Um visitante passa pela porta do plenário do senado de uma republiqueta, dessas que existem aos montes por aí, e escuta uma balbórdia monocórdia misturada com discórdia, que saía lá de dentro:

— Filhão-da-putinha...
— Filhinho-da-putona...
— Vendido da Rameira...
— Salafrário Empulhador...
— Assa$$ino...
— Traficante Desbrioso...
— Mentireiro Embusteiro...
— Corruptus corruptorum...
— Vagabundo Vagamundo...
— Sem-vergonha Elevado ao Cubo...
— Preguiçoso de Merda...
— Remansoso de Bosta...
— Detençoso Fecaloma...
— Sacripanta Alanzoador...
— Sacripanta Peido-do-meio...
— Kikito Gatuno...
— Boquirroto Boca-rota...
— Golpista das velhas-desamparadas...
— Explorador das velhas-amparadas...
— Peculatário-concussionário...
— Concussionário-peculatário...
— Papagaio de Pirata...
— Falacioso Proxeneta...
— Embromeiro Marca Barbante...
— Traíra Marca Roscofe...
— Come-e-dorme^{[Dorme-e-come]}...
— Zé Paspalhão...
— Zé Rufião...
— Alcoviteiro Valentão...
— Pedro Panariço Marmeladeiro...
— Pedro Pocilhão...
— Vaselina Deslubrificante...
— K-Y de Prazo-vencido...
...
...
...

Assustado, o visitante pergunta a um dos seguranças, que estava parado à porta:

— O que está a acontecer aí dentro... Estão a brigar ou o quê?

O segurança, meio encabulado, responde: — Não! Não! Como hoje é sexta-feira, só estão a fazer a chamada dos senhores congressistas.

Entristado, o visitante comenta: — Ah! Se é assim, tudo bem; mas é uma pena! Eu compreendo, mas não me acostumo. No meu país, também fazem este tipo de chamada! Um dia, todos esses caras vão ser entropizados e virar 'stardust'!