AS PROSTITUTAS
(QUE EU TANTO AMEI)

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

Música de fundo: Never on Sunday
Fonte:
http://www.georgedavidson.com/buymusicgj1.html

 

PRECONCEITO
PRECONCEITO

 

 

— PARA TODAS AS PUTINHAS —
MINHAS IRMÃS DESTA TERRA AZUL

 

Se eu pudesse, Meu Bem,

você jamais sentiria qualquer dor.

Você não é um joão-ninguém.

Receba, Garota, todo o meu Amor.

 

Com este Amor que estou lhe dando,

alquimize todo esse horror

que lhe está enfernizando

e fazendo de sua vida uma dor.

 

Seu Mestre-Deus Imortal

construa em seu Coração.

Pois nada pode ser mais fatal

do que existir sem Comunhão.

 

 

 

 

REMEMORANDO FATOS

 

       Quem teve a oportunidade de assistir Nunca aos Domingos (Never on Sunday) — filme de 1960 dirigido por Jules Dassin — se antipatizava com prostitutas, passou a amá-las. Isso só não deve ter acontecido com os que têm coração de pedra. Ou com os eternos moralistas de salão que se comprazem em enganar os trouxas e tripudiar sobre os distraídos. Nessa matéria, geralmente, homem é pior do que mulher. Essa gente pequena tem horror de putas, de homossexuais e de vencedores, como o Frank Sinatra que, no final da vida, acabou se convertendo. Vai ver que esses caras têm vergonha do seu muito por demais pequerruchinho e mimoso copulatory and urethral organ, e compensam esse sentimento (quando é complexo é pior) de inferioridade despotizando quem passa por suas vidas. Ou foram molestados quando eram putos. Ou, ainda, viveram oprimidos sob o jugo de uma mãe religiosíssima, maluquete e dominadora. Essas coisas mal resolvidas são um horror na vida das pessoas. No limite, alguns infelizes acabam se tornando serial killers.

       Em Portugal, os putos são os meninos, os filhos e as crianças em geral. Por exemplo: este cá é o meu puto; os putos da Mouraria; deixa estar, meu putinho, etc. No Brasil, o feminino de puto é aquela mulher de 'vida fácil' que aluga seu buraquinho traseiro ou sua pererequinha por dim dim. 'Vida fácil'? Vai encarar? Lá, bicha é uma fileira de pessoas (ou de qualquer coisa) dispostas umas após as outras. Aqui... Aqui, paneleiro é fabricante ou vendedor de panelas. Lá, é homossexual. Vai compreender um treco desses. Então, se tu fores a Portugal e ouvires alguém murmurar maldosamente está lá um puto paneleiro naquela bicha a comprar bilhetes para o elétrico, sabes bem o que o gajo está a dizer, pois não? Sabes sim, porque elétrico não é ferro de passar roupa, mas bonde.

 

As Prostitutas que Eu Tanto Amei

As Prostitutas que Eu Tanto Amei
(Faça um Carinho com o Mouse na Gatinha Acima)

 

       Eu, particularmente, acho que passei a efetivamente respeitar e a amar mais as meninas depois que vi o filme Nunca aos Domingos. Mas, Melina Mercoury foi a primeira 'putinha' que eu amei. Em minha imaginação... Mas... Já lá se vão mais de quarenta anos, e esses arrebatamentos passaram. Este filme, talvez, seja o que melhor represente a maneira de pensar e de agir dos gregos de classe média. O clássico Nunca aos Domingos, estrelado por Melina Mercoury, retrata o cotidiano do Porto de Pireus. O episódio do americano que se apaixona pela prostituta mais popular do local e se empenha em afastá-la da 'vida', assemelha-se muito a uma passagem de minha vida que contarei mais adiante.

 

Melina Mercouri Melina Mercouri

Melina Mercouri (1920-1994) no Filme Nunca aos Domingos

 

           Conheci muito bem as meninas. E não me esqueci. Faço mesmo questão de não esquecer. Aliás, acho que, nesta vida, pouca coisa não conheci. Tive contato íntimo com atravessadores, ladrões, malandros, agiotas, dependentes químicos de todos os tipos, traficantes, aviõezinhos, estelionatários, travecos, torturadores (um dia conto essa história), descuidistas, jogadores, assassinos, golpistas, homossexuais, párias, autoridades públicas desonestas, corruptos de todos os tipos etc. Acho que conheci todos os 171s do Código Penal (CP - Código Penal - DL-002.848-1940 - Parte Especial - Título II - Dos Crimes Contra o Patrimônio - Capítulo VI - Do Estelionato e Outras Fraudes - Estelionato — Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento). Em parte o magistério me propiciou tudo isso. Engraçado, por outro lado, eu só transei com duas alunas em trinta e quatro anos de magistério. Com uma delas me casei, então não conta, porque me apaixonei. Contudo, quanto ao resto, sempre mantive francamente minha posição, e o máximo que fiz — para conhecer o efeito foi voluntariamente fumar um baseado. Tive 'quilhões' de oportunidades para cheirar, mas nunca dei um 'rá tá tá'. Também nunca fui um cagufas nem dei uma de 'cagueta'. Por isso, acho que a turma do movimento e os malandros sempre gostaram muito de mim e me respeitaram. O fato de eu ser muito brincalhão e naturalmente carinhoso acho que ajudou um pouco. Mas, apesar dessas belas companhias nunca participei de qualquer panamá, público ou privado, individual ou coletivo. Nem jamais fiz um 'mole' ou um 'trinta e um'. Recusei coisas difíceis de serem recusadas por uma pessoa 'normal'. De uma maneira geral, só fiz o bem. Às vezes, penso que andei no meio dessa tropa para passar um pouquinho da luz que eu via pelo lado oposto do binóculo. Lá longe... Bem longe. Pode ser. Mas, quando penso que passei, ainda jovem, pela experiência mística da androginia cósmica, sinto um pouco de tristeza e de vergonha por ter jogado fora tanto tempo na lata de lixo. Mas, será que foi perda de tempo mesmo? Sei lá. De qualquer forma, nem Santo Agostinho foi tão boboca como eu. Acho que, resumidamente, é isso.

       Assim, independentemente de quaisquer possíveis ou presumidos poderes ou não-poderes psíquicos, sou capaz de olhar no umbigo de uma pessoa, e em menos de dez segundos fotografar o caráter dela. Geralmente nunca errei. E quando errei, errei porque condescendi. Nessa matéria, complacência é um erro grave.

       Se me arrependo das sacanagens que fiz? De jeito nenhum. O que está feito, está feito. Consenti que sucedesse. Sou o único responsável. Mas, eu me perdoei completamente porque me compreendi. Ignorância não pode ser (e não é) cosmicamente perdoada nem punida. Ou é compreendida e alquimiada pelo ignorante, ou não é. Alcancei este privilégio cognitivo insubstituível, e hoje sou um Pequenino do Bem. Estou em paz comigo mesmo. Aliás, nunca fui realmente um pequenino do mal. Fui mais um perdulário de aptidões inatas. Um pouco triste isso, mas o que está feito, está feito. Mas, é preciso ter colhão roxo para reconhecer e publicar um treco destes. Mas ter colhão roxo também não é vantagem nenhuma. Um místico sincero acaba, quando menos espera, ficando (simbolicamente) roxo em suas partes íntimas. Mas, estou fazendo isso por amor a todos os seres humanos que se julgam mal. Particularmente para alguns indivíduos que andam no desvio, e pior: deram para criticar Fraternidades Místicas autênticas. Ai, ai, ai, ai, ai. Vamos parar com isso. Como místico tenho a obrigação de fazer este alerta. Como Revolucionário do Bem estou escrevendo estas mal traçadas linhas. Quem não estiver gostando pode cuspir no monitor ou dar um chute no hardware. Eu não estou nem aí. Sigo o que um grande místico do século passado recomendou, porque concordo com ele: Os valores que se prezam devem ser defendidos. Um aviso, então, àqueles que porventura passam ou passaram por situações semelhantes às minhas: não se recupera 'tempo perdido". O tempo não existe. É uma mera realidade ilusória. E também não se perde absolutamente nada. Só se ganha. Sempre se ganha. No frigir dos ovos, tudo é bom. A dor de hoje será a compreensão de amanhã. Aprender com os próprios erros do passado é uma arte maravilhosa. E isto não é conversa mole para boi dormir. É a inexorável Lei.  O forte cai, mas levanta. Mil vezes, se preciso for. Um 'zilhão' de vezes. Agora, esculhambar as Fraternidades Místicas é uma cafajestagem sem paralelo. Isto sim, é uma tremenda 'perda de tempo', porque a essência prístina que a sustenta não sofre um arranhão com esses cafajestismos boçais. Ai, ai, ai, ai, ai. Vamos parar com isso já. Senão, qualquer dia alguém vai se olhar no espelho, e não verá a própria imagem refletida. Aí eu quero ver. Enfim, Vicente Velado, FRC, Abade da Ordo Svmmvm Bonvm para o Terceiro Mundo, em um de seus escritos, ensinou: Um MESTRE [e quem tem caráter, me permito acrescentar] não faz ataques a pessoas ou a instituições, não discrimina seres humanos por sua opção sexual, pela cor ou pela condição social. Não ofende, não agride e sequer demonstra qualquer sombra de intolerância, de arrogância ou de prepotência. Bem, pergunto: alguém que não seja convictamente um escroto pode discordar disso? Velado diz mais: Os seres não nascem já dotados ou infundidos de uma 'alma' que tudo permeie; mas, eles mesmos é que a criam — quando o fazem. Isso não é um privilégio de criaturas humanas; qualquer animal pode fazer isso, consciente ou inconscientemente. As criaturas que não produzem uma alma (a sua contraparte 'imaterial'), ao serem submetidas ao evento da morte, são abolidas da individualidade e recicladas na massa energética, que retém todas as experiências dos seres individuais em registros que constituem a sua memória. Essa memória é usada para definir, em um todo harmônico, como serão as novas vibrações que irão criar novos seres e mundos inteiros. Tudo isso é um mero reflexo na LUZ ETERNA. Para quem quiser se borrar de medo, leia, ainda, o que Velado afirma: A reencarnação não é uma regra geral para os seres, mas uma exceção, visto que a maioria dos seres é simplesmente reciclada, sendo o seu 'lúmen' (essência cognitiva primordial) empregado na constituição de novas manifestações (criaturas ou não) — tal como se dá com galáxias inteiras, enquanto umas poucas subsistem como seres cósmicos em permanente evolução e progresso — situados em um Patamar ETERNO ou em um plano intermediário de ‘baldeação’. Vou concluir esta pequena lista de citações repetindo didaticamente: os canalhas qualquer dia vão se olhar no espelho e não verão as próprias imagens refletidas. Misericórdia e Luz.

       Tenho dito e repetido que o pior moralista é o moralista de salão. Recrimina tudo. Mas, quando esse moralista não é o rei da masturbação, é um fariseu escroto que faz tudo escondido. Em casa e socialmente, tudo é pecado e contrário aos bons costumes. Longe dos olhares conhecidos, pinta e borda com a maior sem-cerimônia. Talvez, até, faça coisas que a Vovó PhD em sexo do canal 41 da Net desconheça. Conheci, inclusive, um professor aposentado, que quem olhasse para aquele homem pensava que era um padre. Poderia, sem exagero, ter o apelido de 'doutor ilibado' que lhe cairia muito bem. Há poucos anos foi flagrado pelo pai de uma menina de doze anos que ele estava tentando molestar à força. Pobre homem! Pobre menina. Foi um vexame federal. Patologia? Sim, é uma gravérrima patologia. Merece de todos nós solidariedade e orações. Mas, o mundo está cheio de gente assim, que prega um tipo de comportamento, mas que, na moita e na quietude das desoras, pratica exatamente o oposto. Alguns se transformam em verdadeiros monstros.

       Eu, como vi e passei por quase tudo na vida, não recrimino nada nem julgo ninguém. Para mim, todos nós somos mais ou menos doentes, mais ou menos distantes de nosso Deus Interior que nos aguarda para ser projetado, construído e conquistado. Se houver tempo, acordaremos e O construiremos. Se não houver... O fato irrecorrível e inapelável é que ninguém poderá construir nosso Mestre-Deus-Interno por nós. Só nós. Então, caramba! Mãos à Obra!

       Já me diverti e chorei muito com algumas prostitutas deslumbrantes. Também já convivi por três anos, por exemplo, de bom grado e fraternalmente, com um Homossexual cheio de problemas. Ele teve a dignidade de nunca me dar uma cantada, e eu nunca questionei suas preferências sexuais. O cu era dele e não meu. Afinal, por que as pessoas têm que se meter com a vida alheia? E por que um místico, ou qualquer pessoa, não pode ser homossexual? A questão da 'utilização do sexo' é uma opção que só diz respeito a quem assim procede, seja de forma homo ou heterossexual. Talvez seja pior ter vontade de fazer e não fazer. Nesse sentido, comentarei mais adiante a questão do celibato. E ninguém, vou repetir, tem nada com as preferências sexuais alheias. Fico pensando se quem recrimina, condena e ridiculariza homossexuais não tem, reconditamente, vontade de ser homossexual também. Todos deveriam se preocupar com seus próprios enterros. Eu penso, realmente, que enquanto houver quaisquer juízos de valores nos corações humanos, será impossível qualquer avanço em direção a qualquer tipo de espiritualidade, seja de natureza meramente religiosa, seja de cariz iniciático. Ou as pessoas resolvem e desatam franca e honestamente seus nós e modificam seus comportamentos de natureza restritiva (intolerâncias, egoísmos, tiranias, preconceitos etc.), ou ficarão de joelhos para o resto da vida esperando e contando com o impossível concurso da Providência Divina (que não irá mesmo fabricar nenhuma providencialidade para agradá-las ou provê-las, pois esta não é Sua função). É absolutamente necessário que prevaleça a mais austera e inflexível tolerância e o mais rigoroso e acurado espírito de compreensão para com o próximo, pois haveremos de compreender e de realizar intestinamente, que este próximo está em nós como nós estamos nele. Reconheço que é difícil aceitar um pedófilo como irmão. Reconheço que é difícil aceitar um degolador como irmão. Reconheço que é difícil aceitar um estuprador como irmão. Reconheço, enfim, que é difícil aceitar um presumido 'não-irmão' como irmão. O fato é que não temos mesmo que aceitar. Quem aceita (ou diz que aceita) isso à-toa é maluco ou esquizofrênico. Esta aceitação de que falo não é, portanto, racional, valorativa. É uma certeza fraterna que só pode ocorrer no coração. In corde. De repente acontece. De repente, na verdade, não. Como deixou escrito Horácio em Sátira 1, Livro I: Est modus in rebus, sunt certi denique fines. Há uma justa medida ('modus') em todas as coisas ('rebus'). É preciso trabalhar muito para que um dia isso aconteça, e essa compreensão-realização mística ocorra in corde: Então:

 

SURSUM  CORDA   •   SURSUM  CORDA   •   SURSUM  CORDA

 

       Mas, há mais ou menos quinze anos, quando meu primeiro casamento terminou, acabei me envolvendo com uma menina. Uma linda prostituta. A prostituta dos sonhos de qualquer canalha. Quis, inclusive, tirá-la da 'vida'. Não consegui. Nem tinha bala suficiente para isso. Mas, eu estava tão embalado com a garota, que não me importava de pegá-la na sauna em que trabalhava. E, depois de aturar os clientes mais fedorentos, obscenos e medonhos, essa garota encontrava pelas madrugadas do Rio de Janeiro sua paz comigo. Quase moramos juntos, mas ela preferiu um outro relacionamento que lhe deu mais estabilidade. Na época, fiquei triste por perdê-la, mas, curiosamente, feliz por ela. Lembro-me, ainda hoje, de nossa última conversa. Em nosso último papo, eu lhe disse, por telefone, algo mais ou menos assim: — Garota, seja fiel a esse cara. Acho que a primeira coisa que você deveria fazer é se desfazer de sua agenda. O cara está gostando de você, segundo você me disse, e você se interessou por ele. Então, vê se não suja a barra. Eu, como gosto muito de você, não atenderei mais seus telefonemas. Vai ser duro, mas eu não quero estragar sua vida. Peço, até, para você não ligar mais para mim. Nem para ninguém. Isto é para o seu bem. Um beijo. Seja feliz. Agora, se a parada sujar, pode me procurar a qualquer hora.  Eu estarei sempre com você.  Essa moça nunca mais me procurou, e penso que esteja muito bem. Pelo menos, eu almejo que esteja. Parei um pouquinho aqui para, emocionado, desejar à ela e a todas outras meninas que comigo estiveram, um pouco de paz e de iluminação. Esta noite, quando for dormir, dedicarei meus trabalhos noturnos à todas as putinhas deste Planeta. Bem-aventuradas putas que não sabem o que fazem. Misericórdia! Misericórdia! Misericórdia! Malditos cafetões que delas se aproveitam. Malditos velhacos que comem as meninas e não pagam os serviços contratados. Malditos animais que machucam essas garotas. Maldita sociedade de merda que as discrimina. Misericórdia! Misericórdia! Misericórdia!

 

SOMOS  TODOS  IRMÃOS.      SOMOS  TODOS  UM.                                                

 

 

 

 

PROSTITUIÇÃO, SEXO E DROGAS

 

     Dizem que a profissão mais antiga da Terra é a prostituição. Sei não. Quem espalhou esse boato deve ter se lembrado das sacanagens que andou fazendo lá pela 3ª Terceira Raça Raiz desta Ronda. Bota tempo nisso. E, como duvido que o inventor dessa maldade tenha se lembrado de alguma coisa — até porque muito provavelmente nem tinha consciência de si por aqueles tempos — esse boato mal intencionado é simplesmente e tenebrosamente preconceituosíssimo. A prostituição e todos os outros equívocos de comportamento são oriundos de um único fator: a ilusão que nos consome e fatalmente nos arrasta para satisfazer as demandas dos nossos corpos astrais. O dito sexo, mesmo se praticado apenas e 'santamente' entre marido e mulher, se for exagerado, avilta, desonra e rebaixa o ente no que ele tem de mais nobre: sua energia mais poderosa e realmente transmutatória. Na realidade, o sexo — pouco ou muito — é profundamente detrimental para a elevação da consciência. Mas, deixar de praticá-lo para nele pensar o dia inteiro, ou se masturbar como um alucinado, é, como dizem os menos jovens, pior a emenda do que o soneto. Esse é um dos muitos problemas de determinadas religiões que obrigam seus religiosos a ser celibatários. O celibato é uma opção. Mais do que isso: é uma opção consciente. Um pouco mais: não é opção nenhuma. Ninguém que seja razoavelmente normal pode optar por uma maluquice dessas. Decisões atabalhoadas e radicais tendo por objetivo tão-somente conquistar presuntivos estados elevados de consciência ou de poder (o que é muito pior), acabam enlouquecendo o maníaco que se mete nesses delírios. O desejo sexual é como a sede ou a fome: se não for contemplado deixa o indivíduo ensandecido. E ao dormir... Bem, eu não acho que deva comentar o que acontece, quando pessoas sexualmente dependentes ou que se independeram (ou pensam que se independeram) à força dormem. O fato é que o celibato é uma condição profundamente mística adquirida lentamente, iniciaticamente, iluminadoramente, que em um dado momento se torna irreversível, porque o desejo desapareceu em virtude de um casamento suprafísico, não entre uma alma e sua alma gêmea, mas entre o ser e seu Ser Interno. É o alcançamento em vida (no estado encarnativo atual) de um estado vibratório extremamente sutil, freqüencialmente muito elevado, no qual a maioria das práticas tidas e havidas como normais neste Plano, são absolutamente incompatíveis com esta(s) faixa(s) vibratória(s). Então, tanto o sexo como o não-sexo auto-imposto, por exemplo, são fatores impeditivos e restritivos para que sejam alcançadas estas Oitavas do Teclado Universal, como estas mesmas Oitavas não comportam vibrações grosseiras que as desarmonizem ou perturbem. A palavra que resume tudo isso é incompatibilidade. Nem o Amor Cósmico Incondicional pode milagrosamente fazer entrar o que não pode entrar onde só entra o que pode entrar. No Cósmico não há privIlégios nem burlas; não há prêmios nem punições; e nem existem preferidos nem execrados. O que regula o funcionamento do Teclado Cósmico é a IMPARCIALIDADE. Mal comparando: ninguém consegue colocar o dedo em um ventilador em movimento sem que o mesmo não seja decepado. Ninguém é tão rápido que possa conseguir essa proeza. Não há ninguém, ipso facto, em qualquer universo, presumido ou existente, que possa penetrar nos Planos Superiores vibrando como um zé-meleca. Nem que os Habitantes desses Planos queiram. Esse tipo de coisa, na verdade, Eles não querem porque não podem querer. Eles auguram, sim, que nos reabilitemos e que refinemos toda a nossa estrutura, para que com Eles possamos comungar e viver perenemente. No versinho carinhoso que dediquei às putinhas, escrevi:

 

...nada pode ser mais fatal,

do que existir sem Comunhão.

 

       Por isso, se sacrificam ilimitadamente para nos arrancar dos lodaçais em que nos metemos com as caganças que fazemos, conscientemente ou inconscientemente. Por isso, por exemplo, amparam as Fraternidades Iniciáticas autênticas, e sofrem com as múltiplas cagadas que muitos de nós fazemos no seio dessas Ilustríssimas Fraternidades e fora Delas. Será que alguém já imaginou o que poderá significar 'descer' da Eterna Luz e se misturar com boçalóides como nós? Quando, eventualmente, alguém, por descuido, ao cuspir seu catarro amarelão e gosmento, acerta sem querer nosso braço, ficamos o quê? Desesperados e enojados, não? Então, o suplício dos Mestres, dos Santos e dos Avatares ao se aproximarem da Aura da Terra, deve ser tão absurdamente monumental, que não podemos sequer imaginar a magnitude desse sacrifício e dessa crucificação. Acho que precisamos meditar sobre isso, ter um pouco mais de vergonha no focinho, e deixar de ser focinhudos. Todos nós. Eu principalmente.

       Sexo, não-sexo auto-imposto, álcool, drogas, alimentação à base de carne animal, maus pensamentos, transigências e outras misérias só produzem um resultado: descensão vibratória prisional. É como se o ser dependente dessas ilusões, se esvaísse ininterruptamente vampirizado por energias medonhas que se alimentam desses horrores. Basta imaginar um tubo saindo do plexo solar e cedendo nossa energia continuamente para essa multidão astral pútrida. Há, nessa situação, duas coisas extraordinariamente horrendas: enquanto vamos minguando, essas formas vão se robustecendo. É por isso que o nosso tão querido Planeta Azul está tão doente, e a Humanidade tão sem alternativa, igualmente doente e profundamente desolada está. Por isso, e só por isso, há tanta dor e tanta desgraça crescentes. É também por isso, por exemplo entre tantos exemplos, que um soldado enfiado em uma guerra insana se vê, de repente, cometendo atos tão descabidos, que ele jamais pôde imaginar que seria capaz de cometer. Depois, sobrevêm os remorsos, os traumas de guerra e os pesadelos. Mas, os que mandam esses pracinhas para a guerra, esses estão muito mal parados. Estão, verdadeiramente, em muito pior situação do que eles. A loucura é que a Egrégora das Trevas acaba dominando inteiramente a mente dos fracos, dos déspotas, dos preconceituosos, dos moralistas de merda e dos devassos. E o novelo fica cada vez maior. E, por aí vai.

 

Estava o boi em seu lugar.
Veio o homem lhe fazer mal.
O homem no boi,
o boi na água ,
a água no fogo,
o fogo no pau,
o pau no cachorro,
o cachorro no gato,
o gato no rato,
o rato na aranha,
a aranha na mosca,
a mosca na velha...
E a velha a fiar.

 

A  VELHA  A  FIAR

 

       A prostituição é uma forma lenta e progressiva de dissipação. Quando eu namorava minhas putinhas desconfiava disso, mas não tinha certeza. E a prostituição não está restrita apenas às meninas. Prostitutos também passeiam no mesmo barco pelo Rio da Morte. O que fica aderido ao campo eletromagnético das pessoas que se entregam à essas tristezas é simplesmente medonho. Não é necessário 'ver' essas formas astrais em ação. Basta senti-las. Por isso, e por muito mais, amo de paixão todas as meninas. Como sinto uma afeição muito grande por todos os perdidos, distraídos e equivocados. Não sabem o que estão fazendo consigo próprios.

       Por exemplo, estima-se hoje que na Rússia 500 mil russos sejam portadores do vírus HIV. A catástrofe está em curso e apenas começou.

 

HIV

 

       Drogas injetáveis (principalmente a heroína que se alastrou nos últimos três anos) e prostituição tomaram conta da juventude russa depois da perestróica, a partir de 1985. A insustentável situação econômica do País — em grande parte decorrente da corrupção — vem empurrando os jovens para as drogas e para a aviltante libertinagem, e a porta mais fácil de ser aberta para uma russinha bonita é a prostituição. Todos sabem que o binômio infernal prostituição-seringas está degradando o povo russo, mas as autoridades ainda estupidamente preferem que as crianças fiquem sem ser devidamente informadas dos problemas. Ah! As crianças! Sempre as crianças! Isso é de doer.

 

Droga injetável

 

       Mas, isso é apenas uma parte do inferno. Na África, as crianças ou são vendidas ou são obrigadas a trabalhar em regime de escravidão em plantações de cacau. No Zaire, elas catam diamantes sem parar para satisfazer a insânia os poderosos. As grandes empresas européias adoram as pedrinhas e estão se lixando para as crianças, que acabam morrendo inanes ou de AIDS. A Nigéria vende os meninos para serem escravizados e as meninas para serem prostitutas. A pesquisadora Tânia Rocha informa que em 44 países do nosso civilizado Planeta, os homens usam crianças como soldados em suas sangrentas guerras. Criança-soldado quando deixa de ser criança, nem se lembra se foi criança. Na índia e nos países árabes as filhas são um estorvo. Só os filhos têm um tratamento mais ou menos conseqüente. Mais para menos. Muitas mães-de-família pobres, na Índia, quando não conseguem vender imediatamente suas filhas após o parto, simplesmente as matam com as próprias mãos. Quando as crianças conseguem sobreviver, são escravizadas nas fábricas que exportam tapetes para as lojas do mundo inteiro. Na China as meninas são afogadas pelos pais ignorantes, pois lá as crianças ainda só podem nascer com a autorização do Governo. E, voltando à Rússia e aos países da ex-União Soviética, as máfias aniquilam a infância e a esperança de milhões de crianças. Transformam-nas criminosamente em atores e atrizes em filmes pornográficos, que são cobiçados no mundo inteiro. Até zoofilia eles obrigam as crianças a praticar. As máfias russas também operam no ramo da adoção ilícita, seqüestrando e raptando bebês para vendê-los à casais infertéis por toda a Europa. Tudo isso porque a corrupção está institucionalizada na Rússia. Estará o Brasil em situação diferente? Nessa matéria de prostituição, nem se sabe direito o número de garotas de 8, 10 e 12 anos que se prostituem em nosso País. Muitas vezes são os próprios pais que incentivam essa coisa caliginosa. Isso quando não obrigam suas filhas a se vender para ajudar no orçamento doméstico. Mas, qual é a diferença entre incentivar e obrigar? Pior é quando os próprios pais 'comem' seus filhos primeiro. Quando penso nessas coisas, se não tomo cuidado entro em parafuso. Isso me horroriza tanto que me dá vontade dormir. Os psicanalistas entendem bem isso. Só que não durmo nem fujo de minhas responsabilidades. Prefiro vomitar.

       O problema todo, enfim, está centrado naquilo que Vicente Velado denominou de extrema crueldade, extrema insensibilidade, extrema cobiça e extremo egoísmo, componentes, entre outros, dos estados múltiplos de possessão demoníaca. Há mais gente a serviço e dominada pela Grande Loja Negra do que se pode imaginar.

       O Neoliberalismo e a Globalização, da maneira como foram orquestrados e estão sendo implementados, levarão a Humanidade a um impasse. Mas, os demônios-deuses fabricados pela crueldade humana não triunfarão para sempre. Das flores ainda escondidas no meio das trevas será construída uma Raça mais delicada e mais espiritualizada. Esta será a Raça que nos sucederá. Os que não puderem se adaptar irão cantar e gemer em outras freguesias. A quantidade crescente — geometricamente crescente — de miseráveis e sem-porra-nenhuma no Mundo obrigará, no peito, a uma revisão nesse hoje maquilado laissez faire, laissez passer (palavra de ordem do Liberalismo econômico, cunhada no século XVIII pelos fisiocratas franceses, proclamando a mais absoluta liberdade de produção e comercialização de mercadorias). Esse diabólico sistema econômico que está aí a nos dilapidar a todos aluga os mais frágeis para servirem nos piores desvãos. E a prostituição é um desvão muito tentador. Uma menina, no Brasil, por exemplo, ganha muito mais alugando seu corpo em um dia do que conseguiria receber de salário em um mês. E há preço para tudo. Sempre negociável, é claro. Punhetinha custa w; bundinha custa x; boquete custa y (se for anal tem outro nome e tem acréscimo de 25%); pra passar a noite é z; suruba é x + y; pra levar porrada e sofrer é w + 0,5z; com consolo enfiado no rabo é 2w + z; vendado e amarrado custa 2 2 + 0,75 y; com música não há acréscimo na tarifa; mas, se o cliente quiser tomar uma sopinha tem que pagar um extra; só pra ver é... sei lá. Isso é uma loucura. Sopinha? Coitadas das meninas. Isso é pura e simplesmente degradante. Por isso, repito: amo de paixão essas garotas. Será que alguém pode imaginar o que é encostar seu próprio corpo no corpo de outra pessoa que em seu íntimo lhe dá nojo? Isso é uma tremenda crucificação. E mais: quando seres humanos participam dessas coisas, a suruba e a barulheira no âmbito da astralidade é medonha e inconcebível. Será que alguém já parou para refletir porque as pessoas sentem sono depois que transam? Não era, realmente, para ser assim. O sono... O reparador sono. Enfim, estes comentários não embutem qualquer recriminação ou qualquer condenação a priori. São verdades que devem ser ditas para que possam ser avaliadas. Lembro que eu mesmo pratiquei algumas dessas loucuras. Portanto, se eu recriminasse ou condenasse alguém, seria pior do que um canalha sem nada que sobrasse para ser respeitado. E eu posso ser tudo, menos um canalha.

       Mas, mais sofrido é quando uma moça de alto coturno tem que 'cair na vida', por causa de uma crise econômica que foi gerada e parida às custas de uma tresloucada corrida armamentista e de uma corrupção impossível de ser controlada. E a máfia russa está adorando tudo isso. Quanto pior, melhor. Enquanto isso, as autoridades russas, hoje, estão mais preocupadas com os tchetchenos e em recrudescer a antiga corrida armamentista. Combater a corrupção também não consta da lista de prioridades das autoridades russas. E, com isso, o Estado Russo está sendo comido pelas sapatas. Meus Irmãos russos: reflitam um pouquinho só! Vamos mudar tudo isso. Autoridades Brasileiras: reflitam um pouquinho só! Vamos mudar tudo isso.

       Enfim, o que estão passando muitas moças russas pós-perestróica é simplesmente abominável e doloroso. Aliás, isso não é privilégio da Rússia. O Mundo está de pernas para o ar. Vejam algumas fotos de algumas meninas russas e tirem suas conclusões.


Primeira  Menina

 

Segunda  Menina

 

Terceira  Menina

 

Quarta  Menina

 

Quinta  Menina

 

Sexta  Menina

 

Sétima  Menina

 

 

 

 

RAPIDINHO

 

       Eu ainda tinha muita, muita coisa que comentar. O trabalho está grande, mas acho que já forneci bastante material para reflexão. Por último, afirmo enfaticamente a todos os Místicos meus Irmãos: Um MÍSTICO não nasce feito. E, enquanto prevalecer o mais mínimo preconceito, NADA FEITO. Não tenho mais nada para acrescentar, a não ser dizer — palavra por palavra — de todo Coração:

 

NADA  PODE  SER  MAIS  FATAL  DO  QUE  EXISTIR  SEM  COMUNHÃO

 

 

.'.  ORA  ET  LABORA   .'.   SOLVE  ET  COAGULA  .'. 

 

 

PAZ  PROFUNDA

 

 

 

 

DADOS SOBRE O AUTOR

Mestre em Educação, UFRJ, 1980. Doutor em Filosofia, UGF, 1988. Professor Adjunto IV (aposentado) do CEFET-RJ. Consultor em Administração Escolar. Presidente do Comitê Editorial da Revista Tecnologia & Cultura do CEFET-RJ. Professor de Metodologia da Ciência e da Pesquisa Científica e Coordenador Acadêmico do Instituto de Desenvolvimento Humano - IDHGE.

SITES CONSULTADOS

 

http://www.fotoperiodismo.org/source/html/galeria/adrianazebaruskas/adriana.html

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http://economiabr.net/dicionario/jkl.html