Rodolfo
Domenico Pizzinga
Contra
o favorecimento ilícito e a corrupção,
é
justa – é integérrima – a santa indignação.
Contra
o beato caramboleiro e o sacripanta,
é
justa – é venturosíssima
– a indignação santa.
Contra
o desmataquecimento
e a poluição,
é
justa – é ecologíssima
– a santa indignação.
Contra
a adversidade derivada de carapanta,
é
justa – é bafometríssima
– a indignação santa.
Contra
o falso testemunho e a falsa acusação,
é
justa – é magistradíssima
– a santa indignação.
Contra
o descaminho que deslustra e ataranta,
é
justa – é virtuosíssima – a indignação
santa.
Mas,
não podemos,
sob qualquer alegação, odiar
e
maquinar uma vendetta
privativa para desforrar.
Nossas
santas, lhaníssimas e justas indignações
não
devem contemplar o mal em nossos Corações.
Sim,
expulsar os vendilhões do templo!1
Todavia,
isto não é exemplo ou contra-exemplo
que
possa apoiar qualquer malévola abominação
que
venha a macular o Deus de nosso Coração.
Vendetta
não!
_____
Nota:
1.
É aqui que está o raio do busílis: negociar, dentro
ou fora dos templos, as coisas divinas, que não são divinas
coisíssima nenhuma, mas mandingarias humanas locupletantes travestidas
de divinas? Pior: como é possível que alguém admita,
acredite e imponha que Deus possa negociar e vender a sua bênção
ou o que quer que seja? Para os que crêem que o Universo (e tudo que
nele existe) tenha sido criado por Deus, por um Deus onipotente, como é
possível que, desprezando a razão, parvamente consintam que
Ele – Deus – precise transacionar o que Lhe pertence desde o
início desta presumida criação? Ora, se Deus criou,
é o dono. Se é o dono de tudo, não precisa comprar
ou vender nada. Por outro lado, ab
absurdo, se precisa e quer comprar ou vender, não é
dono de tudo. Se não é dono de tudo, é porque não
criou tudo, e, como conseqüência, não pode tudo. Bolas!
Sobre o que criou, pode; sobre o que não criou, não pode.
Mas, se não criou tudo e não pode tudo, não é
Deus. Se não é Deus, por que fazer negócios com alguém
que não é onipotente, que pode aqui, mas que não pode
ali? Ora, ser dizimista para hipoteticamente participar das grandes bênçãos,
porque Deus ama o que dá com alegria e é dando que se recebe,
porque a benção de Deus favorece, enriquece e desentenebrece,
porque o dízimo é santo perante o Senhor, porque é
mais bem-aventurado o abastado que dá do que o desabastado que recebe,
porque o verdadeiro tesouro está no céu, ser dizimista, enfim,
para ser bem-visto, bem-conceituado ou bem-aceito por Deus ou por seus preferidos,
pior do que uma prisão, é uma absoluta e teimosa incapacidade
para poder ser livre. O pobre e iludido prisioneiro papa-santos pode até
querer ser livre, gostaria mesmo de ser livre, mas, ainda, não pode
(poder) ser livre. O medo não deixa; a lavagem cerebral impede. Quem
sabe, um dia... Sim, certamente, um dia! Eu oro diariamente pela liberdade
de todos. Se você ainda não faz isto, poderia fazer o mesmo.
Página
da Internet consultada:
http://mkupperman2.wordpress.com/
the-new-yorker/
Fundo
musical:
For
Once in My Life
Composição: Ron Miller & Orlando Murden
Intérprete: Tony Bennett
Fonte:
http://www.pcdon.com/TonyBennett.html