Rodolfo
Domenico Pizzinga
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Isto eu
já comentei
–
você sabe e eu também sei –
mas, repetir
custa o quê?
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Estamos,
a olhos vistos
–
sem darmos bola pros imprevistos –
indo de
não-sei-quê pra não-sei-onde!
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É
terramoto-tsunami
do lado de lá.
É
enchente-devastação do lado de cá.
É
o tempo que ninguém entende.
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A Terra
– fula da vida – não se faz de rogada:
tem mostrado
que tá azoratada
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É
esquentação que parece não ter mais solução.
É
poluição pra ninguém apontar imperfeição.
É
desfolha que nem o Chico Mendes imaginaria.
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Na Líbia,
Mu'ammar tá pra lá de tresvariado.
Em sei-lá-onde,
alguém tá pra virar desassisado.
Na rua,
todo mundo mija e caga à bel-prazer.
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Na bol$a,
everybody
macacada quer ganhar.
Em Wall
$treet, quem tá ali pra brincar?
Lá,
the joke is
vantajar e faturar a rodo.
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No Rio,
no remelexo rebolativo do carnaval,
tirar
segundo lugar
dá um charivari geral.
Escola
que não ganha se sente subtraída.
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Pelaí,
nas casa
de sinuca,
é
só adentrar um preguinho mole da cuca,
que a
grita é geral:
— Eu vi primeiro!
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Já,
em casa, varia muito pouco:
é
negar até morrer ou se fingir de amouco.
Quem confessa
que estava na borga?
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É
surubada... É bacanal...
É
tudo que adoenta ou que é letal.
É
destempero temperado e apimentado.
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É
perverfilia1
na igreja e fora dela...
É
mentor que se aproveita e engambela...
É
encravação por todo lado e de montão...
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Na telinha
retangular,
é
religião a prolificar
como micróbio
em placa de Petri.
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Nas diversas
casas congressuais,
os sufragados
pelo povo, cada vez mais,
escarram
na dignidade que nunca tiveram.
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É
bandido que é eleito deputado...
É
funcionário que aceita ser subornado...
É
inversão geral e também em seu contrário...
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São
as confas dos falsos cognatos...
São
as tristuras dos suicídios-assassinatos...
São
os monstros mitológicos deformando...
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Nos Corações,
não há concórdia!
E também
falta um tico de misericórdia.
O outro?
Foda-se. E eu e você com ele.
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É
a vaidade... É o orgulho... É a presunção...
É
a irresolução sem qualquer interrupção...
É
a vida que não é Vida – combalida, perdida.
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Derrepentemente,
um atentado terrorista.
Bestidades...
Esquizofrenidades2...
É longa a lista.
E alguns
acham graça no sangue derramado!
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Se dá
de doer, só pode ser mandinga.
Pra não
doer, vai um canjerê + pinga.
Se o remorso
bate, o jeito é não sentir.
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Se dá
ereção, é quiromanizar3
ou transar.
Se dá
de brochar, é Viagra® tomar.
Se não
é isto ou aquilo, o cara já esticou.
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igualzinho
ao edifício que baloiça, mas não cai.
Mas, de
tanto tremelicar, um dia, bum! E aba!
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1: —
Cê viu só?
O edifício caiu!
2: —
É. Mas quem
tava lá dentro nem sentiu!
1:
— Mas bem que
poderia ter sido diferente!
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Entretanto,
eu acredito no ser humano,
e sei
que, um dia, ele se tornará ultra-humano.
Mas, por
enquanto, as retribuições serão duras.
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