COMPASSO DE ESPERA
(Error excludit consensum1)

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

O mal está em nós, não nas coisas!

 

 

 

A ignorância mente e peca.

Oh!, oceano que não seca!

A ignorância sofre e chora

– noite que não vai embora!

 

Em compasso de espera,2

a fera serve e sustém a fera.

Deliciando a si e à gangue...

Sangue, sangue e sangue!

 

Mas, inicia Era, finda Era,

o Eterno Kosmos persevera.

E o homem, capaz de tudo,

não enxovalha o conteúdo.

 

Quando o ser-aí3 doente

e pirético4, porém, contente

cantará Singing in the Rain

e se sentirá happy again?

 

Chuva que desencarde fora,

e que, dentro, desembolora.

Mística Chuva que conserta,

Chuva Mística que desperta!

 

Quando o ser-aí será capaz

de conceber o Bem e a Paz?

Quando, enfim, concretizará

 

 

 

Em tudo, unicidade!

 

 

 

______

Notas:

1. Error excludit consensum. O erro vicia o consentimento.

 

 

 

 

2. Auguro, de todo o meu Coração, que o Homo ferox, um dia, acabe por se Illuminar e se transmute em Homo illuminatus. Mas, desafortunadamente, o compasso de espera poderá desentronizar de tal forma o Dasein ferox, que...

 

 

 

 

3. O ser-aí (ou ser-aí-no-mundo) é a tradução portuguesa do termo alemão Dasein, muito usado no contexto filosófico como sinônimo para existência. Na sua obra Ser e Tempo, o filósofo alemão Martin Heidegger (1889 – 1976) investiga a questão filosófica do ser. O que é o ser? Heidegger afirma que esta pergunta só pode ser posta pelo ser humano, pois nenhuma outra espécie é capaz de filosofar deste jeito. Neste sentido, o ser humano é um ente privilegiado, pois é capaz de questionar o ser e de alcançar uma compreensão (relativa) do ser. Este ente é o homem, que Heidegger chama de ser-aí – o homem enquanto ente que existe imediatamente no mundo. Portanto, ser-aí é o homem na medida em que existe na existência cotidiana, do dia-a-dia, junto com os outros homens e em seus afazeres e preocupações. Para investigar o ser-aí, enquanto possui sempre uma compreensão de ser, impõe-se uma analítica existencial, que tem como tarefa explorar a conexão das estruturas existenciais que definem a existência do ser-aí, questionando as determinações que caracterizam o ser do Dasein com referência à sua relação com o Ser em geral. Nesta direção, como está apresentado na resenha Martin Heidegger: Seminários de Zollikon, tradução de Gabriela Arnhold e Maria de Fátima de Almeida Prado, a analítica existencial permitiria a realização de uma Daseinsanálise, na medida em que, na sua dimensão historial, tome como pressuposto os existenciais.

4. Singing in the Rain é considerado o maior musical de todos os tempos. Na cena em que Gene Kelly coreografou, dirigiu e atuou cantando na chuva – que se tornou a mais famosa de sua carreira – ele estava adoentado e com mais de 40º de febre, mas, assim mesmo, decidiu gravá-la depois de se submeter à uma sessão de acupuntura. A chuva que aparece no filme enquanto ele canta, na verdade, não é apenas água, mas, sim, uma mistura de água com leite.

 

Música de fundo:

Singing in the Rain
Composição: Nacio Herb Brown (música) & Arthur Freed (letra)
Interpretação: Gene Kelly

Fonte:

http://www.4shared.com/get/QhH9GhT3/
Singing_in_the_Rain_-_Frank_Si.html

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.cle.unicamp.br/
heidegger-e-prints/resenha-v1-n1.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ser-a%C3%AD

http://www.recantodasletras.com.br/
resenhasdefilmes/603723

http://www3.sympatico.ca/
ross.marshall1/images/

http://www.jacotei.com.br/

http://cheirodematoverde.blogspot.com/
2011/02/maldade-sempre-assusta.html

http://brasileiropobre.wordpress.com/
category/maldade/