Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

Há certas coisas, como a quadratura círcular,1

que são mesmo insolubilidades irresolvíveis.

E desmanvantarizar2 ou despralayar2a

também são impossibilidades inacontecíveis.

 

 

Mas, nem tudo é inconseguível ou insolúvel.

Cada um de nós, se quiser, poderá se tornar

menos acanalhado, desarmônico e volúvel.

E assim, poderemos a Illuminação pleitear.3

 

 

 

 

 

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Notas:

1. A quadratura do círculo é um problema proposto pelos antigos geômetras gregos, e consiste em construir um quadrado com a mesma área de um dado círculo, servindo-se somente de uma régua e de um compasso, em um número finito de etapas. Em 1882, Ferdinand Lindemann provou que é um número transcendente, isto é, não existe um polinômio com coeficientes inteiros ou racionais, não todos nulos, dos quais seja uma raiz. Como resultado disto, é impossível exprimir com um número finito de números inteiros, de frações racionais ou suas raízes. A transcendência de estabelece a impossibilidade de se resolver o problema da quadratura do círculo: é impossível construir, somente com uma régua e um compasso, um quadrado cuja área seja rigorosamente igual à área de um determinado círculo.

Nota editada da fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Quadratura_do_c%C3%ADrculo

 

 

2 e 2a. Mânvântâra (ou Kalpa), segundo a Teosofia, é o período de tempo em que ocorre atividade. Ele dura, segundo o cômputo dos Brâmanes, 4.320.000.000 anos. O período de inatividade, chamado Prâlâya, tem a mesma duração. Tomando 360 Mânvântâras e igual número de Prâlâyas, obtem-se um Ano de Brahman. A duração de 100 Anos de Brahman forma uma Vida de Brahman, também chamada de Mahamânvântâra, durando, no total, 311.040.000.000.000 anos. Este é, segundo Helena Petrovna Blavatsky (1831 – 1891), o período de atividade do cosmo, seguindo-se um período de inatividade, chamado Mahaprâlâya, de igual duração.

Nota editada da fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Manvantara

3. Vocês querem um exemplo disto? Santo Agostinho (Tagaste, 13 de novembro de 354 A.D. – Hipona, 28 de agosto de 430 A.D.), Bispo de Hipona e Doctor Gratiæ, que se converteu ao Catolicismo enquanto ainda professava o Maniqueísmo (filosofia religiosa sincrética e dualística ensinada pelo profeta persa Mani, século III A.D., que combinava elementos zoroastrianistas, cristãos e gnósticos). Este Doutor da Igreja é particularmente respeitado por suas obras teológicas (como, por exemplo, suas Confissões, suas Retratações, a Cidade de Deus e a Trindade), mas também ficou famoso pelo seu digno apelo (que, em um certo momento, não tão digno, mas da mesma forma, foi o meu): — Oh!, Deus! Conceda-me a castidade, mas não agora. E, com isto, posso fazer o seguinte comentário: se não estivermos devidamente preparados, não adianta pleitear absolutamente nada. É como querer que nossos anseios subam ao bíblico Céu dos céus em bolinhas de sabão. Est modus in rebus. Em tudo convém medida.

 

 

 

 

Música de fundo:

It's Impossible
Compositor: Armando Manzanero
Tradução para o inglês: Sid Wayne
Intérprete: Perry Como

Fonte:

http://www.umnovoencontromusical.com/
internacionais-P.htm