A QUESTÃO DA RACIONALIDADE

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Jiddu Krishnamurti: Só se formos completamente racionais existirá uma visão intuitiva total. [Jiddu Krishnamurti e David Joseph Bohm. In: A Eliminação do Tempo Psicológico (em inglês, The Ending of Time)]

 

Jiddu Krishnamurti: Não é o pensamento que usa a visão intuitiva; é a visão intuitiva que usa o pensamento. Portanto, pensamento não é memória e não está baseado na memória. [Ibidem.]

 

 

Quem sou eu? De onde vim? Para onde irei?

 

 

David Bohm e Jiddu Krishnamurti: O pensamento, por ser limitado, divisível e incompleto, nunca poderá ser racional sem a visão intuitiva (racionalidade da percepção). A grande questão é: como poderemos ter ou adquirir esta visão intuitiva? [Eu prefiro a palavra (conceito) transintuitivo – além da intuição porque a intuição é um processo noético, e só através da transnoesis, que é instantânea, que não pertence ao tempo, que não pertence à memória, que não possui nenhuma causa e que não está baseada na recompensa ou no castigo, poderemos, de fato, Compreender as coisas e como elas efetivamente são. Então, também, ao invés de racionalidade da percepção, acho melhor transracionalidade da percepção. Acho que Krishnamurti concordaria comigo. O grande problema da transintuição é que ela envolve um estado de consciência intangível, que só é alcançado se a mente estiver liberta do tempo, porque o tempo não é a Base, e isto é muito difícil de ser explicado, e mais ainda de ser compreendido. E Krishnamurti não quis explicitamente ir tão longe assim (porque só complicaria mais ainda a abordagem e a discussão do tema). Enfim, abaixo, apresento um esquema da Epistemologia Platônica, fácil de ser entendido, com o acréscimo necessário que acabei de explicar.] [Ibidem.]

 


TRANSNOESIS

 

– – – – – – – – – –

 

NOESIS
(Inteligência ou
Razão Intuitiva)

 


DIANOIA
(Entendimento
ou Razão Discursiva)

 


PISTIS
(Fé)

 


EIKASIA
(Ilusão)

 

David Bohm e Jiddu Krishnamurti: O futuro é uma espécie de tempo imaginário. [Tanto quanto o passado.] O que existe no tempo é o self. Se a nossa mente puder ficar livre do tempo, ela poderá ter uma visão intuitiva que seja totalmente racional, e depois, então, atuar sobre o pensamento. [Ibidem.]

 

Jiddu Krishnamurti: Todo ente começa sendo, para, depois, vir a ser. [Vir a ser que não tem limite nem fim no vir-a-ser.] [Ibidem.]

 

Jiddu Krishnamurti: Para que a Base seja encontrada, o tempo tem de findar. [Ibidem.]

 

Jiddu Krishnamurti: O self, através da experiência, através da educação e através do condicionamento, cria uma imagem de si mesmo, e é esta imagem que, no tempo, fica magoada, e não o Eu Interior. O ato é ficar livre de tudo isso imediatamente. [Ibidem.]

 

 

 

 

David Bohm e Jiddu Krishnamurti: Só a racionalidade descobrirá que não existe separação. É a ilusão de que a separação existe que ajuda a manter a mágoa [e todas as outras miragens e ilusões.] [Ibidem.]

 

Jiddu Krishnamurti: O tempo psicológico é uma ilusão. Ficar livre do tempo implica a visão intuitiva. A visão intuitiva, por estar livre do tempo, não possui pensamento [e não depende do pensamento]. Quando existe visão intuitiva, há somente ação [e esta ação é instantânea e isenta de equívocos]. Enfim, a visão intuitiva não possui tempo, e, portanto, não possui pensamentos, e, neste sentido, a visão intuitiva é ação. [Ibidem.]

 

 

 

 

 

 

Um Poema em Parceria com Krishnamurti
(Só espero que ele concorde com o que eu rabisquei,
senão, juro, eu vou definhar e murchar de vergonha)

 

 

 

Só se não tivermos mais medo

e só se não tivermos mais dúvida,

só se estivermos livres de todos os medos

e só se estivermos livres de todas as dúvidas

do medo da religião,

do medo da salvação,

do medo da espiritualidade,

do medo do amor,

do medo da morte,

do medo do outro,

do medo de nós mesmos,

do medo das tentações,

do medo do castigo eterno,

do medo do inferno,

do medo dos demônios,

do medo da própria vida,

da dúvida se sobreviveremos à vida

e da dúvida se há Vida depois da morte

poderemos sair em peregrinação

em busca LLuz da Verdade,

que é inteira, que é eterna

e que é a mesma desde-sempre,

sem acréscimo e sem diminuição.

Portanto, só a Compreensão paulatina da Verdade

(Verdade que esteve, está, hoje, e sempre estará em nós)

ainda que esta Compreensão

seja sempre relativa, mas, progressiva

nos o Caminho e nos Libertará

do falso e do inessencial,

do prescindível e do desnecessário,

das miragens e das ilusões,

das fantasias e dos delírios,

do argumento ab absurdo,

do argumento ad hominem,

do argumento baculino,

do argumento cosmológico,

do argumento de autoridade,

do argumento a priori,

do argumento ex vano,

do argumento canalhocrata,

do argumento hipotético,

do argumento vantajoso,

do argumento emocional,

das supressões e dos contra-argumentos,

das vulgaridades e das banalidades,

das respeitabilidades e das venerabilidades,

dos preconceitos e dos coisismos,

dos abismos, das barreiras e das limitações,

das muletas, dos andadores e dos corrimões,

das velhas preferências e das novas preferências,

das antigas adorações e das novas adorações,

das vetustas tradições e das novas tradições,

dos carcomidos dogmas e dos novos dogmas,

das bolorentas tradições e das novas tradições,

das obsoletas proibições e das novas proibições,

tudo isto uma falsidade só que apenas agrilhoa,

obstaculiza e procrastina a nossa manumissão.

A única Espiritualidade

é a incorruptibilidade do Eu Interior,

que é eterno a própria harmonia entre Razão e Amor.

Esta é a Absoluta e Incondicionada Verdade, que é a própria Vida.

A Verdade, enfim, está

sempre esteve e para sempre estará

dentro de todos nós,

em nosso Coração.

(Esta repetição sublinhada foi necessária,

para que nunca nos esqueçamos

de que, in potentia, somos Deuses.)

A Verdade não está longe nem perto; está eternamente aí.

Dentro de cada um de nós.

Ninguém a possui.

Ninguém pode negociá-La.

Mas, como disse René Descartes,

para examinarmos a Verdade,

é necessário colocarmos

todas as coisas em dúvida.

E, sempre, como advertiu Martinho Lutero:

a Verdade a qualquer preço,

porque a mentira é a morte.

Todavia, ninguém tem a Chave do Reino da Felicidade.

O Reino da Felicidade é o próprio Eu Interior.

No desenvolvimento, na purificação e na incorruptibilidade

do Eu Interior está o Reino da Eternidade.

O consolo, a felicidade e a força

somente poderão ser encontrados dentro de nós mesmos,

em nosso Coração.

Só a Compreensão destas coisas tornará

o ser-humano-aí-no-mundo

absolutamente e incondicionalmente livre.

Que assim seja!

Hoje. Já. Agora.

Está feito. Está selado.

A.'. U.'. M.'.

 

 

 

Liberdade

 

 

 

Música de fundo:

Atirei o Pau no Gato
Interpretação: Galinha Pintadinha

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=0hhz7KSEIAE

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.citador.pt/

https://br.freepik.com/

https://aleteia.org/

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https://www.deldebbio.com.br/krishnamurti
-e-a-dissolucao-da-ordem-da-estrela/

https://krishnamurtibox.wordpress.com/downloads/livros/

 

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