Rodolfo Domenico
Pizzinga
Música de
fundo: Sayonara
Fonte: http://retards.org/library/music/midi/
Harakiri
ou Sepuku é um suicídio ritual
Que alguns samurais
eram obrigados a cometer.
Quando era chegada
a hora do cerimonial
O guerreiro estava
impedido de retroceder.
O código
de honra desses valentes
Era inflexível
e eles não gemiam um ai.
Mas antes de tombarem
silentes
Podiam escrever
seu último haikai.1
Em honra e respeito
à inteira nobreza
E também
em honra à nobre inteireza
Escreverei um singelo
e sincero haiku.1a
Não à
corrupção.
Perversa malversação.
Por que Sepuku?2
_____
Nota
1 e 1a. Haikai
ou
Haiku é
uma forma de poesia japonesa surgida no século XVI e ainda hoje
em voga. O haikai
clássico japonês obedece a quatro regras:
• Consiste
em 17 sílabas japonesas divididas em três versos de 5,
7 e 5 sílabas;
•
Contém alguma referência à natureza (diferente da
natureza humana);
• Refere-se
a um evento particular (ou seja, não é uma generalização);
e
• Apresenta
tal evento como acontecendo agora e não no passado.
2. 22 de Agosto
de 2005. Todas as malversações, todas as ganâncias,
todas as falsificações, todas as desonestidades, todas
as corrupções, todas as ilicitudes, todas as subornações,
todas as cumplicidades e todas as conspirações são
formas de sepuku — espiritual e político —
que nada têm de semelhante com o cerimonial dos bravos samurais
(que eu compreendo, mas não apóio). De qualquer forma,
concordando eu ou não, apoiando eu ou não um sepuku,
esses larápios não têm honra suficiente para cometer
um harakiri. Mas, nem de longe eu estou sugerindo isso. A linguagem
que estou empregando é figurada, simbólica. E sei que
esses fedorentos são meus irmãos. Portanto, quando alguém
(se) suicida, todos nós morremos um pouco. Contudo, o fato é
que, quanto mais alguém é apegado às coisas materiais,
menos, obviamente, tem percepção daquilo que comumente
é denominado de espiritual – como a honra, por exemplo.
Será que toda essa mixórdia vale a pena? Ou será
que eles não têm efetivamente consciência da embrulhada
que estão fazendo? Têm consciência sim. De tudo.
Porque... Aqui, particularmente, me refiro a alguns políticos
brasileiros. Preciso comentar mais o quê depois de tudo que venho
escrevendo? Entretanto, quero reafirmar: não sanciono,
em nenhuma hipótese, o impeachment do Presidente
Lula. Em qualquer sentido que se analisem os fatos políticos
que estão acontecendo hoje no Brasil, eles não têm
qualquer semelhança com os tempos de Fernando Collor de Mello
(1990-1992). A situação econômica, inclusive, é
completamente diferente, ainda que o contingente de miseráveis
(os sem-nada) tenha aumentado e o Brasil fique a cada ano mais pobre
e mais endividado. Mas, depois de votar em Lula por 6 (seis) vezes,
a ele não emprestarei de novo o meu voto em 2006. Eu moro
em um prédio de sete andares com 20 (vinte) apartamentos. Conheço
todos os meus vizinhos e sei (quase) tudo que acontece no condomínio.
Websites
Consultados
http://www.people.fas.harvard.edu/~junliu/Photos/
http://webhome.idirect.com/~boweevil/samurai.html
http://www.madeinjapan.com.br/site_made_novo/revista3564.shtml
http://www.kakinet.com/caqui/nyumon.htm
|