A
recente
decisão da ONU (29/11/2012) que reconheceu
a Palestina como Estado Observador (138 votos a favor, 9
contra e 41 abstenções)
não mudará nada na Palestina. Ela até poderá
piorar as coisas, se os americanos suspenderem a ajuda e se Israel adotar
medidas punitivas. Mas, politicamente, ela é importante para os palestinos,
pois reafirma, mais uma vez, que eles são um povo com direito à
nacionalidade, que sua Terra está ali, que eles têm direito
a um Estado e que a maior parte das pessoas do mundo reconhece isto.
Bandeira
do Estado Palestino
Durante
os últimos 40 a 50 anos, os israelenses têm ignorado o Direito
Internacional. Mesmo quando são claramente pressionados por resoluções
do Conselho de Segurança da ONU, pela Assembléia Geral, pela
Corte Internacional de Justiça, pela Comissão de Direitos
Humanos... Todas as pressões legais sobre Israel têm sido praticamente
ignoradas pelos israelenses.
Os
líderes do Hamas1
e do Fatah2
já falaram em unir suas forças e terem de volta a integridade
de um único movimento nacionalista, mas nunca fizeram isto. Parece
que não levam isto muito a sério. A pressão popular
para isto é forte, mas ainda não foi forte o suficiente para
obrigá-los a se reunir.
É
necessário restabelecer, revigorar e legitimar as instituições
políticas nacionais da liderança do povo palestino: a Organização
para Libertação da Palestina (OLP), o Conselho Nacional Palestino,
que, em parte, está no exílio, e o Comitê Executivo,
que é o órgão de gabinete. Estas Instituições
precisam ser recriadas e relegitimadas, para unir todo o povo palestino.
Isto inclui pessoas da Cisjordânia, da Faixa de Gaza e de outros lugares
como eu, que moro no Líbano. Todas estas pessoas precisam se tornar
parte de uma única mobilização.
Eu
não usaria a palavra 'moderados'; eu não gosto desta palavra,
pois faz muito o estilo de Condoleezza Rice e de Hillary Clinton. Eles [a
Irmandade Muçulmana] se tornaram mais realistas,
mais pragmáticos e mais responsáveis. É o que acontece
quando se está no Governo: você adquire pragmatismo e realismo...
e força você a fazer acordos... Quando a Irmandade Muçulmana
assumiu o poder no Egito, a primeira coisa que fez foi chamar o Fundo Monetário
Internacional (FMI)... Durante anos, eles criticaram mulheres de biquíni
nas prais, dizendo que era imoral. Assim que assumiram o poder, eles mudaram:
'não, tudo bem; nós precisamos do turismo e das européias.
As pessoas podem beber cerveja, tudo bem.' A Irmandade
Muçulmana do Egito de hoje
não é a mesma dos últimos 40 anos.
A
Al-Qaeda é diferente. Ela não está sujeita ao pragmatismo.
Ela é composta de um grupo criminoso (que usa essencialmente o terrorismo)
muito pequeno, semelhante a uma seita, que usa o Islã como ideologia
para mobilizar as pessoas, mas não está interessada no processo
político. Ela não tem uma lista de exigências, como
a do Hamas. Ela só quer mandar os estrangeiros embora e administrar
a sociedade segundo as Leis do Islã... Aos poucos, a Al-Qaeda
irá desaparecer, a menos que os islâmicos no
poder, hoje, fracassem completamente. É até possível
que ela, mas nunca se tornará uma força importante.
A
guerra civil síria é a maior guerra por procuração
desde o Vietnã, porque os russos, os chineses, os iranianos e outros
estão na linha de frente apoiando, mas, eu diria que é questão
de meses, talvez menos, para o Governo [de
Bashar Hafez al-Assad] cair. A grande preocupação
é: se Assad cair amanhã, como será a transição?
O
Irã tem uma boa vontade potencial e laços com o mundo árabe,
mas não pode ser um grande ator político. O Irã é
forte, rico, mas, extremamente restrito devido às sanções
que vem sofrendo e outras pressões. Muitos iranianos não apreciam
o sistema baseado no 'Velayat-e Faqih'3,
e gostariam de mudá-lo. No Irã, há grandes tensões
na sociedade, principalmente gerenciais, mais do que quaisquer outras. A
maioria dos iranianos com menos de 40 anos não faz idéia do
que foi a Revolução Iraniana4,
não se identifica com ela e não gosta desses autoritarismos
religiosos. O Irã está, hoje, na mesma situação
que a URSS estava na década de 1980. Eles parecem ser fortes e poderosos,
mas, no fundo, há tensões reais.
Eu
acho que os israelenses perderam uma oportunidade de se comprometer com
o mundo árabe, de uma forma mais construtiva para os dois lados,
através da Primavera Árabe.5
Os
israelenses precisam acordar para o fato de que sua superioridade militar
não é mais tão importante assim. Os
israelenses precisam entender que eles
têm um problema político com os árabes, e que ele tem
que ser resolvido de maneira política, não militar. A Primavera
Árabe e as rebeliões deveriam ser uma oportunidade
para Israel se comprometer com os Governos Árabes que melhor representam
a opinião das populações. Eu acho que esta é
uma oportunidade que os israelenses, os americanos e os ocidentais deveriam
aproveitar. Mas, isto ainda não aconteceu. Teremos que esperar.
Israel
não está blefando. Os israelenses já bombardearam o
Iraque e, recentemente, a Síria. Não vejo por que não
atacariam o Irã.6
A
perda
do sentido de dignidade nacional, patente nos contatos diplomáticos
dos vários Estados árabes, poderá levar a um maior
descrédito. É triste e chocante o modo como os líderes
árabes são retratados pelo Departamento de Estado Americano
nos telegramas divulgados pelo site WikiLeaks.
Nós,
do mundo árabe, estamos ligeiramente em melhor posição
do que a maioria dos americanos. Pelo menos, podemos ver e ouvir ambos os
lados, dada a facilidade de se sintonizar as redes dos EUA e da Europa aqui.
Já eles só ouvem a versão oficial.7
Nestes
dias, estamos vendo como se estabelecem numerosas analogias entre o ataque
que Israel está realizando contra o Hamas, em Gaza, e a guerra de
2006 entre Israel e Hezbollah no Líbano. Eis aqui, em minha opinião,
as mais importantes. A
primeira analogia tem a ver com as origens: Hamas e Hezbollah não
existiam até 1982, aproximadamente. Para entender seu nascimento
e seu fortalecimento, é preciso vê-los, em grande medida, como
uma resposta contra as políticas israelenses de ocupação
e de colonização na Palestina e no Líbano, além
de outras razões de ordem secundária. Hamas e Hezbollah são
os enteados ideológicos do Partido do Likud e especialmente de Ariel
Sharon, cuja estratégia de recorrer à violência, ao
racismo e à colonização como principais instrumentos
para se ocupar das populações árabes ocupadas acabou
gerando uma vontade de resistência. Os três principais responsáveis
em manter a atualidade do legado de brutalidade de Sharon – Ehud Olmert,
Ehud Barak e Tzipi Livni – parecem ter uma cegueira genética
frente à realidade de que, quanto mais força e mais brutalidade
Israel empregar contra os árabes, maior será a reação
destes, em forma de movimentos de resistência mais eficientes e com
mais apoio da população. A segunda analogia é relativa
à competência técnica. Tanto o Hezbollah quanto o Hamas
aumentaram de forma sistemática o seu empenho e a sua capacidade
de utilizar vários foguetes e mísseis para castigar e atacar
Israel. E, mais importante ainda, ambos aumentaram sua capacidade de proteger
os seus lança-mísseis frente aos ataques preventivos israelenses.
O número de israelenses mortos nos últimos anos chega a algumas
centenas, em comparação aos milhares de palestinos que Israel
já matou. Mas, a destruição e a contagem dos corpos
não são os critérios mais úteis nessa análise.
As verdadeiras medidas para avaliar o que importa, do ponto de vista político,
são o persistente sentimento israelita de vulnerabilidade e a sensação
palestina de possuir força, uma atitude desafiante e a capacidade
para responder lutando. Do ponto de vista do Hamas, o simples fato de poder
continuar disparando 30 ou 40 foguetes diários contra o sul de Israel,
enquanto os israelenses destroem grande parte da infra-estrutura civil e
de segurança em Gaza é uma vitória, espantosa mas tangível.
É a história de Davi e Golias ao contrário, e é
exatamente na mesma região do sul da Palestina-Israel em que se situa
o relato da Bíblia. A frustração e a impotência
que Israel sente ficam refletidas nos seus bombardeios à Universidade
Islâmica e ao edifício do Parlamento Palestino, em Gaza, dois
símbolos do tipo de modernidade e de Democracia que Israel e os Estados
Unidos asseguram querer promover no mundo árabe, mas que, na prática,
lhes é muito mais fácil fazer explodir pelos ares. Os palestinos
e os libaneses pagam um preço muito alto pela sua perseverança,
pela sua resistência e por suas 'vitórias', mas, até
que alguém proponha uma forma menos onerosa para enfrentar a violência
israelense nesse conflito, o mais provável é que continuemos
presenciando este ciclo de guerras durante muito tempo. As imagens que vemos
na televisão das crianças e outros civis inocentes mortos
em Gaza geram uma tremenda vontade de luta entre os palestinos e seus partidários,
tanto em todo o mundo árabe como fora dele. Israel fica de olhos
fechados ao fato de que os árabes, frente à brutalidade, têm
a mesma reação que os israelenses. Em
uma pesquisa realizada nesta semana, a maioria dos israelenses apóia
que os ataques contra Gaza continuem, apesar do elevado número de
mortes entre a população civil. Pelo visto, os israelenses
pensam que têm direito de responder aos ataques contra eles empregando
a violência indiscriminada contra os civis palestinos, mas que os
palestinos não têm esse mesmo direito de responder quando Israel
lhes ataca. Por que esta dupla medida? Esta atitude racista e brutal de
muitos israelenses, sobretudo dos que estão no Governo, provocou,
entre outras conseqüências, o nascimento, o desenvolvimento e
o fortalecimento do Hamas e do Hezbollah, e fez com que sua capacidade de
luta tenha se incrementado até o ponto de obrigar Israel a aceitar
um cessar-fogo. A
terceira analogia está relacionada com a convergência entre
religião, nacionalismo, Governo e política. Tanto na Palestina
quanto no Líbano, os sistemas políticos laicos predominantes
demonstraram durante anos que eram disfuncionais, corruptos e incapazes
de proteger a sociedade tanto contra as agressões israelenses, como
contra as lutas internas e a criminalidade. Os movimentos como o Hamas e
o Hezbollah se desenvolveram, em grande parte, para preencher o vazio que
se suponha não ter nem uma direção eficaz, nem uma
garantia de segurança contra os ataques israelenses nem uma mínima
ordem interna. Entre os resultados que obtiveram houve de tudo: conseguiram
êxitos em algumas áreas, mas não souberam evitar uma
intensificação da guerra e a destruição em outras.
Tratar
de desacreditar esses movimentos acusando-os de uma transgressão
fundamental – por exemplo, que empregam o terrorismo, atacam a população
civil, portam armas, relacionam-se com a Síria e o Irã, adotam
um programa de tipo islâmico – não serve para nada, porque
não vai desacreditá-los nem destruí-los. A
razão é até que ponto é estrutural a maneira
que desempenham uma série de funções que satisfazem
as necessidades reais de seus cidadãos e seus seguidores nos âmbitos
da governança, da segurança local, da defesa nacional e dos
serviços básicos, responsabilidades que seus respectivos Governos
nacionais laicos não souberam cumprir. A
combinação desses atributos faz com que seja muito difícil
a Israel 'derrotar' o Hezbollah e o Hamas, tal como estão estruturados
na atualidade, por muita morte e muita destruição que traga
às suas sociedades. Estes dois movimentos nacionalistas islâmicos
são o reflexo de uma longa lista de agravos, em sua maioria legítimos,
que é preciso abordar se queremos que a paz e a segurança
possam reinar alguma vez nessa região.
Não
vejo perspectiva de mudanças drásticas no papel dos EUA em
assuntos internacionais, principalmente em relação ao Oriente
Médio. As grandes linhas da atuação diplomática
da Casa Branca devem permanecer. O que pode haver é alguma mudança
no modo de conduzir as coisas. O próximo presidente buscará,
ao menos inicialmente, trilhar uma política externa mais focada na
diplomacia e mais aberta ao diálogo. Mas é claro que esta
tendência será mais clara caso Obama vença.8
Estamos
testemunhando o momento histórico épico [Primavera
Árabe] do nascimento de conceitos que durante
muito tempo foram negados ao árabe comum: o direito de definirmos
nós mesmos nossos Governos, de afirmarmos nossos valores nacionais,
de criarmos nossos sistemas de governança.
Os
libaneses e os palestinos responderam aos persistentes e cada vez mais selvagens
ataques de Israel contra populações civis inteiras criando
lideranças paralelas ou alternativas que possam protegê-las
e efetuar serviços essenciais.
A
tentativa israelense de infligir aos palestinos o estaticídio sublinha,
entre outras coisas, a reconfiguração do poder, da legitimidade
e do ativismo no Estado árabe moderno. As
conseqüências imediatas do ataque israelense a Gaza são
sentidas primeiramente, claro, pelos palestinos de Gaza. Mas, as ondas de
choque políticas serão sentidas em todo o mundo árabe
de formas difíceis de prever. A tentativa israelense de infligir
a Gaza o estaticídio sublinha uma série de tendências
transformacionais da região nos últimos 25 anos. A mais importante
diz respeito à reconfiguração do poder, da legitimidade
e do ativismo no Estado árabe moderno. À
medida que os Governos dos Estados Árabes existentes continuarem
a ignorar o que ocorre em Gaza – como fazem na prática, a julgar
por sua imobilidade política – iremos continuar a testemunhar
o enfraquecimento do impacto, do controle e até mesmo da legitimidade
de muitos desses regimes. Também iremos continuar a testemunhar a
ascensão de atores não estatais que se tornam tão fortes
e dignos de crédito que deveriam ser descritos como Estados Paralelos.
As
manifestações de rua promovidas por árabes enfurecidos
já deixaram de ter significado político, pois o medo, a ira
e o desejo de ação de homens e mulheres comuns em todo o Oriente
Médio vêm sendo mobilizados por uma combinação
de movimentos islâmicos e tribais, que hoje formam o centro de gravidade
da identidade política árabe, nos espaços crescentes
não dominados pelo Estado policial árabe moderno. Hezbollah,
Hamas, a Irmandade Muçulmana, o Movimento de Muqtada al Sadr, no
Iraque, e outros são alguns dos principais exemplos deste fenômeno.
O Hamas, em Gaza, é provavelmente o mais significativo, pois é
uma parte grande do conflito fundamental palestino-israelense que se expandiu
em um conflito árabe-israelense maior. É uma paisagem sagrada
que incorpora Jerusalém, e que é sagrada a todos os muçulmanos
e árabes, inclusive cristãos. E, nos últimos dois anos,
é o único ponto na história do conflito em que os palestinos
tiveram uma chance breve de estabelecer um mini-Estado soberano –
com suas instituições e operações de segurança
próprias, em grande medida livre de ataques e de controles israelenses
diretos ou de empecilhos postos por outros árabes. As
próximas semanas irão revelar o que está acontecendo
nas batalhas em Gaza e nas ramificações políticas a
seguir. O que já está claro, porém, é que Gaza
representa a primeira vez na história que palestinos que controlavam
sua própria sociedade decidem tomar posição contra
as tentativas de Israel de matar, ocupar, privar de alimentos, prender e
destruí-los como sociedade coerente. O
quadro não é bonito, sob qualquer dimensão:
* as lutas
internas entre palestinos do Fatah e do Hamas;
* ataques
mútuos entre Hamas, outros palestinos e Israel;
* a insolubilidade
das negociações israelenses com a Autoridade Nacional Palestina
encabeçada por Mahmoud Abbas;
* a estarrecedora
imobilidade dos governos árabes; e
* a desatenção
cúmplice do mundo à tentativa israelense de estrangular a
população de Gaza e matá-la de fome desde que o Hamas
venceu as eleições parlamentares, em 2006.
A maior
parte disto tudo não é novidade. O único fenômeno
realmente novo, hoje, é que vários milhares de palestinos
armados e treinados, sob o comando do Hamas e de alguns grupos de resistência
menores, assumiram uma posição defensiva em sua terra natal.
Eles mostraram que estão dispostos a lutar até a morte para
se defender contra o poderio de Israel e o apoio dos EUA a Israel. O ataque
contínuo que Israel vem lançando contra a população
e a terra palestinas há 60 anos – e que só vem se intensificando
– já extrapolou tantos limites, que, finalmente, vem começando
a suscitar reações de muitos setores do mundo árabe
que se recusam a aceitar sua própria humilhação, colonização,
marginalização ou, no pior caso, como na faixa de Gaza, hoje,
seu próprio extermínio. A maioria da população
árabe (e outras pelo mundo) se solidariza com o Hamas e os palestinos.
Mas, é impotente para fazer qualquer coisa, senão protestar
nas ruas. A maioria dos Governos Árabes e Estrangeiros teme movimentos
como o Hamas, que mobilizam massas de cidadãos, tomam as rédeas
de seu destino e abertamente resistem e confrontam as estruturas de poder
que os cercam, respaldadas pelos EUA. A maneira como esta guerra vai terminar
terá um impacto enorme sobre as tendências na região.
Se o Hamas emergir em pé, com um cessar-fogo internacionalmente monitorado
que suspenda os ataques de ambos os lados e reabra as fronteiras de Gaza,
isto será visto como vitória. Também reforçará
a popularidade do modelo Hezbollah-Hamas
de resistência armada, predicada na disposição e na
capacidade de combater um inimigo mais forte. Historicamente, Israel nunca
conseguiu aceitar o nacionalismo palestino. Nunca viu os palestinos como
pessoas que devem desfrutar da mesma qualidade de vida e dos mesmos direitos
nacionais que judeus, sionistas e israelenses. Gaza é o primeiro
grupo de palestinos assertivos operando em solo palestino. Estes palestinos
suscitaram uma tentativa de estaticídio por parte de Israel e, ao
mesmo tempo, um apoio popular amplo em toda a região árabe.
Estas
duas tendências vão reforçar os movimentos islâmico-nacionalistas
e degradar ainda mais algumas estruturas de Estado Árabes.
Os
ataques brutais contra cristãos no Iraque e no Egito refletem a ação
de uma pequena minoria de criminosos fanáticos, e não representam
a visão da maioria muçulmana no mundo árabe. Porém,
eles se encaixam em um padrão mais amplo contrário à
pluralização e de polarização e compartimentação
cada vez maiores da sociedade árabe, não importando se as
populações em pauta sejam compostas de cristãos, curdos,
palestinos, assírios, xiitas, sunitas ou outros grupos distintos
que vivem cada vez mais em meio a pessoas de orientação semelhante,
em vez de coexistirem em comunidades mistas. No mundo árabe, três
gerações se mostraram incapazes de criar Estados estáveis
e integrados e, sobretudo, de conter a devastação.
O
mundo árabe está comprometido, até o Hamas já
se mostrou aberto à idéia [plano
saudita9].
A recusa prova que Israel no fundo não
quer negociar.
Como
enfrentar as causas ocultas de nossa mediocridade e implantar mudanças
reais ancoradas em cidadania sólida, Economia produtiva e Estado
estável continua a ser o enigma que continua a desafiar três
gerações de árabes.
Na
linguagem de Washington, uma crise é como o amor: você pode
definir como quiser, mas você sabe que quando isso acontece com você.
Assim, uma revolta popular no Bahrein, para exigir plenos direitos civis,
é uma crise que deve ser esmagada pela força, mas, uma revolta
na Síria é um evento abençoado que merece apoio. Da
mesma forma, essa mentalidade peculiar adverte contra o apoio iraniano aos
rebeldes Houthi, no Iêmen, embora aceite como perfeitamente lógico
e legítimo que os Estados Unidos e seus aliados enviem armas e dinheiro
aos seus grupos favoritos de rebeldes na região... para não
falar de atacar nações inteiras.
Muçulmanos,
árabes, asiáticos e outros têm, hoje em dia, uma grande
consciencialidade do que são as políticas do ocidente, estão
empenhados nos seus próprios objetivos, zangados com as 'políticas
de dois pesos e duas medidas' e são capazes de resistir através
do uso dos meios de comunicação, dos canais políticos,
ou outros. Têm vontade de retaliar e de resistir
por aquilo que julgam ser o seu direito
a viver em liberdade e dignidade. A mensagem que chega do coração
da terra árabe-islâmica é que o século 19 terminou.
O
sucesso do Irã em ajudar o
Hezbollah a se tornar a força dominante
no Líbano e a ter um papel importante no confronto israelo-palestino
talvez seja o único triunfo da política externa da Revolução
Islâmica do Irã.
Isso
[apatia em
relação à guerra civil síria] soa
como uma política razoável, mas, na verdade, é um fracasso
total. Na verdade, traz o resultado que Washington diz querer evitar: a
ascensão, ou mesmo o domínio, dos grupos islâmicos que
odeiam os EUA. O Governo Americano fala corajosamente em derrubar Assad,
mas pouco faz para consegui-lo. Enquanto isso, militantes islâmicos
têm armas e vão acumulando vitórias, passando, portanto,
a ganhar a confiança das pessoas comuns de todo o País.
Embora
muitos tenham ficado perplexos com os protestos que sacudiram a Tunísia
nas últimas semanas, eles não podem ser vistos como uma surpresa
para aqueles que acompanham o cenário da região. A região
vive um renascimento do ativismo árabe entre as populações
mais jovens e mais conscientes, com fome de liberdades individuais, emprego
e desenvolvimento. O problema que assola a região é comum
a todos – a atual ordem política e econômica do mundo
árabe, que é instável e insustentável, porque
traz insatisfação10
para a imensa maioria de seus cidadãos.
Quanto
à Primavera Árabe, ninguém sabe o que realmente irá
produzir, nem mesmo na Tunísia e no Egito, onde houve relativas mudanças
e sucesso em tirar do poder os ditadores. As mudanças acontecem de
forma lenta, e passarão por diversas fases de correções.
É difícil prever um futuro para a região, mas cada
país terá uma realidade diferente, desafios e resultados diferentes.
A
Tunísia é um modelo de mudança na região porque
foi orquestrado por seus cidadãos, que chegaram em um ponto de enfrentar
as forças de repressão. O que se viu nas ruas de Túnis
foi uma mensagem clara aos ditadores árabes, de que quando os cidadãos
não temem mais as balas das armas dos governantes, então os
dias destes ditadores estão contados.
.A
indignação generalizada sentida pelos egípcios, que
se vêem como os carcereiros de Gaza em nome de Israel e Washington,
dará lugar a uma política realista na qual os egípcios
usarão os seus laços com Israel para pressionar o País
a adotar uma postura mais respeitadora da lei em relação aos
palestinos, sírios e libaneses. O Egito irá manter a paz com
Israel, mas também deverá elevar a temperatura em questões
de interesse nacional profundo para os árabes.
Deus
puniu a arrogância dos hebreus do Velho Testamento fazendo com que
vagueassem pelo deserto por 40 anos, antes de permitir que uma geração
posterior, mais humilde, voltasse a Canaã. A atual geração
de israelenses não soube aprender a lição daqueles
40 anos, a julgar pelos ataques ferozes que Israel vem empreendendo contra
a faixa de Gaza. Há
40 anos, em dezembro de 1968, tropas especiais israelenses atacaram o aeroporto
de Beirute e destruíram 13 aviões civis libaneses, em represália
a um ataque palestino contra um avião civil israelense em Atenas.
Israel pretendia levar os países árabes a impedir que os palestinos
persistissem em sua luta contra os israelenses. Hoje,
40 anos de guerras mais tarde, Israel volta a usar imensa força de
represália para forçar a submissão dos palestinos em
Gaza. Seria lícito perguntar: com que objetivo? Os últimos
40 anos oferecem um guia confiável, se qualquer pessoa em Israel
ou Washington se dispuser a considerar o registro histórico. O uso
da superioridade militar clara de Israel contra palestinos, libaneses e
outros árabes gerou cinco resultados conexos.
1º)
O poderio israelense desmantelou momentaneamente as infra-estruturas militar
e civil palestina e árabe, mas os árabes sempre se recuperaram
dos golpes alguns anos mais tarde com domínio tecnológico
mais amplo e vontade política renovada de contra-atacar. Isto aconteceu
quando os palestinos foram expulsos da Jordânia em 1970, e terminaram
por restabelecer bases ainda mais letais no Líbano, ou quando Israel
destruiu os quartéis da polícia do Fatah na Cisjordânia
e em Gaza, anos atrás, e logo se viu enfrentando o Hamas.
2º)
A combinação de ferocidade militar, insinceridade nas negociações
de paz e colonização continuada exibida por Israel viu grupos
'moderados' e parceiros interessados em paz, como o Fatah, se autodestruírem
lentamente, desafiados ou substituídos por inimigos mais duros. O
Fatah deu lugar ao Hamas e à Jihad Islâmica, e a derivados
mais extremistas do Fatah, como as Brigadas dos Mártires de Al Aqsa.
O Hezbollah emergiu no Líbano depois da invasão e ocupação
do sul do País por Israel em 1982.
3º)
A insistência de Israel em dominar todo o Oriente Médio militarmente
levou o País a gerar novos inimigos onde dispunha de aliados estratégicos
como o Líbano e o Irã. Israel trabalhava em estreito contato
com alguns dos grupos libaneses cristãos, e tinha elos fortes de
segurança com o Xá do Irã. Hoje, 40 anos mais tarde,
Israel vê as ameaças mais sérias, talvez à sua
existência, emanando do Hezbollah no Líbano e do regime radical
do Irã.
4º)
O imenso sofrimento que Israel inflige aos palestinos comuns faz de uma
população em geral dócil um campo de recrutamento para
extremistas, combatentes de resistência, terroristas e atacantes suicidas.
Depois de décadas de políticas que envolvem detenção
em massa, fome compulsória, colonização, assassinato,
ataque e terror contra os palestinos, estes terminaram por reagir à
sua desumanização por uma inversão que leva ao uso
dos mesmos métodos cruéis para matar soldados e civis israelenses.
5º)
As políticas israelenses ao longo das décadas foram uma importante
razão, embora não a única, para transformar o ambiente
político mais amplo do mundo árabe em uma estufa para o surgimento
de movimentos radicais islâmicos que confrontam os Estados policiais
árabes mais severos.
Todas
estas tendências são vistas em ação no atual
ataque israelense a Gaza: radicalização árabe e palestina,
reação islâmica em meio à inércia do pan-arabismo,
o descrédito continuado do Governo do Presidente Palestino Mahmoud
Abbas e agitação política na região contra Israel,
seus protetores nos EUA e a maioria dos Governos Árabes. Nada disto
é novidade. A
nova guerra israelense contra o Hamas abre caminho à repetição
das cinco tendências acima, que prejudicaram tanto árabes quanto
israelenses. O
intervalo bíblico de 40 anos, que separa o ataque de Israel ao aeroporto
de Beirute em 28 de dezembro de 1968 e a ofensiva contra Gaza em 27 de dezembro
de 2008, se torna relevante. O prazo deveria ter bastado para que os israelenses
aprendessem que suas armas não aquietaram os vizinhos árabes
nem garantiram a segurança ao longo das fronteiras israelenses. O
oposto aconteceu, e voltará a acontecer agora. Eis
algo a considerar quando o novo período de 40 anos começar
a transcorrer: a única coisa que conseguiu aproximar os israelenses
e os árabes foram acordos de paz genuínos e eqüitativos
com o Egito e a Jordânia, nos quais os árabes foram tratados
como povos dotados de direitos iguais à segurança e a um Estado
estável.
A
falta de habilidade anglo-americana em lidar com as causas do terrorismo
na região parece que se repetirão no Iêmen. Sem uma
mudança em suas políticas falhas, pouco se espera de concreto
em mais este desafio. A ajuda internacional será equivocada caso
não combata os verdadeiros problemas e insista na idéia de
que apenas dinheiro e envio de armamentos resolverão os problemas.
Se os americanos e os britânicos não querem repetir suas estratégias
falhas no Afeganistão e Iraque, eles deveriam pressionar o Governo
do Iêmen ao diálogo com o resto do País.
O
terrorismo surge dentro de sociedades socialmente e economicamente falhas,
com imensas disparidades e injustiças sociais. Terroristas não
emergem do vácuo, mas de sociedades aterrorizadas.
Eu
venho dizendo há anos que nós não podemos prever quando,
onde, como e por quem as transformações de autocracias para
Democracias começarão no mundo árabe. Mas nós
sabemos que essas transformações inevitavelmente começarão.
Apaziguados,
Quietinhos e Calados
(Cabritos Merecem Virar Bodes)
Como
pode(re)mos
nos sentir apaziguados
com o
que acontece no mundo?
Como
pode(re)mos
ficar quietinhos/calados
É
dever de cada cidadão
botar
o bocão no trombone e chiar.
Cabrito
só virará bode
se houver
água e ração.
Se não
ajudarmos, iremos chorar!
Sacaneados
e privados,
os árabes
só querem viver.
Todavia,
o mundo não quer deixar!
Espalhados
e refugiados,
um dia,
eles haverão de ver
a liber(t)ação,
para todos, fulgurar!
Aqueles
que resistiram
são
os símbolos dos viventes.
Pelos
árabes não serão olvidados.
Os Arafats11
que partiram,
mesmo
mortos, estão presentes,
e sempre
serão festejados e amados.
______
Notas:
1. Hamas
(Movimento de Resistência Islâmica) é uma organização
palestina, de orientação sunita, que inclui uma entidade filantrópica,
um partido político e um braço armado, as Brigadas Izz ad-Din
al-Qassam. É o mais importante movimento fundamentalista islâmico
palestino.
Bandeira
com a Shahada
(freqüentemente utilizada por apoiadores do Hamas)
A Shahada
(testemunho) é a profissão de fé dos muçulmanos
e o primeiro dos cinco pilares do Islamismo (arkan
al-Islam).
• Não há outro Deus além de Allah;
Maomé é o Mensageiro de Alá.
• Não outra Divindade além de Allah;
Maomé é o seu Profeta.
• Não há outro Deus além de Allah;
Maomé é Servo e Mensageiro de Alá.
2. Fatah
ou Al-Fatah
(Movimento de Libertação Nacional da Palestina), é
uma organização política e militar, fundada em 1959
pelo engenheiro Yasser Arafat e Khalil al-Wazir (Abu Jihad), e outros membros
da diáspora palestina, como Salah Khalaf e Khaled Yashruti. É
a maior facção da Organização para a Libertação
da Palestina (OLP), uma confederação multipartidária.
Pode ser definido como um Partido de centro-esquerda no contexto da política
palestina. É essencialmente nacionalista e laico. O partido é
menos radical que o Hamas, e, atualmente, prega a reconciliação
entre palestinos e israelenses. Esta é uma das principais razões
de sua aceitação internacional.
3. Velayat-e
Faqih, também conhecido como Governo Islâmico,
é um livro escrito pelo clérigo muçulmano xiita iraniano
e revolucionário Aiatolá Ruhollah Khomeini (1902 – 1989),
publicado pela primeira vez em 1970, e, provavelmente, é o documento
mais influente escrito nos tempos modernos em apoio ao regime teocrático.
O livro argumenta que o Governo deve ser exercido de acordo com a Sharia
Islâmica tradicional (Código de Leis do Islamismo), e, para
que isto aconteça, um jurista islâmico (faqih)
deve exercer tutela política (Velayat)
sobre o povo. Uma forma modificada desta doutrina foi incorporada na Constituição
da República Islâmica do Irã, em 1979, na seqüência
da Revolução Iraniana, com o autor da doutrina, o Aiatolá
Khomeini, como o primeiro Faqih
Supremo do Irã.
4. A
Revolução Iraniana, ocorrida em 1979, transformou o Irã
– até então comandado pelo Xá Mohammad Reza Pahlevi
(1919 – 1980) – de uma monarquia autocrática pró-ocidental
em uma república islâmica sob o comando do Aiatolá Ruhollah
Khomeini. Para efeito de análise histórica, a Revolução
Iraniana costuma ser dividida em duas fases: na primeira fase, houve uma
aliança entre grupos liberais, grupos de esquerda e religiosos para
depor o Xá; na segunda, freqüentemente chamada Revolução
Islâmica, viu-se a chegada dos aiatolás ao poder. Causas da
Revolução Iraniana:
•
Impopularidade do regime monárquico dos xás: o Xá Reza
Pahlevi foi constrangido a promover a revolução branca (feita
sem sangue), pressionado pelas potências ocidentais (Reino Unido e
Estados Unidos). A cultura ocidental estava penetrando no Irã na
mesma proporção da opressão do regime político.
•
Repressão política executada pelo Savak
(Organização de Segurança e Inteligência Nacional),
que empregava a censura e recorria a prisões, tortura de dissidentes
e assassinatos de opositores ao regime.
•
Pobreza e inflação como resultado das ações
do Xá Reza Pahlevi.
•
Crescimento da rivalidade islâmica, que se opôs à ocidentalização
do Irã e viu no Aiatolá Khomeini um promotor da Revolução.
•
Subestimação do movimento islâmico do Aiatolá
Khomeini.
5. Os
protestos no mundo árabe em 2010 – 2012, também conhecidos
como a Primavera Árabe, são uma onda revolucionária
de manifestações e protestos que vêm ocorrendo no Oriente
Médio e no Norte da África desde 18 de dezembro de 2010. Até
a data, tem havido revoluções na Tunísia e no Egito,
uma guerra civil na Líbia e na Síria; grandes protestos na
Argélia, Bahrein, Djibuti, Iraque, Jordânia, Omã e Iêmen
e protestos menores no Kuwait, Líbano, Mauritânia, Marrocos,
Arábia Saudita, Sudão e Saara Ocidental. Os protestos têm
compartilhado técnicas de resistência civil em campanhas sustentadas
envolvendo greves, manifestações, passeatas e comícios,
bem como o uso das mídias sociais, como Facebook, Twitter
e Youtube, para organizar, comunicar e sensibilizar a população
e a comunidade internacional em face de tentativas de repressão e
de censura na Internet por partes dos Estados.
6. Com
as reiteradas afirmações do Governo Iraniano de que o Estado
de Israel precisa ser pulverizado
e varrido do mapa,
os israelenses ainda não atacaram o Irã porque os Estados
Unidos não deixaram, mas, vontade sempre tiveram, e a cada dia que
passa têm mais. Para mim, isto é mais claro do que o Sol ao
meio-dia. Em 3 de junho de 2007, o Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad,
afirmou que os combatentes libaneses e palestinos já iniciaram a
contagem decrescente para o fim do Estado de Israel. Com
a ajuda de Deus, a contagem decrescente para a destruição
do regime sionista foi iniciada pelas mãos dos filhos do Líbano
e da Palestina, declarou Ahmadinejad em um discurso de antecipação
do 18º aniversário da morte do Aiatolá Khomeini, fundador
da República Islâmica. Mas, sei lá. Acho que se Israel
decidir bombardear preventivamente o Irã, ele bombardeará,
com ou sem autorização e apoio dos Estados Unidos ou de quem
quer que seja. Não esqueçamos que a Operação
Entebbe, originariamente denominada de Operação Thunderball,
depois rebatizada como Operação Yonatan, em homenagem ao comandante
da força-tarefa, o tenente-coronel Yonatan Netanyahu (irmão
de Benjamin Netanyahu, atual chefe do Partido Conservador Likud
e Primeiro-ministro de Israel) – espetacular operação
militar levada a cabo pelas forças de segurança de Israel,
em julho de 1976, para libertação de mais de 200 pessoas,
seqüestradas durante um vôo comercial, cujo avião fora
desviado para o Aeroporto de Entebbe, situado nos arredores de Kampala,
capital de Uganda, África, na época governada por Idi Amin
Dada (~1920 – 2003) – só se tornou pública quando
acabou. O fato é que ninguém segura os israelenses quando
eles cismam de fazer alguma coisa. Por um lado, isto é bom; mas,
por outro, é um desastre. Enfim, se o Irã, um dia, for bombardeado
por Israel, o mundo virará de pernas para o ar. Eu nem sequer consigo
imaginar as conseqüências.
7. O
que significa que o abominável preconceito contra os árabes
se torna difícil de ser ultrapassado. Eu não apóio
as ações do Hezbollah, mas, no mínimo, são
explicáveis.
8. (Com
o meu voto, in Corde)
Obama venceu de novo. Mas, lá no quartel de abrantes – cheio
de afilantes, braquiantes, caliptrantes, ixonantes e marantes – infelizmente,
tudo permanece como dantes, sob o comando do marechal-de-exército
amarantes – oh! – vestido com guarda-infantes! É isto
o que dizem os cantantes.
9. O
Plano Saudita oferece a paz definitiva e o reconhecimento formal do Estado
judaico pelos 22 países da Liga Árabe. Em contrapartida, Israel
deve se retirar de todos os territórios ocupados na Guerra dos Seis
Dias, em 1967 – Jerusalém Oriental, Cisjordânia, Gaza,
Colinas do Golã, na Síria, e as fazendas de Cheeba, no Líbano
– e aceitar um Estado Palestino em Gaza e na Cisjordânia, com
Jerusalém Oriental como capital. O Plano pede ainda o reconhecimento
do direito de retorno dos palestinos expulsos de suas terras após
a criação do Estado de Israel, em 1948, mas, abre a possibilidade
de um acordo: nas entrelinhas, sugere que parte dos 4 milhões de
refugiados, em vez de voltar, seja indenizada.
10.
Insatisfação não é a palavra correta; é
muito suave e romântica. É revolta mesmo, sentimento de raiva
e de náusea por anos de incapacitação e de alijação
de tudo, por tudo e para tudo. O mundo ocidental tem uma dívida gigantesca
com o povo muçulmano. Agora, como pagará eu não sei.
Mas, que terá que pagar, isso terá. Mas, que esta dívida
seja paga em paz. É o que eu desejo.
11.
Yasser Arafat (Cairo, 24 de agosto de 1929 – Clamart, 11 de novembro
de 2004) foi o líder da Autoridade Palestina, Presidente (desde 1969)
da Organização para a Libertação da Palestina
(OLP), líder da Fatah, a maior das facções
da OLP, e co-detentor, em 1994, com Shimon Peres (Wiszniew, 2 de agosto
de 1923) e Yitzhak Rabin (Jerusalém, 1º de março de 1922
– Tel Aviv, 4 de novembro de 1995), do Nobel da Paz.
Páginas
da Internet consultadas:
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speaker/rami-george-khouri#googtrans(en|pt)
http://blog.fritzm.org/2011/08/moebius
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http://brunagiorgio.blogspot.com.br/2012/
11/no-more-hypocrisy-free-palestine.html
http://www.estadao.com.br/
http://globotv.globo.com/
http://en.wikipedia.org/
wiki/Rami_George_Khouri
Fundo musical:
Fida'i – Hino
Nacional do Estado Palestino (adotado em 1996)
Compositor: Said Al Mozayen (letra) & Ali Ismael (música)
Fonte:
http://www.szbszig.atw.hu/palestine.htm
Direitos
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