Universo não caminha para um télos. Nos
reducionismos teológico-filosóficos repousam os
mais falsos e anestesiantes sofismas que o homem terá de
obrigatoriamente superar. Tudo é necessário. Nada
é contingente. Por isso, entendem os ocultistas que o homem
é um deus mortal progredindo ininterrupta e ascensionalmente
para a imortalidade (consciente e conquistada), ou como ensina
a sabedoria do Vedanta: EU SOU BRAHMAN.
De
imediato, pode-se perceber que os antigos iniciados (assim como
os modernos e os contemporâneos) sempre admitiram que os
três membros superiores do ser (Manas, Buddhi
e Athma), correspondem aos mesmos princípios
existentes na própria Divindade ou Consciência Cósmica.
Ao terminar sua romaria terrenal, o homem deverá ter desenvolvido
e realizado seu princípio supremo — Athma.
Sob um entendimento mais esotérico, o corpo físico
não é propriamente um membro, sendo, de certa forma,
ignorado pelos Irmãos da Senda Direita. E, também,
a Trindade Superior é constituída por
Buddhi, Manas Superior e Manas Inferior,
sendo os dois últimos um duplo aspecto de um só
Princípio. O sétimo Princípio (ou membro),
que neste ensaio está sendo cognominado de Athma,
é, mais consistentemente, o Ovo Áurico
que envolve o ser humano. Este Envoltório Áurico
está ocultamente associado ao estanho, a Júpiter,
à cor azul, à nota musical Sol e ao quinto dia da
semana – Quinta-Feira. É necessário dizer
que o Corpo Áurico, em virtude de seu caráter eminentemente
sagrado, só veio a ser publicamente conhecido há
relativamente pouco tempo. Todavia, para este ensaio, manter-se-á
o preliminarmente apresentado, pois não fará diferença
para o entendimento do tema ora focalizado.
Ao
término deste ensaio, o pesquisador perspicaz terá
observado que a síntese dos esforços do ser deve
orientar-se, em última instância, para determinar
conscientemente a Esfera Magnética Áurica
que o envolve. Por outro lado, quando se disse acima que o corpo
físico é ignorado pelos Altos Iniciados, isto não
quer significar, absolutamente, que é (ou deva ser) desprezado.
Afinal, foi pela Lei da Encarnação que o homem pôde
comer o fruto proibido(?) da árvore cósmica
do conhecimento e também alcançar a compreensão
de sua ascendência até o limite do Princípio
Uno Primordial. Enfim, cabe ao ser emanado das Hierarquias Intermediárias
reconhecer, desenvolver e realizar in actu a Potência
Absoluta perenemente existente em si como em seu primário
Progenitor, pois, como preconizou Simão – o Mago,
AQUILO que existiu, existe e existirá é
a um tempo mãe, pai, irmão, esposa, filha e filho
de si mesmo, ou seja, a Raiz de todas as coisas.
Helena Petrovna Blavatsky, em sua Doutrina Secreta, discutiu
pormenorizadamente todos estes temas. Todavia, foi na parte referente
ao Objeto dos Mistérios e Prática da Filosofia Oculta
que aprofundou e sintetizou todo o pensamento arcaico e tradicional.
Aliás, a citação anteriormente apresentada
em itálico e
agora repetida NÃO
HÁ RELIGIÃO SUPERIOR À VERDADE
é o lema da Sociedade Teosófica.
É,
portanto, nesse sentido, que laboram todos os verdadeiros místicos
solares e que foram formulados e estabelecidos todos os múltiplos
tipos de oração abaixo transcritos:
Oração de Péricles[1]:
Concedei que palavra alguma me escape contra minha vontade, sendo
imprópria para a necessidade presente.
*
Oração de Zoroastro[2]:
Tudo o que deveria ter pensado e não pensei;
Tudo o que deveria ter dito e não disse;
Tudo o que deveria ter feito e não fiz;
Tudo o que não deveria ter pensado mas pensei;
Tudo o que não deveria ter falado mas falei;
Tudo o que não deveria ter feito mas fiz;
Por pensamentos, palavras e ações,
Imploro o perdão e arrependo-me com penitência.
*
Oração de Sócrates[3]:
Permiti que eu seja belo por dentro,
e que tudo o que tenho de coisas externas
estejam em paz com as do meu íntimo.
*
Liturgia da Igreja Grega[4]:
Aquilo que ignoramos, revelai-nos;
aquilo de que carecemos, fartai-nos;
naquilo que sabemos, reforçai-nos.
*
Oração de São Crisóstomo[5]:
Graças Vos damos, Ó Deus, por tudo.
*
Sacramentário Gelásio[6]:
Ó Deus de imutável Poder,
que todo o mundo sinta e veja
que as coisas que foram deitadas ao chão
estão sendo erguidas,
que as que envelhecem
estão sendo rejuvenescidas
e que todas as coisas
estão retornando à perfeição.
*
Oração de Santo Agostinho[7]:
Buscamos Vosso semblante,
voltai Vosso rosto para nós
e mostrai-nos Vossa glória.
Então nosso anelo estará satisfeito
e nossa paz será completa.
*
Oração de Santo Agostinho[8]:
Ó Deus, por onde vagava eu à procura de Vós?
Ó Beleza infinita, eu Vos procurei fora
e estáveis dentro do meu coração.
*
Oração de Andrewes[9]:
A todos os homens,
por toda a parte,
concedei Vossa Graça e Vossa Bênção.
*
Oração de Tomás á Kempis[10]:
Ó Senhor, sabeis qual é o Caminho melhor, este ou
aquele, seja como desejardes. Dai o que quiserdes, quanto e quando
quiserdes. Cuidai de mim como achais que deve ser e como melhor
Vos aprouver e para Vosso louvor. Ponde-me onde quiserdes e fazei
de mim tudo como Vos aprouver. Estou em Vossas mãos, submeto-me
à Vossa vontade. Sou Vosso servo, preparado para todas
as coisas; pois não desejo viver para mim, mas para Vós.
E oh!, pudesse eu fazê-lo digna e perfeitamente.
*
Oração de Sir Thomas Browne[11]:
Defendei-me, Ó Deus, de mim mesmo.
*
Oração de Pascal[12]:
SENHOR, EU VOS DOU TUDO.
*
Oração de John Wesley[13]:
Ó Senhor, não nos permitais viver inutilmente.
*
Oração Hindu[14]:
Do irreal, conduzi-me ao Real.
Das trevas, conduzi-me à Luz.
Da morte, conduzi-me à Imortalidade.
*
Oração de Grenville Kleiser[15]:
Se puder hoje fazer um bem,
Se puder servir pela vida afora,
Se puder dizer algo de útil,
Senhor, dizei-me como!;
Se puder corrigir um erro humano,
Se puder tornar alguém forte,
Se puder alegrar com um sorriso ou um canto,
Senhor, dizei-me como!
Se puder ajudar um sofredor,
Se puder aliviar um fardo,
Se puder espalhar mais felicidade,
Senhor, dizei-me como!
Se puder fazer uma boa ação,
Se puder ajudar um necessitado,
Se puder plantar uma semente fecunda,
Senhor, dizei-me como!
Se puder alimentar um coração faminto,
Se puder ajudar um bom começo,
Se puder fazer um papel mais nobre,
Senhor, dizei-me como!
*
Oração de um Anônimo:
Mestres e Irmãos da Grande
Loja Branca!
Que eu possa ser um instrumento permanente de
Concórdia, Luz e Mansidão,
Beleza, Amor e Caridade,
Humildade, Esperança e Prudência,
Justiça, Temperança e Fortaleza,
Liberalidade, Magnanimidade e Entendimento,
Paz, Tolerância e Harmonia.
Que eu possa compreender,
Para que o serviço por mim desempenhado seja:
VERDADEIRO E DIGNO,
FRUTÍFERO E CONSISTENTE,
ALTRUÍSTA E ELUCIDATIVO.
Que eu possa, enfim, navegar no Rio da Coerência, da Responsabilidade
e da Aspiração Anímica Unificada, e permanecer
na VIA DE DZYAN.
Mas, acima de tudo, QUE SEJAM FEITAS AS VOSSAS VONTADES, e não
a deste humilde neófito.
AUM RAH MAH.
*
São
Francisco de Assis
Oração de São
Francisco de Assis
Senhor,
Fazei-me um instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio que eu leve o amor.
Onde houver ofensa que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia que eu leve união.
Onde houver dúvida que eu leve a fé.
Onde houver erro que eu leve a verdade.
Onde houver desespero que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza que eu leve alegria.
Onde houver trevas que eu leve a luz.
Oh Mestre!
Fazei com que eu procure mais
Consolar do que ser consolado.
Compreender do que ser compreendido.
Amar do que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se nasce para a vida eterna!
*
Oração
de Vicente
Velado
Creio na Luz Eterna como Pessoa;
Creio na Pessoa como pronunciadora do Logos;
Creio no Logos como enunciação do Sol Verdadeiro,
Aquele que está no Centro de Tudo, eternamente.
Invoco, agora, o Poder da Transformação,
Pelo qual eu serei a Pessoa,
Tal qual o Cristo a é.
E assim, crendo, caminho para essa meta,
Objetivo da minha vida, que a justifica plenamente.
A
ORAÇÃO DAS SETE SÚPLICAS (PAI NOSSO)
Para
se entender o significado esotérico e a finalidade mística
do Pai-Nosso, é preciso compreender o que representa o
Grande Sacrifício. A explicação transcrita
abaixo é da lavra do Fundador
da Sociedade Antroposófica:
Imaginem
estar diante de um espelho... A imagem representa uma ilusão
que se lhes assemelha completamente... Sacrificar a si próprio
e entregar sua vida à imagem é como a Ciência
Espiritual denominou... a emanação, o derramamento.
Se pudessem fazer o mesmo, os Senhores veriam que deixariam
de existir, visto terem entregado tudo para o despertar da vida
e da consciência na imagem. Quando a imagem... é
capaz de realizar... o Grande Sacrifício ... cria um
Universo... sendo esse Universo uma imagem reflexa que recebe
uma missão de seu próprio criador.
[16]
A
seguir, é preciso, outrossim, intuir dedutivamente o processo
da criação.
Para tal, presuma-se que a Divindade represente o ponto central
do Universo, e que este Universo seja assemelhado a um globo oco
e espelhado interiormente. O que se tem? Ainda Rudolf Steiner:
A imagem de uma Divindade... que se reflete para todos
os lados, sendo que esse espelho é a imagem da própria
Divindade, representando ao mesmo tempo o Universo.[17]
Perseguindo esta linha de entendimento, o Universo é,
portanto, um reflexo do Ser – a CAUSA SEM CAUSA,
o ANCIÃO DOS DIAS, SAT, AIN SOPh.
Esta reflexão faz recordar instantes inspirados do pensamento
humano, que apareceram ora em Pascal ora em Nicolau de Cusa, ora
no próprio Zohar. Mas quem melhor expressou essas
lucubrações foi Hermes, que assim garantiu: O
mundo é uma esfera ilimitada, cujo centro está em
toda a parte e a circunferência em parte alguma.
Considerando-se este pensamento como verdadeiro, Hegel não
esteve longe da verdade quando afirmou: Todo conhecimento
é uno. Se conseguirmos aprender
tudo sobre uma só coisa, já sabemos tudo, pois o
Todo está em tudo e tudo está no Todo.
A
vida e o movimento, assim, derivam da Divindade, que, ininterruptamente,
pelo VERBUM DIMISSUM, realiza o Grande
Sacrifício. A VONTADE cria o
Reino (mineral, vegetal, animal e humano). O homem,
por conseguinte, é o reflexo, a expressão e a imagem
de seu Pai em um plano vibratório específico (inferior)
do Teclado Cósmico. Ao terminar a experiência vital,
apenas perecem (são transmutados) os quatro membros inferiores
do homem; a Trindade Superior continua sua viagem de retorno e
reintegração. Isto, apesar de verdadeiro, evidentemente,
é uma simplificação, pois antes de o coração
poder pulsar meramente pelo (e para) o futuro temporariamente
no denominado Devachan, a integralidade dos desejos terrenos
deve extinguir-se nos sete planos do Kâma Loka.
Navegar, pois, é preciso, porque é uma Lei Cósmica.
Mas é preciso mais. É preciso aprender a navegar
no Rio da coerência, da responsabilidade
e da compreensão. Mas o que são coerência,
compreensão e responsabilidade? Nada mais, nada menos,
do que o aperfeiçoamento progressivo das verdades relativas
(em sânscrito: Samvritisatya) intuicionadas pelo
homem, que persegue heroicamente a Verdade Absoluta (em sânscrito:
Paramârthsatya), ou, no sentir de Kant, a Lei Moral
categoricamente imperativa no interior de si. Mas, apenas conhecendo
os fatos como eles realmente são é que se poderá
orquestrar uma moral fecundamente mais eficaz e eficiente. Quando
a eficácia e a eficiência cruzarem metaforicamente
as fronteiras da beleza, do bem e da pureza, a moral, então,
será sentida interiormente como ÉTICA.
É nesse instante, e só nesse instante, que o homem
como ser singular e a Humanidade como ser coletivo poderão
compreender, realizar e vivenciar o estado pentecostal conscientemente,
já que a filosofia oriental sustenta que o
Espírito interpenetra todos os átomos, conscientes
ou inconscientes. (O Todo, repete-se, está
em tudo). Antes não. É preciso, por isso, sempre
navegar. E, por mais turbulenta que seja a tempestade, o navio
jamais pode ser abandonado. Enquanto isso, a Segunda
morte, como a denominou Proclo, será inevitável,
já que decorre da ilusão estigmatizante, da Necessidade
insubstituível e da Retribuição (ou Reciprocidade)
educativa. O Reino aludido mais acima tem, em realidade, uma conotação
mais esotérica.
Revendo
e ampliando o que já foi apresentado, tem-se: a)
Manas – personalidade-espiritual (alma da
consciência); b) Buddhy –
espírito vital; c) Athma –
homem-espírito; d) corpo físico – fração
da essência material da Terra (estação de
passagem) que se renova a cada sete anos; e) corpo
etérico ou vital
– portador das qualidades anímicas; f) corpo
astral – invólucro vibratório
correspondente a tudo que se manifesta no homem como alegria e
sofrimento, prazer e dor; e g) eu –
irradiação da alma da consciência (Manas)
exteriorizando seus efeitos em forma descendente. Em
virtude de sua participação no mundo espiritual,
o eu torna-se, portanto, senhor do mundo dos instintos, cobiças
e paixões.[18] Estas sete partes
constituem uma unidade – o homem completo ou alma vivente.
Semelhante ao som que se manifesta em sete graus tonais e à
LLUZ
em sete cores, a entidade humana unitária manifesta-se
por intermédio dos seus sete corpos (membros) constitutivos.
Sob outro prisma, sete são também os passos da Grande
Obra. Na realidade, contudo, o ser total do homem
é composto de nove partes. Na encarnação
confluem o corpo anímico e a alma sensitiva para formar
o corpo astral, como também se unem a alma da consciência
e a personalidade espiritual resultando no Buddhi Manas ou simplesmente
Manas. E assim, no homem, como reflexos das sete forças
da Natureza e das sete hierarquias do Ser, conjugam-se os Sete
Princípios, para que se estabeleça uma
unidade ou mônada vivente no processo encarnativo. E em
um sentido estritamente esotérico cada uma destas sete
divisões apresenta sete subdivisões. Todas as coisas
têm dois pólos; e em cada estado há sete estados.
Daí as (49 + 1 = 50) PORTAS
DA INTELIGÊNCIA, a serem abertas pelo iniciado
portador do Santo Espírito que caminha
na senda das TRINTA E DUAS VIAS DA SABEDORIA.
Mas a Qüinquagésima Porta nenhum
homem mortal viu. Esta última Porta Moisés também
não conseguiu ultrapassar. É a PORTA ARQUETÍPICA
DO SOBERANO BEM, DO OLHO QUE TUDO VÊ.
O
homem comete erros por se ter tornado autônomo, ou seja,
dotado de um eu. No mito do Paraíso, a palavra latina malum
significa tanto a maçã como o mal. No ocultismo,
o erro cometido pelo eu é designado por mal; a culpa é
o engano cometido pelo corpo etérico e praticado no âmbito
da sociedade; o corpo astral fraqueja por estar sujeito à
tentação. Steiner assim resumiu este arcano conhecimento:
O erro do corpo etérico... é, pois,
a culpa; o erro do corpo astral é a tentação;
e o erro do eu é o mal.[19] Segundo
essa linha de cogitação teosófico-antroposófica,
o quaternário inferior e a TRINDADE SUPERIOR tendem
ao divino, ou seja, aos princípios existentes acima de
Athma (AThMa),
ou àquilo que o Catolicismo (antropomorficamente) denomina
de Pai. Se o homem desejar conscientemente evolver em um sentido
ascendente (para além do Pai, mas por Seu intermédio),
deverá:
...
Ter a força para desenvolver sua Trindade Superior e
sua quaternidade inferior, a ponto de ambas manterem corretamente
o corpo físico. O corpo etérico... terá
de conviver com os homens de maneira a realizar uma compreensão
da culpa que nele existe; o corpo astral não ousará
cair em tentação nem o corpo do eu no mal. O homem
deverá elevar-se ao Pai do Céu pelos três
membros superiores: pelo Nome, pelo Reino e pela Vontade. O
Nome deve ser sentido como santificado.[20]
Voltando
ao tema da meditação anteriormente (e muito rapidamente)
abordado, se o místico principia esta prática pela
oração tendo por norte (que é LESTE)
o sentido dessa evolução (reintegração),
cada um dos sete componentes desta formação unitária
deverá ser alquimicamente transmutado e psiquicamente acionado.
Este é o segredo cósmico, crístico e iniciático
da Oração das Sete Súplicas ou
Pai-Nosso. Socorrendo-se dos ensinamentos de Pitágoras,
Rudolf Steiner propôs o esquema abaixo e ofereceu a explicação
que seguirá, ampliada neste ensaio com comentários
colhidos em outras fontes:
Atualidade |
Pai Nosso
que estás no Céu |
Atemporal |
|
|
Vontade
Athma |
|
|
|
|
|
Reino
Buddhi |
|
Nome
Manas |
Assim
na Terra
como no Céu |
Eu
(Mal) |
|
Corpo
Astral
(Tentação) |
|
|
|
Realidade |
Corpo
Físico
(?) |
|
Corpo
Etérico
(Dívidas) |
Temporal
|
Pai-Nosso
que estás no Céu reflete a mais profunda
base anímica da natureza humana. Justamente por isso, o
Céu não deve ser compreendido como um lugar físico
ou espiritual inacessível, que só possa ser alcançado
após a morte, passagem ou transição. O Céu,
referido na Oração das Sete Súplicas,
é um estado ou condição vibratória
de freqüências altíssimas, que pode (e deve)
ser penetrado pelo homem em seu próprio interior. Este
Céu interno (Castelo Venturoso) é um estágio
preparatório, temporário e iluminante induzido na
consciência extática do ser, que aspira a uma harmonização
com as Supremas Hierarquias Cósmicas e
com a própria Divindade, que aspira, enfim, a algo além
do próprio Céu. É no coração,
entretanto, que esta Transcendental Alquimia
deve ser operada. É no coração que se situa
a Sede de Brahman e, por isso, é
o centro da consciência espiritual, correspondendo, nesse
sentido, à Tríade Superior. As
glândulas pineal e pituitária têm decisiva
e definitiva influência no plexo cardíaco e, conseqüentemente,
no alcançamento da iluminação e da santidade.
Todavia, sem descurar de outras glândulas, são também
importantes, por exemplo, a tireóide, as supra-renais,
as gônadas e o baço. O pão nosso
de cada dia está muito mais relacionado com
o bom funcionamento e desempenho das glândulas endócrinas
(verdadeiramente as guardiãs invisíveis
do homem), do que com a provisão de alimento para a subsistência
do corpo físico em si. Agora, as referências feitas
ao coração, à tireóide etc., devem
ser compreendidas em outra dimensão que não a física,
orgânica ou meramente corporal. De qualquer forma, como
se disse, é no coração que inicia e se processa
a Transmutação Alquímica Transcendental
mais sutil e elevada. A visualização e
a concentração sobre um ponto específico
do corpo físico – por exemplo, a glândula pineal
– acarretará paulatinamente o desenvolvimento psíquico
(espiritual) deste chakra, pois a cada órgão,
glândula, músculo ou célula do corpo físico
subjaz uma contraparte etérica em permanente interfluxo
(corpo etérico). E isto pode (e deve) acontecer
até o limite transmutatório (do cordão) de
prata em (cordão de) ouro, no transcurso da (ou de uma)
encarnação. Particularmente interessante é
a diferença entre os números atômicos do outro
e da prata, que, sob o aspecto mais particular, recorda as Trinta
e Duas Sendas da Sabedoria. No primeiro capítulo
do Gênese, o nome ALHIM
é mencionado trinta e duas vezes! Numérica
e aritmologicamente, BET (2) e LaMeD
(30) também somam 32 (2 + 30). Dos aspirantes
à Academia, é preciso nunca esquecer, Platão
exigia que começassem pelo estudo da matemática.
Por outro lado, é preciso se entender o sentido exato da
frase: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém
vai ao Pai senão por Mim (Evangelho de
S. João, XIV, 6). O Caminho
não é a Meta. Para o homem alcançar a reintegração
na Essência Única Suprema, antes deverá tornar-se
um iniciado e reconhecer o Pai. Mas para tal é necessário
realizar misticamente a recomendação contida na
Primeira Epístola aos Coríntios, XV, 36
e compreender que as realidades percebidas pelos sentidos ordinários
são formas transeuntes, impermanentes e ilusórias
do Mundo da Concretização. O homem deverá
aprender a morrer e renascer semelhantemente ao ovo que morre
e se torna lagarta; esta também morre e se transforma em
crisálida; e, derradeiramente, por seu turno, da crisálida
nasce a borboleta. Metaforicamente, em cada ser há uma
borboleta aprisionada... O Princípio Impessoal, o Absoluto,
o Primeiro Um, Aquilo, AIN SOPh ou o Parabrahaman
dos vedantinos não pode ser imediatamente compreendido
pela mente mortal do homem, ainda que se admita que tudo que é
eterno, puro e incorruptível jaza oculto em todas as coisas,
e, por extensão e principalmente, no próprio homem.
A Oração do Pai-Nosso simbolicamente representa
o barco no qual o viajante deve navegar através do Rio,
para chegar ao Porto Seguro na eviternidade (?) de sua peregrinação
assintótica, que conduz às regiões da Atualidade
Única e Perfeita. De qualquer forma, acredita-se que a
afirmação ninguém vai ao Pai senão
por Mim foi uma inclusão (como muitas outras) autoritária,
temporal e hipotética inserida na Bíblia. O
AMeN de Pisces jamais poderia ter dito esta barbaridade.
Não desta forma. Se disse! O PAI de cada
ser está dentro – no CORAÇÃO
– e não necessita de intermediários para ser
contatado. Cada ente é um com PAI. Em
um sentido mais esotérico, D’US HOMO
EST.
|
Santificado
seja o Teu Nome, Venha a nós o Teu Reino e Seja feita a
Tua Vontade constituem as três súplicas
referentes ao aspecto divino e imorredouro do homem, vale dizer,
os três membros superiores da humana natureza: Manas,
Buddhi e Athma.
Ao
passar ao plano terrestre é dito: Assim na
Terra como no Céu. As últimas quatro
súplicas estão vinculadas à quaternidade
inferior. Para o corpo físico requesta-se:
O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Para
o corpo etérico roga-se: Perdoa-nos
as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos
nossos devedores. Para o corpo astral suplica-se:
Não nos induzas em tentação. E
para o eu implora-se: Livra-nos do mal. AUM.
Em um certo sentido, explica-se o porquê de, no
passado, existirem sete etapas iniciáticas nos Mistérios
de Mitra. E sete são as letras evolutivas do Arqueômetro.
E sete são também os Dhyân-Chohans
(que coletivamente formam o Logos manifestado), mais
tarde teologicamente batizados de Anjos da Presença (ou
Arcanjos da Face). Mas TREZE
são UM!
O
Pai-Nosso é, portanto, uma oração
que, mesmo que incompreendida em seu significado científico-espiritual,
é capaz de projetar o suplicante em esferas ou oitavas
cósmicas mais refinadas, mais sutis e constituídas
por freqüências vibratórias mais elevadas, de
sorte que, filho e Pai possam se aproximar e progressivamente
se reintegrar. O Pai-Nosso, em última
instância, representa a expressão do
homem composto de sete membros.[21]
I-NRI
= IGNE NATURA RENOVATUR INTEGRA |
Mas,
para que a Natureza possa ser integralmente renovada pelo Fogo,
entre outros conhecimentos, o homem deverá aproximar-se
do Centro da Idéia e apreender as correlações
que existem entre os Instrumentos (Régua, Compasso, Esquadro,
Nível e Malhete), entre as Figuras Geométricas (Triângulo,
Quadrado, Estrela de Cinco Pontas e Cubo) e entre
os Números (27, 125, 343, 729, 1331).
E também decifrar o mistério das letras IOD,
HE, VAV, HE.
T1E2
— T1R2A3
— GRAM — MA — TON
Observe-se,
por outro lado, que a soma dos Números acima é igual
a 2555, que outra coisa não é do
que 17 (dezessete), o que remete à Tetractys.
Também é sobremodo interessante o resultado da divisão
de 2555 por 7. O próprio número 365 esconde dois
setes, e reduzido é igual a 5 – a Estrela
de Cinco Pontas – ou seja, o homem. Tudo é
mistério, mas todo o mistério está oculto
no próprio homem.
Tetractys
Se,
no passado, o impulso crístico pôde lentamente se
expandir sem que sua compreensão fosse necessariamente
realizada, principalmente a partir do século XVIII, diversos
místicos, como por exemplo, Louis-Claude
de Saint-Martin,
Cagliostro,
Saint-Yves d’Alveydre,
Éliphas
Lèvy,, Helena
P. Blavatsky, Papus,
Rudolf
Steiner,
Harvey Spencer Lewis,
Ralph
Maxwell Lewis,
João
XXIII,
Gary
L. Stewart,
Raymond Bernard,
Max
Heindel
e Vicente
Velado
e algumas fraternidades nomeadamente ocidentais como, por exemplo,
a Sociedade
Teosófica,
a Sociedade
Antroposófica,
a Tradicional
Ordem Martinista (TOM),
Ordem
Rosacruz (AMORC) e,
mais recentemente, a
Ordo
Svmmvm Bonvm (OSB)
e a Ordem
de Maat (OM)
têm contribuído afirmativamente para que o
Cristo Interno possa ser despertado, percebido e realizado de
maneira sustentada e efetiva no seio da Humanidade. Ainda que
nenhum dos pensadores citados bem como as Instituições
referidas representem ou estejam associados a qualquer segmento
religioso, seus ensinamentos, públicos e privados, têm,
insofismavelmente, contribuído para o cônscio desabrochar
da rosa
crística
em milhões de seres humanos, que se dispuseram a subir
a MONTANHA e a conquistar o CASTELO
VENTUROSO, porque compreenderam que não mais
poderiam apenas permanecer no estado de consciência de si
mesmos.
Meditar
sobre o Pai-Nosso, ciente das implicações
cósmico-cármicas que nele estão embutidas,
provoca, inequivocamente, no âmago daquele que ora, uma
disposição anímica para mergulhar em um especial
e exaltado estado místico conhecido como COMUNHÃO
CÓSMICA. Afinal, não é esse compromisso
ético-místico irrenunciável que impulsiona
todos os corações? Mesmo o mais agnóstico
dos homens não deseja compreender o porquê de sua
existência, ou seja, de onde veio, porque está aqui
e para onde irá? Na realidade, independentemente da forma
como isto possa ser interpretado, presume-se que deva o homem
investigar o de onde e para onde de seu Ternário
Superior. Nessa busca-pesquisa acabará por descobrir
que a constelação de fatos e situações
de sua vida presente não são eventos isolados, mas,
como efeitos, estão relacionados com seu presente e seu
passado, e, como causas, com seu futuro. Estes últimos
pensamentos alinham-se com as Leis Cósmicas da
Necessidade e da Retribuição. Estas Leis
impõem que o homem não possa viver em situação
outra, que não aquela atrelada ao seu presente do passado,
seja ele próximo ou remoto. O homem é o único
responsável por seu destino. E assim, é preciso
compreender que um ego que passou por n vidas individuais perdeu
necessariamente o sentido de unidade, tornando-se o resultado
(uma síntese) dos n eus das n encarnações
vividas. Só a compreensão sensata e progressiva
do propósito da própria encarnação
poderá esclarecer a perplexidade e a confusão transmitidas
pelos exoterismos teológicos autoritários e pelos
esoterismos fraudulentos e mal informados que tanto prejuízo
vêm causando aos seres humanos. Enfim, o primeiro passo
para a libertação é prover a lâmpada
com a compreensão interior. Tudo que vem de fora é
ilusão. E o que vier de dentro deverá vir daquele
estado mental preconizado nos aforismos de Lin-Tsi, ou seja, da
mente pura, em repouso, clara e iluminada. Mas,
tão-somente a Iniciação conduz ao Adeptado.
Como afirmava Gurdjieff, o ser humano normal assemelha-se
a um prisioneiro que sozinho não pode fugir da prisão.
Efetivamente, apenas as fraternidades místicas
iniciáticas autênticas (como foi a fraternidade dos
Essênios no passado) podem ofertar as instruções,
as ferramentas e os mapas para que a iluminação
e a libertação possam acontecer. A fé (ingênua
e crucificadora) jamais removerá qualquer montanha, seja
ela externa ou interna; mas a PALAVRA (VERBUM)
sim (Evangelho de São Marcos XI, 22 e 23). E Esta
só poderá ser conquistada pela INICIAÇÃO.
Não
é lícito, já ao final desta monografia, deixar
de alertar que certas experiências praticadas irresponsavelmente
e ao acaso podem produzir resultados deploráveis, que na
melhor das hipóteses estimularão o desenvolvimento
da chamada mediunidade inócua e, na pior, levar à
loucura, à consumação e à morte. Os
Irmãos das Sombras
estão permanentemente vigilantes para cooptar os incautos,
os crédulos e os ingênuos para o âmbito da
††††††
††††††.
É preciso, portanto, cuidado! Quando o homem compreender
o antigo aforismo Deus est Demon inversus
abandonará as falsas crenças que, por um lado, lhe
imputaram na infância, e que, por outro, adquiriu na maturidade
em decorrência de sua ignorância e servilismo. Compreenderá
o sentido exato do número 666.
A crucificação do Cristo Cósmico interior
só cessará quando a Unidade tiver sido efetivada.
E isto só pode acontecer volitivamente independente de
qualquer confissão religiosa ou filosófica.
O
Pai-Nosso, redesenhado por JeShU (316),
contém todos esses princípios e leis universais,
dando oportunidade ao buscador que atenda ao mandamento délfico:
Conhece-te a ti mesmo.
AUM
MANI ... PADME HUM, porque o homem foi e voltará
a ser um Deus. Não disse São Paulo
(I Coríntios, III, 16) Não
sabeis que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus
habita em vós? Mas também já
foi dito há muitos séculos: O homem
nunca possuirá a Verdade (ALETHEIA) se não participar
da Gnose. E a Gnose está dentro, não
fora, ou seja, não poderá haver redenção
para o ser por uma força exterior a si próprio.
Para
concluir esta meditação, apresento abaixo minha
interpretação para a trajetória do ser através
das SETE RONDAS:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para
concluir este trabalho-pensamento são apresentadas três
adaptações da Oração das Sete
Súplicas recolhidas de O
Livro Branco – AUM[22]:
1ª – Adaptação
ao Ideal (imagem do Pai no mundo moral):
Ideal
realizador que estás em nosso céu interior,
Que
Teu nome nos seja manifestado pela abnegação,
Que Tua influência evolutiva seja realizada,
Que Teu domínio se estenda em nosso corpo como se estendeu
em nosso coração.
Manifesta-nos cada dia Tua presença verdadeira,
E preserva-nos dos enganos da matéria perversa
Porque Tu és na eternidade de nossa intuição
A Realeza, o Equilíbrio e a Força.
2ª – Adaptação
à Verdade (imagem do Pai no mundo intelectual):
Verdade
Vivente que estás em nosso espírito imortal,
Que
Teu Nome seja afirmado pelo trabalho,
Que Tua Manifestação seja revelada,
Que Tua Lei chegue à matéria assim como chegou ao
espírito.
Dá-nos
cada dia a Idéia criadora,
Perdoa
nossa ignorância como perdoamos a dos ignorantes nossos
irmãos,
Preserva-nos da negação estéril e livra-nos
da dúvida mortal.
Porque Tu és na Unidade de nossa Razão,
O Princípio, o Equilíbrio e a Regra.
3ª – Adaptação ao Sofrimento
(princípio paterno de redenção no
mundo material):
Oh!
Sofrimento benfeitor que estás na raiz de nossa encarnação,
Que Teu Nome seja santificado pela coragem nas provas,
Que Tua influência seja compreendida,
Que Teu fogo purificador queime nosso corpo assim como queimou
nossa alma.
Vem cada dia fazer evoluir nossa natureza indolente,
Vem destruir nossa preguiça e nosso orgulho,
Assim
como destróis a preguiça e o orgulho dos pecadores
nossos irmãos.
Livra-nos
das covardias que poderiam incitar-nos a afastar-Te,
Porque só Tu podes preservar-nos do mal que criamos.
Porque
Tu és no ciclo de nossas existências
O
Purificador, o Equilibrante e o Redentor.
*
*
* *
* *
*
DADOS
SOBRE O AUTOR
Mestre
em Educação, UFRJ, 1980. Doutor em Filosofia, UGF,
1988. Professor Adjunto IV (aposentado) do CEFET-RJ. Consultor
em Administração Escolar. Presidente do Comitê
Editorial da Revista Tecnologia & Cultura do CEFET-RJ. Professor
de Metodologia da Ciência e da Pesquisa Científica
e Coordenador Acadêmico do Instituto de Desenvolvimento
Humano - IDHGE.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
CIHLAR, Fr. Many e AMES, Laura DeWitt. Místico
em Oração e E o Verbo propagou-se..../ Mystics at
prayer. 1ª ed. Tradução de Edmond
Jorge e Equipe Renes. Rio de Janeiro: Editora Renes, 1980, 111p.,
p. 23.
2. Ibid., p. 24.
3. Ibid., p. 25.
4. Ibid., p. 26.
5. Id.
6. Ibid., p. 28.
7. Ibid., p. 30.
8. Ibid., p. 31.
9. Ibid., p. 41.
10. Ibid., p. 43.
11. Ibid., p. 48.
12. Ibid., p. 51.
13. Ibid., p. 55.
14. Ibid., p. 62.
15. Ibid., pp. 66 e 67.
16. STEINER, Rudolf. As origens do Pai-Nosso (considerações
esotéricas)/ Das Vaterunser-eine esoterische betrachtung
e der ursprung der religions bekenntnisse und gebetsforneln –
Das Vaterunser II In Ursprungsimpulse der geisteswissenschaft.
3ª ed. Tradução de Philipp Sixel e Jacira Cardoso.
São Paulo: Antroposófica, 2000, 46 p., p. 17.
17. Ibid., p. 18.
18. STEINER, Rudolf. Teosofia (introdução
ao conhecimento supra-sensível do mundo do destino humano)/Theosophie
– einführung in übersinnliche welterkenntnis und
menschenbestimmung. 5ª ed. Tradução
de Daniel Brilhante de Brito. São Paulo: Antroposófica,
1996, 143 p. p. 47.
19. STEINER, Rudolf. As origens do Pai-Nosso,
op. cit., p. 24.
20. Ibid., p. 25.
21. Ibid., pp. 26 a 28.
22. FERRIÈRE, Serge Raynaud de la. O livro
branco – AUM/ El libro blanco – AUM.
Traduzido pela Comissão de Literatura GFU/Brasil. Porto
Alegre: PAX Edições GFU Ltda, 1983, 102 p., pp.
33 a 35. Muito aproveitará, sob outra ótica, aquele
que se dispuser a consultar também a obra Practical
Occultism and Occultism versus the Occult Arts de
Helena Petrovna Blavatsky. A obra (seis volumes) A
Doutrina Secreta também pode ser examinada.
WEbSITES
CONSULTADOS
http://www.divinoresgate.hpg.ig.com.br/
http://www.caminhosdeluz.org/index.htm
http://www.feitocomcarinho.hpg.ig.com.br/pagina001.htm
ANEXO
I
JESUS,
O GENTIO ARIANO
(LEWIS, H. Spencer. A vida mística de Jesus/The mystical
life of Jesus. 7ª ed. Traduzido, composto, revisado
e impresso na Ordem Rosacruz, AMORC. Curitiba – Paraná:
AMORC,
1997, p. 3)
ANEXO
II
PATER
NOSTER