SEGREDOS E PODERES

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Aquilo a que chamamos esoterismo, alicerce das sociedades secretas e das religiões, talvez, seja o resíduo, dificilmente compreensível e manejável, de um conhecimento muito antigo de natureza técnica, adaptável simultaneamente à matéria e ao Espírito. [In: O Despertar dos Mágicos (no original em francês, Le Matin des Magiciens), escrito em 1960 por Louis Pauwels e Jacques Bergier.]

 

 

Gravação de Flammarion

 

 

Segredos [e Mistérios] não seriam fábulas, histórias ou divertimentos, mas, receitas técnicas exatas, isto é, chaves para libertar os poderes contidos no homem e nas coisas. No longínquo passado algumas técnicas podem ter precedido a aparição da ciência. [Ibidem.]

 

 

Gravação de Nicolas Flamel

 

 

Técnicas antigas, talvez, tenham dado aos homens poderes demasiado temíveis para ser divulgados. [Reapresentando a reação em cadeia de fissão nuclear de um átomo, um dos poderes mais temíveis da atualidade, preocupação transmitida pelo Mestre do Domínio dos Arianni, o Mundo Interior da Terra, cuja cultura e ciência estão milhares de anos mais avançadas do que as da Terra, em 1947, ao Almirante Richard Evelyn Byrd, Jr. (Winchester, 25 de outubro de 1888 – Boston, 11 de março de 1957), depois da explosão das duas bombas nucleares sobre Hiroshima e Nagasaki, no Japão,em 6 e 9 de agosto de 1945, respectivamente:] [Ibidem.]

 

 

A Segunda Guerra Mundial foi apenas um prelúdio do
que ainda está por vir para o futuro da Humanidade.

(Advertência do Mestre do Domínio dos Arianni)

 

 

A necessidade de segredo tem dois motivos: a) a prudência, ou seja, aquele que Sabe não fala, não deixar cair as Chaves em más mãos; e b) o fato de que a possessão e o manejo de técnicas e de conhecimentos avançados exige do homem outras estruturas mentais além das do estado de vigília normal uma situação da inteligência e da linguagem sobre outro plano de tal forma que nada é comunicável na atual condição de vulgaridade do homem. O segredo, portanto, não é um resultado da vontade de aqueles que o guarda, é o resultado da sua própria natureza. [Ibidem.]

 

 

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

da pólvora negra,

e a usamos para fins de exterminação.

 

 

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

da mobilidade da esteira,

e a usamos para fabricar tanques.

 

 

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

do Naftenato de Alumínio e do Palmitato de Alumínio,

e os usamos para fabricar o NaPalm.

 

 

Guerra do Vietnã – NaPalm

 

 

Guerra do Vietnã
(NaPalm sendo usado a partir de um barco-patrulha)

 

 

Kim Phúc1

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

da venenosidade da cicuta,

e a usamos para matar o Sócrates.
(A morte de Sócrates está descrita no Fédon, de Platão.)

 

 

Cicuta (Conium maculatum)
(Veneno de Sócrates)

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

da toxicidade da ricina,

e a usamos para fabricar veneno.

 

 

Frutos da Mamoneira (Ricinus communis) – Ricina

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

da eletricidade assassina,

e a usamos para fabricar a electric chair.

 

 

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

da engenharia reversa,

e a usamos para fabricar a destruição.

 

 

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

da carabina e do paredón,

e os usamos para fuzilar as pessoas.

 

 

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

das torturas dolorosas e martirizantes,

e a usamos para supliciar as pessoas.

 

 

Inquisição Católica Monstruosa – Tortura

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

das mentiras descarados e impudentes,

e as usamos para enganar as pessoas.

 

 

 

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

do entretenimento cruel,

e o usamos para massacrar os animais.

 

 

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

da corda,

e a usamos para enforcar as pessoas.

 

 

 

 

Pintura de Antonio Pisanello (1436 – 1438)

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

da guilhotina,

e a usamos para decapitar as pessoas.

 

 

Charles-Henri Sanson (Carrasco Real do Reino da França)
(Brandindo a cabeça de Maria Antonieta para a multidão, em 1793)

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

da malevolência/maleficência/malignidade da ditadura,

e a usamos para, pela força, submeter as pessoas.

 

 

Augusto José Ramón Pinochet Ugarte
(Ditadura Chilena – 1973 a 1990)

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

do inenarrável prazer de ter ,

e o usamos para fazer tudo o que não presta.

 

 

Scrooge McDuck (Tio Patinhas)

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

da Programação Neurolingüística,

e a usamos como estratégia de dominação.

 

 

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

da fragilidade inocente e útil dos crendeiros,

e a usamos para vender picaretices e malandrices.

 

 

 

E descobrimos o segredo e o poder

do ,

e o usamos para virar supermachos.

 

 

 

Enfim, descobrimos o segredo e o poder

do apetite tesudo da covardia hedionda,

e o usamos para homicidiar refugiados políticos.

 

 

 

 

 

 

______

Notas:

1. Kim Phúc (Vietnã, 2 de abril de 1963) é a embaixadora da Boa Vontade da UNESCO. Entretanto, é conhecida como a menina que apareceu numa foto da Guerra do Vietnã. Ela possuía cerca de nove anos na época da imagem, em que fugia de sua aldeia, que estava sob bombardeio de NaPalm. Até hoje esta imagem, tirada em 8 de junho de 1972, é lembrada como uma das mais terríveis da Guerra do Vietnã (1º de novembro de 1955 até a queda de Saigon, em 30 de abril de 1975). A fotografia foi tirada por Huynh Cong Ut da agência Associated Press e recebeu o World Press Photo de 1972 e o Pulitzer de Reportagem Fotográfica de 1973. Atualmente, Kim Phúc reside no Canadá e possui dois filhos.

 

 

Kim Phúc
(Fugindo de sua aldeia)

 

 

2. O congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, foi morto na segunda-feira, 24 de janeiro de 2022, próximo a um quiosque, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Moïse trabalhava por diárias no local servindo mesas na areia e, segundo parentes, pretendia tentar cobrar dois dias de pagamentos atrasados na segunda-feira em que foi morto.

O congolês chegou a ter as mãos e os pés amarrados com um fio, depois de sofrer uma seqüência de agressões. O rapaz foi encontrado por policiais ainda preso, deitado no chão já sem vida, em uma escada do estabelecimento.

O proprietário do quiosque Tropicália, situado no posto 8 da Praia da Barra, foi ouvido na terça-feira na 16ª DP (Barra da Tijuca), para evitar a cobertura da imprensa do caso, que é conduzido pela DH-Capital. A defesa do dono do quiosque nega qualquer envolvimento com a morte de Moïse. O proprietário afirmou que não conhece nenhum dos homens que aparecem no vídeo agredindo o congolês, e apenas um funcionário do estabelecimento estava no local no momento das agressões. A defesa também nega que havia dívidas do quiosque com Moïse. De acordo com os investigadores, o comerciante, que não teve a identidade revelada, cedeu espontaneamente imagens das câmeras de segurança do estabelecimento.

As investigações estão em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Os agentes analisaram imagens de câmeras de segurança e estão, neste momento, em diligências para identificar e prender os autores do crime, informou a Polícia Civil.

O vídeo, que está sendo analisado pela polícia, mostra, pelo menos, quatro pessoas participando das agressões contra Moïse. Três homens suspeitos de terem matado o congolês já estão detidos pela Polícia Civil. A investigação os identificou após os rapazes terem sido flagrados cometendo o crime por uma câmera de segurança. A Polícia também apreendeu um taco de madeira usado no crime.

A DH já ouviu mais de oito testemunhas, entre parentes do rapaz e freqüentadores do local. De acordo com o delegado Leandro Costa, responsável pela investigação do caso, as imagens são nítidas. A DHC enviou um ofício à embaixada da República Democrática do Congo em que afirma estar investigando a morte do rapaz com rigor.

Primo de Moïse, o autônomo Yannick Iluanga Kamanda, de 33 anos, conta ter visto as imagens. Segundo ele, o congolês foi atingido por socos, chutes e golpes com pedaços de madeira. O espancamento, que teria durado cerca de 15 minutos, continuou mesmo depois que a vítima ficou desacordada. Os parentes só descobriram a morte na manhã de terça-feira, 25, quase 12 horas após o crime.

Primeiro, meu primo é visto reclamando, porque ele queria receber. Em determinado momento, os ânimos se acirraram, e um dos homens pega um pedaço de madeira. O meu primo corre para se defender com uma cadeira. Esse homem vai embora e, em seguida, volta com cinco pessoas, que pegam o meu primo na covardia. Um rapaz dá um mata-leão (golpe no pescoço), e os outros se revezam em bater, relatou Yannick.

De acordo com o relato do primo, o dia de trabalho no quiosque continuou, mesmo com a morte de Moïse. Eles foram embora e ficou só o gerente do quiosque. E ele deitado no chão, como se nada estivesse acontecendo. Trabalhando, atendendo cliente. E o corpo lá, afirmou.

Dois policiais militares do 31º BPM (Recreio), que atenderam à ocorrência contaram em depoimento na DHC, que testemunhas relataram que dois homens perseguiram a vítima, que fugia correndo pela areia, quando na subida do quiosque Tropicália, o mesmo foi alcançado, onde apanhou com um porrete, e a vítima gritava, pedindo para não a matarem.

A perícia no corpo indicou que Moïse tinha várias áreas hemorrágicas de contusão e também vestígios de broncoaspiração de sangue. O atestado de óbito traz como causa da morte traumatismo do tórax, com contusão pulmonar causada por ação contundente.

O quiosque Tropicália passou o último fim de semana fechado. Já as redes sociais do estabelecimento foram excluídas ou se tornaram restritas, desde que o caso veio à tona.

A mãe de Moïse, Ivana Lay, disse durante o enterro do jovem estar inconformada com o crime e que deseja justiça. Meu filho cresceu aqui, estudou aqui. Todos os amigos dele são brasileiros. Mas, hoje é vergonha. Morreu no Brasil. Quero justiça, afirmou.

Moïse foi sepultado no domingo, de janeiro de 2022, no Cemitério de Irajá, sob protesto de amigos e parentes e com música e dança africana. Moïse fugiu de conflitos armados na República Democrática do Congo e estava no Brasil desde 2014. Como refugiado político, Moïse veio para o Brasil para fugir da morte e para viver uma vida digna, e, medonha e cruelmente, morreu assassinado a pauladas por matadores-suicidas indignos. O Unimultiverso inteiro está de luto!

Enfim, deixo uma pergunta para reflexão: se Moïse, ao invés de ser negro, pobre e um refugiado congolês – de um Congo que ninguém sabe onde fica – fosse branco, rico, safo, cristão, louro, bonitão e gostosão, será que, covardemente, teria sido espancado até a morte? O racismo estrutural marginalizante no Brasil, derivado da abolição da escravidão, em 1888, que não garantiu nenhum direito aos negros, definitivamente, precisa acabar. O fato histórico é que, às três horas da tarde, do domingo de 13 de maio de 1888, dia comemorativo do nascimento de João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael de Bragança – o Senhor D. João VI, de Portugal, (13 de maio de 1767) – a Lei que aboliu a escravatura no Brasil (Lei Áurea, oficialmente Lei nº 3.353 de 13 de maio de 1888) foi, enfim, assinada no Paço Imperial pela Princesa Imperial do Brasil, Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon-Duas Sicílias, e pelo ministro Rodrigo Augusto da Silva, que, excêntrica, esquisita e extravagantemente, legalmente, transformou o negro patropi em cidadão e membro do Estado Brasileiro, mas, em troca, lhe ofereceu zerolhufas de porra nenhuma no que concerne à dignidade da pessoa humana. Vergonhosamente e desfraternamente, em matéria de dignidade, muitcho pelo contrário! E, em um certo sentido, infelizmente, tudo continua como dantes no quartel-general em Abrantes, na sub-região do Médio Tejo, mais ou menos como no tempo da primeira invasão francesa a Portugal, em 1807. Bem, o que eu sei direitinho, sem entortadura nem dúvida, é que, quando morrermos, talvez, com surpresa e com opróbrio, estupefatos, haveremos de constatar que o céu e o inferno que pensávamos que existissem não existem, e que as personalidades-alma não são magras nem gordas nem têm cor nem odor! Então, o desespero, o desânimo e o desalento serão sesquipedais! Mas, aí, já será tarde demais, e teremos que esperar, talvez, milênios, para pôr o nosso bestunto cranial merdolente em ordem.

 

 

 

 

Música de fundo:

Let us do it Together
Composição: Samuel Francis Johnson

Fonte:

https://pixabay.com/pt/music/search/genre/cena%20de%20drama/

 

Páginas da Internet consultadas:

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https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/
tudo-como-dantesquartel-general-em-abrantes/3354

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morte-do-congoles-moise-kabamgabe-no-rio/

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https://pt.wikipedia.org/wiki/Guilhotina

https://istoe.com.br/pastor-r-r-soares-afirma-
que-agua-consagrada-por-ele-cura-covid-19/

https://www.jd1noticias.com/geral/

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https://veja.abril.com.br

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