David Bohm e Jiddu Krishnamurti: O condicionamento multimilenar (social, religioso, educacional, a indigência, a riqueza, o clima, a alimentação, o medo, as miragens, as ilusões, as ideologias, as manias etc.) e as ações/atitudes tremendamente egotistas dos seres-humanos-aí-no-mundo os impedem de mudar. Isto porque o ser-humano-aí-no-mundo é basicamente irracional [e cego]. Seja como for, o jejum, a tortura de si mesmo sob diversas formas, a auto-abnegação através da crença e a negação de si próprio por meio da identificação com algo superior foram tentados pelas pessoas religiosas, porém, o ego ou "mim" continuaram presentes. O fato é que, por milhões de anos, nos acostumamos com um determinado padrão (o condicionamento multimilenar), ou seja, estamos numa prisão, mas, estamos habituados com ela, sem, todavia, estarmos completamente conscientes de todo esse padrão de pensamento que nos aprisiona. Só nos libertaremos se nos tornarmos conscientes [compreendermos] que possuímos esta tendência de prosseguir com o condicionamento e dele depender. Logo, precisaremos estar extremamente interessados nisto para podermos destruir completamente o condicionamento multimilenar. Todavia, o céu como recompensa [ou o inferno como castigo eterno] nunca descondicionou o ser-humano-aí-no-mundo. As grandes perguntas são: o que precisaremos fazer para romper esse padrão feio, destrutivo e aprisionador, e dele nos libertar? O que fará com que nos tornemos seres-humanos-aí-no-mundo tão alertas, tão conscientes e tão intensos, que consigamos romper essa coisa esdrúxula chamada condicionamento multimilenar? De fato, o padrão só poderá começar a ser rompido se/quando as nossas necessidades imaginárias – miraginais e ilusórias – deixarem de dominar as outras necessidades. Quando não mais o 'self' for o centro da nossa existência, talvez, comecemos a caminhar na Senda que conduz à LLuz. E, para que o 'self' possa vir a ser descartado, só há uma possibilidade: Compreendermos as coisas como elas de fato são. Mas, precisaremos nos Compreender primeiro, abandonando todo o conhecimento, todas as experiências e todas as explicações que os seres-humanos-aí-no-mundo criaram, e, corajosamente, jogar no lixo tudo isso, pois, tudo isso só tem servido para uma coisa: gerar e manter o egocentrismo. E se/quando, psicologicamente, abandonarmos tudo isso [toda essa obsolescência, toda essa bolorência], nossa mente terá mudado [porque terá deixado de ser egocêntrica]. Precisaremos, enfim, deixar de prosseguir para o norte, como vimos fazendo durante milênios, e nos dirigirmos para o Leste. Isto significa romper por completo o padrão de condicionamento multimilenar que nos foi imposto. Quando deixarmos de ir para o norte e nos dirigirmos para o Leste, romperemos o padrão. [Jiddu Krishnamurti e David Joseph Bohm. In: A Eliminação do Tempo Psicológico (em inglês, The Ending of Time)]

 

 

 

 

 

 

— Sei que eu sou escravo do self,
mas, nunca jamais romperei este padrão.
Não mudarei e morrerei escravo do self.
Sei que eu sou escravo do Manipura.
Não mudarei e morrerei escravo do Manipura.
Sei que eu sou escravo do meu inferno pessoal.
Não mudarei e morrerei escravo do meu inferno pessoal.
Sei que eu sou escravo do movimento horário.
Não mudarei e morrerei escravo do movimento horário.
Sei que eu sou escravo da Cruz Comum.
Não mudarei e morrerei escravo da Cruz Comum.
Sei que eu sou semelhante a Gestas.¹
Não mudarei e morrerei semelhante a Gestas.

 

 

Jesus Entre os Ladrões
(Por Paolo Caliari Veronese, atualmente no Louvre)

 

— Sei que eu sou escravo do espaço-tempo.
Não mudarei e morrerei escravo do espaço-tempo.

 

 

Espaço-tempo – Onda Gravitacional

 

— Sei que só caminho para o norte.
Não mudarei e morrerei só caminhando para o norte.
Sei que eu sou escravo do condicionamento multimilenar.
Não mudarei e morrerei escravo do condicionamento multimilenar.
Sei que eu sou escravo da obsolescência.
Não mudarei e morrerei escravo da obsolescência.
Sei que eu sou escravo da bolorência.
Não mudarei e morrerei escravo da bolorência.
Sei que eu sou escravo da intransigência.
Não mudarei e morrerei escravo da intransigência.
Sei que eu sou racista.
Não mudarei e morrerei racista.
Sei que eu sou shylockista.
Não mudarei e morrerei shylockista.
Sei que eu sou arrivista.
Não mudarei e morrerei arrivista.
Sei que eu sou descuidista.
Não mudarei e morrerei descuidista.
Sei que eu sou jihadista.
Não mudarei e morrerei jihadista.
Sei que eu sou fundamentalista.
Não mudarei e morrerei fundamentalista.
Sei que eu sou alqaedista.
Não mudarei e morrerei alqaedista.
Sei que eu sou terrorista.
Não mudarei e morrerei terrorista.
Sei que eu sou cruzado.
Não mudarei e morrerei cruzado.
Sei que eu sou corrupto(r).
Não mudarei e morrerei corrupto(r).
Sei que eu sou mensalãozeiro.
Não mudarei e morrerei mensalãozeiro.
Sei que eu sou petrolãozeiro.
Não mudarei e morrerei petrolãozeiro.
Sei que eu sou João de Deus.
Não mudarei e morrerei João de Deus.
Sei que eu sou Jim Jones.
Não mudarei e morrerei Jim Jones.
Sei que eu sou Tomás de Torquemada.
Não mudarei e morrerei Tomás de Torquemada.
Sei que eu sou Adolf Hitler.
Não mudarei e morrerei Adolf Hitler.
Sei que eu sou anti-semita.
Não mudarei e morrerei anti-semita.
Sei que eu sou xenofóbico.
Não mudarei e morrerei xenofóbico.
Sei que eu sou homofóbico.
Não mudarei e morrerei homofóbico.
Sei que eu sou ultramontano.
Não mudarei e morrerei ultramontano.
Sei que eu sou mal-educado.
Não mudarei e morrerei mal-educado.
Sei que eu sou mal-humorado.
Não mudarei e morrerei mal-humorado.
Sei que eu sou sem-teto.
Não mudarei e morrerei sem-teto.
Sei que eu sou dependente.
Não mudarei e morrerei dependente.
Sei que eu sou milionário.
Não mudarei e morrerei multimilionário.
Sei que eu sou nordestino.
Não mudarei e morrerei nordestino.
Sei que eu sou aborígine.
Não mudarei e morrerei aborígine.
Sei que eu sou esquimó.
Não mudarei e morrerei esquimó.
Sei que eu sou papagaio de pirata.
Não mudarei e morrerei papagaio de pirata.
Sei que eu sou inocente útil.
Não mudarei e morrerei inocente útil.
Sei que eu sou carnívoro.
Não mudarei e morrerei carnívoro.
Sei que eu sou vegetariano.
Não mudarei e morrerei vegetariano.
Sei que eu sou torturador.
Não mudarei e morrerei torturador.
Sei que eu sou Mago Negro.
Não mudarei e morrerei Mago Negro.
Sei que eu sou o que sempre fui
Não mudarei e morrerei sendo o que sempre fui e sou.
Mas apesar de tudo, sei que o Senhor Deus
perdoará todos os meus pecados.
Sei que serei arrebatado e que irei para o céu,
e, lá, me sentarei à direita de Deus Pai.
E sei que viverei no céu
por toda a eternidade (e mais 6 meses).

 

 

 

Eternidade + 6 Meses

 

 

 

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Nota:

1. Na literatura apócrifa, o mau ladrão ou o ladrão impenitente, um dos dois ladrões que foram crucificados ao lado de Jesus, recebeu o nome de Gestas, aparecendo, pela primeira vez, no Evangelho de Nicodemos. Seu companheiro, o bom ladrão, é chamado de Dimas. O Evangelho Apócrifo Árabe da Infância faz referência aos dois como Dumachus (Gestas) e Tito (Dimas).

 

Música de fundo:

Trek to the Prison
Compositores: Mychael Danna & Jeff Danna

Fonte:

http://mp3m.xn--80adhccsnv2afbpk
.xn--p1ai/download/7162/0012.html

 

Páginas da Internet consultadas:

https://sgwmscog.com/

http://bestanimations.com/

http://rookscience.blogspot.com/

http://www.blindpig.tv/

https://thenewinquiry.com/

http://alagoasdigital.tnh1.com.br/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Mau_ladr%C3%A3o

 

Direitos autorais:

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