ROSA LUXEMBURGO - Pensamentos

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo é uma coletânea de pensamentos pensados por Rosa Luxemburgo – uma líder política, filósofa e uma das principais revolucionárias marxistas do século XIX. Certamente, Rosa Luxemburgo foi a Flor mais vermelha do Socialismo. Como disse a professora, jornalista e política marxista alemã Clara Josephine Zetkin (Wiederau, 5 de julho de 1857 – Arkhangelskoye, 20 de junho de 1933), a sua energia impetuosa e sempre no ar aguilhoava os que estavam cansados e abatidos, a sua intrépida audácia e a sua entrega faziam corar os timoratos e medrosos. O espírito atrevido, o coração ardente e a firme vontade da "pequena" Rosa era o motor da rebelião. E, em fevereiro de 1922, Vladimir Ilitch Lenin (Simbirsk, 22 de abril de 1870 – Gorki, 21 de janeiro de 1924) chegou a dizer: pode acontecer que as águias voem mais baixo do que as galinhas, mas, uma galinha jamais poderá voar tão alto como uma águia. Rosa Luxemburgo se enganou, mas, apesar dos seus erros, foi – e para nós continua sendo – uma águia no pátio detrás do movimento operário, entre os montes de esterco, no qual as galinhas tipo Paul Levi, Scheidemann e Kautsky cacarejam à volta dos erros da grande comunista. Cada um faz o que pode.

 

Por fim, devo dizer que não sou comunista, mas, que concordo com muitas ponderações que compõem este estudo. A questão é apenas como implementar estas ponderações. Com revoluções e canhões? Nunca. Com matança e sangue? Jamais. Com supressões e despojamentos violentos? Nem pensar. Para mim, só há um caminho: pela educação dos seres-humanos-aí-no-mundo. Quando se compreende, se muda. Então, nos fragmentos luxemburguianos, quando você ler revolução, por favor, leia revolução pela educação. Eu li assim.

 

É preciso ponderar que, relativamente, o mais desgraçado-psicopata-genocida da História não foi o preconceituoso anti-semítico Adolf Hitler (1889 – 1945), mas, sim, o sádico assassino Josef Vissarionovitch Stalin (1879 – 1953), que, em seu império da paranóia, mandava matar, inclusive adeptos e aliados, por banalidades (como foi o caso de Leon Trotsky, 1879 – 1940, que fugiu para o exílio, sendo assassinado no México por Ramón Mercader, agente da polícia de Stalin), e ficava satisfeito ao ver o sofrimento das suas vítimas, coisa que não aconteceu com Hitler, que tinha uma relação mais distante com a violência, e não necessariamente gostava de ver as imagens das matanças. Durante a ditadura de Stalin, milhões de pessoas foram presas e sei-lá-quantas-mil foram condenadas à morte. Todavia, na Rússia, Stalin continua dividindo opiniões. De acordo com o Centro de Pesquisa Lewada, de Moscou, 32% dos russos e dos moradores das antigas repúblicas soviéticas vêem Stalin de uma forma negativa. No entanto, para 47% da população, Stalin teve um papel positivo, enquanto 18% são ainda stalinistas convictos. A maioria vê o ditador não apenas como o homem que venceu Hitler, mas, também, como o responsável pela industrialização da União Soviética e por sua transformação em uma superpotência, que deixou de existir com a desintegração da União Soviética, em 1991. Hoje, com Vladimir Putin, embora não negando os crimes do stalinismo, o Kremlin tem procurado enfatizar o lado positivo de Stalin como o herói da Segunda Grande Guerra – para os russos, a Grande Guerra da Pátria. Mas, se, por cada morte, tivermos que compensar mil anos... Isto, se der para compensar, porque nada justifica um assassinato!

 

 

 

Nota Biográfica

 

 

Rosa Luxemburgo, em polonês Róza Luksemburg (Zamosc, 5 de março de 1871 – Berlim, 15 de janeiro de 1919), foi uma filósofa e economista marxista, polaco-germana. Tornou-se mundialmente conhecida pela militância revolucionária ligada à Social-Democracia do Reino da Polônia e Lituânia (SDKP), ao Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) e ao Partido Social-Democrata Independente da Alemanha (USPD). Participou da fundação do grupo de tendência marxista do SPD, que viria a se tornar mais tarde o Partido Comunista da Alemanha (KPD).

 

Em 1915, após o SPD apoiar a participação alemã na Primeira Guerra Mundial, Luxemburgo fundou, ao lado de Karl Liebknecht, a Liga Espartaquista. Em 1° de janeiro de 1919, a Liga se transformou no KPD. Em novembro de 1918, durante a Revolução Espartaquista, ela fundou o jornal Die Rote Fahne (A Bandeira Vermelha), para dar suporte aos ideais da Liga.

 

Rosa Luxemburgo considerou o levante espartaquista de janeiro de 1919, em Berlim, como um grande erro. Entretanto, ela apoiaria a insurreição que Liebknecht iniciou sem seu conhecimento. Quando a revolta foi esmagada pelas Freikorps, milícias patriotas compostas por veteranos da Primeira Guerra que estavam desiludidos com a República de Weimar, mas que rejeitavam igualmente o Marxismo e o avanço comunista, não esquecendo as traições destes ao povo alemão, bem como as perseguições sangrentas que muitos comunistas faziam aos ex-combatentes, Luxemburgo, Liebknecht e alguns de seus seguidores foram capturados e assassinados. Luxemburgo foi fuzilada e seu corpo jogado no Landwehr Canal, em Berlim.

 

Em conseqüência de suas críticas às escolas Marxista-Leninista e correntes mais moderadas da escola social-democrática do Socialismo, Luxemburgo tem conceito algo ambíguo por parte de estudiosos e teóricos da esquerda política. Apesar disto, Luxemburgo e Liebknecht são considerados mártires por alguns marxistas. De acordo com o Gabinete Federal para a Proteção da Constituição, a comemoração em memória de Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht continua a desempenhar uma função importante entre a esquerda política alemã.

 

Suas principais obras são: Reforma ou Revolução, Acumulação do Capital, Greve de Massas, Partidos e Sindicatos, Introdução à Economia Política, Questões de Organização da Social-Democracia Russa, A Revolução Russa e O Que Quer a Liga Spartacus?

 

 

 

Pensamentos Luxemburguianos

 

 

 

Rosa Luxemburgo

 

 

No meio das trevas, sorrio à vida, como se conhecesse a fórmula mágica que transforma o mal e a tristeza em claridade e em felicidade. Então, procuro uma razão para esta alegria; não a acho, e não posso deixar de rir de mim mesma. Creio que a própria vida é o único segredo.

 

A liberdade apenas para os partidários do Governo, apenas para os membros do partido, por muitos que sejam, não é liberdade. A liberdade é sempre a liberdade para o que pensa diferente.

 

A Liberdade é, quase sempre e exclusivamente, a liberdade de quem pensa diferente de nós.

 

Não estamos perdidos. Ao contrário, venceremos, se não tivermos desaprendido a aprender.

 

Sem eleições gerais, sem liberdade de imprensa, sem liberdade de reunião ilimitadas e sem luta de opiniões livres a vida vegeta e murcha em todas as instituições públicas, e a burocracia se torna o único elemento ativo

 

A arte do possível é uma política que se esforça para alcançar o que é possível sob determinadas circunstâncias. Mas, isto não diz como e de que maneira nós deveríamos nos esforçar para alcançar o que é possível.

 

Vamos lutar no único caminho permissível para o que é ‘possível’ a qualquer tempo.

 

Se alguém propuser que deveríamos oferecer uma troca – nosso consentimento aos militaristas e legislação tarifária em troca de concessões políticas ou reformas sociais – então este alguém estará sacrificando os princípios básicos da luta de classes por vantagens momentâneas, e suas ações são baseadas no oportunismo.

 

O oportunismo é um jogo político no qual duas coisas, geralmente, são inexoravelmente perdidas: princípios básicos e sucesso prático. A suposição de que alguém possa alcançar o maior número de sucessos fazendo concessões é um erro completo.

 

 

Oportunismo Sacanocrático

 

Um partido burguês que diz sim à ordem vigente como um todo, mas, que dirá não às conseqüências do dia-a-dia desta ordem, é um híbrido, uma criação artificial, que não é nem peixe nem carne nem frango.

 

Se nós começarmos a perseguir o que é ‘possível’ de acordo com os princípios do oportunismo, sem nos preocuparmos com nossos próprios princípios, e por meios de troca como fazem os estadistas, então, nós iremos logo nos encontrar na mesma situação que o caçador, que não só falhou em matar o veado, mas, também, perdeu sua arma no processo.

 

A crítica que contribui para tornar mais vigorosa e consciente a luta de classes para a realização do objetivo final merece agradecimento. Mas, uma crítica que procura fazer retroceder o movimento, fazê-lo abandonar a luta de classes e o objetivo final, longe de ser um fator de progresso, é um fermento de decomposição.

 

 

 

O oportunismo tende a quebrar nossa espinha dorsal de qualquer Partido.

 

A feliz idéia de usar a celebração de um feriado proletário como um meio para alcançar a jornada de trabalho de oito horas diárias nasceu na Austrália. Os trabalhadores decidiram, em 1856, organizar um dia de completa paralisação juntamente com assembléias e entretenimento como uma manifestação a favor da jornada de oito horas diárias. O dia desta celebração era para ser 21 de abril. Inicialmente, os trabalhadores australianos pretendiam que isto só acontecesse em 1856, mas, esta primeira celebração teve um efeito tão forte nas massas proletárias da Austrália, avivando-os e levando a uma nova agitação, que foi decidido repetir a celebração todo ano. Assim, a idéia de uma celebração proletária foi rapidamente aceita e, da Austrália, começou a se espalhar para outros países, até, finalmente, conquistar todo o mundo proletário. Os primeiros a seguirem o exemplo dos trabalhadores australianos foram os americanos. Em 1886, eles decidiram que o dia 1° de maio deveria ser o Dia Universal da Paralisação do Trabalho – data da celebração universal dos proletários. O Primeiro de Maio exigia a introdução da jornada de oito horas. Mas, mesmo depois deste objetivo ter sido alcançado, o Dia dos Trabalhadores não foi deixado para trás. Enquanto a luta dos trabalhadores contra a burguesia e a dominação de classe continuar, enquanto todas as exigências não forem conseguidas, o Dia dos Trabalhadores será a expressão anual destas exigências. E, quando melhores dias raiarem, quando a classe trabalhadora do mundo tiver ganho sua liberdade, então, a Humanidade, provavelmente, irá celebrar o Dia dos Trabalhadores em honra às mais amargas lutas e aos muitos sofrimentos do passado.

 

As teorias são as imagens dos fenômenos do mundo exterior refletidas no cérebro humano.

 

O desmoronamento total do Capitalismo é cada vez mais improvável porque, por um lado, o sistema Capitalista demonstra uma capacidade de adaptação cada vez maior e, por outro, a produção é cada vez mais diferenciada.1

 

Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem.2

 

 

Rosa Luxemburgo

 

 

Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.

 

 

Iguais, diferentes e livres.

 

 

É preciso autodisciplina interior, maturidade intelectual, seriedade moral, senso de dignidade e de responsabilidade e todo um renascimento interior do proletário. Com homens preguiçosos, levianos, egoístas, irrefletidos e indiferentes não se pode realizar o Socialismo.

 

Há todo um velho mundo ainda por destruir e todo um novo mundo a construir. Mas nós conseguiremos, jovens amigos, não é verdade?

 

A massa não é apenas objeto da ação revolucionária; é, sobretudo, sujeito.

 

Isso de se entregar por inteiro às misérias de cada dia que passa é coisa inconcebível e intolerável para mim. Precisamente, um lutador é quem mais tem que se esforçar para ver as coisas de cima, caso não queira encarar, a cada passo, todas as mesquinharias e misérias, sempre e quando, naturalmente, se trate de um lutador de verdade.

 

O Socialismo não é, propriamente, um problema de comer com garfo e faca; mas, um movimento de cultura, uma grande e poderosa concepção de mundo.

 

A revolução [mudança] é magnífica... Tudo o mais é um disparate.

 

 

Quem não muda

é qual adamante

bruto – inlapidado.

Vida carrancuda,

do Bem distante,

Imo-Eu acinzado.

 

Quem não muda

é um zé-futricas

de cuca mofada.

Existência muda

nicas-de-nicas

longe da Estrada.3

 

 

O mal-humorado Zé-futricas

 

 

Não se pode lançar contra os operários insulto mais grosseiro nem calúnia mais indigna que a frase "as polêmicas são para os acadêmicos".

 

Não se trata já da acumulação primitiva [originária], mas, de uma continuação do processo até hoje. Do mesmo modo que a acumulação do Capital, com a sua capacidade de expansão súbita, não pode aguardar o crescimento natural da população operária nem se conformar com ele, tampouco poderá aguardar a lenta decomposição natural das formas não-Capitalistas e a sua passagem à Economia de Mercado. O Capital não tem, para esta questão, outra solução para além da violência, que constitui um método constante de acumulação no processo histórico, não só na sua gênese, mas, ao longo do tempo, até hoje.

 

Não há acumulação de Capital sem violência. Não existe "Economia Pura" sem poder. Não haverá, pois, superação do Capital sem que o povo apele a uma resposta contundente, em face deste poder e desta violência.

 

A greve de massas, que foi combatida como oposta à atividade política do proletariado, aparece, hoje, como a arma mais poderosa da luta pelos direitos políticos.4

 

Do furacão e da tormenta, do fogo e da fogueira, da greve de massas e da luta nas ruas, surgem, como Vênus das ondas, sindicatos frescos, jovens, poderosos e vigorosos.

 

Não devemos esquecer que a [Verdadeira] História não é feita sem grandeza de alma, sem elevação moral e sem gestos nobres.

 

A História é o único mestre infalível, e a revolução é a melhor escola para o proletariado.

 

Cada lágrima que corre que poderia ter sido evitada é uma acusação; é um crime que, com inconsciência brutal, esmaga um pobre verme.

 

 

 

Em toda sociedade de classes, a cultura intelectual (arte e ciência) é uma criação da classe dominante; e o objetivo desta cultura é, em parte, assegurar a satisfação direta das necessidades do processo social, e, em parte, satisfazer as necessidades intelectuais da classe dominante.5

 

Só a Socialdemocracia poderá desencadear a energia das massas e moldá-la como um fator decisivo na vida política.

 

A justiça da burguesia é como uma rede, que permite que os tubarões famintos escapem, pegando apenas pequenas sardinhas.

 

 

 

 

A classe trabalhadora não será capaz de criar uma ciência e uma arte próprias até que tenha se emancipado do seu status atual como classe.6

 

A revolução proletária deveria lançar um raio de bondade para iluminar a vida sombria das prisões, reduzir as sentenças draconianas, abolir os bárbaros castigos – correntes e chicotadas melhorar o atendimento médico, a alimentação e as condições de trabalho nas prisões. Isto é uma questão de honra!

 

Desde a publicação do último volume de O Capital e dos últimos escritos de Engels, não tem aparecido nada além de algumas excelentes popularizações e exposições da Teoria Marxista. A substância desta Teoria permanece exatamente onde os dois fundadores do Socialismo científico a deixaram.

 

O mais valioso de todos os ensinamentos de Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 – Londres, 14 de março de 1883) foi a concepção materialista-dialética da História.7

 

Com relação à luta de classes, os problemas fundamentais são a origem da mais-valia, isto é, a exploração da classe trabalhadora, e a concentração progressiva de Capital.

 

É pura ilusão supor que a classe trabalhadora, na sua luta ascendente, possa, por vontade própria, se tornar imensamente criativa no domínio teórico.

 

Apesar de os trabalhadores criarem, com suas próprias mãos, todo o substrato social da cultura contemporânea, seu aproveitamento dela só é admitido até onde tal admissão é requisito para um desempenho satisfatório de suas funções no processo econômico e social da sociedade Capitalista.

 

 

 

Embora a Teoria Marxista seja um instrumento incomparável da cultura intelectual, permanece não utilizada porque, enquanto é inaplicável à cultura da classe burguesa, transcende enormemente as necessidades da classe trabalhadora na questão das armas para a luta diária. Até que a classe trabalhadora seja libertada de suas atuais condições de existência, o método marxista de pesquisa não será socializado em conjunção com os outros meios de produção, para que possa, então, ser inteiramente utilizado para o benefício de toda a Humanidade, e para que possa ser desenvolvido até todas as medidas de sua capacidade funcional.

 

Ninguém tem o direito de perseguir ou atacar a opinião religiosa particular dos outros.

 

Os trabalhadores ão apenas máquinas vivas que têm de executar seu trabalho.

 

Na Economia Socialista tudo precisa ser diferente! O empresário privado desaparece. A produção não tem mais como objetivo enriquecer o indivíduo, mas, fornecer à coletividade meios de satisfazer todas as necessidades. Conseqüentemente, as fábricas, as empresas e as explorações agrícolas precisam se adaptar segundo pontos de vista totalmente novos. Primeiro: se a produção deve ter por objetivo assegurar a todos uma vida digna, fornecer a todos alimentação abundante, vestuário e outros meios culturais de existência, então, a produtividade do trabalho precisa ser muito maior que hoje. Os campos precisam fornecer colheitas maiores, nas fábricas precisa ser utilizada a mais alta técnica. Quanto às minas de carvão e de minério, apenas as mais rentáveis precisam ser exploradas etc. Segue-se daí que a socialização se estenderá, antes de tudo, às grandes empresas industriais e agrícolas. Não precisamos nem queremos tirar a pequena propriedade ao pequeno agricultor e ao pequeno trabalhador, que, com seu próprio trabalho, vive penosamente do seu pedacinho de terra ou da sua oficina. Com o tempo, todos eles virão até nós voluntariamente e compreenderão as vantagens do Socialismo sobre a propriedade privada. Segundo: para que na sociedade todos possam usufruir de bem-estar, todos precisam trabalhar. Apenas quem executa trabalho útil para a coletividade, quer trabalho manual, quer intelectual, pode exigir da sociedade meios para a satisfação de suas necessidades. Uma vida ociosa, como hoje levam, na maioria das vezes, os ricos exploradores, acaba. A obrigação de trabalhar para todos os que são capazes, exceto naturalmente as crianças pequenas, os velhos e os doentes é, na Economia Socialista, uma coisa evidente. Quanto aos incapazes de trabalhar, a coletividade precisa simplesmente tomar conta deles – não como hoje, com esmolas miseráveis, mas, por meio de alimentação abundante, educação pública para as crianças, boas assistência médica pública para os doentes etc. Terceiro: a partir do mesmo ponto de vista, isto é, do bem-estar da coletividade, é preciso que os meios de produção assim como as forças de trabalho sejam inteligentemente administradas e economizadas. O desperdício, que ocorre hoje a cada passo, precisa acabar.

 

Na Economia Socialista é suprimido o empresário com seu chicote. Com homens preguiçosos, levianos, egoístas, irrefletidos e indiferentes não se pode realizar o Socialismo. Precisamos de coragem, de perseverança, de clareza interna e de disposição ao sacrifício para continuar a revolução até a vitória.

 

Todos sabem que os próprios padres tiram proveito do trabalhador, extraem-lhe dinheiro por ocasião do batismo, do casamento e do funeral. Quantas vezes têm acontecido que o padre, chamado à cabeceira da cama de um doente para administrar os últimos sacramentos, se recusou a ir lá antes de serem pagos os seus "honorários"?8

 

Na Idade Média, enquanto a população trabalhadora se afundava em pobreza através da escravidão, a Igreja se tornava cada vez mais rica. Além dos dízimos e de outras taxas, a Igreja se beneficiava, neste período, de grandes doações, legados feitos por ricos libertinos de ambos os sexos que desejavam compensar, no último momento, a sua vida de pecado. Deram e voltaram a dar à Igreja dinheiro, casas, aldeias inteiras com os seus servos e algumas vezes rendas de terra ou direitos consuetudinários de trabalho.9

 

A revolução do proletariado não pode ter nenhum outro fim nem nenhum outro resultado a não ser a realização do Socialismo.

 

O enriquecimento de um pequeno número de ociosos é o objetivo da Economia atual.

 

 

Nome

Bilhões de US$

Cidadania
1
Bill Gates
77,2
Estados Unidos
2
Carlos Slim Helú e família
70
México
3
Amancio Ortega
57
Espanha
4
Warren Buffett
53,5
Estados Unidos
5
Larry Ellison
43
Estados Unidos
6
Charles Koch
34
Estados Unidos
6
David Koch
34
Estados Unidos
8
Li Ka-shing
31
Hong Kong
9
Liliane Bettencourt e família
30
França
10
Bernard Arnault e família
29
França

Lista de Bilionários da Bloomberg (2013)
– O
s 10 Primeiros Bilionários do Mundo –

 

O Marxismo é uma visão revolucionária de mundo que deve sempre lutar por novas revelações.

 

A liberdade é sempre a liberdade dos dissidentes.

 

As massas são o elemento decisivo. Elas são a rocha sobre a qual a vitória final da revolução será construída.

 

A Socialdemocracia é apenas a guarda avançada do proletariado – um pequeno pedaço do total das massas trabalhadoras: sangue de seu sangue, e carne de sua carne.

 

Dialeticamente, as massas são, na realidade, seus próprios líderes, criando o seu próprio processo de desenvolvimento.

 

As classes trabalhadoras, em cada país, só aprendem a lutar no curso de suas lutas.

 

O caráter de uma mulher não é o lugar onde o amor começa, mas, onde termina.

 

O ser-humano-aí-no-mundo é a coisa mais importante de tudo.

 

Eu me sinto em casa no mundo, onde há nuvens, pássaros e lágrimas humanas.

 

Alienados e humilhados não são apenas aqueles que não têm pão, mas, também, aqueles que não têm participação na grande bondade da Humanidade.

 

A autocrítica deve ir ao fundo das coisas. A autocrítica é o ar, a vida e a luz da vida do movimento proletário.

 

Liberdade sem igualdade [eqüidade, equanimidade, imparcialidade] é exploração. Igualdade sem liberdade é opressão. A solidariedade é a raiz comum da liberdade e da igualdade.

 

Esta é a vida que temos que levar: corajosa, destemida e sorrindo. Apesar de tudo!10

 

Não nos falta nada para sermos livres como os pássaros.

 

Epitáfio poético em homenagem a Rosa Luxemburgo de Bertolt Brecht:

Aqui jaz
Rosa Luxemburgo,
judia da Polônia,
vanguarda dos operários alemães,
morta por ordem dos opressores.
Oprimidos:
enterrai vossas desavenças!

 

 

 

A 12ª Hora

 

 

 

Teorema de Pitágoras

 

 

 

Só apre(e)ndendo a apre(e)nder

discerniremos concertadamente.

Só dialetizando para (re)conhecer

tornaremos limpa a nossa mente.

 

poderemos entrever o Caminho.

desenfeitaremos o romãozinho.

 

Só humildando e convergindo

viveremos e não mais pifaremos.

Só ralando, polindo e recolorindo

viajaremos e nos alforriaremos.

 

Isto não comporta ser diferente;

neste treco, não há meio-termo.

Por enquanto, dor constringente;

enquanto teimarmos, só o ermo.

 

Entretanto, um Dia, Libertação!

Sim, haverá de soar a 12ª Hora!

E, o Imo-Deus de cada Coração

com cada um será Eterno Agora!

 

 

...........................................

 

 

É Isto o que desejo para todos.

 

 

 

 

 

______

Notas:

1. Todos as formas de Governo ou sistemas políticos (repúblicas presidencialistas, repúblicas semipresidencialistas, repúblicas parlamentaristas, estados unipartidários, monarquias constitucionais parlamentares, monarquias absolutas, ditaduras militares, monarquias constitucionais nas quais o monarca exerce o poder pessoalmente, repúblicas com um presidente executivo dependente do parlamento e países que não se encaixam em nenhum dos sistemas políticos anteriores) são, mais ou menos, distorções da ordem-harmonia universal, e, de uma forma ou de outra, estão estruturados com base em preconceitos, interesses de um grupo familiar, interesses de um grupo social, exercibilidade do poder por uma minoria que oprime a maioria, leis hipotéticas, canibalismo das liberdades, autoritarismos ou totalitarismos, despotismo esclarecido (despotismo ilustrado ou absolutismo ilustrado), militarismos, teologismos, formas variadas de corrupção, estabelecimento arbitrário de fronteiras et cetera e tal. É evidente que, à medida que a consciência humana for ascendendo, todos estes sistemas políticos ou formas de Governo sofrerão mudanças, até que, em um futuro não previsível, algo semelhante a um Teocientificismo Universal acontecerá em toda a Terra. Um dos exemplos mais desgraçados de desmando perverso que toda esta politicagem sistêmica (política de interesses pessoais, de troca de favores ou de realizações insignificantes) impôs à Humanidade foi e continua sendo a dependência escravizante ao petróleo. Todos os pensadores e cientistas que quiseram mudar este estado de coisas foram desacreditados, execrados ou mortos. Os donos do poder-petróleo não admitem de forma nenhuma largar o osso dos lucros derivado da indústria petrolífera e dos seus derivados. Enquanto isto, a poluição aumenta, a Terra esquenta e a Humanidade adoenta. Enquanto isto, os donos do poder-petróleo aos demônios se submetem, progressivamente se comprometem e, sem saber, derretem. Também poderíamos pensar em um segundo exemplo de sujeição imposta pela força dos poderosos de meia-tijela, que é a não-divulgação pelos Governos do que é sabido a respeito de contatos com entidades extraterrestres. Este fato é mais do que conhecido por aqueles que se dedicam ao estudo desta matéria, e só há uma explicação para o escondimento de informações: engenharia reversa para fins de melhoramento e aprimoração de dispositivos e artefatos em geral, mas, particularmente, bélicos. A engenharia reversa é o processo de descobrir os princípios tecnológicos e o funcionamento de um dispositivo, objeto ou sistema, através da análise de sua estrutura, função e operação. Objetivamente, a engenharia reversa consiste em, por exemplo, desmontar uma máquina para descobrir como ela funciona. É objeto de estudo em universidades e faculdades, principalmente ligadas à área de tecnologia. Muitas vezes, a engenharia reversa envolve desmontar algo (um dispositivo mecânico, um componente eletrônico, um programa de computador ou fatores biológicos, químicos ou matéria orgânica) e analisar seus componentes e seu funcionamento em detalhes, tanto para fins de manutenção como para apoiar a criação de um novo dispositivo ou programa mais eficiente e mais eficaz (materiais, estruturas, máquinas, aparelhos, sistemas ou processos), assim como, se possível, duplicar o original. Enfim, o que é pesquisado é posteriormente aplicado para fins industriais ou de defesa. Isto é mais ou menos assim:

O Incidente em Roswell (em inglês, The Roswell UFO Incident), que aconteceu em julho de 1947, em Roswell (Novo México, Estados Unidos), onde um OVNI supostamente teria caído – um dos casos mais emblemáticos da Ufologia mundial (academicamente, Exobiologia) – é um exemplo disto, ou seja, de engenharia reversa, para fins exclusivos de pesquisas no campo do fomento e da incrementação da tecnologia do poderio militar. Segundo testemunhas, havia corpos alienígenas junto aos destroços da nave interplanetária que se acidentou em Roswell, mas, isto nunca foi definitivamente demonstrado ou comprovado. Será que aconteceu? Será que é verdade? Verdade ou não, o fato é que o Universo está inteiramente habitado, povoado, mas, como já comentei, não obrigatoriamente com seres que tenham características semelhantes às nossas – terráqueos. Carbono, água e oxigênio, por exemplo, não são essenciais para que a Santa e Eterna Vida possa se manifestar como vida. De uma certa forma e em um certo sentido, estes ingredientes são dispensáveis, e, até, meio que exceções.

 

 

Será que aconteceu? Será que é verdade?

 

2. Isto é mais ou menos equivalente a: quem não dialetiza não percebe o atoleiro em que está metido.

3. Para escrever este versinho de pé quebrado, inspirei-me em José Maria da Cunha Seixas (26 de março de 1836 – 27 de maio de 1895), o Pai do Pantiteísmo, que deixou gravado:

 

Quem não ama é qual brilhante,
Que não está lapidado:
Pelas artes preparado,
Só então é rutilante.

 

4. Cessado o diálogo, encerradas as conversações e arrematados os arrazoados, não havendo acordo entre as partes, a greve é o único instrumento democrático e legítimo de pressão. Mas, sempre, sem violência, sem vandalismo e sem depredação. Eu sou franca e inteiramente favorável às greves legítimas e ordeiras.

5. Desde sempre, foi a classe dominante que estabeleceu as normas, os gostos, os caminhos, as opções, os modismos, os bordões, os facebooks, os hooks, os dirty looks, enfim, as efemeridades ilusórias que anestesiam o zé-povo. O povão, para os donos do poder, nunca foi um miligrama mais do que massa de manobra.

6. Salvo melhor juízo, não há nenhuma ciência ou arte próprias, exclusivas, particulares, de uma classe específica (dominante ou dominada); apesar das anestesias peridurais, a ciência e a arte são universais, como o ser-humano-aí-no-mundo é universal. As questões, quanto à ciência, é entendê-la, e, quanto à arte, é saber apreciá-la, e isto não é privilégio ou desprivilégio desta ou daquela classe. 98,98% ou 98,99% da Humanidade não fazem a menor idéia do que sejam a Teoria da Relatividade Geral e a Mecânica Quântica e para o que servem, tanto quanto nunca ouviram falar em Johann Sebastian Bach ou em Fryderyk Franciszek Chopin. Mas, não há ninguém que não dê um look numa tela de Rembrandt e não ache o maior barato e não ouça aquela Sinfonia manjadíssima de Beethoven e não fique a arrepia-cabelo. Tchan, tchan, tchan, tachan... Agora, seja escravizador, seja escravizado, cachorro-quente com batatinhas fritas e não há quem não goste. Quem escapa de fast foods? Parece que vieram para ficar. Agora, é preciso ter cuidado com o colesterol, cujo nível plasmático elevado está relacionado a peripacos cardiovasculares.

7. O Materialismo Dialético é uma concepção filosófica que defende que o ambiente, o organismo e os fenômenos físicos tanto modelam os animais e os seres humanos, sua sociedade e sua cultura, quanto são modelados por eles. Ou seja, que a matéria está em uma relação dialética com o psicológico e o social. O Materialismo Dialético se opõe ao Idealismo, que acredita que o ambiente e a sociedade têm base no mundo das idéias, como criações divinas seguindo as vontades das divindades ou por outra força sobrenatural. No século XIX, houve a efetivação da sociedade burguesa e a implantação do Capitalismo Industrial. Entretanto, da crítica à sociedade Capitalista se destacam dois pensadores: Karl Marx e Friedrich Engels. Ambos elaboraram uma nova concepção filosófica do mundo – o Materialismo Histórico e Dialético – e ao fazerem a crítica da sociedade em que viviam, apresentaram propostas para sua transformação: o Socialismo Científico.

8. Para mim, não há nada mais teologicamente horripilante do que padre-de-cemitério, que saracoteia pelos campos-santos para faturar algum das famílias dos falecidos, para orar e encomendar uma personalidade-alma, que não precisa de encomendação de ninguém, muito menos de padre-de-cemitério. O pior é que todos esses padres-sepulcrários fedem a cadáver.

9. Ora, quem não sabe que um dos bancos mais ricos e poderosos do mundo é o Banco do Vaticano (Istituto per le Opere di Religione – Instituto para as Obras de Religião)? E a cada dia que passa, mais rico e mais poderoso fica. Quando olho para o emblema abaixo, que, inegavelmente, é muito bonito e muito bem bolado, só fico pensando no Mestre Jesus – o Socialista mais autêntico que já pisou neste Planeta – que, no tempo em que esteve aqui, na Terra, se tinha muito, talvez, tivesse apenas duas mudas de roupa – a que estava vestindo e a que estava lavando. A pompa e a imodéstia da Igreja Católica e dos seus prelados foram, entre outros, dois dos fatores que a malfadaram em termos espirituais. A riqueza sesquipedal do Vaticano tem suas raízes no século IV, quando o Imperador Constantino (272 – 337), depois de se converter ao Catolicismo, colocou à disposição do Papa Silvestre I, que foi Summus Pontifex de 31 de janeiro de 314 a 31 de dezembro de 335, uma imensa fortuna. Quousque tandem dinarius, pompa, privilegìum et immodestìa? Ora, no céu (que os religiosos acreditam que exista como um permanente paraíso de delícias) não há nada disto, até porque céu-paraíso não existe como paraíso-céu. Descanso devachânico tranqüilo é outra coisa, e, mesmo sendo meritório, é temporário, provisório, não-definitivo. Que ninguém espere ficar sentado, para sempre, a baloiçar em uma cadeira de baloiço.

 

 

Istituto per le Opere di Religione

Istituto per le Opere di Religione
(Instituto para as Obras de Religião)

 

 

10. Isto vale para tudo e para todos nós.

 

Páginas da Internet consultadas:

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url?url=http://www.interjornal.com.br/

http://meugabinetedecuriosidades.blogspot.com.br/

http://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/

http://akigifs.blogspot.com.br/

http://renato-curse.blogspot.com.br/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_reversa

http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_Roswell

http://blogoosfero.cc/

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authors/r/rosa_luxemburg.html

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Frases-e-Cita%C3%A7%C3%B5es/379440818858537

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http://pt.wikiquote.org/wiki/Rosa_Luxemburgo

http://www.citador.pt/frases/
citacoes/a/rosa-luxemburgo

 

Música de fundo:

Love is All There
Composição e interpretação: Acoustic Alchemy

Fonte:

http://www.mp3olimp.org/acoustic-alchemy/

 

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