Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Dedicatória

 

Dedico estas reflexões a você,
que, junto comigo, será um vencedor.
Ligue o som; a música de fundo é linda.

 

 

 

 

 

 

 

Do centro do Universo,

nasce o primo Triângulo;

depois, outro Triângulo...

Do sempiterno Universo,

 

 

para tudo e para todos,

transborda o Sumo Bem

– o Justo e Perfeito Bem –

para anodos e catodos.

 

 

Ad adiuvandum,1 ad Meridiem,2

a monorritmia3 e a reiteração4

ao Ego-sum-qui-sum conduzirão.

Oh!, sim! Ad astra!5 Ad LLucem!6

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Para ajudar.

2. Ao Meio-dia.

3. Monorritmia que, na verdade, não é stricto sensu monorrítmica. No contexto do poema, a monorritmia deve ser entendida como uma espécie de reiteração cíclica – ora entrópica, ora neguentrópica, ora dolorífera, ora tranqüila, mas, sempre, iluminante.

4. Reiteração (individual) que poderá ou não acontecer; pois, no Universo, tudo é regulado pelo mérito. Logo, um Dia, poder dizer Ego-sum-qui-sum dependerá exclusiva e categoricamente do mérito de cada um. Que, para todos, aconteça este Dia.

5. Às estrelas.

6. Para a LLuz.

 

Observação 1:

Estrela de Davi (em português brasileiro) ou Estrela de David (em português europeu), conhecida também como escudo supremo de Davi (David), é um símbolo em forma de estrela formado por dois triângulos sobrepostos, iguais, tendo um a ponta para cima e outro a ponta para baixo, utilizado pelo Judaísmo e por seus adeptos. Outro nome dado a este símbolo é Selo de Salomão. De acordo com a tradição judaica, este símbolo era desenhado ou encravado sobre os escudos dos guerreiros do exército do rei Davi. Esta tradição teve origem no fato de o nome hebraico para Davi (pronunciado David) ser originalmente escrito com apenas três letras do alfabeto hebraico – DaLeT, VAV e DaLeT. As duas letras DaLeT tinham uma forma triangular no alfabeto hebraico usado até então, uma variação do alfabeto fenício, conhecido como proto-hebraico. Estas duas letras, então, eram encravadas nos escudos dos soldados – uma sobreposta à outra – formando uma espécie de estrela, com finalidade protetiva. Apesar de ser uma explicação plausível, carece de provas históricas ou arqueológicas para que possa ser comprovada. Todavia, entre outras, duas especulações numérico-teosóficas podem inferidas: 1ª) se somarmos os Valores Externos das três letras – DaLeT + VAV + DaLeT – encontra-se 4 + 6 + 4 = 14, ou seja, dois setes (o Valor Secreto do número 7 é igual a 28, isto é: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7); 2ª) se somarmos o Valor AThBaSh* de cada uma das referidas letras, obtém-se: 100 + 80 + 100 = 280 28 10 (2 + 8) 1 (1 + 0) —› Unidade. É interessante observar que o Valor Secreto de 28 é 406, que corresponde ao Valor Pleno (soma dos Valores Externo e Oculto) da letra TAV. Como explica Friedrich Weinreb na obra Kabbala (La Biblia: Divino Proyecto del Mundo), no espaço e no tempo, não há possibilidade de manifestação além de TAV. Por um lado, é a expressão do infinito; por outro, da escravidão, da qual a liberação só poderá acontecer com a ruptura do normal, do terrenal e do lógico... O mundo material termina com a letra TAV, a última letra das Vinte e Duas que englobam todas as combinações possíveis do plano material... Depois de TAV, vem o 500, para o qual não existe letra neste mundo, não havendo, por conseguinte, possibilidade de expressão. O 500, então, corresponde ao mundo venturo, o mundo do oitavo dia. De acordo com a KaBaLa, a Estrela de Davi insinua a representação das Sete Emanações Divinas (Sephiroth) inferiores, quais sejam: CheSeD ou Misericórdia, GeBURaH ou Justiça, ThiPhAReTh ou Beleza, NeTzaCh ou Vitória, HOD ou Honra e IeSOD ou Fundamento. Cada triângulo, dos seis triângulos que formam os lados da estrela, emblemam uma emanação, e o centro dos triângulos maiores sobrepostos da Estrela de Davi simboliza a emanação (Sephira) denominada MaLKhUTh ou Reino, perfazendo, com isto, conforme foi dito, as Sete Emanações Divinas. Obviamente, o Selo de Salomão também está associado ao número 6, que é o Valor Secreto de 3 (1 + 2 + 3), que, por sua vez, equivale à Unidade (ALeF). O Triângulo Supernal é composto dos Sephiroth KeTheR ou Coroa, ChoKMaH ou Sabedoria e BINaH ou Inteligência. No Dogma e Ritual da Alta Magia, Eliphas Levi apresenta os seguintes comentários sobre o Selo de Salomão: O Verbo [Verbum Dimissum] perfeito é ternário, porque supõe um princípio inteligente, um princípio que fala e um princípio falado. O ternário está traçado no espaço pela ponta culminante do céu, o infinito em altura, que se une por outras linhas retas ao oriente e ao ocidente. Mas, a este triângulo visível, a razão compara outro triângulo invisível, que ela afirma ser igual ao primeiro: é o que tem por vértice a profundeza e cuja base virada é paralela à linha horizontal, que vai do oriente ao ocidente. Estes dois triângulos – reunidos em uma só figura, que é a de uma estrela de seis raios formam o signo sagrado do Selo de Salomão, a estrela brilhante do Macrocosmo. A idéia do infinito e do Absoluto é expressa por este signo, que é o grande pentáculo, isto é, o mais simples e o mais completo resumo da ciência de todas as coisas. A própria gramática atribui três pessoas ao Verbo. A pessoa que fala; a pessoa a quem se fala; a coisa de que se fala. O Princípio Infinito, ao criar, fala de Si-mesmo para Si-mesmo... As formas são proporcionais e analógicas à idéias que as determinou; são o caráter natural, a assinatura desta idéia... E desde que evocamos ativamente a idéia, a forma se realiza e se produz... O duplo triângulo de Salomão é explicado por São João de modo notável. Há, diz ele, três testemunhos no Céu: o Pai, o Logos (Filho) e o Espírito Santo, e três testemunhos na Terra: o enxofre, a água e o sangue. São João está, assim, de acordo com os Mestres da Filosofia Hermética... O enxofre significa o 'éter' (espírito), a água é 'anima', a força vital e o sangue, é a carne, a matéria, a Terra, os corpos... No grande círculo das evocações (operações mágicas), ordinariamente, é traçado um triângulo, e é preciso observar bem de que lado deve ser posto o seu cimo. Supõe-se que o Espírito venha do céu, e, assim, o operador deverá ficar no cimo e colocar o altar das fumigações na base; por outro lado, se deve subir do abismo, o operador deverá ficar na base... Além disto, é preciso ter na fronte, no peito e na mão direita o símbolo sagrado dos dois triângulos reunidos, formando a estrela de seis raios, ou seja, o Selo de Salomão. Já Helena Petrovna Blavatsky, no quarto volume de A Doutrina Secreta, comenta: O número seis foi considerado nos Antigos Mistérios como um emblema da Natureza física porque o seis é a representação das seis direções de todos os corpos, as seis direções que compõem a sua forma, a saber: as quatro direções que se estendem no sentido dos quatro pontos cardeais, norte, sul, leste e oeste, e as duas direções de altura e profundidade que correspondem ao zênite [ponto da esfera celeste diretamente oposto ao nadir, que se situa na vertical do observador, sobre a sua cabeça] e ao nadir [ponto da esfera celeste oposto ao zênite, que se situa na vertical do observador, diretamente sob seus pés]... A mesma idéia se encontra no duplo triângulo eqüilátero dos hindus... o triângulo inferior, com seu vértice voltado para baixo, é o símbolo de Vishnu... ao passo que o triângulo com o vértice para cima, é Shiva, o Princípio do Fogo...

* AThBaSh é uma criptografia de simples substituição do alfabeto hebraico. Ela consiste na substituição do ALeF (a primeira letra) pela TaV (a última), do BET (a segunda) pela ShIN (a penúltima), e assim por diante, invertendo o alfabeto usual e seus correspondentes valores numéricos. Então, por exemplo, se o Valor Externo de ALeF é 1, seu Valor AThBaSh é 400; se se o Valor Externo de TaV é 400, seu Valor AThBaSh é 1. Já se o Valor Externo de BET é 2, seu Valor AThBaSh é 300; e se o Valor Externo de ShIN é 300, seu Valor AThBaSh é 2. E assim sucessivamente.

 

 

 

 

Observação 2:

Rapidamente, é interessante refletir sobre a palavra AMeN. Em KaBaLa, AMeN equivale a 91 (1 + 40 + 50), e é igual à soma de YHVH e ADoNaY, que equivalem, respectivamente, a 26 (10 + 5 + 6 + 5) e 65 (1 + 4 + 50 + 10). YHVH e ADoNaY implicam esotericamente na existência assexual do Senhor no interior de cada indivíduo. É importante ressaltar que o original de AMeN é AUM. Oh! Meu Deus que estás em mim! AUM MANI ... PADME HUM! (91 —› 9 + 1 —› 10 —› UM). Eu e o Pai (Mãe) somos Um. Benedictus sit Dominus Deus Noster qui nobis dedit Scientiam Summam. AMeN.

 

 

AMeN

 

 

Observação 3:

Estritamente simbólico, este rascunho foi inspirado no artigo Simbologia e Dualidade (Aplicações Incomuns da Lei do Triângulo), de autoria de R. John Francis Knutson, publicado na revista O Rosacruz, nº 268, de 2009. Portanto, no que concerne às animações que ilustram estas reflexões, que também são meramente simbólicas, elas poderão não ser fidedignas nem estar rigorosamente corretas.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.freeworldalliance.biz/Kabala.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrela_de_Davi

http://mahabaratha.vilabol.uol.com.br/
ensaios/simbologia00estrela.htm

 

Fundo musical: Kabala

Fonte: http://www.billwilliams.org/music/