Rodolfo
Domenico Pizzinga
Dois
garotos resolveram sacanear o pescador mais mentiroso de cidade.
Enquanto ele cochilava ao lado de sua vara com a isca lançada
no rio, amarraram um tatu-veado no anzol, e colocaram o bicho na
água.
— Seu Zé, acorda,
acorda. Tem peixe na linha!
O velho pescador puxou a
isca com o tatu-veado fisgado, sem demonstrar a menor surpresa.
Então, os garotos
disseram:
— Tá vendo só,
Seu Zé? Depois o pessoal diz que o senhor é mentiroso.
Nós somos testemunhas de que o senhor pescou um tatu-veado!
O pescador loroteiro nem
se deu por achado, e disse:
— Isso aí não
é nada. Só hoje já pesquei um tatu-bola, dois
tatus-de-mão-amarela, três tatus-de-rabo-mole e quatro
tatus-canastra! Outro dia é que foi legal: em uma fisgada
só foram um tatuapé e dois tatuapezinhos. É
mole ou quer mais?
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Contou
uma peta manhosa
para se
livrar da rebordosa,
mas, a
peta saiu pela culatra,
e, logo,
pôs a nu o petólatra.
As
petas têm pernas mixas,
pois
não possuem contrafixas.
Todo petólatra
inflado acaba
arrumando
uma braba biaba.
Uma
peta só tem cabimento
para salvar
da morte uma vida
ou para
silenciar u'a alarida.1
Não
pode produzir tormento
nem fazer
caminhar para trás.
E tão-pouco
acinzentar o lilás.