SÉRGIO CABRAL
(Curriculum
Vitæ Atualizado)
Sérgio Cabral
Rodolfo Domenico Pizzinga
— Eu me chamo Sérgio,
e também sou Cabral.
Meu nome é Sérgio Cabral.
Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho,
mas, não sou parente do Pedro Álvares Cabral,
que era fidalgo, comandante militar,
navegador e explorador português,
e eu sou menos do que um infeliz Rattus norvegicus.
Rattus norvegicus
— Sou jornalista e político brasileiro,
filiado ao , um partido político de centro,
muito diferente do MDB do Dr. Ulysses Guimarães,
que participou de todas as campanhas
pelo retorno do País à Democracia,
inclusive lutou pela anistia ampla geral e irrestrita,
e eu sempre pouco me lixei para tudo isto.
Sempre eu só quis saber de mim, e mais nada.
Fui deputado estadual, senador
e governador do Estado do Rio de Janeiro,
com ambição presidencial, que nunca se concretizará.
Em 2009, fui considerado, pela Revista Época,
um dos 100 brasileiros mais influentes,
tendo, decisivamente, influído para a desgraça do .
Minha vocação, confesso, sempre foi outra:
eu sempre quis ser arquimilionário.
O Tio Patinhas, para mim, sempre foi fichinha.
Já o Don Corleone, esse eu respeito!
Tio Patinhas
— Aproveitando o poder político que eu tinha,
malversei, peculatei, corrompi e ladroei.
Isto para dizer o 'minimum minimorum'.
Em 2016, fui preso na ,
e me tornei réu por corrupção passiva,
lavagem de dinheiro e evasão de divisas,
porque só descobriram estas ilicitudes,
tendo sido alvo da Polícia Federal
nas Operações Calicute, Eficiência,
Fatura Exposta, Mascate e Unfair Play.
Sérgio Cabral
— Atualmente, estou preso no pavilhão Bangu 8,
do Complexo Penitenciário de Gericinó,
na Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro.
Até o presente, estou condenado a mais
de duzentos e oitenta anos de prisão,
mas, talvez, venha mais bomba por aí.
Mas qual é a diferença entre 280 e 1280?
Se estas condenações forem mesmo para valer,
pois, no Brasil, há um jeitinho para tudo,
só sairei da cadeia para ir morar,
na horizontal, na cidade dos pés juntos.
Mas, se o Queiroz, o Cerveró e o Paulo Roberto Costa
foram para casa, por que eu não poderei ir?
Eu cagüetei todo mundo exatamente por isto.
Ou alguém pensa que foi por amor à Cidade Maravilhosa?
Mas, me pegaram por corrupção passiva, lavagem de dinheiro,
formação de quadrilha e organização criminosa.
Isto é o que é publicamente conhecido,
mas, espiritualmente, eu sei que fiz coisas muito piores,
que, hoje, sei que terei que compensar duramente.
A justiça humana não substitui a Justiça Cósmica.
Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa.
Foi contrato falso na compra de mina de ouro,
foi corrupção do comitê eleitoral da Olimpíada de 2016,
foi corrupção no Programa de Aceleração do Crescimento,
foi corrupção na urbanização de Manguinhos,
foi corrupção na construção do Arco Metropolitano,
foi corrupção na reforma do Estádio do Maracanã,
foi corrupção em obras executadas com recursos federais,
foi corrupção e fraude em licitações para
o fornecimento de próteses para o
Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia,
foi compra de dólares no mercado paralelo,
foi aquisição de jóias na H. Stern,
foram contratos fictícios com a Concessionária Dirija,
foram transferências bancárias em nome de 'offshores',
foram propinas em contratos na área da saúde estadual...
Foram tantas safadagens, falcatruas e maracutaias,
que eu até já me esqueci de quantas e quais.
Meus bens foram avaliados em uma pequena fortuna,
porém, isto é só a ponta do 'iceberg', já que
a roubalheira jamais poderá ser precisamente calculada.
Nem eu sei exatamente o quanto subtraí fraudulentamente.
Hoje, estão leiloando tudo o que é meu,
e dizem que os meus bens, que estão indo a leilão,
restituirão ao Estado até 224 milhões de reais.
Por ganância, apego ao poder e ao dinheiro,
utilizando minha personalidade manipuladora e calculista,
criei um esquema de cartelização para o pagamento de propinas,
e sacrifiquei a higidez da administração pública estadual,
em desfraterno e desumano prejuízo da coletividade,
e, economicamente, destruí o Estado do Rio de Janeiro,
tendo traído as promessas da minha campanha eleitoral,
quando me apresentei como um candidato da renovação.
Renovei e inovei, sim, reconheço, mas, para roubar e enricar,
sepultando as legítimas expectativas dos cidadãos cariocas!
Em dezembro de 2019, assinei um acordo de
delação premiada com a ,
e me comprometi a devolver 380 milhões de reais
em propinas recebidas nos últimos anos.
Para mim, esta delação não adiantou muito,
pois, as penas já determinadas, segundo o
Ministro do STF, Edson Fachin, não serão reduzidas.
Este é um resumo do meu infame curriculum vitæ,
do qual me envergonho e peço perdão
a Deus, ao Brasil, ao povo do Estado do Rio de Janeiro
e a toda a Humanidade. Perdão! Perdão! Perdão!
Só peço um pouco de compaixão e de piedade.
Na verdade, eu nunca soube o que estava fazendo.
Jóias
que pertenciam a Sérgio Cabral,
– avaliadas em milhões – vão a leilão.
Música de fundo:
Cidade Maravilhosa (Hino da Cidade do Rio de Janeiro)
Composição: Antônio André de Sá FilhoFonte:
https://sites.google.com/site/orquestrade
vozesmeninosdorio/home/arquivos-de-udio
Páginas da Internet consultadas:
https://www.mercadolivre.com.br/
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