RESOLVI
PASSEAR NAS ESTELAS
(e, de repente... Platão)
Rodolfo Domenico
Pizzinga
Platão
esplendentes! Tão belas!
Resolvi passear nas estelas!
Era madrugada; estava
frio.
E senti um insuave arrepio!
Súbito,
eu estava voando,
e, tão contente,
bordejando.
Em u'a Estela, eu vi Platão,
com a sua República
na mão.
Platão, afável,
me vendo,
sorriu, e foi logo dizendo:
— O
Bem é a Causa-das-causas;
as outras são meras concausas.
—
No Kosmos, pôs a LLuz,
para desmantelar a Cruz.
No homem, copulou a Voz,
—
É o Sangue da Vida;
não fertiliza a antivida.
É o genitor da Verdade;
por isto, tudo é Saudade.
—
Rofoldo, preste atenção:
há um Sítio – no Coração
–
em que o Bem faz a Hora!
Desde sempre, hoje, agora!
—
Lá, ressoa o Uno-OM,
que jamais muda de tom.
É o Lapis Philosophorum,
que faz o dois voltar ao Um.
—
Não há ódio que resista,
não há querela que persista.
A insipiência é Illuminada,
até mesmo no venta-furada.
—
Você tem já que resolver:
mutar ou insistir em não-ser.
Há uma estação para tudo.
Catacego? Mocho? Mudo?
Então,
Platão, evaporou,
e a prostração
me tomou.
Triste, voltei do passeio,
e senti um certo aperreio.
Naquela
noite, eu sonhei
que havia me tornado Rei.
O Entronizador era o Bem,
e eu não estava
mais sem!
O Triângulo
que Coroa