QUIMERIDADE

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Ilusão de Wundt

 

 

A Ilusão de Wundt é uma ilusão de ótica que foi descrita pela primeira vez pelo médico, filósofo e psicólogo alemão Wilhelm Maximilian Wundt (Neckarau, 16 de agosto de 1832 – Großbothen, 31 de agosto de 1920). As duas linhas vermelhas horizontais são retas, mas elas são percebidas como se estivessem curvadas para dentro. A distorção é induzida pelas linhas tortas no fundo, que têm os dois pontos de fuga lateralmente e não no centro.

 

Lei de Wundt: O tempo de reação cresce em sentido inverso ao da intensidade estimuladora e tanto mais rapidamente quanto mais se aproxima do limiar.

 

E assim, geralmente, na vida, vemos as coisas distorcidas, admitindo as distorções como realidades irrefutáveis. O pior é que a admissibilidade da distorção, como realidade irrefutável, impede completamente que se façam compreensões em planos ou níveis mais elevados, acorrentando genuflexivamente o ser-no-mundo à essas mesmas quiméricas distorções.

 

Mas, o mais ruim de tudo é, penduleando, nos dobrarmos às circunstâncias presentes, ora admitindo uma coisa, ora consentindo outra, ora – como bosta a boiar na água ou como pluma a balouçar no vento – sem saber o que agasalhar ou o que desapoiar. Isto é mesmo um horrendus et fœtibundus horror!

 

 

Horrendus et fœtibundus horror!

 

 

Mutatis mutandis, o exemplo clássico para demonstrar esta voltívola alternância – que, no caso do exemplo que apresentarei, nada tem a ver com mais ruim – é o da spinning woman aí embaixo, que dependendo da forma como você observa a animação, a spinning woman gira para a direita ou para a esquerda. Sob qualquer aspecto, a animação em flash não foi maceteada. Mas, quando a spinning woman está girando para a direita, é o lado direito do seu cérebro que está funcionando. Se ela estiver girando para a esquerda, é o lado esquerdo de seu cérebro que estará funcionando. Se ela ora girar para um lado ora, eventualmente, girar para o outro, então, você tem um QI admirável.

 

 

 

 

 

Spinning Woman

 

 

 

Carpe diem; hora adest vespertina. Aproveita o dia; a noite já vem. A forma mística de se entender esta frase latina é: Faze do teu dia, Dia, pois, quando a Noite Negra vier, ela será branda.

 

 

 

Anuição da futilidade...

Cedência à vaguidade...

Arrebol na quimeridade...

 

Genuflexão por fraqueza...

Aceitação da absurdeza...

Insabidade pela pobreza...

 

Preferência triangulável...

Desorientamento friável...

Existência deplorável...

Compensação inevitável...

 

E a noitinha a surdir...

A meia-noite a ressair...

O velho remorso a frigir...

O Corpo Astral a repelir...

 

Sempre, o ciclo escoando...

Célere, a hora anunciando...

Devagar, o medo reordenando...

 

 

 

O tempo sempre passando...

 

 

 

Observação:

Sócrates (469 – 399 a.C.) sempre dizia que sua sabedoria era limitada à sua própria ignorância (Só sei que nada sei). Ele acreditava que os atos equivocados eram conseqüências da própria ignorância. Por isto, nunca proclamou ser sábio. A intenção de Sócrates era levar as pessoas a se sentirem ignorantes de tanto perguntar. Este método heurístico, conhecido como Maiêutica Socrática, significa dar à luz pela perceptibilidade intuitiva – uma espécie de mecanismo raciocinativo que desenvolve a capacidade associativa por otimização do exercício da razão, ou seja, procura e parto intelectual da verdade (relativa) no interior do Homem. Resumindo: a Maiêutica Socrática se resume à uma multiplicação seqüencial de perguntas, que induz necessariamente o interlocutor no sentido de descobrir suas próprias verdades e na conceituação geral de um objeto. De tanto questionar, principalmente os sábios, Sócrates começou a arrebanhar inimigos poderosos. Sócrates acreditava que o melhor modo para as pessoas viverem era se concentrando no próprio desenvolvimento, ao invés de buscar a riqueza material. Convidava as pessoas a se concentrarem na amizade e em um sentido comunitário, pois estava convicto de que este era o melhor modo de se crescer individual e conjuntamente. Suas ações dão prova disto: no fim de sua vida terrena, aceitou sua sentença de morte, quando todos acreditavam que fugiria de Atenas. Todavia, Sócrates propugnava que não poderia fugir, primeiro, de si mesmo, e depois, dos cidadãos atenienses. Seu convencimento era que os seres humanos possuíam certas virtudes inatas – pertencentes ao ser antes do seu nascimento – tanto filosófico-universais quanto intelectuais, mas que a nascença delas os fizera esquecer. Dizia que a virtude era a mais importante de todas as coisas. Por isto, preferiu se deixar cicutar a enodoar sua virtude, não fugindo para se salvar. Para concluir esta observação, responda você a estas perguntinhas: Fugir? De quê? De quem? Para onde? Por quanto tempo? Quousque tandem, Bradypus torquatus?

Observação editada das fontes:

http://br.answers.yahoo.com/question/
index?qid=20060710201125AAql1vW

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mai%C3%AAutica

http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates

 

Música de fundo:

Vecchio Frack
Composição e interpretação: Domenico Modugno

 

Página da Internet consultada:

http://substantivolatil.com/page/22