Rami George Khouri

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Podemos, mas não devemos viver no mundo sem conhecê-lo. Pelo menos, algumas informações de geopolítica precisamos ter. Por isto, hoje, estou divulgando algumas idéias políticas de Rami George Khouri, nascido em 22 de outubro de 1948, em Nova York – um árabe de família cristã palestina, editor do jornal libanês The Daily Star e diretor do Issam Fares do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais na Universidade Americana de Beirute, em Beirute, Líbano.

 

Khouri acredita que a atribuição de culpa é contraproducente. Escrevendo para o The Daily Star (Líbano), ele afirma que nós precisamos acabar com essa situação em que se torna fácil para os árabes culpar Israel e as potências ocidentais pelos problemas de nossa região. Ele acredita que a verdade está no meio; árabes, Israel e todos os atores ocidentais têm que dividir a culpa por contribuir para as condições aflitivas que amarguram o mundo árabe.

 

Em 2004, Khouri foi o vencedor do Prêmio Eliav-Sartawi para o Jornalismo do Oriente Médio, na categoria Imprensa Árabe. Em 2006, foi co-receptor do Prêmio da Paz – Pax Christi Internacional – por seus esforços por tentar trazer a paz e a reconciliação para o Oriente Médio.

 

 

 

Rami Khouri – Idéias Políticas

 

 

 

A recente decisão da ONU (29/11/2012) que reconheceu a Palestina como Estado Observador (138 votos a favor, 9 contra e 41 abstenções) não mudará nada na Palestina. Ela até poderá piorar as coisas, se os americanos suspenderem a ajuda e se Israel adotar medidas punitivas. Mas, politicamente, ela é importante para os palestinos, pois reafirma, mais uma vez, que eles são um povo com direito à nacionalidade, que sua Terra está ali, que eles têm direito a um Estado e que a maior parte das pessoas do mundo reconhece isto.

 

 

Bandeira do Estado Palestino

 

Durante os últimos 40 a 50 anos, os israelenses têm ignorado o Direito Internacional. Mesmo quando são claramente pressionados por resoluções do Conselho de Segurança da ONU, pela Assembléia Geral, pela Corte Internacional de Justiça, pela Comissão de Direitos Humanos... Todas as pressões legais sobre Israel têm sido praticamente ignoradas pelos israelenses.

 

Os líderes do Hamas1 e do Fatah2 já falaram em unir suas forças e terem de volta a integridade de um único movimento nacionalista, mas nunca fizeram isto. Parece que não levam isto muito a sério. A pressão popular para isto é forte, mas ainda não foi forte o suficiente para obrigá-los a se reunir.

 

É necessário restabelecer, revigorar e legitimar as instituições políticas nacionais da liderança do povo palestino: a Organização para Libertação da Palestina (OLP), o Conselho Nacional Palestino, que, em parte, está no exílio, e o Comitê Executivo, que é o órgão de gabinete. Estas Instituições precisam ser recriadas e relegitimadas, para unir todo o povo palestino. Isto inclui pessoas da Cisjordânia, da Faixa de Gaza e de outros lugares como eu, que moro no Líbano. Todas estas pessoas precisam se tornar parte de uma única mobilização.

 

Eu não usaria a palavra 'moderados'; eu não gosto desta palavra, pois faz muito o estilo de Condoleezza Rice e de Hillary Clinton. Eles [a Irmandade Muçulmana] se tornaram mais realistas, mais pragmáticos e mais responsáveis. É o que acontece quando se está no Governo: você adquire pragmatismo e realismo... e força você a fazer acordos... Quando a Irmandade Muçulmana assumiu o poder no Egito, a primeira coisa que fez foi chamar o Fundo Monetário Internacional (FMI)... Durante anos, eles criticaram mulheres de biquíni nas prais, dizendo que era imoral. Assim que assumiram o poder, eles mudaram: 'não, tudo bem; nós precisamos do turismo e das européias. As pessoas podem beber cerveja, tudo bem.' A Irmandade Muçulmana do Egito de hoje não é a mesma dos últimos 40 anos.

 

A Al-Qaeda é diferente. Ela não está sujeita ao pragmatismo. Ela é composta de um grupo criminoso (que usa essencialmente o terrorismo) muito pequeno, semelhante a uma seita, que usa o Islã como ideologia para mobilizar as pessoas, mas não está interessada no processo político. Ela não tem uma lista de exigências, como a do Hamas. Ela só quer mandar os estrangeiros embora e administrar a sociedade segundo as Leis do Islã... Aos poucos, a Al-Qaeda irá desaparecer, a menos que os islâmicos no poder, hoje, fracassem completamente. É até possível que ela, mas nunca se tornará uma força importante.

 

A guerra civil síria é a maior guerra por procuração desde o Vietnã, porque os russos, os chineses, os iranianos e outros estão na linha de frente apoiando, mas, eu diria que é questão de meses, talvez menos, para o Governo [de Bashar Hafez al-Assad] cair. A grande preocupação é: se Assad cair amanhã, como será a transição?

 

O Irã tem uma boa vontade potencial e laços com o mundo árabe, mas não pode ser um grande ator político. O Irã é forte, rico, mas, extremamente restrito devido às sanções que vem sofrendo e outras pressões. Muitos iranianos não apreciam o sistema baseado no 'Velayat-e Faqih'3, e gostariam de mudá-lo. No Irã, há grandes tensões na sociedade, principalmente gerenciais, mais do que quaisquer outras. A maioria dos iranianos com menos de 40 anos não faz idéia do que foi a Revolução Iraniana4, não se identifica com ela e não gosta desses autoritarismos religiosos. O Irã está, hoje, na mesma situação que a URSS estava na década de 1980. Eles parecem ser fortes e poderosos, mas, no fundo, há tensões reais.

 

Eu acho que os israelenses perderam uma oportunidade de se comprometer com o mundo árabe, de uma forma mais construtiva para os dois lados, através da Primavera Árabe.5

 

 

 

Os israelenses precisam acordar para o fato de que sua superioridade militar não é mais tão importante assim. Os israelenses precisam entender que eles têm um problema político com os árabes, e que ele tem que ser resolvido de maneira política, não militar. A Primavera Árabe e as rebeliões deveriam ser uma oportunidade para Israel se comprometer com os Governos Árabes que melhor representam a opinião das populações. Eu acho que esta é uma oportunidade que os israelenses, os americanos e os ocidentais deveriam aproveitar. Mas, isto ainda não aconteceu. Teremos que esperar.

 

Israel não está blefando. Os israelenses já bombardearam o Iraque e, recentemente, a Síria. Não vejo por que não atacariam o Irã.6

 

A perda do sentido de dignidade nacional, patente nos contatos diplomáticos dos vários Estados árabes, poderá levar a um maior descrédito. É triste e chocante o modo como os líderes árabes são retratados pelo Departamento de Estado Americano nos telegramas divulgados pelo site WikiLeaks.

 

Nós, do mundo árabe, estamos ligeiramente em melhor posição do que a maioria dos americanos. Pelo menos, podemos ver e ouvir ambos os lados, dada a facilidade de se sintonizar as redes dos EUA e da Europa aqui. Já eles só ouvem a versão oficial.7

 

Nestes dias, estamos vendo como se estabelecem numerosas analogias entre o ataque que Israel está realizando contra o Hamas, em Gaza, e a guerra de 2006 entre Israel e Hezbollah no Líbano. Eis aqui, em minha opinião, as mais importantes. A primeira analogia tem a ver com as origens: Hamas e Hezbollah não existiam até 1982, aproximadamente. Para entender seu nascimento e seu fortalecimento, é preciso vê-los, em grande medida, como uma resposta contra as políticas israelenses de ocupação e de colonização na Palestina e no Líbano, além de outras razões de ordem secundária. Hamas e Hezbollah são os enteados ideológicos do Partido do Likud e especialmente de Ariel Sharon, cuja estratégia de recorrer à violência, ao racismo e à colonização como principais instrumentos para se ocupar das populações árabes ocupadas acabou gerando uma vontade de resistência. Os três principais responsáveis em manter a atualidade do legado de brutalidade de Sharon – Ehud Olmert, Ehud Barak e Tzipi Livni – parecem ter uma cegueira genética frente à realidade de que, quanto mais força e mais brutalidade Israel empregar contra os árabes, maior será a reação destes, em forma de movimentos de resistência mais eficientes e com mais apoio da população. A segunda analogia é relativa à competência técnica. Tanto o Hezbollah quanto o Hamas aumentaram de forma sistemática o seu empenho e a sua capacidade de utilizar vários foguetes e mísseis para castigar e atacar Israel. E, mais importante ainda, ambos aumentaram sua capacidade de proteger os seus lança-mísseis frente aos ataques preventivos israelenses. O número de israelenses mortos nos últimos anos chega a algumas centenas, em comparação aos milhares de palestinos que Israel já matou. Mas, a destruição e a contagem dos corpos não são os critérios mais úteis nessa análise. As verdadeiras medidas para avaliar o que importa, do ponto de vista político, são o persistente sentimento israelita de vulnerabilidade e a sensação palestina de possuir força, uma atitude desafiante e a capacidade para responder lutando. Do ponto de vista do Hamas, o simples fato de poder continuar disparando 30 ou 40 foguetes diários contra o sul de Israel, enquanto os israelenses destroem grande parte da infra-estrutura civil e de segurança em Gaza é uma vitória, espantosa mas tangível. É a história de Davi e Golias ao contrário, e é exatamente na mesma região do sul da Palestina-Israel em que se situa o relato da Bíblia. A frustração e a impotência que Israel sente ficam refletidas nos seus bombardeios à Universidade Islâmica e ao edifício do Parlamento Palestino, em Gaza, dois símbolos do tipo de modernidade e de Democracia que Israel e os Estados Unidos asseguram querer promover no mundo árabe, mas que, na prática, lhes é muito mais fácil fazer explodir pelos ares. Os palestinos e os libaneses pagam um preço muito alto pela sua perseverança, pela sua resistência e por suas 'vitórias', mas, até que alguém proponha uma forma menos onerosa para enfrentar a violência israelense nesse conflito, o mais provável é que continuemos presenciando este ciclo de guerras durante muito tempo. As imagens que vemos na televisão das crianças e outros civis inocentes mortos em Gaza geram uma tremenda vontade de luta entre os palestinos e seus partidários, tanto em todo o mundo árabe como fora dele. Israel fica de olhos fechados ao fato de que os árabes, frente à brutalidade, têm a mesma reação que os israelenses. Em uma pesquisa realizada nesta semana, a maioria dos israelenses apóia que os ataques contra Gaza continuem, apesar do elevado número de mortes entre a população civil. Pelo visto, os israelenses pensam que têm direito de responder aos ataques contra eles empregando a violência indiscriminada contra os civis palestinos, mas que os palestinos não têm esse mesmo direito de responder quando Israel lhes ataca. Por que esta dupla medida? Esta atitude racista e brutal de muitos israelenses, sobretudo dos que estão no Governo, provocou, entre outras conseqüências, o nascimento, o desenvolvimento e o fortalecimento do Hamas e do Hezbollah, e fez com que sua capacidade de luta tenha se incrementado até o ponto de obrigar Israel a aceitar um cessar-fogo. A terceira analogia está relacionada com a convergência entre religião, nacionalismo, Governo e política. Tanto na Palestina quanto no Líbano, os sistemas políticos laicos predominantes demonstraram durante anos que eram disfuncionais, corruptos e incapazes de proteger a sociedade tanto contra as agressões israelenses, como contra as lutas internas e a criminalidade. Os movimentos como o Hamas e o Hezbollah se desenvolveram, em grande parte, para preencher o vazio que se suponha não ter nem uma direção eficaz, nem uma garantia de segurança contra os ataques israelenses nem uma mínima ordem interna. Entre os resultados que obtiveram houve de tudo: conseguiram êxitos em algumas áreas, mas não souberam evitar uma intensificação da guerra e a destruição em outras. Tratar de desacreditar esses movimentos acusando-os de uma transgressão fundamental – por exemplo, que empregam o terrorismo, atacam a população civil, portam armas, relacionam-se com a Síria e o Irã, adotam um programa de tipo islâmico – não serve para nada, porque não vai desacreditá-los nem destruí-los. A razão é até que ponto é estrutural a maneira que desempenham uma série de funções que satisfazem as necessidades reais de seus cidadãos e seus seguidores nos âmbitos da governança, da segurança local, da defesa nacional e dos serviços básicos, responsabilidades que seus respectivos Governos nacionais laicos não souberam cumprir. A combinação desses atributos faz com que seja muito difícil a Israel 'derrotar' o Hezbollah e o Hamas, tal como estão estruturados na atualidade, por muita morte e muita destruição que traga às suas sociedades. Estes dois movimentos nacionalistas islâmicos são o reflexo de uma longa lista de agravos, em sua maioria legítimos, que é preciso abordar se queremos que a paz e a segurança possam reinar alguma vez nessa região.

 

Não vejo perspectiva de mudanças drásticas no papel dos EUA em assuntos internacionais, principalmente em relação ao Oriente Médio. As grandes linhas da atuação diplomática da Casa Branca devem permanecer. O que pode haver é alguma mudança no modo de conduzir as coisas. O próximo presidente buscará, ao menos inicialmente, trilhar uma política externa mais focada na diplomacia e mais aberta ao diálogo. Mas é claro que esta tendência será mais clara caso Obama vença.8

 

Estamos testemunhando o momento histórico épico [Primavera Árabe] do nascimento de conceitos que durante muito tempo foram negados ao árabe comum: o direito de definirmos nós mesmos nossos Governos, de afirmarmos nossos valores nacionais, de criarmos nossos sistemas de governança.

 

Os libaneses e os palestinos responderam aos persistentes e cada vez mais selvagens ataques de Israel contra populações civis inteiras criando lideranças paralelas ou alternativas que possam protegê-las e efetuar serviços essenciais.

 

A tentativa israelense de infligir aos palestinos o estaticídio sublinha, entre outras coisas, a reconfiguração do poder, da legitimidade e do ativismo no Estado árabe moderno. As conseqüências imediatas do ataque israelense a Gaza são sentidas primeiramente, claro, pelos palestinos de Gaza. Mas, as ondas de choque políticas serão sentidas em todo o mundo árabe de formas difíceis de prever. A tentativa israelense de infligir a Gaza o estaticídio sublinha uma série de tendências transformacionais da região nos últimos 25 anos. A mais importante diz respeito à reconfiguração do poder, da legitimidade e do ativismo no Estado árabe moderno. À medida que os Governos dos Estados Árabes existentes continuarem a ignorar o que ocorre em Gaza – como fazem na prática, a julgar por sua imobilidade política – iremos continuar a testemunhar o enfraquecimento do impacto, do controle e até mesmo da legitimidade de muitos desses regimes. Também iremos continuar a testemunhar a ascensão de atores não estatais que se tornam tão fortes e dignos de crédito que deveriam ser descritos como Estados Paralelos. As manifestações de rua promovidas por árabes enfurecidos já deixaram de ter significado político, pois o medo, a ira e o desejo de ação de homens e mulheres comuns em todo o Oriente Médio vêm sendo mobilizados por uma combinação de movimentos islâmicos e tribais, que hoje formam o centro de gravidade da identidade política árabe, nos espaços crescentes não dominados pelo Estado policial árabe moderno. Hezbollah, Hamas, a Irmandade Muçulmana, o Movimento de Muqtada al Sadr, no Iraque, e outros são alguns dos principais exemplos deste fenômeno. O Hamas, em Gaza, é provavelmente o mais significativo, pois é uma parte grande do conflito fundamental palestino-israelense que se expandiu em um conflito árabe-israelense maior. É uma paisagem sagrada que incorpora Jerusalém, e que é sagrada a todos os muçulmanos e árabes, inclusive cristãos. E, nos últimos dois anos, é o único ponto na história do conflito em que os palestinos tiveram uma chance breve de estabelecer um mini-Estado soberano – com suas instituições e operações de segurança próprias, em grande medida livre de ataques e de controles israelenses diretos ou de empecilhos postos por outros árabes. As próximas semanas irão revelar o que está acontecendo nas batalhas em Gaza e nas ramificações políticas a seguir. O que já está claro, porém, é que Gaza representa a primeira vez na história que palestinos que controlavam sua própria sociedade decidem tomar posição contra as tentativas de Israel de matar, ocupar, privar de alimentos, prender e destruí-los como sociedade coerente. O quadro não é bonito, sob qualquer dimensão:

* as lutas internas entre palestinos do Fatah e do Hamas;

* ataques mútuos entre Hamas, outros palestinos e Israel;

* a insolubilidade das negociações israelenses com a Autoridade Nacional Palestina encabeçada por Mahmoud Abbas;

* a estarrecedora imobilidade dos governos árabes; e

* a desatenção cúmplice do mundo à tentativa israelense de estrangular a população de Gaza e matá-la de fome desde que o Hamas venceu as eleições parlamentares, em 2006.

A maior parte disto tudo não é novidade. O único fenômeno realmente novo, hoje, é que vários milhares de palestinos armados e treinados, sob o comando do Hamas e de alguns grupos de resistência menores, assumiram uma posição defensiva em sua terra natal. Eles mostraram que estão dispostos a lutar até a morte para se defender contra o poderio de Israel e o apoio dos EUA a Israel. O ataque contínuo que Israel vem lançando contra a população e a terra palestinas há 60 anos – e que só vem se intensificando – já extrapolou tantos limites, que, finalmente, vem começando a suscitar reações de muitos setores do mundo árabe que se recusam a aceitar sua própria humilhação, colonização, marginalização ou, no pior caso, como na faixa de Gaza, hoje, seu próprio extermínio. A maioria da população árabe (e outras pelo mundo) se solidariza com o Hamas e os palestinos. Mas, é impotente para fazer qualquer coisa, senão protestar nas ruas. A maioria dos Governos Árabes e Estrangeiros teme movimentos como o Hamas, que mobilizam massas de cidadãos, tomam as rédeas de seu destino e abertamente resistem e confrontam as estruturas de poder que os cercam, respaldadas pelos EUA. A maneira como esta guerra vai terminar terá um impacto enorme sobre as tendências na região. Se o Hamas emergir em pé, com um cessar-fogo internacionalmente monitorado que suspenda os ataques de ambos os lados e reabra as fronteiras de Gaza, isto será visto como vitória. Também reforçará a popularidade do modelo Hezbollah-Hamas de resistência armada, predicada na disposição e na capacidade de combater um inimigo mais forte. Historicamente, Israel nunca conseguiu aceitar o nacionalismo palestino. Nunca viu os palestinos como pessoas que devem desfrutar da mesma qualidade de vida e dos mesmos direitos nacionais que judeus, sionistas e israelenses. Gaza é o primeiro grupo de palestinos assertivos operando em solo palestino. Estes palestinos suscitaram uma tentativa de estaticídio por parte de Israel e, ao mesmo tempo, um apoio popular amplo em toda a região árabe. Estas duas tendências vão reforçar os movimentos islâmico-nacionalistas e degradar ainda mais algumas estruturas de Estado Árabes.

 

Os ataques brutais contra cristãos no Iraque e no Egito refletem a ação de uma pequena minoria de criminosos fanáticos, e não representam a visão da maioria muçulmana no mundo árabe. Porém, eles se encaixam em um padrão mais amplo contrário à pluralização e de polarização e compartimentação cada vez maiores da sociedade árabe, não importando se as populações em pauta sejam compostas de cristãos, curdos, palestinos, assírios, xiitas, sunitas ou outros grupos distintos que vivem cada vez mais em meio a pessoas de orientação semelhante, em vez de coexistirem em comunidades mistas. No mundo árabe, três gerações se mostraram incapazes de criar Estados estáveis e integrados e, sobretudo, de conter a devastação.

 

O mundo árabe está comprometido, até o Hamas já se mostrou aberto à idéia [plano saudita9]. A recusa prova que Israel no fundo não quer negociar.

 

 

 

Como enfrentar as causas ocultas de nossa mediocridade e implantar mudanças reais ancoradas em cidadania sólida, Economia produtiva e Estado estável continua a ser o enigma que continua a desafiar três gerações de árabes.

 

Na linguagem de Washington, uma crise é como o amor: você pode definir como quiser, mas você sabe que quando isso acontece com você. Assim, uma revolta popular no Bahrein, para exigir plenos direitos civis, é uma crise que deve ser esmagada pela força, mas, uma revolta na Síria é um evento abençoado que merece apoio. Da mesma forma, essa mentalidade peculiar adverte contra o apoio iraniano aos rebeldes Houthi, no Iêmen, embora aceite como perfeitamente lógico e legítimo que os Estados Unidos e seus aliados enviem armas e dinheiro aos seus grupos favoritos de rebeldes na região... para não falar de atacar nações inteiras.

 

Muçulmanos, árabes, asiáticos e outros têm, hoje em dia, uma grande consciencialidade do que são as políticas do ocidente, estão empenhados nos seus próprios objetivos, zangados com as 'políticas de dois pesos e duas medidas' e são capazes de resistir através do uso dos meios de comunicação, dos canais políticos, ou outros. Têm vontade de retaliar e de resistir por aquilo que julgam ser o seu direito a viver em liberdade e dignidade. A mensagem que chega do coração da terra árabe-islâmica é que o século 19 terminou.

 

O sucesso do Irã em ajudar o Hezbollah a se tornar a força dominante no Líbano e a ter um papel importante no confronto israelo-palestino talvez seja o único triunfo da política externa da Revolução Islâmica do Irã.

 

Isso [apatia em relação à guerra civil síria] soa como uma política razoável, mas, na verdade, é um fracasso total. Na verdade, traz o resultado que Washington diz querer evitar: a ascensão, ou mesmo o domínio, dos grupos islâmicos que odeiam os EUA. O Governo Americano fala corajosamente em derrubar Assad, mas pouco faz para consegui-lo. Enquanto isso, militantes islâmicos têm armas e vão acumulando vitórias, passando, portanto, a ganhar a confiança das pessoas comuns de todo o País.

 

Embora muitos tenham ficado perplexos com os protestos que sacudiram a Tunísia nas últimas semanas, eles não podem ser vistos como uma surpresa para aqueles que acompanham o cenário da região. A região vive um renascimento do ativismo árabe entre as populações mais jovens e mais conscientes, com fome de liberdades individuais, emprego e desenvolvimento. O problema que assola a região é comum a todos – a atual ordem política e econômica do mundo árabe, que é instável e insustentável, porque traz insatisfação10 para a imensa maioria de seus cidadãos.

 

Quanto à Primavera Árabe, ninguém sabe o que realmente irá produzir, nem mesmo na Tunísia e no Egito, onde houve relativas mudanças e sucesso em tirar do poder os ditadores. As mudanças acontecem de forma lenta, e passarão por diversas fases de correções. É difícil prever um futuro para a região, mas cada país terá uma realidade diferente, desafios e resultados diferentes.

 

A Tunísia é um modelo de mudança na região porque foi orquestrado por seus cidadãos, que chegaram em um ponto de enfrentar as forças de repressão. O que se viu nas ruas de Túnis foi uma mensagem clara aos ditadores árabes, de que quando os cidadãos não temem mais as balas das armas dos governantes, então os dias destes ditadores estão contados.

 

 

 

 

.A indignação generalizada sentida pelos egípcios, que se vêem como os carcereiros de Gaza em nome de Israel e Washington, dará lugar a uma política realista na qual os egípcios usarão os seus laços com Israel para pressionar o País a adotar uma postura mais respeitadora da lei em relação aos palestinos, sírios e libaneses. O Egito irá manter a paz com Israel, mas também deverá elevar a temperatura em questões de interesse nacional profundo para os árabes.

 

Deus puniu a arrogância dos hebreus do Velho Testamento fazendo com que vagueassem pelo deserto por 40 anos, antes de permitir que uma geração posterior, mais humilde, voltasse a Canaã. A atual geração de israelenses não soube aprender a lição daqueles 40 anos, a julgar pelos ataques ferozes que Israel vem empreendendo contra a faixa de Gaza. Há 40 anos, em dezembro de 1968, tropas especiais israelenses atacaram o aeroporto de Beirute e destruíram 13 aviões civis libaneses, em represália a um ataque palestino contra um avião civil israelense em Atenas. Israel pretendia levar os países árabes a impedir que os palestinos persistissem em sua luta contra os israelenses. Hoje, 40 anos de guerras mais tarde, Israel volta a usar imensa força de represália para forçar a submissão dos palestinos em Gaza. Seria lícito perguntar: com que objetivo? Os últimos 40 anos oferecem um guia confiável, se qualquer pessoa em Israel ou Washington se dispuser a considerar o registro histórico. O uso da superioridade militar clara de Israel contra palestinos, libaneses e outros árabes gerou cinco resultados conexos.

1º) O poderio israelense desmantelou momentaneamente as infra-estruturas militar e civil palestina e árabe, mas os árabes sempre se recuperaram dos golpes alguns anos mais tarde com domínio tecnológico mais amplo e vontade política renovada de contra-atacar. Isto aconteceu quando os palestinos foram expulsos da Jordânia em 1970, e terminaram por restabelecer bases ainda mais letais no Líbano, ou quando Israel destruiu os quartéis da polícia do Fatah na Cisjordânia e em Gaza, anos atrás, e logo se viu enfrentando o Hamas.

2º) A combinação de ferocidade militar, insinceridade nas negociações de paz e colonização continuada exibida por Israel viu grupos 'moderados' e parceiros interessados em paz, como o Fatah, se autodestruírem lentamente, desafiados ou substituídos por inimigos mais duros. O Fatah deu lugar ao Hamas e à Jihad Islâmica, e a derivados mais extremistas do Fatah, como as Brigadas dos Mártires de Al Aqsa. O Hezbollah emergiu no Líbano depois da invasão e ocupação do sul do País por Israel em 1982.

3º) A insistência de Israel em dominar todo o Oriente Médio militarmente levou o País a gerar novos inimigos onde dispunha de aliados estratégicos como o Líbano e o Irã. Israel trabalhava em estreito contato com alguns dos grupos libaneses cristãos, e tinha elos fortes de segurança com o Xá do Irã. Hoje, 40 anos mais tarde, Israel vê as ameaças mais sérias, talvez à sua existência, emanando do Hezbollah no Líbano e do regime radical do Irã.

4º) O imenso sofrimento que Israel inflige aos palestinos comuns faz de uma população em geral dócil um campo de recrutamento para extremistas, combatentes de resistência, terroristas e atacantes suicidas. Depois de décadas de políticas que envolvem detenção em massa, fome compulsória, colonização, assassinato, ataque e terror contra os palestinos, estes terminaram por reagir à sua desumanização por uma inversão que leva ao uso dos mesmos métodos cruéis para matar soldados e civis israelenses.

5º) As políticas israelenses ao longo das décadas foram uma importante razão, embora não a única, para transformar o ambiente político mais amplo do mundo árabe em uma estufa para o surgimento de movimentos radicais islâmicos que confrontam os Estados policiais árabes mais severos.

Todas estas tendências são vistas em ação no atual ataque israelense a Gaza: radicalização árabe e palestina, reação islâmica em meio à inércia do pan-arabismo, o descrédito continuado do Governo do Presidente Palestino Mahmoud Abbas e agitação política na região contra Israel, seus protetores nos EUA e a maioria dos Governos Árabes. Nada disto é novidade. A nova guerra israelense contra o Hamas abre caminho à repetição das cinco tendências acima, que prejudicaram tanto árabes quanto israelenses. O intervalo bíblico de 40 anos, que separa o ataque de Israel ao aeroporto de Beirute em 28 de dezembro de 1968 e a ofensiva contra Gaza em 27 de dezembro de 2008, se torna relevante. O prazo deveria ter bastado para que os israelenses aprendessem que suas armas não aquietaram os vizinhos árabes nem garantiram a segurança ao longo das fronteiras israelenses. O oposto aconteceu, e voltará a acontecer agora. Eis algo a considerar quando o novo período de 40 anos começar a transcorrer: a única coisa que conseguiu aproximar os israelenses e os árabes foram acordos de paz genuínos e eqüitativos com o Egito e a Jordânia, nos quais os árabes foram tratados como povos dotados de direitos iguais à segurança e a um Estado estável.

 

A falta de habilidade anglo-americana em lidar com as causas do terrorismo na região parece que se repetirão no Iêmen. Sem uma mudança em suas políticas falhas, pouco se espera de concreto em mais este desafio. A ajuda internacional será equivocada caso não combata os verdadeiros problemas e insista na idéia de que apenas dinheiro e envio de armamentos resolverão os problemas. Se os americanos e os britânicos não querem repetir suas estratégias falhas no Afeganistão e Iraque, eles deveriam pressionar o Governo do Iêmen ao diálogo com o resto do País.

 

O terrorismo surge dentro de sociedades socialmente e economicamente falhas, com imensas disparidades e injustiças sociais. Terroristas não emergem do vácuo, mas de sociedades aterrorizadas.

 

Eu venho dizendo há anos que nós não podemos prever quando, onde, como e por quem as transformações de autocracias para Democracias começarão no mundo árabe. Mas nós sabemos que essas transformações inevitavelmente começarão.

 

 

 

 

 

 

Apaziguados, Quietinhos e Calados
(Cabritos Merecem Virar Bodes)

 

 

 

Como pode(re)mos

nos sentir apaziguados

com o que acontece no mundo?

Como pode(re)mos

ficar quietinhos/calados

 

É dever de cada cidadão

botar o bocão no trombone e chiar.

Cabrito só virará bode

se houver água e ração.

Se não ajudarmos, iremos chorar!

 

Sacaneados e privados,

os árabes só querem viver.

Todavia, o mundo não quer deixar!

Espalhados e refugiados,

um dia, eles haverão de ver

a liber(t)ação, para todos, fulgurar!

 

Aqueles que resistiram

são os símbolos dos viventes.

Pelos árabes não serão olvidados.

Os Arafats11 que partiram,

mesmo mortos, estão presentes,

e sempre serão festejados e amados.

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) é uma organização palestina, de orientação sunita, que inclui uma entidade filantrópica, um partido político e um braço armado, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam. É o mais importante movimento fundamentalista islâmico palestino.

 

Bandeira com a Shahada
(freqüentemente utilizada por apoiadores do Hamas)

A Shahada (testemunho) é a profissão de fé dos muçulmanos e o primeiro dos cinco pilares do Islamismo (arkan al-Islam).
• Não há outro Deus além de Allah; Maomé é o Mensageiro de Alá.
• Não outra Divindade além de Allah; Maomé é o seu Profeta.
• Não há outro Deus além de Allah; Maomé é Servo e Mensageiro de Alá.

2. Fatah ou Al-Fatah (Movimento de Libertação Nacional da Palestina), é uma organização política e militar, fundada em 1959 pelo engenheiro Yasser Arafat e Khalil al-Wazir (Abu Jihad), e outros membros da diáspora palestina, como Salah Khalaf e Khaled Yashruti. É a maior facção da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), uma confederação multipartidária. Pode ser definido como um Partido de centro-esquerda no contexto da política palestina. É essencialmente nacionalista e laico. O partido é menos radical que o Hamas, e, atualmente, prega a reconciliação entre palestinos e israelenses. Esta é uma das principais razões de sua aceitação internacional.

3. Velayat-e Faqih, também conhecido como Governo Islâmico, é um livro escrito pelo clérigo muçulmano xiita iraniano e revolucionário Aiatolá Ruhollah Khomeini (1902 – 1989), publicado pela primeira vez em 1970, e, provavelmente, é o documento mais influente escrito nos tempos modernos em apoio ao regime teocrático. O livro argumenta que o Governo deve ser exercido de acordo com a Sharia Islâmica tradicional (Código de Leis do Islamismo), e, para que isto aconteça, um jurista islâmico (faqih) deve exercer tutela política (Velayat) sobre o povo. Uma forma modificada desta doutrina foi incorporada na Constituição da República Islâmica do Irã, em 1979, na seqüência da Revolução Iraniana, com o autor da doutrina, o Aiatolá Khomeini, como o primeiro Faqih Supremo do Irã.

4. A Revolução Iraniana, ocorrida em 1979, transformou o Irã – até então comandado pelo Xá Mohammad Reza Pahlevi (1919 – 1980) – de uma monarquia autocrática pró-ocidental em uma república islâmica sob o comando do Aiatolá Ruhollah Khomeini. Para efeito de análise histórica, a Revolução Iraniana costuma ser dividida em duas fases: na primeira fase, houve uma aliança entre grupos liberais, grupos de esquerda e religiosos para depor o Xá; na segunda, freqüentemente chamada Revolução Islâmica, viu-se a chegada dos aiatolás ao poder. Causas da Revolução Iraniana:

• Impopularidade do regime monárquico dos xás: o Xá Reza Pahlevi foi constrangido a promover a revolução branca (feita sem sangue), pressionado pelas potências ocidentais (Reino Unido e Estados Unidos). A cultura ocidental estava penetrando no Irã na mesma proporção da opressão do regime político.

• Repressão política executada pelo Savak (Organização de Segurança e Inteligência Nacional), que empregava a censura e recorria a prisões, tortura de dissidentes e assassinatos de opositores ao regime.

• Pobreza e inflação como resultado das ações do Xá Reza Pahlevi.

• Crescimento da rivalidade islâmica, que se opôs à ocidentalização do Irã e viu no Aiatolá Khomeini um promotor da Revolução.

• Subestimação do movimento islâmico do Aiatolá Khomeini.

5. Os protestos no mundo árabe em 2010 – 2012, também conhecidos como a Primavera Árabe, são uma onda revolucionária de manifestações e protestos que vêm ocorrendo no Oriente Médio e no Norte da África desde 18 de dezembro de 2010. Até a data, tem havido revoluções na Tunísia e no Egito, uma guerra civil na Líbia e na Síria; grandes protestos na Argélia, Bahrein, Djibuti, Iraque, Jordânia, Omã e Iêmen e protestos menores no Kuwait, Líbano, Mauritânia, Marrocos, Arábia Saudita, Sudão e Saara Ocidental. Os protestos têm compartilhado técnicas de resistência civil em campanhas sustentadas envolvendo greves, manifestações, passeatas e comícios, bem como o uso das mídias sociais, como Facebook, Twitter e Youtube, para organizar, comunicar e sensibilizar a população e a comunidade internacional em face de tentativas de repressão e de censura na Internet por partes dos Estados.

6. Com as reiteradas afirmações do Governo Iraniano de que o Estado de Israel precisa ser pulverizado e varrido do mapa, os israelenses ainda não atacaram o Irã porque os Estados Unidos não deixaram, mas, vontade sempre tiveram, e a cada dia que passa têm mais. Para mim, isto é mais claro do que o Sol ao meio-dia. Em 3 de junho de 2007, o Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou que os combatentes libaneses e palestinos já iniciaram a contagem decrescente para o fim do Estado de Israel. Com a ajuda de Deus, a contagem decrescente para a destruição do regime sionista foi iniciada pelas mãos dos filhos do Líbano e da Palestina, declarou Ahmadinejad em um discurso de antecipação do 18º aniversário da morte do Aiatolá Khomeini, fundador da República Islâmica. Mas, sei lá. Acho que se Israel decidir bombardear preventivamente o Irã, ele bombardeará, com ou sem autorização e apoio dos Estados Unidos ou de quem quer que seja. Não esqueçamos que a Operação Entebbe, originariamente denominada de Operação Thunderball, depois rebatizada como Operação Yonatan, em homenagem ao comandante da força-tarefa, o tenente-coronel Yonatan Netanyahu (irmão de Benjamin Netanyahu, atual chefe do Partido Conservador Likud e Primeiro-ministro de Israel) – espetacular operação militar levada a cabo pelas forças de segurança de Israel, em julho de 1976, para libertação de mais de 200 pessoas, seqüestradas durante um vôo comercial, cujo avião fora desviado para o Aeroporto de Entebbe, situado nos arredores de Kampala, capital de Uganda, África, na época governada por Idi Amin Dada (~1920 – 2003) – só se tornou pública quando acabou. O fato é que ninguém segura os israelenses quando eles cismam de fazer alguma coisa. Por um lado, isto é bom; mas, por outro, é um desastre. Enfim, se o Irã, um dia, for bombardeado por Israel, o mundo virará de pernas para o ar. Eu nem sequer consigo imaginar as conseqüências.

7. O que significa que o abominável preconceito contra os árabes se torna difícil de ser ultrapassado. Eu não apóio as ações do Hezbollah, mas, no mínimo, são explicáveis.

8. (Com o meu voto, in Corde) Obama venceu de novo. Mas, lá no quartel de abrantes – cheio de afilantes, braquiantes, caliptrantes, ixonantes e marantes – infelizmente, tudo permanece como dantes, sob o comando do marechal-de-exército amarantes – oh! – vestido com guarda-infantes! É isto o que dizem os cantantes.

9. O Plano Saudita oferece a paz definitiva e o reconhecimento formal do Estado judaico pelos 22 países da Liga Árabe. Em contrapartida, Israel deve se retirar de todos os territórios ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967 – Jerusalém Oriental, Cisjordânia, Gaza, Colinas do Golã, na Síria, e as fazendas de Cheeba, no Líbano – e aceitar um Estado Palestino em Gaza e na Cisjordânia, com Jerusalém Oriental como capital. O Plano pede ainda o reconhecimento do direito de retorno dos palestinos expulsos de suas terras após a criação do Estado de Israel, em 1948, mas, abre a possibilidade de um acordo: nas entrelinhas, sugere que parte dos 4 milhões de refugiados, em vez de voltar, seja indenizada.

10. Insatisfação não é a palavra correta; é muito suave e romântica. É revolta mesmo, sentimento de raiva e de náusea por anos de incapacitação e de alijação de tudo, por tudo e para tudo. O mundo ocidental tem uma dívida gigantesca com o povo muçulmano. Agora, como pagará eu não sei. Mas, que terá que pagar, isso terá. Mas, que esta dívida seja paga em paz. É o que eu desejo.

11. Yasser Arafat (Cairo, 24 de agosto de 1929 – Clamart, 11 de novembro de 2004) foi o líder da Autoridade Palestina, Presidente (desde 1969) da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), líder da Fatah, a maior das facções da OLP, e co-detentor, em 1994, com Shimon Peres (Wiszniew, 2 de agosto de 1923) e Yitzhak Rabin (Jerusalém, 1º de março de 1922 – Tel Aviv, 4 de novembro de 1995), do Nobel da Paz.

 

Páginas da Internet consultadas:

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http://www.estadao.com.br/

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http://en.wikipedia.org/
wiki/Rami_George_Khouri

 

Fundo musical:

Fida'i – Hino Nacional do Estado Palestino (adotado em 1996)
Compositor: Said Al Mozayen (letra) & Ali Ismael (música)

Fonte:

http://www.szbszig.atw.hu/palestine.htm

 

Direitos autorais:

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