RECAPITULANDO O FUDELHUFAS
E
COMPENDIANDO O CAGAHOUSE
(19 de maio de 2020)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

— A bosta dessa Coronamia

se encantou pelo nosso Patropi,

e, com um modelito do Clóvis Bornay,

o Coronavírus desfilou no carnaval,

porém, muito do filho-da-mãe, trocou a letra

da marchinha do Paquito e do Romeu Gentil:

 

 

Coronavírus

 

 

Do Patropi não saio

e daqui ninguém me tira.

Do Patropi não saio

e daqui ninguém me tira.

 

Vou fazer um fudelhufas,

para encher a minha pança!

Vou fazer um cagalhufas,

e causar uma lambança.

 

Vou fazer mãe prantear.

Vou fazer pai padecer.

Vou fazer avó lamentar.

Vou fazer avô fenecer.

 

Obrigado presidente,

pelo apoio irrestrito.

Hoje, mais um doente;

amanhã, morto desdito.

 

Por isto, daqui não saio

e daqui ninguém me tira.

Por isto, neste mês maio,

porei mais lenha na pira.

 

— E, conforme foi prometido,

agora, em maio, a cada 24 horas,

o número de infectados aumenta,

cresce o número de óbitos,

a subnotificação é sesquipedal,

e – como barata tonta

e entregue às baratas –

o Patropi continua à deriva

e sem rumo, e, ao sabor da sem-razão,

a população, desesperada,

não sabe o que fazer,

não sabe a quem recorrer

e acha que irá adoecer.

 

— RELIGIOSO-sem-religião,

mas, em cada ser-aí vendo um irmão,

humildemente, eu pergunto:

ó Hipócrates, por que e por quê?

Ó Paracelso, por que e por quê?

Ó Avicena, por que e por quê?

Ó Averróis, por que e por quê?

Ó Hahnemann, por que e por quê?

Ó Albert Sabin, por que e por quê?

Ó Mandetta, por que e por quê?

Ó Teich, por que e por quê?

Ó Pazuello, por que e por quê?

Ó Yamaguichi, por que e por quê?

Ó Marsili, por que e por quê?

Ó Allan Garcês, por que e por quê?

Ó Osmar Terra, por que e por quê?

Ó Luiz Fróes, por que e por quê?

Ó Bezerra de Menezes, por que e por quê?

Oh! Por que toda essa loucura?

Oh! Por que toda essa coisa descabida?

Oh! Por que toda essa disparidade?

Oh! Por que toda essa insanidade?

Oh! Por que toda essa monomania?

Oh! Por que todo esse despautério?

Oh! Por que todo esse imbróglio?

Oh! Por que todo esse delírio?

Oh! Por que toda essa galharufa?

Oh! Por que toda essa ilusão?

Oh! Por que todo esse engano?

Oh! Por que todo esse fudelhufas?

Oh! Por que todo esse cagahouse?

 

 

Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti¹
(Por Augusto Rodrigues Duarte)

 

 

— O povão não é tubo de ensaio

para ser entupido de cloroquina!

O povão não é rato de laboratório

para ser vivisseccionado como irrisório!

O povão não é bucha de canhão

para ser empalado na contramão!

O povão não é massa de manobra

para só acessar o que sobra (quando sobra)!

 

— Se zanzar, o Corona pega;

se asneirar, ele come.

Se peidar, o Corona cheira;

se bobear, ele se abeira.

Se flexibilizar, o Corona se sacia;

se quarentenar, ele se enfastia.

 

 

Pelo seu bem
e pelo bem de todos:
fique em casa!

 

 

— A taxa de letalidade é de 6,6%!

São 271.628 casos confirmados!

São 1.179 mortes nas últimas 24 horas!

Já são 17.971 cadáveres!

E a curva está acelerando!

E a escuridão continua!

E não se vê luz no fim do túnel!

Pelo menos, 106.794 pessoas foram curadas,

mas, não esquecerão jamais

a agonia que passaram!

 

— Este é o resumo do filme de horror

que estamos assistindo no Patropi.

Isto é pior do que gaiola das loucas

com duas mamães:

uma, está cagando e andando,

a outra, está andando e cagando.

 

— Combien de mamans?
(Michel Simon Charrier Galabru – La Cage Aux Folles)

 

 

— Enfim, eu só fico me perguntando:

até quando agüentaremos isto?

Até quando o Patropi suportará isto?

Até quando "@#$%&+<>!" isto?

Até quando o barulho se sobrepujará ao silêncio?

Até quando o silêncio se curvará ao barulho?

O mundo inteiro está horrorizado.

Não há uma única pessoa de bem

– planetária ou extraplanetária –

que apóie o que o Governo Central vem fazendo,

ou melhor: o que, sistematicamente, vem desfazendo.

Mutatis mutandis, isto me faz lembrar

os fornos de Herr Hitler e os horrores de Auschwitz.

Mas, Herr Hitler cometeu autocídio,

os magos negros perderam a guerra,

os fornos de Auschwitz se apagaram

e a Humanidade permaneceu.

 

— O Patropi, perante a comunidade internacional,

adquiriu uma pecha de irresponsabilidade,

uma unanimidade de não-aprovação

e um balaio gigantesco de desconceito,

que precisará de décadas para reverter e limpar.

Como patropiense carioca, eu sofro e choro;

como cidadão do Uni(multi)verso, eu me aflijo e lamento;

como Rosacruz e Martinista, eu me consagro e invoco.

 

— Para as pessoas de bem que me referi acima,

recomendo que não descurem do Triângulo:

Paciência – Humildade – Resiliência.

A experiência educativa que estamos vivenciando

é dura, agônica, aflitiva e muito dolorosa,

muito piorada pelo flagrante desgoverno, eu sei,

mas, como já afirmei, nós sobreviveremos,

nós permaneceremos e nós avançaremos.

O barulho pode até um certo ponto,

todavia, não pode tudo.

 

 

 

 

— Entretanto, se nós quisermos,

poderemos mudar a letra:

 

To saindo... To partindo...

O isolamento me venceu.

Já to indo... To sumindo...

O critério me venceu.

 

Mas, preste bem atenção:

de repente, poderei voltar,

travestido de dragão,

e botar pra arrebentar.

 

Eu só não voltarei,

se a Humanidade mudar.

Onde é cumprida a LEI,

pandemia não pode entrar.

 

O ensinamento foi dado.

Só cumprindo o dever

e transmutando o Quadrado

será outro o vir-a-ser.

 

Corrupção e egoísmo,

mais-valia e desamor,

crueldade e coisismo,

só trarão aflição e dolor.

 

Humildade e solidariedade,

misericórdia e carinho,

amor e magnanimidade,

farão retornar ao NINHO.

 

Há um Projeto e um Plano

Shambállico-Hierárquico,

incompatível com o inumano

e com tudo o que é anárquico.

 

Não olvidemos a continha: .

Mas, nós somos todos irmãos.

Portanto, oremos pelos .

Não existem desirmãos.