Jiddu
Krishnamurti:
Eis o grande problema: o ser humano, por ser irracional diz: recuso-me a
ver a racionalidade. Então, por exemplo, se ou quando virmos a falácia
de toda a tolice religiosa, ela estará terminada! [In:
A Eliminação do Tempo Psicológico (em inglês,
The Ending of Time).]
Jiddu
Krishnamurti:
Quando a nossa consciência está vazia do conteúdo do
tempo, não há consciência como nós a conhecemos.
[É isto que eu denomino
de transracionalidade.] Só
a visão intuitiva [que
eu prefiro denominar de visão transintuitiva] provocará
as necessárias transformações no cérebro, pois,
ela não está ligada ao tempo. E não haverá mais
desperdício de energia. Precisamos, portanto, aprender a esvaziar
a consciência. Silêncio. Enfim, visão intuitiva é
meditação, e vice-versa. Meditação é
essa penetração, essa sensação de se mover sem
qualquer passado, sem tempo, sem vir-a-ser. [Ibidem.]
Jiddu
Krishnamurti e David Bohm:
A acumulação de conhecimento psicológico é,
em si, um fator de encolhimento do cérebro. Por quê? Porque
conduz o cérebro ao hábito, porque torna as coisas estáveis,
porque forma padrões, porque torna a vida uma rotina, etc. Então,
o que se conclui? Que a morte ou degeneração das células
cerebrais ocorre em função da má utilização
do cérebro. Que qualquer atividade repetitiva, qualquer método,
qualquer rotina, lógica ou ilógica, dirigidos em um sentido
estreito e limitado, afetam efetivamente o cérebro. Que as imagens
que criamos e que formamos sobre nós mesmos também se tornam
rotina, e tudo isto ajuda a ocasionar um encolhimento cerebral. Todavia,
as células cerebrais poderão se renovar e o cérebro
poderá rejuvenescer sem qualquer encolhimento. O fato é que
a nossa percepção é, geralmente, dirigida pelo conhecimento,
pelo passado, que é o conhecimento percebendo e a ação
surgindo, sempre atuando a partir disto. Este é um fator de encolhimento
do cérebro e de senilidade. Contudo, há uma percepção
que não está ligada ao tempo. Há uma ação
que pode ser imediata. Seja como for, só se rompermos o padrão
do tempo [o que não
significa que o relógio irá parar], só se
nos alforriarmos do tempo, só se nos libertarmos da tradição
[miragens + ilusões] de séculos, de milênios,
só se nos livrarmos da insalubridade generalizada da nossa existência,
só se abolirmos todas as tensões, só se não
tivermos esperanças fictícias, só se subjugarmos o
ego, só se não nos esforçarmos psicologicamente para
nos tornarmos alguma coisa, só se fizermos cessar os fatores de separação,
só se compreendermos que não há individualidade –
o self-ligado-ao-tempo, a falácia que cria a criou a individualidade
– o cérebro
sairá do seu padrão-prisão [que
nada tem a ver com imortalidade], e outra coisa ocorrerá.
Enfim, o término do sofrimento só surgirá quando o
self, que é construído através do tempo, não
estiver mais presente e não atuar mais. Finalmente, todas estas coisas
não dependem de comprovação, e, sim, de ação.
Ajamos, descubramos, experimentemos e mudemos.
[Ibidem.]
—
Sempre fui preso ao outrora,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui esperançoso no devenir,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui Pedro pedreiro,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui tapa-buraco,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui preconceituoso,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui separatista,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui nacionalista,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui xenofóbico,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui esquisitão,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui maria-vai-com-as-outras,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui bunda-mole,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui múmia paralítica,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui papagaio de pirata,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui enxuga-gelo,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui mórbido religiosista,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui pidão de milagre,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui profeta do caos,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui inocente útil,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui bucha de canhão,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui corno manso,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui língua-de-trapos,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui zé-dos-anzóis-carapuça,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui estafermo embaraçador,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui menino de recado,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui baba-ovo,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui mané-do-jacá,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui dono da verdade,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
—
Sempre fui Mago Negro,
e
meu cérebro acabou encolhendo,
degenerando
e morrendo.
Música
de fundo:
Papagaio
de Pirata
Composição: Erasmo Carlos, Roberto Carlos & João
Augusto
Interpretação: Erasmo Carlos
Fonte:
http://mp3-red.org/38563887/erasmo-carlos-papagaio-de-pirata.html
Páginas
da Internet consultadas:
https://gifer.com/en/8P79
https://giphy.com/explore/irrational
https://giphy.com/explore/black-magic
Direitos
autorais:
As animações,
as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo)
neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar
o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright
são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a
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