RELIGIÃO E ELEIÇÃO

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

que importa se o outro é ateísta?

O que importa se o outro é agnosticista?

O que importa se o outro é satanista?

O que importa se o outro é deísta?

O que importa se o outro é teísta?

O que importa se o outro é adevista?

O que importa se o outro é panenteísta?

O que importa se o outro é panteísta?

O que importa se o outro é pampsiquista?

O que importa se o outro é pantiteísta?

O que importa se o outro é aloteísta?

O que importa se o outro é monoteísta?

O que importa se o outro é politeísta?

O que importa se o outro é antropoteísta?

O que importa se o outro é averroísta?

O que importa se o outro é bahaísta?

O que importa se o outro é bramanista?

O que importa se o outro é budista?

O que importa se o outro é hinduísta?

O que importa se o outro é catolicista?

O que importa se o outro é opusdeísta?

O que importa se o outro é cursilhista?

O que importa se o outro é sacrista?

O que importa se o outro é sufista?

O que importa se o outro é judaísta?

O que importa se o outro é espiritista?

O que importa se o outro é cabalista?

O que importa se o outro é kardecista?

O que importa se o outro é candomblecista?

O que importa se o outro é voduísta?

O que importa se o outro é totemista?

O que importa se o outro é cientologista?

O que importa se o outro é adventista?

O que importa se o outro é mormonista?

O que importa se o outro é martinista?

O que importa se o outro é mandraqueiro?

O que importa se o outro é templário?

O que importa se o outro é evangélico?

O que importa se o outro é maçom?

O que importa se o outro é rosacruz?

O que importa se o outro não é como somos?

O que importa se o outro é diferente de nós?

O que importa se o outro é isto ou aquilo?

Ora, não importa absolutamente nada, pois,

não muda o fato de sermos todos irmãos,

e, particularmente, de sermos todos brasileiros,

e de gostarmos do Pelé, de cachaça e de feijoada.

Para o Incriado e Eterno AQUILO-QUE-É Unimultiversal,

todas as religiões e nenhuma são a mesma coisa.

AQUILO-QUE-É não faz qualquer tipo de escolha;

quem escolhe, separa e preconceitua somos nós,

porque ainda somos superlativamente ignorantes,

intolerantes, medíocres, hipotéticos e medonhos.

 

 

 

 

O que não tem o menor cabimento é usar

uma religião para tentar ganhar uma eleição,

principalmente na República Federativa do Brasil,

que, constitucionalmente, é um Estado laico.

Para mim, isto é um verdadeiro filme de horror,

sem pipoquinha, sem jujuba e sem guaraná;

já para o povão brasileiro é um desrespeito,

um acinte, uma afronta e uma provocação.

Mas, o fato é que o povão – seja nordestino,

seja nortista, seja sulista – não é estúpido,

e sabe perceber as patranhas muito direitinho.

E o tiro poderá acabar saindo pela culatra!

 

 

 

Danou-se a nega do doce!
(Hortelino Troca-Letras e Pernalonga)