Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

A Morte de Sardanapalo (1827-28)
Óleo sobre Tela (392 x 496 cm)

Museu do Louvre - Paris
Eugène Delacroix (1798-1840)

Observe na composição a
predominância do vermelho
simbolizando o sangue
e a sensualidade.

 

Sardanapalo
(British Museum)

 

 

iver como viveu2 Sardanapalo

Ou abrigado e escondido em um halo3,

De um lado é bestialidade, de outro é covardia.

 

penas gozar, politicar ou se isolar4

Em nada poderão proporcionar

A imaginada virtude-alforria.

 

virtude não chegará para os que dormem,

Para os que gozam e para os que vivem na inatividade.

Ela é filha da liberdade5

— Incombinável com os devaneios que a consomem.

 

Mas, o que será a liberdade?

E o que poderá ser a virtude?

Não é mesmo o que delas se discursa amiúde

— Só poderão ser sentidas na OMdividualidade.6

 

 

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Nota

1. O sátrapa Sardanapalo – símbolo da lascívia, da depravação e da corrupção dos costumes morais – foi um rei (mítico?) da Assíria (identificado erroneamente com Assurbanipal). [Epitáfio de Sardanapalo: Edamus, bibamus, gaudeamus: post mortem nulla voluptas. Comamos, bebamos, alegremo-nos: depois da morte não há nenhum prazer. (Fonte do Epitáfio de Sardanapalo: Dicionário de Expressões e Frases Latinas, Compilado por Henerik Kocher)].

2. Ou parece ter vivido.

3. Halo no sentido de ninho.

4. Por conveniência ou covardice.

5. Do what thou wilt shall be the whole of the Law. Faze o que tu queres, há de ser toda a Lei. (Axioma Thelêmico).

6. OMdividualidade = OM + individualidade. O ente é o Todo e permanece ele mesmo.

 

 

 

Música de fundo:
The Minute Waltz (Chopin)

Fonte:
http://midiman13.tripod.com/index.html