Rodolfo Domenico Pizzinga


 

 

 

 

 

 

 

Se eu fosse Deus,

abrandecia os impermeáveis eus,

acrisolava as ineptas consciências

e as fúteis intransigências.

 

Se eu fosse Deus,

congraçava palestinos e judeus,

reconciliava pessoas inimistadas

e nações descompadradas.

 

Se eu fosse Deus,

alevantava pigmeus e epigeus,

reVivia corruptos, corruptores

e os afastados inuptos.1

 

Se eu fosse Deus,

transmutava os meus e os teus,

convertia as repulsas das religiões

e os ódios dos Corações.

 

Se eu fosse Deus,

impressionava filisteus e fariseus,

imanava quem vive uma vida ferida

com a Sacrossanta Vida.

 

Mas como não sou Deus,2

— na verdade, estou entre os Ateus3

oro e laboro para que toda a gente

se torne mais benevolente.

 

 

 

 

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Notas:

1. No sentido de afastamento, divorciação, rompimento ou separação da Santa LLuz.

2. Mesmo que Deus pudesse existir da forma como a maioria da Humanidade pensa que Ele existe, obviamente Ele não teria nenhuma responsabilidade no que concerne às imobilidades, irresponsabilidades e incongruências dessa mesma Humanidade. Por outro lado, eu sei que sou um deus em processo de me tornar Deus. Aliás, todos nós.

3. Para compreender esta afirmação, por favor leia, de minha autoria, o poema Ateísmo Místico:

http://paxprofundis.org
/livros/ateismomistico/ateismo.html

Música de fundo:

I've Got A Crush On You (George Gershwin & Ira Gershwin)

Fonte:

http://home.arcor.de
/dinoandfriends/frank_midis.htm